Thalia assentiu com a cabeça e pôde jurar que sentiu Reyna corar.

Não entendia absolutamente nada.

“Esta é Reyna, mas acredito que já a conheça.” Jason falou apontando para a garota, e Thalia sorriu e acenou.

“Acho que nos conhecemos de algum lugar.”, Thalia estreitou os olhos. “Eu me lembro! Ah sim, você e sua irmã queriam ser caçadoras. Durante a batalha, se não me engano. Nós fomos ao acampamento Júpiter, que por coincidência Reyna e... Hylla, era o nome da outra, estavam.”, falou a criança de Zeus.

Reyna/Leo acenou com a cabeça. Agora lembrava-se claramente o motivo de não ter aceitado o convite.

“E Leo. Obviamente eu me lembro desta criatura!”, Thalia riu cética, apertando-lhe as bochechas de brincadeira. “E como andam as paixões dele, Jason?”, ela perguntou ao irmão.

“Reyna, pelo visto.”, Jason deu de ombros divertido.

“Espero que isso não seja uma recusa para a caçada.”, Thalia brincou. “Mas se vocês se amarem mesmo, podem ficar tranquilos. Mas olhe,”, ela piscou para Leo/Reyna, “se ele fizer alguma burrada, nós estamos aqui, e a caçada está de portas abertas.”

Leo/Reyna fez uma careta que Thalia entendeu como ‘não’. A caçadora sorriu, e fez um sinal para que as outras se juntassem à ela.

“Vamos garotas. Grover lhes acompanhará para o chalé 8.”, ela ordenou.

O sátiro baliu em êxtase.

“E você, Lia?”, perguntou Phoene.

A garota riu e apontou para o maior e mais importante chalé.

Grover baliu novamente e saiu, levando uma trupe de caçadoras até o chalé da deusa da Lua.

A menina de olhos elétricos fez sinal para que Reyna saísse e que Leo desse dois passos para frente.

E sem saber que estava falando com a própria Reyna, começou.

“Tenho certeza de que gosta dela e que nunca vou vê-la ingressar na caçada. Porque eu tenho mais certeza de que vai fazê-la feliz. Leo, você é um garoto de ouro, e sei que gosta dela mais que já gostou da Piper. Ou de mim. Reyna já sofreu muito, e eu juro que se a fizer sofrer, quebro sua cara.”, ela riu, como se brincasse ao mesmo tempo que falava sério.

Reyna engoliu em seco. Não teria certeza disso por três motivos:

– Os motivos de Reyna –

1) Leo costumava mudar rapidamente a garota que gostava.

2) Ele não parecia o tipo exato que faz de tudo por uma garota.

3) Ela pensava em ingressar na caçada. Quem sabe seria mais fácil?

E lá estava ele, há metros atrás observando a conversa com ares de curiosidade. Os ombros erguidos, as sobrancelhas arqueadas.

Conhecia muito bem aquela expressão. Algo que soava como “Você nunca vai me esconder um segredo.”

XXX

Ela era como um teorema para ele.

Sim, um exato teorema matemático que ele tinha a infelicidade de nunca ter dado atenção na escola.

E o que viria a ser um teorema?

Um método de resolução que funcionava em todas as “coisas” com as mesmas características.

Mas Reyna era diferente apenas por uma forma: Ao invés de losangos, quadrados e catetos da hipotenusa, ela resumia-se em alegria, raiva e as variações anormais destes sentimentos que com o tempo ele tinha certeza de que aprenderia a lidar.

E as diferenças acabavam por aí. De resto, ela era igualzinha. Sempre haveria uma fórmula exata de resolver seus problemas. Restava a ele, a parte mais difícil: Descobrir sem piorar qual seria o problema. Porque as fórmulas, pelo menos algumas, ele conhecia.

– O teorema de Reyna –

Assim como a hipotenusa é igual à

Soma dos quadrados dos catetos,

Carência era como

Chocolate quente + um bom ouvido + paciência2 para conversas bobas

E quando ela se sentia irritada,

Soava como

Silêncio + jujubas coloridas – olhares nos olhos

E talvez assim, Leo escrevesse um livro. Que nunca seria publicado.

E lá estava ela, voltando. Com cara de quem comeu e não gostou. E pra este problema, Leo ainda não tinha descoberto a fórmula.

Esqueçamos agora a ideia do livro, por favor.

Porque se ele mal tinha a capacidade de decifrar esta fórmula, era melhor não tentar.

E pra ser honesto, Leo nunca fora bons com as palavras.

“O que foi?”

E cética, ela lhe apertou as bochechas.

“Quer dizer que o mocinho já foi apaixonado pela irmãzinha do Jason, sim?”, ela riu com a voz infantil.

Ele rolou os olhos.

E ela continuou.

“Thalia me disse querendo dizer à você que cuidasse de mim. Porque senão, ela quebra sua cara.”

Leo deu de ombros.

“Bom saber, porque elo menos agora eu vou ter noção do que vai me atingir.”

Ela esboçou um sorriso.

“Mas acho que você nunca vai me machucar.”, ela deu de ombros.

“Ou você confia muito em mim, ou em você. E acredito mais na segunda opção. Porque as vezes, nem eu mesmo confio em mim.”

“Você se menospreza demais.”

Ele riu.

“Annabeth me disse isso uma vez. É como o meu...”

“Defeito mortal.”, os dois falaram juntos.

“Seu maior defeito. O que pode me matar. E na realidade, o que quase me matou.”, ele admitiu. “O sétimo da roda. Sempre o excluído, óbvio.”

“Não fale assim de si mesmo. Você pode ser tão bom quanto Jason. Quanto Percy, quanto Frank.”

“Tão bom quanto. Esse é o problema. Tão quanto, mas nunca melhor.”, ele riu com melancolia.

Reyna rolou os olhos e apoiou a mão na base do queixo.

“Você pode se achar tão bom quanto eles, mas é melhor que Octavian. E é bom o suficiente pra mim. E isso basta. Porque você não nasceu pra ser melhor que ninguém, e sim pra ser você mesmo.”

Ela era boa com as palavras.

E ele deveria ouví-la mais vezes.

Pronto. Ele acabara de descobrir mais uma fórmula do Teorema Reyna.

– A nova fórmula do Teorema Reyna –

Porque quando ele a via se orgulhar demais,

Bastava fingir menosprezo,

Que no teorema Reyna,

Era como

Palavras bonitas + (E talvez) um abraço

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Então amores, como estão?

Aqui está o novo capítulo, e se notaram, eu mudei a narração.

Gostaram assim?

XOXO