Pior do que enfrentar uma Reyna potencialmente irritada, só uma Reyna potencialmente irritada, com poderes de fogo. E se isso já não fosse perigoso o suficiente, que tal enfrentar uma Reyna irritada, com poderes de fogo e armada até os dentes? Bom, era mais ou menos o que Leo esperava depois daquilo.

                - O que você pensa que é para fazer uma coisa dessas? Você o quê na cabeça? – ela surtou.

                - Você. – ele respondeu mentalmente, tentando evitar mais estragos.

                - Eu não te dei permissão para me beijar, seu..., seu..., projeto de mecânico, desmazelado, energúmeno, ígneo, lúgubre, pretencioso...

                - Não me faça te beijar de novo, Reyna. – ele provocou.

                - Se você me beijar de novo, eu juro que...

                - Vai fazer o quê? Me xingar de alguma palavra desconhecida? Me bater? A questão não é essa, Reyna. Você acha que eu gosto de passar todo o meu dia com você? Aturando seus surtos, seu mau humor? Eu não gosto, e por mim acabaria isso agora. Mas não está ao meu alcance. Parece que só eu faço alguma coisa pra ajudar. Por que ao invés de reclamar comigo você não tenta ser agradável? Eu te beijaria em alguma hora, e você não teria como impedir. Afrodite quer isto, não quer? Por que não torna mais fácil? Talvez ela se apiede de nós e acabe com isso. – Leo pareceu despejar toda a irritação que guardava de uma só vez. – Desculpe Reyna. Eu não deveria ter falado isto.

                - Você tem razão, eu realmente não estou ajudando em nada. Mas é tão difícil.

                - Por quê?

                - Por quê? Valdez, será que você não faz ideia? Nem uma mínima suspeita?

                - Bom, talvez essa razão comece com J. E tenha comido um grampeador. Ou talvez tenha cabelos loiros e um corpo que faz a maioria das garotas babarem.

                Reyna esboçou um sorriso fraco.

                - É tão difícil pra você como é pra mim. – ele admitiu.

                - Sua razão começa com P? – ela brincou.

                - Sim. E feliz ou infelizmente está namorando com a sua razão. E não temos como mudar isso.

                Ela suspirou.

                - Eu juro que quando acabarmos tudo isso, eu te ajudo a ficar com o Jason. – ele falou.

                - Obrigada Leo. Não sei como te agradecer.             

                - Você me chamou de Leo. – ele apontou.

                - Não chamei não. – ela se corrigiu. – Eu te chamei de Valdez, como sempre.

                - Tudo bem, talvez eu tenha mesmo ouvido errado. – ele falou, prendendo o riso. – Quer um abraço?

                - Eu tenho cara de quem precisa de um abraço.

                - Com certeza. Deixa de ser idiota, eu não vou te morder. – ele brincou, enquanto abria os braços para a garota que vinha em sua direção.

                Reyna fechou os olhos por alguns instantes, imaginando por um momento há quanto tempo não recebia um abraço. Seus braços eram quentes, e o fato de que ela mais alto a irritava profundamente.

                Somente por alguns segundos, somente o momento em que estavam abraçados, tudo pareceu voltar ao normal. Leo era Leo, Reyna era Reyna.

                Foi o ato de se soltarem minimamente que os transformou de volta. Era estranho. Como se uma lufada rápida e potente de perfume Gucci os envolvesse por alguns segundos.

                - Você percebeu isso? – ela perguntou.

                Leo assentiu com a cabeça.

                - Ela pode, sei lá, estar brincando com a gente, não sei. – ele tentou.

                - Melhor pensar assim mesmo. Vou tentar pensar em outras coisas. Qual a próxima tarefa?

                Leo pegou o papel do bolso. De uma maneira desconhecida, a tarefa “Abraço” fora apagada. Muito estranho.

                Preferiu ignorar.

                - Bom, o almoço é só daqui a algumas horas. Que tal começarmos a entrevista? Parece divertido.

                Reyna concordou, com uma ponta de medo pairando em sua mente. Talvez a pirada deusa do amor inventasse alguma coisa mirabolante, como um soro da verdade ou uma cadeira elétrica. Não se pode ficar presa à ideias comuns. Pelo menos ela se preparava para o pior.

                Com a dita concordância geral, um pequeno pergaminho rosado aparatou na sala.

                - Bem, até que foi rápido desta vez. – ele brincou.

                - Vamos ver o que nos espera. Talvez ela esteja de bom humor hoje. – ela replicou.

                - Ou não. – ele implicou.

                Reyna murmurou um “idiota” baixo e pegou o papel.

                - Em voz alta, por favor. – ele pediu.

                Reyna pigarreou e começo a ler.

                “Olá meus amores! Eu percebi que vocês fariam a entrevista. Me senti tão feliz que decidi gravá-la. Se Hefesto estiver de bom humor, poderia colocar no canal. Seria uma linda tele-novela de amor. O que acaham? Ice and Fire: O fogo que derrete o gelo.

                Ná, melhor não. Se eu não tivesse audiência entraria em depressão.

                Anyway, fiz um relatório pelo Olimpo colhendo perguntas que ele queriam fazer pra vocês. Vou acrescentar algumas minhas, nada demais. Acreditem se quiserem, mas vocês fazem um sucesso em tanto aqui no Olimpo.

                As ninfas e musas ficam de segredinhos, dizendo que acham o garoto um pedaço de mau caminho. Eu digo a elas que ele já tem dona e elas me fuzilam com o olhar. Bando de depravadas, isso sim.

                Ah, elas querem saber um monte de coisas sobre o Leo. Reyna, não se sinta enciumada. O Leo é seu, mas você ainda não sabe disso.

                Já disse o quanto vocês combinam? Acho que sim, afinal, é um fato consumado. Tão lindo! *-*

                Acho que já estou enchendo vocês.

                Calma, já vou colocar a lista.

                Ah! Eu queria dizer que Eu AMEI O BEIJO!!! Sério, o meu Amorômetro quase apitou. Quase. Ainda não estão livres da tortura. Muhahahaha

                Reyna, se você não quiser o Leo, saiba que há uma porção de ninfas dispostas a dar casa, comida e roupa lavada ao Valdez.

                Elas até o Apelidaram de Valdelícia. Eu não deixava.

                Vamos ao importante:

                1. Reyna, Seu Primeiro beijo foi com o Leo? Se não, com quem, onde e como foi?

                2. Reyna, você já ficou com o Octavian?

                3. Leo, você já gostou da Piper?

                4. Leo, você acha a Reyna gostosa?

                5. Os dois: Quais são seus deuses preferidos? E os que menos gostam?  Exceto os próprios pais.

                6. Os dois: Cor preferida e o porquê.

                7. Os dois: Arma predileta e o porquê.

                8. Como se conheceram?

                9. Os dois: Parte do corpo que mais gosta no outro.

                10. Vocês realmente se odeiam?

                Bom, olhem como facilitei p’ro lado de vocês. O que havia de gente querendo mandar pergunta depravada era descomunal.

                Espero que a façam direitinho.

                With Love,

A.

                - Você me desprezando e eu fazendo sucesso. Por esta eu não esperava, heim. – ele implicou.

                - Como se eu me importasse com o seu fã-clube Olimpiano. E como se eu me importasse com você. – ela retrucou.

                - Essa doeu. Poderia ser um pouco mais cautelosa com o meu ego.

                - Seu ego está muito bem, obrigada. Pare de reclamar e vamos logo ao principal. Eu juro que não acredito nessas perguntas, mas tudo bem. Leia as minhas e eu respondo. Depois vice versa, ok?

                Leo assentiu.

                (N/A: Pessoas, vou colocar assim: L: = Leo; R= Reyna. Que nem entrevista de revista.)

                L: Reyna, Seu Primeiro beijo foi com o Leo? Se não, com quem, onde e como foi?

                R: Que tipo de pergunta é essa? Estão querendo saber mais que o necessário sobre mim.

                L: Você tem que responder. Nunca se sabe de represálias.

                R: Argh, isso é ridículo. Mas tudo bem. (Respira fundo.) Não foi com o Leo. Me lembro de ter sido com um garoto que apareceu no SPA da Circe, eu devia ter uns treze, doze anos. Ele era bonito. Estava acompanhado de uma garota, e antes de Circe o transformar, ele me beijou.

                L: Você beijou o Percy? Que tipo de safadeza é esta, meus deuses?

                R: Eu.Não.Beijei.O.Cabeça.De.Algas. Ele nem ao menos era filho dos três grandes, ok?

                L: Muito melhor, senão me sentiria mais menosprezado por não ser seu primeiro homem.

                R: Não estou vendo nenhum homem.

                L: Você é definitivamente estúpida. A próxima pergunta é: Reyna, você já ficou com o Octavian?             

                R: Nunca, obviamente. Aquele projeto de áugure nunca passou de uma pedra no sapato.

                L: É assim que se fala! Leo Valdez é único e excepcional em sua vida.

                R: Eu também não disse isso. Continue calado com seu ego descomunal que a próxima é pra você. Leo, você já gostou da Piper?

                L: Óbvio que sim. E ainda gosto um pouco. Mas ela nunca me viu como algo a mais.

                R: Que triste, o pobre Valdez foi desprezado. Mais uma. Leo, você acha a Reyna gostosa? O que é isso? Será que alguém pode me explicar que raios de pergunta é essa?

                L: É uma pergunta válida. E eu vou responder. Sim, eu acho. E posso ter certeza que você vai enrubescer.

                R: Acha mesmo?

                L: Sim. Eu sou um garoto e tenho uma coisa chamada testosterona. Querendo ou não, meu corpo corrige e diz que sim.

                R: Isso é nojento.

                L: Você está vermelhinha! Que coisa mais fofa!

                R: Eu.Não.Estou.Vermelha.

                L: É claro e óbvio que está. Eu posso ver. A próxima é para os dois. Quais são seus deuses preferidos? E os que menos gostam? Exceto os próprios pais. Eu acho que Hades é legal. Ele é o excluído da galera, porém é o mais sinistro. E o que eu menos gosto? Definitivamente Hera. Sério, a mulher foi minha babá assustadora, me pôs no fogo, me deu uma cobra para brincar. O que ela tem na cabeça?

                R: Juízo. Qualquer um que tenha de te aturar tem uma, mesmo que pequena, vontade de te matar. Minha vez. O meu preferido? Creio que Marte. É a versão masculina da minha mãe, e eu o admiro muito. Atena também é legal, entretanto é grega. Mas creio que seja válida. Embora Minerva não seja tão respeitada. Esqueça, fico com Martes mesmo. E o que eu menos gosto? Definitivamente Afrodite.

                L: Ela é legal.

                R: Ela me trancafiou com você. Qualquer um que faça isso é irrevogavelmente meu despredileto.

                L: Essa palavra existe?

                R: Qual? Irrevogavelmente ou despredileto?

                L: Despredileto.

                R: Na verdade não, mas eu precisava de uma coisa impactante.

                L: Entendo perfeitamente. A próxima também é pros dois. Cor preferida e o porquê. Eu gosto de dourado.

                R: Que gay.

                L: Festus era dourado, com licença. Memória a você querido, foi o melhor amigo que eu já tive.

                R: Ridículo. Mas tudo bem. Dourado por causa de Festus. Eu gosto de cinza.

                L: É uma cor definitivamente triste.

                R: Isso é relativo. Eu acho uma cor legal.

                L: Não há jujubas cinzas.

                R: Verdade. Vou entrar numa crise existencial por sua causa, miserável. Acho que fico com vermelho mesmo.

                L: Sangue?

                R: Não exatamente. Eu acho que é uma cor que impõe respeito.

                L: Sim, realmente há cores que exalam respeito.

                R: Não me ironize, seu petulante. Sua explicação foi pior que a minha.

                L: Você deveria ter dito que é porque fica bem de vermelho.

                R: Mas eu não fico.

                L: Ah, se fica.

                R: O que quis dizer com isso?

                L: Entenda como quiser. Digo apenas que aquele vestido fica extremamente sexy em você.

                R: Mas eu nunca usei aquele vestido perto de você. Espera aí! Anda experimentando minhas roupas?

                L: Se eu disser que sim, você me bate?

                R: Sim.

                L: Então não, só usei um pouco do meu senso de moda.

                R: Mentiras! Calúnias!

                L: Você quer que eu fale a verdade ou minta?

                R: Argh! Apenas fique calado, ok?

                L: Jason já te viu com aquele vestido? E não fique vermelha, você sabe que é verdade.

                R: Apenas fale quando for chamado, ok?

                L: Sim senhora. Quer mais alguma coisa?

                R: Um chocolate quente com chality e marshmallows brancos. E um toque de baunilha. E muffins. De mirtilo ou morango.

                L: Só no dia em que você namorar comigo.

                R: Ou seja: Nunca. A próxima. Arma predileta e o porquê. Eu prefiro espadas. Longas ou curtas. Lanças são pesadas e eu não tenho habilidade com flechas. Em último caso eu escolheria corpo à corpo, mas eu sempre tenho uma espada.

                L: Fios, martelos e balas de menta. Fogo também. Não sei se fogo conta como arma, mas é um dom meu, sabe?

                R: Balas de menta?

                L: Meu cinto mágico insiste em me dar isso. A próxima. Como se conheceram? No acampamento Júpiter.

                R: E você pôs fogo no meu cabelo.

                L: E na toga de Octavian. Admita, foi engraçado.

                R: Tudo bem. Eu passe a te odiar naquele dia. Meu cabelo ainda tem uma pequena falha por sua causa.

                L: O meu dedo anelar da mão esquerda continua dormente depois que você quebrou.

                R: Você abriu a porta enquanto eu estava no banho!

                L: E pensar que agora eu te vejo assim todos os dias.

                R: Você é um idiota. A próxima. Parte do corpo que mais gosta no outro. Eu gosto... acho que dos seus braços. Eles são, não sei, quentes. Confortáveis?

                L: Se quiser eu posso te abraçar mais vezes.

                R: Nem pense nisso. Eu fui obrigada a dizer isso.

                L: Aham. Minha vez. Sem dúvida os seus olhos. Eles são assustadores para a maioria, mas pra mim não. Eu os acho, não sei, sexys. E tem um brilho diferente, Algo como determinação.

                R: Por que disse isso?

                L: Não sei. É como se eu não tivesse controle. Soro da verdade?

                R: Definitivamente. A última, graças aos deuses. Vocês realmente se odeiam?

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Antes que me perguntem, eu realmente quis acabar aqui. Pra deixar todos curiosos, mas juro que postarei mais rápido. Em um, dois ou três dias. Promessa.

 Eu prometi pra um leitor, que não me lembro que foi, que postaria antes do fim do ano. Eu ia postar uma Leyna de Ano Novo, mas não deu tempo, minha mãe me chamou pra ajudar. Não sei quem come rabanada e bolinho de bacalhau no ano novo.

Bom, eu queria agradecer os reviews de vocês. Sério, essa foi a mais comentada, mesmo perdendo os leitores das minhas antigas fics.

Aliás, por que me abandonaram? Eu sinto falta de vocês.

Feliz ano novo amores!

XOXO