Se Eu Fosse Você escrita por Gio


Capítulo 20
Insônia


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu fui mais rápida, viram?
Espero que gostem, e, rumo aos 200 reviews!!
Enjoy! ;)
XOXO



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Já era meia noite quando Reyna aceitou que não conseguiria mais dormir. Rolava de um lado para o outro na cama. Levanta-se frequentemente. Ligava a Tv. Contava carneirinhos. E nada. Nada era capaz de fazê-la pegar no sono.

                E para piorar, o Leo a seu lado dormia pesadamente, roncando e babando no travesseiro. Desgraçado!, ela pesava a cada suspiro alto que o garoto dava a puxar de volta os edredons.

                Ligou a Tv novamente, passando de canais em canais, sem se prender à nada. Continuou passando até encontrar um filme infantil com a faixa etária para menores de cinco anos. Três esquilinhos cantavam músicas natalinas e andavam pelados. Realmente teria uma grande chance de lhe fazer dormir.

                Com o tempo, ela percebeu que nem o mais estúpido dos desenhos a faria pegar no sono. E numa tentativa desesperada, decidiu acordar Leo, imaginando que uma discussão com seu ígneo companheiro propiciasse a calma necessária para dormir.

                Ela o cutucou no ombro, sussurrando seu nome seguidas vezes até acordá-lo.

                - Leo. Leo. – ela murmurava.

                - O que foi Reyna? – ele balbuciou sonolento.

                - Eu não consigo dormir. Fala comigo até eu pegar no sono? Se não for incomodar, claro.

                - Tudo bem, afinal, quem é idiota ao dormir há... – ele olhou no relógio. – uma da manhã? Eu não durmo!

                - Bobo!

                - Sobre o que quer falar? – ele perguntou coçando os olhos e se espreguiçando.

                - Não sei, apenas preciso estar segura de que alguém além de mim está acordado, é como se eu não estivesse sozinha. Eu me sinto fechada, oprimida.

                - Muito gentil da sua parte em me acordar, - ele ironizou.

                - Você é a pessoa mais próxima. – ela deu de ombros.

                - Ok. Está assistindo o quê?

                - Nada mais entediante que sua conversa. – ela provocou. – Ao que parece é um filme infantil sobre três esquilos cantantes. Extremamente divertido, não acha? – ela ironizou.

                - Gosto desse filme, é engraçado.

                Ela rolou os olhos.

                - O Theodore é fofo. – ela admitiu.

                - Dá vontade de morder! – ele brincou.

                - Isso é insano!

                - Insano é acordar as pessoas de madrugada por se sentir oprimida por ficar sozinha.

                - Eu já pedi desculpas, volte a dormir se quiser, eu não me importo.

                - Eu não reclamei. Só... comentei. Fica tranquila, eu só vou dormir depois de você.

                - Mas eu se eu virar a noite?

                - Eu viro junto. – ele respondeu como se fosse óbvio.

                - Por que mesmo está fazendo isso por mim?

                - Não sei. – ele respondeu. – Talvez eu esteja com medo de ser acordado outras vezes durante a noite, mas de uma forma não tão carinhosa quanto sussurrar meu nome e me cutucar de leve.

                - Idiota. – ela riu.

                - Aproveita que essa pode ser a última vez que eu sou legal.

                - Você nunca é legal.

                - Muito linda você, sabia? – ele ironizou.

                Reyna riu.

                - A minha camisa é legal. – ela comentou.

                - Minha camisa, melhor dizer. Parece que alguém andou mexendo no meu armário.

                - Desculpe. É que eu cansei daqueles pijamas justos. Não aguento mais.

                - Tudo bem, só não se surpreenda se me ver usando um daqueles tubinhos pretos que você tem, com botas de cano alto, meia calça e peruca, cantando New York, New York! numa boate gay em Las Vegas.

                - Eu nem tenho tubinhos! – ela reclamou.

                - Eu estava brincando. E além de tudo, essa camisa fica melhor em você, fica comprida porque você é menor que eu.

                - Calúnias! – ela sussurrou rindo baixo.

                - Por que não tenta comer alguma coisa? – ele sugeriu.

                - Boa ideia, talvez um copo de leite quente ajude.

                - Isso é mito.

                - Como já deve ter percebido, eu sou uma pessoa um tanto quando agitada...

                Reyna riu.

                - Prossiga.

                - E minha mãe me fazia tomar leite quente antes de dormir. Nunca adiantou nada.

                - E o que o Sr. Hiperatividade sugere?

                - Não sei, deve ter alguma coisa gostosa no armário.

                - Vem comigo?

                - Claro!

XXX

                - O que vamos comer? – perguntou Reyna.

                - Sandey tudo-que-você-encontra-na-cozinha. (N/A: Tirei essa ideia do filme “Um geek encantador”, é bonitinho!)

                - E como é isso?

                - Uma vasilha beeem grande, - ele falou colocando uma tigela de 40 cm de diâmetro sobre a bancada – coloca sorvete, de todos os sabores que tiver. Eu gosto de chocolate, e você?

                - Baunilha.

                - Tudo bem.

                Leo abriu o freezer e tirou todas os 15 sabores de sorvete que encontrou. Baunilha, morango, chocolate, pêssego, abacaxi, doce de leite, chocolate, pistache, flocos, uva, coco, limão, amendoim, cereja e banana, colocando pelo menos três bolas de cada sabor.

                A tigela já estava cheia, quando Leo se lembrou de mais coisas.

                - Caldas!! – ele riu, abrindo um dos armários para pegar todos os sabores que encontrava.

                Reyna rolou os olhos e soltou uma gargalhada ao vê-lo despejar toda a calda possível na tigela de sorvete.

                - Jujubas! – ela lembrou.

                - Como posso me esquecer delas?! – ele reclamou. – Quer fazer as honras?

                Ela riu e assentiu com a cabeça, abrindo sacos e sacos de jujubas, balas e marshmallows coloridos.

                Como uma criança, cantarolava baixinho enquanto as arrumava na vasilha.

                - Espera! – ele gritou.

                - Que foi criatura?

                - Nada.De.Jujubas.Verdes.

                - Por quê?

                - Eu não gosto. Elas têm cor de meleca.

                - Absolutamente. – ela concordou prendendo o riso. – Pode deixar que eu tiro todas.

                - Falta mais alguma coisa?

                - Chantilly!

                Leo abriu a geladeira e tirou um recipiente branco e azul com a tampa redonda. Colocou todo o conteúdo no sorvete, que milagrosamente não derretera nada.

                Pegou duas colheres e entregou uma à Reyna.

                - Primeiro as damas. – ele fez uma reverência, fazendo-a rir.

                Reyna tirou uma colherada do sorvete de baunilha e comeu.

                - Aprovado?

                Reyna hesitou. Crispou os lábios e olhou novamente para a tigela em sua frente.

                - Delicioso. – ela respondeu, enquanto o sujava de chantilly.

XXX

                - Vou ter cáries. – ela observou.

                - Você é definitivamente chata.

                - Eu sei.

                - Quem é você e o quê fez com a Reyna?

                - Não sabia?

                - O quê?

                - Eu fico mais amigável de madrugada.

                - Excelente. Agora sempre que eu quiser falar com você, eu te acordo depois da meia noite.

                - Se quiser levar um olho roxo, por mim tudo bem. – ela deu de ombros.

                Ele riu.

                - Seus olhos já estão vermelhos. Não quer se deitar?

                - É melhor, mas eu não escovei os dentes.

                - Será que você não pode ser irresponsável por uma noite?

                - Vou tentar, desde que isso não envolva arrotar em público nem tirar meleca.

                - Vamos. – ele riu.

XXX

                - Agora feche os olhos e relaxe,  que o sono vem.

                - Eu não consigo, parece que quando eu fecho os olhos, um turbilhão de preocupações me vem na mente.

                - Tenta pensar em alguma coisa fixa, sei lá, uma cor, um momento, uma pessoa tipo... eu.

                - Aí eu tenho pesadelos. – ela brincou.

                - Acéfala.

                - Parece que alguém andou lendo o dicionário.

                - Boba.

                Reyna fechou os olhos. Passados cinco minutos, Reyna notou que nada dava resultados.

                - Definitivamente eu não consigo.

                - Quando eu era pequeno, também tinha dificuldades para dormir. Mamãe me ensinou uma música pra me ajudar a relaxar, desfocar de tudo, entende? – Reyna assentiu. – Era uma música boba e infantil, mas me ajudava a dormir. Começa assim:

Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem

Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu

Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar

Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano

Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé

Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você

                - É bonitinha até. – ela comentou.

                - Tenta repeti-la cinquenta vezes. Na 30° vez, você pega no sono.

                - Tudo bem.

XXX

                - Ainda não consegui.

                - Eu percebi, você ficou se mexendo muito. Vem aqui. – ele chamou, estendendo o braço pra que ela se deitasse.

                - Vai se aproveitar de mim.

                - Não vou não, deixa de ser boba.

                - Isso é contra as regras.

                - Que regras?

                - As minhas. Eu tenho que te odiar.

                - Você tem o resto da sua vida pra fazer isso. Faz o seguinte, quando você acordar, a gente volta a brigar, ok?

                Ela assentiu e fechou os olhos.

XXX

                - Leo?

                - Sim?

                - Já dormiu?

                - O que eu disse?

                - Que jujubas verdes têm gosto de meleca?

                - Não isso, idiota. Eu só vou dormir depois de você.

                - Hum. Leo?

                - Fala.

                - Posso te chamar sempre que eu estiver com insônia?

                - Você tem noção do que acabou de falar?

                - Não. – ela riu. – Já devo ter mencionado que eu fico idiota de madrugada.

                - Tudo bem. Mas como você me chamaria?

                - Mensagem de Íris?

                - E como pretende fazer um arco íris sem sol?

                - Tem razão.

                - Eu poderia ir para o seu chalé e ficar na janela.

                - Eu jogaria um balde de água fria em você, se fizesse isso. Me envergonharia.

                - Muito lindo da sua parte. Mas supondo que ninguém nos visse, o quê faria?

                - Não sei.

                - Tudo bem, você me chama e eu fico na sua janela olhando pra você, e quem sabe assim você se sente menos desconfortável por não ser a única acordada.

                - Aproveita e faz uma serenata pra mim. – ela ironizou.

                - Tem noção do que disse?

                - Já falei que não.

                Ele riu.

                - E que música eu cantaria?

                - Não sei, que tal essa: (N/A: June eu estamos in love com esta música, precisei colocar) Siempre tú, en cada beso, eres tú, en la que pienso...

                - Para! Credo Leo, que música é esta?

                - Música latina. Você deveria conhecer. É sexy e se dança em casal.

                - Não faço a mínima ideia de como.

                - Qual é? A sensualidade latina corre em suas veias, não em tanta quantidade quanto nas minhas, mas pelo menos alguma coisa deve ter.

                Reyna riu sonolenta. Parecia preste a dormir a qualquer hora.

                - Um dia eu te ensino, prometo. – ele sussurro ao notar que ela finalmente dormira. – Boa noite mi reyna.

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Gostaram? Ou tá muito clichê?

Aproveitem, porque já já eles voltam ao normal. Muahahahaha

Já me vou.

XOXO

P.S: Curtam a página da minha amiga-pseudo-desenhista-de-leyna-e-também-ficwriter.

https://www.facebook.com/pages/Olympians-Page/158694097595798

Agradeço!


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Notas finais do capítulo

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