Sonzai escrita por MsRachel22


Capítulo 6
Our Sins... Oh, Can Kill ‘em All




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"Eu poderia estar gritando enquanto você está sonhando sem qualquer preocupação. Levou muito tempo para eu encontrar isso... Eu não posso tentar mais"

Winter

_____そんざい_____

O amanhecer nubloso e quase apagado declarava mais um dia. Mais uma prévia do quão extenuante a sobrevivência poderia ser. Novamente o silêncio reinava e comandava as horas que se arrastavam, conforme cautelosamente a população abandonava suas residências e punha-se a restaurar sua rotina lentamente.

Porém a agitação contaminava e ditava quais seriam as expressões presas nos rostos severos dos conselheiros e dos demais que compunham o Conselho de Konoha. As vozes elevavam-se educadamente. Os olhares ardilosos, gananciosos e analíticos eram direcionados a todos. Parcelas de culpa eram jogadas através das palavras que se mesclavam na sala. Promessas e juras de uma era melhor eram apenas mais mentiras. Mais palavras a serem decoradas diante de sua própria miserabilidade.

Os rostos impassíveis e completamente irritadiços de ambos os conselheiros apenas contribuíam para os burburinhos incessantes dos demais. Logo a desordem reinava no Conselho diante dos olhos dos anciões.

– Este é o famoso e organizado Conselho de Konoha? – a voz cínica e zombeteira de Homura fez-se presente pela primeira vez durante a reunião. Lentamente as vozes baixaram, os tons elevados sumiram conforme o silêncio imperava e penetrava a sala. – Vejo que decidiram agir como um Conselho de verdade. Ótimo, agora prossigam dessa maneira. Não temos tempo a perder aqui.

– Diga logo o motivo desta reunião, Homura-sama... Não temos tempo a perder, certo? – secamente a resposta doutro conselheiro ecoou pelo cômodo. Os olhares adquiriram vestígios de incredulidade à zombeteira em instantes.

– O motivo desta reunião é bem simples. Konoha e as demais Vilas creem que precisamos de um novo meio de proteção, que não dependa apenas de Kekkei Genkais ou de shinobis extremamente habilidosos. Apesar de tudo, sua força pode ser superada facilmente com treinamento árduo e ensinamentos em jutsus secretos ou proibidos... – lentamente as palavras de Homura soavam perigosas e ousadas demais.

– Espere um pouco... Está dizendo que nossos meios de ataque e defesa são falhos, é isto? – furiosamente e ferozmente as palavras interromperam Homura. Os olhos do ancião direcionaram-se para o dono da voz e responsável por tal questão. – Então do que nos serviu a Quarta Guerra se você está dizendo que o que temos nunca foi suficiente?

Rapidamente murmúrios insatisfeitos e perguntas ousadas ecoavam pelo cômodo. A desordem acomodava-se a cada palavra feroz solta sem moderação, a cada ofensa presa subliminarmente nas entrelinhas das frases que eram ditas sem pudor. Os olhos dos anciões e conselheiros de Konoha prendiam-se na ferocidade dos mais jovens e na imprudência dos mais velhos.

O caos governava claramente a reunião e ditava seu rumo diante dos olhares velozes e insatisfeitos que eram lançados uns contra os outros.

– Não tente distorcer minhas palavras, garoto. – Homura limitou-se a responder enquanto o silêncio começava a imperar mais uma vez. Acidamente as palavras do ancião perturbaram a breve paz instalada.

– Então se explique Homura-san. – outro conselheiro pediu.

– O único meio de proteção e ataque mais eficiente está aprisionado nas ruínas do País do Ferro. – Homura disse com cautela, prevendo os olhares e sussurros de confusão dos demais. Logo um meio sorriso formou-se em seus lábios diante da extrema desorientação do Conselho.

– Não... Você tem de estar ficando louco! Retirar o Jinchuuriki da prisão? É isto mesmo o que você está dizendo? – rapidamente as vozes misturavam-se e apenas a voz incrédula de um dos conselheiros destacou-se.

– Homura... Que porcaria de ideia é esta? Está insano? – Koharu questionou em tom baixo, enquanto encarava com descrença o homem ao seu lado.

– Não tente distorcer minhas palavras. – mais uma vez, Homura sentenciou convicto. Aguardou pelo silêncio e pela calmaria enquanto as expressões de todos limitava-se apenas em confusão, que se refletia nos olhos e nas palavras dos conselheiros com destreza e harmonia. – Eu jamais mencionei sobre qualquer possibilidade de libertar o Jinchuuriki, este é um fato impossível.

– Diga logo qual é o ponto. O motivo desta reunião é o que de fato nos interessa Homura. E não suas objeções ou opiniões. – um dos conselheiros com aparência mais velha exigiu.

– Konoha necessita de um novo Jinchuuriki da Kyuubi. Alguém que seja leal à nossa Vila, às vontades e ordens do Conselho. – a voz séria e pretensiosa de Homura silenciou os demais e fragilizou o silêncio imediatamente. – Atualmente, o País do Fogo é o único que ainda tem um Jinchuuriki vivo. Os demais perderam seus Bijuus para Madara e para a Akatsuki ao longo do tempo, o que nos deixa em vantagem em tal quesito. Mas ao mesmo tempo, sabemos que este fato pode desencadear uma nova Guerra pelo controle do Jinchuuriki.

Timidamente os conselheiros ajeitavam-se em seus lugares. Os punhos, antes cerrados, estavam relaxados sobre a mesa, enquanto os músculos de seus corpos travavam diante do rumo da reunião. Expressões incrédulas haviam sido trocadas pela simples indiferença. Tão rápido quanto a incredulidade havia se instalado na sala, o silêncio estava instaurado.

– A Kyuubi é um Bijuu instável, um monstro incontrolável... Segue suas próprias vontades e não se submete a qualquer nação. Você sabe disso, Homura-sama. – pronunciou-se um conselheiro mais jovem. Suas palavras quebraram o silêncio e desatavam a desordem suavemente.

– E é exatamente por isto que precisamos de um novo Jinchuuriki. Mesmo com Uzumaki Naruto carregando a Kyuubi e conseguindo seu apoio durante a Guerra, seu descontrole auxiliou na situação de Konoha atualmente. – Homura concluiu.

– Ninguém seria bom o suficiente. Nossos melhores ninjas estão mortos. Aqueles que tinham melhor controle de chakra simplesmente foram sequestrados ou assassinados por Zetsu. – rapidamente a voz do Hokage chamou a atenção de todos enquanto o mesmo passava pela porta abruptamente. Seus passos moveram-se até a cadeira vazia num canto, logo a ocupou diante dos olhares de surpresa e descontentamento que lhe eram direcionados. – Não precisamos de um Jinchuuriki, nós já temos um. E caso não tenha lembrado, é o único Jinchuuriki que ainda respira. Bee está desaparecido, provavelmente morto. Os demais Jinchuurikis... Nós já sabemos o que ocorreram a eles.

A incerteza pairava naquele lugar e descansava sobre os ombros de cada um. A desconfiança refletia-se nos olhares dos conselheiros e passava através dos murmúrios de insegurança e clara confusão; naquele instante as palavras do Hokage eram contraditórias e recíprocas duma verdade falida e incerta demais para ser erguida.

Os mais velhos e mais jovens permaneciam inquietos às conclusões de Shikaku. Porém apenas a indiferença e o silêncio transbordavam ali.

– Esta não é uma decisão apenas do Conselho, é uma ordem direta das demais Vilas e dos senhores feudais das Cinco Nações. A vontade do Hokage é mínima diante da magnitude dessa situação. – Koharu divagou lentamente enquanto adquiria a atenção de todos. – Logo, o Conselho está de acordo que é necessário um novo Jinchuuriki da Kyuubi?

 – Sim. – em uníssono e sendo carregados pela incerteza, a maioria disse por fim.

Um sorriso satisfeito tomou conta dos lábios de Homura e a calmaria tomou conta de Koharu. Os anciões concordaram silenciosamente com a decisão do Conselho e ergueram-se. Imediatamente todos imitaram seu gesto. Os passos começavam a ecoar pelo cômodo, enquanto o Hokage permanecia paralisado.

– Homura, Koharu... – o Hokage os chamou baixamente, porém ambos pararam de andar e viraram as cabeças na direção de Shikaku, aguardando por uma resposta. – Preciso falar sobre um assunto urgente.

– Seu assunto deverá esperar. Temos que avisar as demais Vilas sobre nossa decisão. – Homura finalizou, abandonando o Hokage, logo sendo seguido por Koharu.

Imperceptivelmente a frieza e a indiferença costumeiras do Hokage abandonaram-no. Havia apenas o ressoar da incapacidade e a sensação de pesar ao recordar que ele era o Hokage, que os rumos de sua Vila eram sua responsabilidade antes de pertencer a qualquer Conselho. Portanto apenas o silêncio o recriminava e o confortava.

Suspirou pesadamente enquanto levantava e abandonava a sala. Arrastou os pés para fora, sentindo a insensatez de seus próprios pensamentos atormentarem-no. Suas conclusões beiravam ao desespero, sabia disso. Tinha total e plena consciência de que suas recentes e antigas ações não passavam de desculpas para inflar o ego dos conselheiros e para agradar seu próprio orgulho.

O som da porta sendo fechada era apenas um detalhe. Os cidadãos e ANBUS que logo se curvavam ao notarem sua presença eram apenas mais um detalhe ali. Os cumprimentos alegres e respeitosos que lhe eram lançados faziam parte de detalhes a serem ignorados. Naquele momento, Shikaku perdia-se dentro de suas próprias ideias, de suas precipitações e da interminável questão do que seria melhor para Konoha de fato.

Mas do que valia o melhor? Quantos sacrifícios seriam necessários para alcançar tal passageiro ganho? Quantos clãs deveriam jorrar mais sangue inocente?

Simplesmente, ele não queria saber tal resposta. Repugnava-se a cada instante por considerar aquela verdade, odiava-se profundamente por entender e saber quais seriam os riscos e os números necessários para obter o que era visto como o melhor para Konoha ou para si.

Ergueu os olhos para os céus e depois fitou os rostos dos Kages. Estancou imediatamente, sentiu o rosto cortar-lhe o rosto. De fato gostaria de saber se eles foram forçados a tal situação, a tantas questões e a tamanha pressão. A possível resposta seria um alto e sonoro “Sim”.

 Pois, internamente, sua consciência o alertava de que ele jamais chegaria à magnitude dos demais Hokages ou a seus atos de extrema coragem e fidelidade à Konoha. Jamais entenderia o real significado de ser um Hokage, pois não passava de uma escolha feita às pressas, um líder oco erguido sobre o sangue derramado e aclamado pelo desespero e pelo medo de um novo ataque sem um Hokage para defender sua Vila quando preciso.

Outrora seu orgulho jamais estaria acima de seus preceitos, valores ou de seu próprio conceito do que era ser um shinobi. Mas, os tempos eram outros. As dores eram diferentes, as feridas na alma simplesmente não fechavam com o passar dos dias. Aquele pós-guerra era outro. Aquela era uma nova era.

Uma era destruída e fragilizada pelas sombras do que qualquer um outrora fora. Não havia heróis o suficiente para ofuscar as tragédias e trazer um sentido para aquela realidade. Não havia herói algum. Era apenas uma era de reais heróis mortos pelas mentiras e de impostores tomando o poder, seguindo seu próprio contexto de vitória.

Aquele era um tempo de sangue derramado, clãs destruídos e de nomes apagados pelos sobreviventes, que temiam seus próprios temores. Uma geração de covardes e sobreviventes instituía um novo capítulo na história. Morbidamente adequado a ostentar mentiras e enterrar os demônios.

Pois era aquilo que havia restado. Mentiras, mentiras e mais mentiras. Era o que havia sobrado para apegar-se diante do horror assombrando-lhes o sono à noite e dos medos e demônios interiores destruindo-os durante o dia.

– No que está pensando, pai? – a voz arrastada e quase morta de Shikamaru arrastou-se juntamente com seus passos enquanto tragava mais um cigarro. Soltou a fumaça por seus lábios.

– Isto ainda vai matá-lo algum dia. – Shikaku repetiu monotonamente, como sempre fazia quando sentia o odor do tabaco.

– E tem alguma coisa que não nos mate diariamente? – o outro ralhou no mesmo tom de voz. Tragou mais um pouco do cigarro e o prendeu entre seus dedos, aproximando-se do Hokage paralisado. – Ouvi a respeito da decisão do Conselho. Parece que eles querem mesmo a destruição de Konoha.

– É para o bem da Vila. – Shikaku retrucou automaticamente, sem desviar seus olhos dos rostos esculpidos na montanha.

– Esta ideia ainda vai matá-lo um dia, pai... – o Nara limitou-se a dizer enquanto tragava mais um pouco e depois jogava o cigarro no chão. Afastou-se silenciosamente sem nenhuma resposta do Hokage. – E acho que já está fazendo isso.

_____そんざい_____

As ruínas do Ferro jamais lhe soaram tão desoladas quanto nas estórias que ouvira a respeito. Os prisioneiros com personalidades duvidosas e os capatazes cínicos e extremamente habilidosos pareciam ser parte de uma realidade fantasiosa demais. Jamais teria crido, nem por um instante, que estaria condenado a sobreviver no mesmo lugar que aqueles homens.

Assassinos, ladrões, nukenins e alguns ANBUS renegados faziam parte dos que ali estavam. As muralhas altas e com diversificadas rachaduras resistiam bem aos ventos fortes e ao princípio de inverno. Os guardas e samurais escondidos em pontos estratégicos desanimavam a possibilidade de escapar dali com vida.

Os olhos esverdeados e fartos do antigo Kazekage percorreram o local. Procurava alguma falha, algum sinal de liberdade que estivesse escondido em alguma fresta ou em algum beco mal iluminado. Porém eram apenas tentativas vãs, ele sabia disso. Sentia os olhares reprovadores dos samurais perfurando-lhe a alma.

Cerrou os punhos frustrados mais uma vez e encarou suas próprias mãos. Tentava evitar as dolorosas questões sobre onde estava o tão defendido amor de sua mãe na areia, que há anos ouvia. Entretanto, era crucial demais. Definhava-lhe qualquer fio de bom-senso ao lembrar-se de sua mãe e de seu tão famoso amor e de sua proteção que haviam penetrado a areia. Seu Bijuu.

– Naruto. – disse automaticamente ao notar a presença do loiro.

– Gaara. – imediatamente o Uzumaki retrucou no mesmo tom mórbido que lhe fora direcionado.

O silêncio instalou-se enquanto os olhos de Gaara ainda prendiam-se na possibilidade de escapar. Naruto mantinha-se em silêncio, sentindo o alívio das algemas ao torno de seus pulsos e calcanhares longe de sua pele. Turbilhões diferenciados, mas igualmente sôfregos atingiam ambos. Cada qual preso em sua própria dor, sufocando-se em suas questões.

– Não é possível escapar daqui com vida. – o Uzumaki disse por fim, quebrando o silêncio e logo obtendo o olhar indiferente de Gaara sobre si. – Os rumores parecem ser verdadeiros. Até demais.

– Não acredito em rumores, Naruto. São boatos mentirosos, deveria saber disso. – o outro retrucou rapidamente, voltando a analisar as muralhas e os lugares mais fechados dali. – Não acreditei que você realmente foi o culpado da Quarta Guerra. É só um boato.

– Boatos são gerados a partir de alguma coisa, Gaara. É assim que surgem os boatos. – o loiro sentenciou em seguida, enquanto sua voz arrastava-se e o vento lhe cortava o rosto. Abaixou os olhos e fitou as marcas vermelhas e profundas em torno de seus pulsos.

– Não, Naruto... Você afirmou o boato. Porque realmente crê que ele é a verdade sobre o que aconteceu. Mas não se esqueça de que você não foi o único a lutar durante a Guerra, você não foi o único a perder durante aquela batalha. – ferozmente Gaara rebateu, destruindo por hora os possíveis argumentos que o loiro poderia ter a seu favor.

A indecisão pairava sobre ambos, de modos agonizantes e variados. Os olhares de repugna eram lançados sem vergonha ou limites para ambos, como se os mesmos pudessem simplesmente expulsá-los do País do Ferro em instantes.

Você sabe que há como escapar, seu idiota! – a Kyuubi falou imediatamente, enquanto seu chakra agitava-se. – Os rumores são apenas estórias mentirosas para amedrontar os imbecis daqui, moleque estúpido. Há uma saída!

As contestações da Kyuubi o inquietavam; ativava alguma parte em seu cérebro que o dizia que aquela era uma possibilidade real. Contudo, Naruto recusava-se a crer que ele tinha o direito à liberdade ou a chance de lutar por ela. Contorcia-se diante da possibilidade de ser inocentado algum dia ou de abandonar as ruínas daquele lugar através de um julgamento.

Questionava-se se era realmente justo, se levar a culpa por tudo realmente resultaria em alguma coisa melhor para o mundo shinobi. As respostas logo surgiam e o confundiam.

Bancar o culpado da Guerra só vai impedi-lo de provar quem foi o culpado. Não percebeu? Sua tentativa estúpida de levar a culpa só está destruindo-o e me deixando preso nessa porcaria de lugar! – mais uma vez, a voz altiva e severa da Kyuubi ressoava em seu interior, perturbava sua sanidade e logo suas palavras soavam raivosas e imperativas. – Levar a culpa não vai deixar seus pais orgulhosos... Se era essa a sua intenção, ser fraco e covarde, então você está se saindo muito bem.

– É claro que eu fui o culpado, não entende? – o Uzumaki retrucou tanto para Gaara quanto para a Kyuubi. Cerrou os punhos com força, sentindo os músculos doerem de imediato. – O que mais eu poderia ter feito além de assumir isso? As pessoas que confiaram em mim estão mortas, presas ou desapareceram. Então como eu posso não ser o culpado por isso?

Logo o silêncio se instalou. Os rosnados e incansáveis ofensas que a Kyuubi despejava contra Naruto permaneciam em seus ritmos cansativos. As memórias aliavam-se às palavras ferozes e acumulavam as possibilidades de um mundo melhor, de uma vida mais fácil caso algum fato fosse diferente.

Gaara fitou suas próprias mãos mais uma vez e depois fitou o Jinchuuriki a seu lado. Gostaria de argumentar contra as palavras dele e dar-lhe o bom senso de volta, como ele mesmo havia feito tempos atrás. Porém estava limitado em sua própria miserabilidade, ao controle restrito de chakra que as marcas em seus pulsos e em seu peito permitiam, limitado na sua dor e perdido em si mesmo mais uma vez.

Falhamente tentava crer que ele poderia fazer algo. Falhamente tentava acreditar que haveria uma saída, que haveria uma explicação para aquela absurda realidade. E falhamente ainda continha uma frágil linha de esperança de que poderia almejar a liberdade mais uma vez.

Porém eram apenas sonhos. Limitadas esperas de algo que ele jamais poderia tocar. Sonhos eram constituídos de almejos, mas não tinham espaço para aquele tipo de mundo.

Era simples. Era um fato bem simples e difícil de ser aceito. Seus sonhos seriam desgastados e logo desapareceriam rapidamente. Suas esperanças definhariam com o passar dos dias. E logo ele estaria perdido dentro de sua existência mais uma vez. A única diferença é que daquela vez ninguém ousaria estender-lhe a mão, direcionar-lhe um olhar de respeito ou de preocupação mínima. A solidão o convidava diante do caos que ainda estaria por vir.

O ruivo cerrou raivosamente e desesperadamente os punhos. Deveria ser uma ironia do destino ou de quem quer que fosse. Porém era apenas mais uma consequência de uma batalha, que mesmo travada arduamente, resultava apenas no vazio consumidor e na culpa fumegante.

– Talvez seja verdade então. – o ruivo concluiu enquanto levantava-se e adquiria a atenção arrastada do loiro para si.

– O que seria verdade, Gaara? – pesarosamente Naruto questionou, fitando com desgosto. – Aliás, o que mais poderia ser verdade?

– Cada pessoa que confiou em você está presa, morta ou desaparecida. Mas, você nunca se perguntou o que as levou a confiarem tanto em você? – a contrarresposta de Gaara soava severa e como um lembrete de algo ignorado há muito. – Elas acreditavam em você. Elas criam que você poderia nos salvar do medo de enfrentar nossos próprios demônios. Mas, claramente você não fez isso consigo mesmo. – o ruivo baixou o olhar e depois encarou o loiro a sua frente. – Você salvou muitas vidas, Naruto. Por que não consegue salvar a própria duma culpa que não é apenas sua?

A passos lentos e arrastados, Gaara afastou-se em concreto e absoluto silêncio. As palavras ainda martelavam em sua mente, desconstruíam e reformulavam velhas ideias, antigos argumentos. Naruto cerrou os olhos, sentindo a inquietude da Kyuubi em seu interior. Franziu as sobrancelhas e concentrou-se no silêncio doloroso que o cercava.

Porém a culpa ainda pesava. Nem ao certo se lembrava a quem pertencia aquela sensação calvária, entretanto ali ela estava.

Novamente os fantasmas do passado o assombravam. Perspectivas sobre tempos melhores perseguiam-no e claramente o assustavam. Vozes, sorrisos, fragmentos de palavras raivosas, lágrimas incontáveis e uma promessa o mantinham inerte ao mundo a seu redor. Rapidamente Naruto ergueu os olhos e fitou os céus nublados e cinzentos. O frio cortava-lhe a pele.

Lentamente apenas uma pergunta importava. Apenas uma realmente o torturava. Aquele então era o seu famoso jeito ninja? Desistir?

_____そんざい_____

Dois dias haviam se passado.

Noutros tempos, aquela reunião significaria um possível ataque vindo de Madara ou algum sinal de desavenças entre algumas das Nações Ninja. Porém a impaciência e a ansiedade consumiam os cinco Kages. A formalidade imperava através dos diálogos limitados que ocorriam no centro daquela sala.

As palavras altamente cautelosas e carregadas de cinismo por todas as partes davam um tom agitado e controlado ao lugar. Os shinobis conselheiros de seus respectivos Kages assistiam a discussão calados e preparados para defender seu líder no momento em que fosse necessário.

– Uchiha Sasuke. – o atual Mizukage pronunciou o nome lentamente. Imediatamente a atenção de todos fora retraída para si. – O que devemos fazer a respeito dele?

– Eu mesmo irei executá-lo, já disse. – furiosamente o Raikage rebateu, socando a mesa em seguida. No mesmo instante, os shinobis puseram-se em alerta. – Eu perdi meu braço por conta daquele moleque. Isso se tornou algo pessoal há muito tempo.

– Não se esqueça, Raikage-sama, de que ele pode estar em qualquer Vila, em qualquer Nação. Para caçá-lo terá que obter permissões para adentrar nos demais países. – a voz arrastada e indiferente do Hokage percorreu a sala e atiçou a ira do Raikage.

– Não se intrometa, Hokage. – o homem sibilou as palavras enquanto trincava a mandíbula. – A sua Vila gerou aquele demônio e não foi capaz de capturá-lo até hoje! É por isso que eu mesmo vou executá-lo. Há países que não tem tal capacidade.

– Encontre seu irmão antes, Raikage-sama. Se tiver a capacidade, é claro. – imprudentemente e raivosamente, o Hokage cuspiu a provocação.

– Parem com isto. Temos mais trabalho a fazer do que discutir tais assuntos. – a voz velha do Kazekage ecoou pelo recinto, amenizando momentaneamente o ar de desafio que pairava no ar. – Eu creio que Uchiha Sasuke, por ser um nukenin e por ter contribuído no resultado da Guerra, deve ser caçado pelos melhores ninjas rastreadores disponíveis e depois deve ser condenado e executado por seus crimes.

– Capturar um Uchiha? Boa sorte com isso. – debochada e afiadamente as palavras do Tsuchikage atraíam o clima de desafio mais uma vez. – Caso não se lembrem, nem mesmo durante vida e durante sua reanimação, Uchiha Itachi jamais foi capturado ou localizado. E caso tenham se esquecido, ele era o irmão de Uchiha Sasuke, que coincidentemente também não foi localizado até agora.

– Seja claro, Tsuchikage-sama. – rapidamente o Mizukage pediu.

– Do que adianta fazer planos a respeito do Uchiha, se nem ao menos sabemos onde ele está neste exato momento? Ou o que ele planeja? – o Tsuchikage disse sarcasticamente, fitando os demais Kages. – Então, boa sorte com isso.

– Devemos chegar num consenso, antes de qualquer coisa. – o Hokage interveio em seguida. – Uchiha Sasuke é o atual Sannin sucessor de Orochimaru. Isso já o torna temido, além do fato dele possuir um tipo de Sharingan que ainda não foi classificado e de suas habilidades shinobi, podemos considerá-lo um nukenin do mais alto nível.

– Isso não o torna imortal. – o Kazekage concluiu rapidamente, reanimando as esperanças do Raikage de imediato.

– Ele enfrentou e saiu vitorioso de batalhas contra Deidara e Uchiha Itachi, seu irmão. – rispidamente o Hokage disse. – Eram dois ninjas poderosos e da Akatsuki. Isso o tona perigoso e forte o suficiente para nos deixar atentos sobre o que faremos a respeito dele.

– Pois bem, o que sugere Hokage-sama? – sarcasticamente o Tsuchikage questionou. Um sorriso zombeteiro nasceu no rosto cansado e impassível do homem que ostentava o novo título de Kage. – Estamos esperando.

– Por que ainda se dão ao trabalho de considerar a política numa hora dessas? Vocês não passam de um bando de inúteis! – o Raikage esbravejou furiosamente. – Uchiha Sasuke deve ser localizado e morto! Aquele monstro não merece a ousadia de se defender num julgamento, seus idiotas dementes!

– Já pensou em realizar algum tipo de tratamento, Raikage-sama? – mais uma vez o Tsuchikage interferiu.

Um grito irritadiço, semelhante a um grunhido, rompeu a garganta do Raikage enquanto o chakra fluía absurdamente rápido e numa alta quantidade ao redor de seu corpo. Imediatamente, os shinobis sacaram suas kunais e katanas, puseram-se na frente de seus líderes, defendendo-os. Pergaminhos e selos estavam prontos para serem terminados e invocar o que fosse preciso.

Não havia calmaria ali. Apenas as descargas de pavor e de ansiedade travavam os músculos dos shinobis.

– Acalmem-se. Parecem adolescentes com os hormônios fervendo. Ajam como Kages. – o Kazekage disse calmamente, sendo encarado com inconstância pelos demais. Aguardou pacientemente que os demais se acalmassem. – Assuntos pessoais ou desavenças íntimas devem ser resolvidos entre os Kages noutra hora, precisamos resolver o que fazer a respeito do Uchiha.

– Já disse que eu vou executá-lo. – friamente o Raikage insistiu.

– E já disse: “Boa sorte com isso”. O que mais eu posso dizer? – velozmente, a voz cansada do Tsuchikage ecoou pelo recinto novamente. Apoiou o queixo numa das mãos e encarou tediosamente os demais.  – Talvez “Boa sorte em encontrar o Uchiha” soe melhor. É. Boa sorte em encontrar o Uchiha.

Pesadamente os suspiros escaparam diante do comportamento de ambos Kages. Fitaram-se apreensivos, à espera de uma resposta.

– O que ainda estão fazendo parados aí? Voltem aos seus lugares. – cinicamente o Tsuchikage repreendeu os shinobis. Lentamente, eles afastaram-se, guardaram suas armas, pergaminhos e desfizeram os selos. Retrocederam a passos calmos para seus lugares.

– Ainda acredito que devemos capturar Uchiha Sasuke, depois condená-lo e sentenciar sua execução. – o Kazekage disse por fim, ignorando os olhares de cinismo que lhes eram direcionados.  

– Creio que antes precisamos de sua localização, Kazekage. – sutilmente o Tsuchikage retrucou. – Pelo menos, é assim que a lógica diz. E de acordo com os fatos, não temos localização alguma até agora. A não ser é claro, que o famoso estrategista Hokage diga-nos o contrário ou nos dê uma solução milagrosa para isso.

– Se ele tiver a capacidade para tanto, é claro. – o Raikage acrescentou enquanto um sorriso convencido brotava em seus lábios.

Mais uma vez, o toque de desafio regressara ao local. Mais uma vez a desconfiança e a incerteza brotavam nos olhares dos demais Kages ao Hokage. Um suspiro cansado escapou dos lábios do mesmo. Não havia tempo para impulsos ou para reclamações. Havia tempo apenas para decisões drásticas que se igualavam àquela realidade.

– Formaremos equipes de busca com médicos-nin e com ANBUS. Ninjas rastreadores estarão na liderança destas equipes, que percorrerão e cobrirão uma área considerável, porém não muito plana. Começaremos pelas ruínas das Vilas menores. – Shikaku disse serenamente, porém agitado com suas próprias palavras. – Depois, passaremos a esconderijos abandonados, tanto do Orochimaru quanto da Akatsuki. Pelo menos cinco ninjas com habilidades especiais ou jutsus únicos devem estar em cada equipe. Dois médicos-nin estarão em cada equipe e três rastreadores, além de mais dois ANBUS. Haruno Sakura estará na equipe principal, como médica-nin.

– Creio que isso é um problema, já que na Guerra perdemos muitos ninjas habilidosos. – o Tsuchikage ressaltou. – Nem lembro se na sua Vila havia tantas personalidades notáveis... Mas gennins serão gennins. Se for o máximo que uma Vila pode oferecer, boa sorte com isso também.

– Se a sua Vila tiver algo superior a um Uchiha a oferecer, avise-me Tsuchikage-sama. Pois Uchiha Sasuke pertenceu a Vila de Konoha, e lidar com ele é prioridade primitiva do País do Fogo antes de ser de qualquer outra Vila. – o Hokage rebateu secamente.

– Prioridade que claramente foi ignorada. – o Raikage afirmou asperamente diante das palavras do Hokage. – É por isso que ele deve ser morto o mais rápido possível.

– Creio que a ideia do Hokage é boa, mas o propósito é oco. – o Mizukage pronunciou-se, atraindo a atenção de todos e interrompendo as possíveis palavras ofensivas que viriam. – Precisamos encontrá-lo, isto é um fato. Ele necessita de uma sentença, isto é outro fato. Mas não se esqueçam de que o Sharingan é o que uma vez foi o responsável pela liberação da Kyuubi sobre Konoha. Seu poder ocular é grandioso demais para ser ignorado.

– O poder do Sharingan é uma maldição. – o Kazekage retrucou rapidamente. – É um poder grandioso, de fato ele é; mas isso não ameniza o fato de que esse poder amaldiçoou o mundo shinobi por anos, provocou mortes desnecessárias e inúmeras guerras entre clãs e Vilas. Ele deve morrer junto com seu sobrevivente.

– Como eu disse, o propósito é oco. – a voz serena e cínica do Mizukage surgiu em seguida. – O Sharingan é muito poderoso para ser apagado da história shinobi. Podemos usar seu poder a nosso favor, desde que haja uma nova geração desse poder ocular.

– Está dizendo que devemos manter Uchiha Sasuke vivo? – o Raikage questionou irritadiço e surpreso pelas palavras do Kage.

– Exatamente. Implantar seu Sharingan em outro ninja poderia dar errado, não saberíamos se ele poderia desenvolver o Mangekyou Sharingan como Hatake Kakashi o fez. Logo, de acordo com a lógica, o mais seguro é uma nova geração de Sharingans. – o Mizukage concluiu, encarando os Kages surpresos e indignados com sua proposta. – Uchiha Sasuke deve permanecer vivo, reconstruir seu clã, mas iremos controlá-los.

– Seu propósito é pervertido. – o Tsuchikage concluiu enquanto o silêncio se instalava.

– Estão de acordo ou não? – o Mizukage questionou impassível demais. Nenhum Kage havia se pronunciado. – Pois bem... Tomarei seu silêncio como um “Sim”. Está decidido então. Uchiha Sasuke permanecerá vivo, mas iremos localizá-lo e permitir que ele nos dê uma nova geração de Sharingans.

– Boa sorte com isso. Sinceramente. – a voz envelhecida e cínica do Tsuchikage preencheu a sala, porém soava extremamente cautelosa e pela primeira vez, séria e ansiosa.

_____そんざい_____

O sossego ditava as ordens no clã Hyuuga. Os membros do mesmo transitavam com tranquilidade pelas partes construídas às pressas, evitavam andar pelas áreas mais danificadas. Internamente havia agitação, inseguranças e medo do desconhecido. O temor os consumia lentamente, porém a falsa serenidade anulava tal sentimento.

Logo a calmaria cedeu ao pânico. Os passos calmos de dois ANBUS acompanhados por Nara Shikamaru despertou a atenção de todos e transbordou a sensação de caos pelo clã.

– Chamem a líder do clã imediatamente. – Shikamaru ordenou em tom brando, porém alto o suficiente para que todos pudessem ouvi-lo e agir. Os orbes igualmente perolados fitaram-se, entreolharam-se confusos pela aparição do filho do Hokage ali.

– Quer que nós a procuremos, Shikamaru-san? – um dos ANBUS lhe questionou rapidamente diante das ações cautelosas dos Hyuugas.

– Não será necessário. – murmurou em resposta, avistando Hinata e Hanabi aproximando-se imediatamente, ambas expressando confusão e desentendimento sobre o que estava acontecendo. – Hinata... Hanabi... Perdoem-me invadir seu distrito dessa forma.

– O que foi que aconteceu, Shikamaru? – Hinata perguntou aflita com a repentina aparição do rapaz.

– Vim em nome do Hokage, e estou autorizado a oficializar sua renuncia do direito a ser líder do Clã Hyuuga, tanto da família principal quanto da secundária. – Shikamaru avisou calmamente, enquanto resgatava um cigarro meio amassado de seu bolso. Tateou o outro e encontrou o isqueiro prateado.  

– O Conselho já sabe? – Hanabi perguntou aflita e tentando conter sua agonia ao ouvir as palavras do Nara. Um aceno mudo respondeu sua pergunta e de imediato encarou Hinata. – Hinata... Você ainda pode mudar de ideia...

Ambas encararam-se por alguns segundos. O olhar de Hanabi era suplicante e quase convincente de que aquela era uma decisão impulsiva demais, errada demais para ser tomada sob qualquer circunstância. Logo um turbilhão crescia e consumia a sanidade de Hinata. Fechou os olhos e inalou o ar profundamente.

Quis - talvez por alguns instantes ou por longos minutos - que houvesse alguma concretização de que Konoha ainda valia o preço de algo, de que aquela Vila ainda valia de algum esforço.

Porém houve apenas o silêncio e a certeza consumindo-as. Consumindo o que havia restado dos Hyuugas e de todos os outros.

– Comece o processo. – a voz de Hinata soou como uma sentença final, enquanto olhares incrédulos e expressões discretas acompanhavam o ocorrido.

Rapidamente Shikamaru guardou o isqueiro e o cigarro num bolso e pegou o pergaminho que um ANBU havia estendido. Desenrolou-o e leu seu conteúdo em voz alta.

– Você desiste de seus direitos como líder, de seus poderes sobre ambas as famílias que constituem o clã Hyuuga e desiste espontaneamente de quaisquer obrigações que lhe foram impostas como líder? – Shikamaru questionou amenamente.

– Sim, eu desisto de ser líder. Não sirvo mais o Clã. – Hinata disse por fim, enquanto as palavras queimavam em sua garganta.

– Você entende que sua renuncia não lhe permitirá adquirir o título de líder mais uma vez? – Shikamaru perguntou num tom farto e temeroso. – Abdica desse privilégio definitivamente?

– Sim.

Um sorriso entristecido curvou-se nos lábios de Hinata enquanto Shikamaru a fitava. Tremulamente, ela manteve a postura ereta e os punhos junto ao corpo enquanto Hanabi a encarava com temor e desolada por sua resposta final.

– Por ordem do Conselho e por sua própria vontade, Hyuuga Hinata está afastada definitivamente do cargo de líder do Clã Hyuuga. – Shikamaru ditou pesarosamente as palavras enquanto entregava o pergaminho a um ANBU. – Por direito à tal poder, Hyuuga Hanabi é a nova líder de ambas as famílias e representante direta e única do Clã como um todo. – mecanicamente as palavras soaram aos ouvidos de todos. – Sinto muito. – abaixou o tom de voz rapidamente e se retirou.

– Hinata... – Hanabi murmurou enquanto as lágrimas queimavam contra sua pele. – Nada devia ser desse jeito! Nada! – ralhou enquanto fitava a irmã; silenciosamente Hinata aproximou-se.

 – Desculpe-me Hanabi. – segredou-lhe num tom baixo demais. Observou a mesma limpar os rastros de lágrimas em seu rosto e secar as lágrimas que caíam. – Sinto muito por isso, mas eu não podia...

– Se você não serve mais ao seu Clã, então não pode permanecer aqui. – Hanabi sentenciou severamente, enquanto a raiva escapava em sua voz e transbordava em novas lágrimas. – Como líder, eu ordeno que você seja expulsa. Como irmã... Eu honestamente sinto muito. – as palavras adquiriam um tom mais baixo, profundamente entristecido enquanto a face de Hanabi demonstrava firmeza e determinação. – Sinto muito, Hinata.

– Eu também sinto muito como irmã. – sussurrou enquanto dirigia-se a seu antigo aposento. Sua garganta fechava-se mais a cada passo. O vazio a saudava mais uma vez.

Porém Hinata manteve-se da mesma maneira, postura ereta e mãos rentes ao corpo. Um sorriso triste desenhava-se em sua face acompanhado por lágrimas solitárias. Mas que não conseguiam despejar sua dor ou curar feridas que nem o tempo seria capaz de resolver. Pois o próprio tempo havia aberto-as.


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Notas finais do capítulo

Yo!
Mais um capítulo, e espero que estejam gostando do rumo que a estória está tomando. ^-^ Desculpem-me a demora em postar a continuação, acabei ficando sem muita imaginação, mas enfim.
Agradeço os comentários do capítulo anterior e por estarem acompanhando.
Apenas para deixar claro:
- O Raikage é o único que não foi substituído de seu cargo porque ele sobreviveu à Guerra. Os demais morreram, e o Gaara foi preso então há um novo Kazekage.
É mais isso por enquanto mesmo. Reviews, sugestões, críticas, perguntas & afins sempre são bem-vindos. ^-^
Até o próximo!
o/