Se Eu Fosse Você escrita por Gio


Capítulo 10
Afrodite e Perguntas Sem Noção


Notas iniciais do capítulo

Postei cedo porque o capítulo estava pronto. Pessoas, eu estão tão feliz! 66 reviews já! Uhu
Continuem assim suas coisas fofas!
Enjoy! ;)
XOXO



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Já era quase uma hora quando o pseudo-casal chegou ao refeitório. Leo e Reyna foram (felizmente ou não) dispensados de qualquer atividade normal, incluindo horários e trabalhos.

                As mesas 5 e 9 pararam todo o alvoroço ao verem o casal chegar. Reyna teve a impressão de que todos sabiam do “castigo”, então, sentiu-se estremecer. Reyna e Leo olharam para baixo e notaram ruborizados que estavam de mãos dadas. Sorriram um para o outro e foram para suas respectivas mesas.

                - Santa Afrodite! Como ela conseguiu acabar com as guerrinhas civis de vocês? – implicou um campista do chalé 7. – Já tomamos café e agora estamos almoçando. E até agora nada foi destruído.

                - Só a minha sanidade mental. – pensou Leo/Reyna, ao sentar ao lado de Mark.

XXX

                O almoço finalmente acabara, e junto com ele, os rumores sobre o inesperado par romântico. Era finalmente a hora de concluir o Itinerário.

                De acordo com Afrodite, eles teriam de caminhar de mãos dadas ao pôr do Sol, e, como ainda faltava um longo tempo, resolveram aproveitar a liberdade momentânea.

                Leo já não aguentava mais aturar o Chalé 5. A maioria era mal-encarada e o olhava como se fosse matá-lo a qualquer momento. Sua sorte era que Reyna exercia grande respeito, igualando-se tal como a briguenta La Rue.

                Já Reyna estava completamente deslocada no Chalé 9. Todos a procuravam para pedir ajuda, e ela, não tinha o mínimo entendimento sobre o assunto. Pensou até em comprar um “Mecânica para Leigos”, mas se fosse vista com um exemplar deste tipo, provavelmente causaria um transtorno desnecessário.

                Ainda assim, tinha certeza de que estava em uma situação melhor que a do companheiro, e apesar do quanto era ruim dormir na cama robótica do líder do chalé, não a trocaria pela king size com dossel que a deusa do amor lhes ofereceu. Sabia que não haveria quem não desconfiaria da situação, mas esperava com afinco que a névoa pudesse manter um certo controle diante à situação. Pelo melo menos esperava.

                Cada um secretamente começava a ansiar pelo fim do dia, esperando que o Itinerário do outro dia fosse tão ruim ou pior quanto o presente.

                E a esperança de voltar já se apagava a cada peleja. Certamente Afrodite não tinha mais nada à fazer senão atormentar a vida dos dois semideuses.

                Uma coisa desagradabilíssima, convenhamos. E pensar que agora eles dariam tudo para ter uma merecida noite de descanso.

XXX

                O tempo pareceu realmente ir contra os dois. Cada segundo se demorava a chegar e o relógio não parecia se mover mesmo depois de horas.

                O Sol começou a se pôr, com os primeiros raios rubros cortando o céu azulado. As nuvens se tornaram douradas e o mar pareceu brilhar mais. Tudo perfeito demais, que com certeza teria um ou dois dedos da deusa do amor.

                Leo esperava que Reyna ainda estivesse escondido na floresta, perguntando-se o porquê e a razão daquilo tudo, mas surpreendeu-se ao encontra-lo sentado numa pedra, frente ao riacho Zéfiro. Sua expressão parecia comemorar o fim do dia.

                Já passavam-se minutos e minutos quando Leo decidiu sentar-se ao lado do garota.

                - O dia está acabando, e bem, nós sobrevivemos. – ele comentou.

                - Sim. Quem sabe amanhã será pior, certo? – ela falou com um sorriso seco e sem parar de encarar a paisagem.

                Leo suspirou.

                - Nós temos um dever a cumprir. – ele avisou.

                - Que eu não estou nem um pouco afim de fazer.

                - Você sabe que eu odeio isto tanto quanto você, mas nós temos que aproveitar enquanto ainda é fácil.

                - Eu sei que é hipocrisia minha desistir de uma coisa que eu te fiz fazer, mas isso me parece tão... errado.

                - Sei que sim, mas ao menos tente. Eu juro que não vou te agarrar. – ele brincou.

                Reyna soergueu a ponta do lado esquerdo de seus lábios.

                Leo se levantou a mão e estendeu à Reyna, que se ergueu do chão.

                XXX

                Por mais estranho que parecesse, o pôr do Sol durou mais que o normal, forçando-os a caminhar por um longo tempo.

                Por todo o trajeto, eles permaneceram calados, como se aquilo não passasse de uma chata tarefa de casa, que de certo modo não se diferenciava muito.

                Reyna foi a primeira a quebrar o gelo.

                - Parece que está ficando frio aqui. – Reyna/Leo comentou.

                - Seria muito estranho se eu te desse meu casaco? – ele brincou.

                - Sim, seria.

                - Que tal voltarmos. – ele sugeriu. – Ainda falta a última tarefa. Preparada?

                - Não.

                - A vida é assim, temos que sempre improvisar. Eu te pago um sorvete quando tudo isso acabar.

                Reyna esboçou um sorriso.

                XXX

                Ao chegarem ao quarto novo, encontraram em cima da cama impecavelmente feita um bilhete.

                Reyna, sempre curiosa, foi a primeira a ler.

                “Queridinhos, gostaria de parabeniza-los pelas tarefas cumpridas. Amanhã tem mais, obviamente. Mas por hoje, assim que vocês acabarem a última tarefa, a loja Afrodite S.A irá aparecer para vocês e eu espero que gostem do que preparei. Bom, depois de lido pelos dois, este bilhete vai se transformar num roteiro de perguntas, porque eu tinha certeza de que vocês não saberiam o que perguntar um ao outro.

Bejinhos,

                Afrodite.

                - E então? – ele perguntou.

                - Leia. – ela respondeu seca. – Vou tomar um banho. Te vejo daqui a pouco.

                - Só não invada meu espaço. Eu instalei um dispositivo e... – ele avisou, porém tarde demais, porque Reyna já fechara a porta do banheiro.

                Leo sentou-se no sofá para esperar a garota. Tomaria banho depois, porque preferia espera-la dormir para só então se deitar e poupar-se de qualquer enrolação e sermão antes de dormir.

                Os minutos se passavam monotonamente quando escutou um grito.

                - O que foi Reyna? – ele perguntou, batendo na porta do banheiro.

                - Por que raios eu tomei um choque quando peguei a minha toalha?

                - Você não me ouviu quando eu avisei sobre o dispositivo. Então agora se vire. Apenas não morra, por favor.

                - Muito gratificante a sua preocupação. – ela falou, abrindo a porta em sua cara. – Eu poderia ter me machucado sério.

                - Por que acha que eu fiz isso? Não é óbvio? – ele ironizou.

                - Vamos logo para a última tarefa. Não aguento mais te suportar. Espero que uma noite de sono seja suficiente para acabar com meu mau humor.

                - Reyna, nem num corpo másculo a sua TPM acaba, heim. É algo permanente ou problemas hormonais?

                - Muito engraçado. – ela ironizou. Vou deixar para rir em casa. Ops! Eu já estou em casa, ou seja, não vou rir.

                Leo rolou os olhos.

                - Já leu as perguntas? – ela perguntou.

                - Por que eu faria isso? Para me frustrar mais ainda?

                - Então vamos, projeto de faísca. Quero acabar isso o mais rápido possível. – ela avisou, pegando o papel de cima da cama. – Eu pergunto e nós dois respondemos.

                - Sim senhora.

                - Primeira: Quando você nasceu? Sete de julho. (N/A: Qualquer semelhança é mera coincidência U.U)

                - Dezenove de março. Sou de peixes. Estranho isso. Você acredita em signos?

                - Essa pergunta não está no Script, mas tudo bem. Não, eu não acredito. Já viu a descrição dos cancerianos? Calmos, amáveis e sensíveis.

                - Pegue tudo que falam de Câncer, invertam e terão sua descrição completa. – ele ironizou.

                - Só que não Valdez. – ela respondeu seca. – Próxima: Qual é sua cor preferida?

                - Laranja. E a sua deve ser vermelho sangue ou preto.

                - Por que acha isso?

                - Porque você é sanguinária e insensível.

                - Você realmente me tem em alta conta, heim. Mas não. Eu gosto de cinza e azul índigo.

                - Cinza? Que tipo de pessoa gosta de cinza? É uma cor tão triste...

                - Só na sua opinião, Valdez. Próxima: Seu estilo de música preferido?

                - Rock, e eu tenho certeza que o seu também é.

                - Tudo bem, acertou uma até agora. Seu animal preferido? O meu é o cavalo (N/A: O meu é a coruja, mas se eu colocasse ia ficar muito Atena.) e o seu é o cachorro.

                - Por quê?

                - Porque eu não consigo imaginar outro animal para você, fora o seu reflexo no espelho.

                - Entendi. Ei! – ele se fingiu ofendido. – Você me chamou de animal?

                - Só agora você percebeu? Próxima: Que raça de cachorro você seria? Observação: um terá que dizer o do outro. – ela leu, com as sobrancelhas erguidas de incredulidade. – Que raio de pergunta é essa? Como assim uma raça de cachorro?

                - É até aceitável. Você seria um chiuaua.

                - Como assim um chiuaua?

                - Pequena, assustadora e me dá medo.

                Reyna franziu o cenho.

                - Você tem medo de mim? – ela perguntou.

                - Por que não teria? Ainda mais quando você arqueia as sobrancelhas e me olha séria.

                Reyna sorriu.

                - E você seria um labrador.

                - Por quê?

                - Bobo, sem noção e brincalhão.

                - Tudo bem, acho que mereço isso.

                Ela sorriu e deu mais uma lida no roteiro de perguntas.

                - Agora começa a sessão de perguntas sem noção. E pelo que diz, um vai responder pelo outro. Vamos lá. Se você fosse uma fruta, qual seria? Ah, e tem que ter o porquê.

                - Lichia. Áspera por fora e doce por dentro. – ele falou.

                Reyna parou pensativa e avaliou-o mentalmente.

                - Fruta do conde. Doce e inconveniente.

                - Criativa Reyna, parabéns. – ele brincou.

                - Eu sei, agora a próxima. Se você fosse um objeto, qual seria?

                - Objeto já é difícil.

                - Eu já sei qual você seria. Um martelo. E não pergunte o porquê, eu só sei.

                - Se eu seria um martelo, você seria um colar. E eu também não sei o porquê.

                - Se você fosse um doce, qual seria?

                - Uma bala de tamarindo. Completamente azeda, mas mesmo assim é aturável.

                - E você seria um chiclete. Doce e grudento.

                Os dois riram.

                - Isso é tão ridículo. – ele comentou.

                - Eu sei, mas só tem mais uma pergunta. Qual a melhor parte de ser do sexo oposto?

                - Definitivamente é sentir o cabelo balançando.

                - Que coisa gay, Leo!

                - Admita, é legal balançar a cabeça e ver o cabelo se movimentando. E você?

                - Fazer xixi em pé. – ela admitiu.

                - E depois fala de mim.

                - Mas a parte de necessidades é chata para as garotas. Vocês podem fazer xixi em qualquer matinho, nós não.

                - Tudo bem, tem razão. Mas agora que já acabou, vamos dormir?

                - Ainda não, - falou a voz de Afrodite, ligando a televisão. – ainda tem a troca de pontos, a não ser que queiram deixar para depois.

                - Melhor, com certeza. – falou Reyna.

                - Ótimo, então isso fica para depois. Eu só vou tomar banho e depois me deito. Pode ir primeiro. – avisou Leo.

                Reyna assentiu e desligou a tv. Deitou-se em seu lado da cama, cobriu-se até a cintura e adormeceu.

                Após o banho, Leo se enxugou, se vestiu e antes de dormir, ficou observando Reyna, que mesmo em um corpo masculino e tendo alma insensível, dormia como uma menininha.

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Gostaram? Amanhã tem o segundo dia e eu estou com uma ideia na cabeça. Gostarm deste tipo de divisão? Ou preferem o dia mais curto? Dividido em partes ou um mais curto?

XOXO


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Notas finais do capítulo

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