Sonzai escrita por MsRachel22


Capítulo 4
Is Merely Fear of Breathing




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"Estou esperando aqui constantemente. Espero que eu encontre o que eu tenho perseguido"

Down 

_____そんざい_____

A Vila da Cachoeira jamais fora tão inerte e silenciosa. Ou apenas, tão simples de ser descartada como um lugar que outrora fora alvo de ataques constantes, um lugar que guardava um segredo e uma técnica poderosos, invejáveis, dignos de destacar tal pacata Vila.

Não, aquele lugar não remetia qualquer tipo de glória. Não passava de um lugar com escombros, ruínas e cabanas abandonadas e corroídas por cupins. Nada mais.

Os tons cinza e escuros tomavam conta dos céus. A floresta cercava aquele pequeno lugar e o invadia lentamente. Sasuke prendia sua atenção nas nuvens que se mesclavam harmoniosamente umas nas outras, apressava seus passos até uma das poucas cabanas em médio estado.

Empurrou a porta com cautela quando se aproximou do lugar que lhe servia de repouso e refúgio. O piso, corroído em algumas partes por cupins, rangia sob seus pés. O som irritante repetia-se, de novo e de novo, conforme andava até o conjunto de pedras mais afastado da madeira corroída que lhe servia como lareira, a fim de evitar um incêndio. Pôs os galhos e pedaços de madeira que havia recolhido no centro daquele amontoado de pedras.

Esfregou uma pedra contra outra, tentando obter alguma faísca. A necessidade em preservar sua vida gritava mais alto do que a necessidade de um pouco de conforto. Tentava ao máximo manter uma boa quantidade de chakra, caso tivesse que entrar em combate. Fingia que alguém se interessaria em lhe caçar ou até mesmo, em desafiá-lo para uma briga.

Há quanto tentava dizer a si mesmo que seu nome ainda tinha valor?

 Não, ele não queria saber a resposta por medo de seu peso, por medo de admitir que seu nome fosse apenas uma delação dum passado sangrento e traiçoeiro, que seu sangue era apenas um acúmulo de mentiras e frias vinganças.

– Droga! – esbravejou irritado ao ver que suas tentativas resultavam apenas em fracasso e frustração. Desistiu daquela vã tentativa de obter fogo de modo primário, e atirou as pedras num canto qualquer. Cerrou os punhos e os olhos rapidamente.

Abriu os olhos e encarou o lugar em que estava. Era sujo. Um amontoado desengonçado de madeiras velhas e com um piso mais velho ainda. Quis rir de seu estado, de suas vestes sujas e manchadas de sangue, das cicatrizes que havia ganhado naquela miserável Guerra Ninja. Quis achar algum tipo de graça em sua vida, alguma coisa que o pudesse lembrar que a solidão não lhe enlouqueceria.

Porém obtinha apenas o silêncio como resposta, memórias sangrentas e palavras abafadas trocadas com o que restara de Itachi como meros meios de evitar mais perguntas estúpidas.

O Uchiha via-se desolado em seu próprio desespero de continuar solitário e atado à suas promessas ocas de que vingaria seu sangue. Completamente absorto de sua própria dor, de seus demônios e temores, ele quis crer em suas fantasias, em seus contos medíocres de uma era que há muito estava perdida.

Um sorriso morto desenhou-se em seus lábios. Terminaria daquele modo?; talvez fosse a pergunta que lhe mantivesse atento a qualquer chance de poder questionar se seu orgulho ainda o levaria mais longe.

O som alto dos trovões pronunciou-se rapidamente, e ecoou pelo mórbido local. Sasuke dirigiu-se até a porta e abandonou aquela cabana. Instintivamente quis apagar as perguntas que lhe sufocavam há pouco, quis destruir de sua memória que outrora tivera algo, uma família e alguns laços.

Pois as memórias o mantiveram vivo até ali e o destruíram até então. Sua dor lhe impulsionava, lhe matava dia após dia. Seus objetivos eram fúteis, ocos e caóticos, disto ele tinha consciência e aceitaria de bom grado as consequências de suas ações até que as mesmas ganhassem algum outro significado.

A passos lentos, seus pés arrastavam-se sem direção. Porém as perguntas e lembranças da Guerra ainda lhe assombravam a sanidade. Por tudo o quanto tivera, desejava arduamente e intimamente que seu mundo não desmoronasse de novo no instante em que avistara seu irmão sendo controlado como uma marionete. Como ele.

Porém não houvera trégua alguma quando a batalha havia sido iniciada. Nenhum lado pensara nas possibilidades e dimensões do estrago que uma Guerra traria àquele mundo. Não, apenas o orgulho gritava mais alto enquanto nomes iam ao chão e clãs eram dizimados em minutos.

Era aquele o real propósito da Guerra. Não apenas construir um mundo de mentiras e fantoches, mas sim destruir clãs e assassinar valores e mais valores enquanto o sangue era derramado. Sangue nobre. Sangue comum. Daquilo era constituída uma guerra, e tal conceito perduraria sob mais sacrifícios e pelos anos.

Sasuke parou de andar subitamente enquanto o desejo de vingança lhe queimava a pele. Os pingos d’água que caíam furiosos sobre si não eram capazes de lhe fazer prestar atenção na tempestade que desaguava pelas nuvens. Queria vingar-se. Porém não havia restado nada além de um pouco de cinzas e corpos enterrados.

Soava cínico. Errado. Completamente errado. Quase doentio.

Seu desespero por vingança de corpos silenciados e de um passado ao qual se permitia reviver apenas o consumia, o enlouquecia. Tirava-lhe a capacidade de sentir sua dor. Sasuke carregava um fardo que não era seu, queria abraçar os pedidos de vingança de fantasmas, acreditava que isso o fortalecia enquanto o desestruturava.

Era patético.

E aquele tipo de pensamento lhe torturava, transformava suas lágrimas, suas palavras raivosas, suas promessas de vingança, seu imune ódio e sua vida em miséria e mais miséria. Não por querer uma vingança que há muito havia concretizado, seguindo seus preceitos e suas vontades. Mas apenas pela pura verdade de que ele mesmo havia arrancado seus sonhos, destruídos suas expectativas e arruinado seu próprio mundo.

Não fora Itachi ou Obito que haviam lhe destruído, lhe tirado a capacidade de sentir sua própria dor e de apenas ser algo além de um sobrevivente com sede de vingança.

Uchiha Sasuke havia se destruído, convertido seus planos em ideias de vingança, tornado esperanças em cinzas, pego um passado devastado e o transformado em seu presente e futuro. Não havia outro culpado. Não havia a quem culpar.

E desta vez a dor, a sua dor, aqueceu-lhe o peito. Pois era tudo o que ele era. Apenas um garoto que tivera de crescer à sombra de um veneno que ele consumia lentamente. O vazio lhe rasgou a alma, provando que ele ainda era humano. E cinicamente ele sorriu.

Perante sua própria devastação e diante da consciência da mesma, Sasuke continuou andando, esperando que o escuro lhe abraçasse como sempre ocorria. Mas, não obteve o escuro lhe desejando boas-vindas. Encarou a realidade lhe sorrir, dura e pavorosa.

Viu-se com medo de prosseguir, de acatar que seu mundo estava em ruínas graças a quem era e a quem fora. Encarou suas próprias mãos. Enxergava o sangue derramado nelas, enxergava os crimes que cometera escorregando pelas pontas de seus dedos. E as memórias lhe assustavam, pertenciam a tempos bobos, infantis, em que a solidão não lhe abatia a carne.

Entretanto, nada daquilo deveria lhe assustar daquele modo. Nem mesmo suas ações contra aqueles que ainda ousavam lhe chamar pelo nome, ou suas palavras duras cuspidas nos rostos das pessoas que ainda insistiam nele. Ou no que havia restado dele.

Nada disso era parte de seu mundo, de suas prioridades ou de sua própria natureza; não, aquele medo súbito de ter perdido algo que ele havia feito questão de destruir pessoalmente não deveria lhe aterrorizar daquele modo, não deveria ter a sensação de ter se condenado ao vazio, àquela infinda solidão.

Seus olhos fixaram-se nos céus e seu sorriso lentamente morria. Aquela crucial questão começava a lhe perturbar mais uma vez. As coisas estavam daquele modo, não há como mudar isso. Sutilmente aquela pergunta formulava-se em sua mente.

Havia algo a ser alterado ali? Naquele ponto?

Mesmo se houvesse um meio de alterar aquela realidade, Sasuke recusava-se a aceitá-lo. Ele não era o herói. Ele era o incansável vingador. O shinobi odiado e temido, não havia espaço para ele ser amado ou adorado. Tais tempos foram-se. Só havia tempo para caminhar sem rumo e questionar se sua vida ainda valia de algo, se no meio de tantas ruínas ainda havia restado algo que o fizesse se sentir mais do que apenas humano.

Algo que o fizesse sentir-se vivo.

_____そんざい_____

Hyuuga Hanabi andava apressada pelos escombros do que outrora fora o grandioso clã Hyuuga. A nobreza estava enterrada, debaixo dos telhados quebrados, sob as portas e janelas estilhaçadas e não havia qualquer resquício de superioridade ou grandeza naquele lugar. Os orbes perolados de uma das poucas sobreviventes da Guerra prendiam-se na entrada destruída do clã.

– Hanabi-sama, será que a Hinata-sama voltará a tempo? – a pergunta aflita e contida de Hyuuga Kö ressoou pelo local. Hanabi desviou sua atenção para o rapaz. – Nós sabemos que, apesar de tudo, ela é a líder. E no momento, o clã...

– Chega Kö. É o suficiente, não acha? – Hanabi pediu com calma. – Hinata estará de volta, eu sei. E até que ela volte, nós devemos apenas esperar que ela e Neji-san retornem o mais rápido possível. Somente eles podem decidir o nosso futuro, lembre-se disso. – sorriu levemente enquanto encarava um dos poucos membros da família secundária.

– Perdoe-me então, Hanabi-sama. – pediu enquanto curvava-se rapidamente.

Hanabi apenas assentiu e voltou a encarar a entrada. Tentava não admitir a si mesma que não havia mais razões para chamar aquele punhado de pessoas de clã. Na verdade, nada daquilo passava de sobreviventes, ninguém ali era mais do que aquilo e, talvez, jamais seria.

O poder e o lendário Byakugan era apenas um fragmento magnífico e quase descartável do passado. Nada ali trazia menção à glória ou ao ininterrupto dom dos Hyuugas em sua existência. Era apenas mais um buraco, mais um amontoado de escombros e de memórias.

Os Hyuugas não representavam nada além do papel de sobreviventes. Papel que lhes eram imposto, não somente e exclusivamente a eles, mas aos demais. Seu nome era ostentado por sacrifícios e através de uma fina compulsão pela magnitude do poder.

Entretanto no final ainda seria apenas mais um fato, uma pequena teoria que jamais seria trazida à tona, pois o próprio sangue Hyuuga havia acobertado tamanha conjectura, e há muito a mesma era silenciada pela própria história. Um tipo de história sanguinária e violenta, da qual apenas fragmentos cortados de palavras estavam enterrados com as pessoas e com as décadas.

– Hinata! – Hanabi gritou aliviada ao ver a figura da irmã aproximando-se da entrada do clã. Um sorriso brando tomou conta de seus lábios. – Hinata! – gritou mais uma vez e correu a seu encontro.

Desjeitosamente ambas se abraçaram enquanto lágrimas de saudade e pesar rolavam silenciosas pelos rostos das duas garotas. Os orbes perolados que escondiam o Byakugan sob seu DNA encontraram-se, pesados, confusos, puros e arrasados. Um sorriso triste e falso tomou conta dos lábios de Hinata, enquanto um sorriso crescente e alegre desenhava-se no rosto de Hanabi.

– Hinata! Ainda bem que está aqui... Eu... Eu não imaginava que ainda pudesse estar... viva. – Hanabi confessou enquanto mais lágrimas rolavam por seu rosto. Lágrimas puras e tão descrentes daquela realidade que chegavam a ferir o conceito de justiça de Hinata. – Por favor, me perdoe por tudo... Perdoe-me por não tê-la ajudado antes, é só que eu... Eu estava com tanto medo disso, que...

As palavras soavam apressadas demais. Culposas demais. Cobriam a perspectiva de que Konoha ainda era governada sob algum tipo de justiça, bom-senso ou algo que apenas agradasse a consciência.

Mas era apenas uma mentira. Um ninho de meios obscuros e de meias verdades que cegavam a simples vontade de questionar o que realmente ocorria.

 Nada daquela realidade parecia pertencer a alguma classificação coerente e aceitável, nem mesmo os julgamentos, as acusações contra Naruto, os atestados de óbito, as declarações de ódio e vingança que jamais acabavam ou aquele simples fato de que sacrifícios ainda seriam necessários para o resultado ilusório de paz.

E aquilo se refletia com exatidão nos olhos de Hinata. Suas questões transbordavam em seu peito, e sua dor não era derramada em lágrimas. Porque sua própria dor já fora derramada em sua existência. Em sua vida, em sua respiração. No simples fato dela pertencer à família principal.

– Hinata... Onde é que está o Neji? – a pergunta de Hanabi roubou-lhe a falsa serenidade. Houve ansiedade, hesitação e principalmente silêncio. – Hinata aconteceu algo com ele? Onde ele está? Ele está ferido, é isso? – supôs nervosa.

   Hinata quis mentir para si mesma. Quis dizer que tudo ficaria bem, quis convencer-se daquela ilusão. Quis mais. Quis menos. Todavia não adiantaria de nada, suas mentiras, suas palavras sempre atropelariam umas as outras e sempre iriam feri-la no final.

E novamente ela apenas quis, somente desejou arduamente, que aquela não fosse sua realidade, que aquele não fosse o seu mundo.

Não, não houve um meio instantâneo de desfazer os problemas, resolver as questões inacabadas e de assistir a felicidade lhe abraçando e tornando o mundo num lugar melhor. Houve apenas a cruel e nua realidade lhe encarando e esmagando qualquer chance de criar um mundo de fantasias. Pois a sua própria realidade e sua existência haviam tornado-se trágicas demais para serem encaradas e vividas.

– Hanabi, eu sinto muito, mas... – procurou as palavras, mas elas apenas amontoavam-se e entalavam em sua garganta. – Não há mais motivos para eu continuar como líder do clã. Se é que ainda há algum...

– Espere um pouco... Onde está o Neji? E por que você está agindo desse jeito, Hinata? – Hanabi perguntou confusa e de modo descrente. Tentava não crer no que sua mente formulava. – Por favor, me responda alguma coisa. O que é que está acontecendo?

– Hinata-sama, não que isto seja da minha conta, mas... Poderia dizer onde está o Neji-san? – Kö perguntou cauteloso e curioso. Atentamente, os olhares estavam fixos em Hinata. Observavam as lágrimas que ainda escorregavam por seu rosto e abandonavam-no em seu queixo. – Ele vai retornar mais tarde, Hinata-sama? É por isso que ele não está aqui, certo?

– Não. Ele não pode mais. Na verdade, ele não vai voltar. – Hinata respondeu enquanto sua coragem desaparecia, ou o que havia sobrado dela. – Eu não pude fazer nada e agora ele está morto. É minha culpa... Minha...

– Hinata-sama... A senhorita tem certeza? – Kö questionou pesaroso. Não, aquilo não deveria ser verdade. Tais palavras ressoavam em sua mente. Hipócritas e ocas. – Talvez... Talvez a senhorita tenha se enganado! O Neji-san é forte. Ele é um líder do clã, e por...

– Não, Kö. Ele está morto. Ele morreu por minha causa, entendeu? – as palavras saíram com raiva, com ódio e com rancor. Fluíam como veneno e lentamente se dissipavam na mente. – Ele está morto por ter nascido na família errada!

– Não... Isso... Não, isso não pode ser verdade! - Hanabi insistiu.

Acuada e trêmula, ela tentava negar a verdade. Tentava negar que havia ressentimento nos olhos de sua irmã, tentava negar que o medo não predominava nos olhares dos membros restantes da família secundária e principalmente, ela somente negava a si que a culpa caía nos ombros de sua linhagem.

– Eu não posso prosseguir com isso. Eu sinto muito, mas Konoha não é mais o nosso lar. – Hinata disse enquanto os rastros salgados e úmidos das lágrimas secavam. Deixavam um rastro quase imperceptível duma linha de dor e de mais dor. – Nenhum Hyuuga pode permanecer aqui, estão me entendendo?

– O quê?! – imediatamente e em coro, aquelas duas simples palavras ecoaram baixo.

– Não podemos ficar num lugar que oferece nossos membros, não importando sua força ou sua utilidade, como um bando de animais doentes em troca de uma reputação. – Hinata falou com calma, com pesar e talvez, por um instante, com incerteza. – Será que vocês não entendem? Os membros da família principal valem mais à Konoha do que o clã inteiro. Nós fomos traídos.

– Mas, Konoha... É o que nos restou. – Hanabi disse tremulamente. Sua voz era chorosa, infantil e quase irritante. Mas por um momento, convincente. Não havia dúvidas, Konoha era apenas o que lhes havia restado. Um amplo lugar vazio e que cheirava a conspiração e morte.

– Konoha é o que está oferecendo nossos olhos como meio de barganha para obter laços com as demais Vilas! – Hinata disse irritada. – Nossas vidas estão sendo trocadas por uma conversa entre líderes fúteis e incapazes.

– O Neji nunca tomaria uma atitude dessas, Hinata-sama. Desculpe-me, mas o Hokage jamais faria algo com algum Hyuuga ou com qualquer outro shinobi daqui. – Kö insistiu enquanto dava dois passos a frente, obtendo a atenção de todos. – Nosso clã ajudou na construção deste lugar, desta história. O nome Hyuuga cresceu junto com Konoha, Hinata-sama. Não creio que a Vila que auxiliamos faria tal coisa conosco. Konoha jamais...

– Jamais nos destruiria, Hinata. – Hanabi completou. – Não é?

Imediatamente a atenção estava direcionada na primogênita de Hiashi. Aquelas duas palavras soavam perigosas, íntegras em sua função duvidosa.

– Konoha já fez isso há muito tempo Hanabi. – Hinata retrucou após alguns minutos. – É por isso que devemos partir imediatamente, antes que o Hokage decida sacrificar mais alguns de nós.

– Abandonar Konoha não é o certo a se fazer, Hinata-sama. A Vila precisa de nós para ajudar na reconstrução e, além disso... – Kö disse assustado e tentando conter seu desespero.

– É o que nos resta. – Hinata disse enquanto um sorriso machucado tomava conta de seus lábios. – E não podemos perder mais nada. Não neste ponto.

Todos se entreolhavam. Depois encaravam Hinata. Havia desespero. Medo. Temor de inspirar as consequências de seus erros. Pavor daquele futuro que os aguardava. Um infinito e intenso medo formava-se e se instalava nas faces de todos. Família principal e secundária exibia sofreguidão com suas escolhas, que poderia levá-los tanto a mais um dia de sobrevivência quanto à certeza da morte.

– Creio que o melhor é ficar, Hinata-sama. Não temos certeza das decisões do Hokage, e como a senhorita Hanabi disse... Apenas a senhorita e Neji-san podem decidir nossos futuros. Porém, não podem brincar com nossas vidas dessa maneira. – Kö disse seriamente. – Sinto muito, mas não a reconheço como líder dos Hyuugas.

– Hinata, repense... – Hanabi interveio. – Nós não podemos simplesmente sair de Konoha.

– Então eu não sirvo Konoha e não sirvo mais meu clã. – Hinata disse com pesar, porém com certa dor. Apenas deu as costas enquanto ouvia os murmúrios de surpresa e os gritos de Hanabi atrás de si.

Silenciosamente, o arrependimento pesava em seus ombros enquanto seus passos arrastavam-se até a saída do que outrora fora o majestoso clã Hyuuga. Hinata tentava dizer a si mesma que estava certa. Queria que suas palavras fizessem os demais lutarem pela preservação de suas vidas, e não pela preservação de um nome.

  Mas era o que ela estava fazendo.

  E aceitar aquilo era simplesmente pior do que aceitar o que quer que o destino possa lhe oferecer ou o que a própria realidade pudesse alterar em sua vida. Ou em sua existência.


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Notas finais do capítulo

Yo!
Mais um capítulo postado e espero que tenham gostado. ^-^
Desculpem a demora na postagem, acabei sem muita imaginação para esse capítulo. Mas espero que o capítulo tenha saído bom. Qualquer erro ortográfico, favor me avisem.
Hã, bem... Caso tenha ficado alguma dúvida, a Hinata e o Neji assumiram a liderança do clã após a morte do Hiashi na Guerra. E como foi explicado acima, os dois podem/poderiam decidir sobre o futuro do clã. Além disso, cada um tem a liderança de sua respectiva família, secundária e principal, e apenas poderiam tomar decisões radicais caso ambos estivessem de acordo.
E por enquanto é mais isso mesmo.
^-^ Não sei quando postarei o próximo capítulo, mas tentarei fazê-lo logo.
Reviews, sugestões, críticas e afins são bem-vindos.
Até o próximo!
o/