Sonzai escrita por MsRachel22


Capítulo 3
A Curse at a Time




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"Preparo-me para uma guerra antes mesmo de abrir a porta. Antes mesmo de olhar para fora"

Prague

_____そんざい_____

Uzumaki Naruto mantinha sua cabeça baixa perante o júri e os senhores feudais. Seus olhos fitavam as algemas em suas mãos e pés. O silêncio era condenador, consumia-lhe a sanidade. As ordens constantes da Kyuubi em sua consciência gritavam-lhe uma reação por sua parte.

– Uzumaki Naruto, Jinchuuriki responsável pelo monstro Kyuubi. – a voz severa e alta de um dos senhores feudais ecoou pelo local absurdamente gélido e espaçoso. – Shinobi da Vila da Folha, País do Fogo. Perante este júri e perante os Kages aqui presentes, admite sua culpa na Quarta Guerra Ninja?

– Sim. – limitou-se a responder.

– Levante o rosto e nos encare enquanto estiver respondendo minhas perguntas, Jinchuuriki. – o senhor feudal ordenou impaciente.

Naruto queria desobedecer àquela expressa ordem; pois tinha medo de ver a sua culpa refletida nos olhos de outros. Aquele incomum medo lhe consumia e o enfraquecia. Porém continuava a se tornar uma parte da qual Naruto não queria abrir mão. Fechou os olhos com força e ergueu vagarosamente sua cabeça.

– Encare-nos, Jinchuuriki! – o senhor feudal tornou a ordenar e Naruto obedecera.

Desesperadamente queria acreditar que não havia um profundo ódio mesclado à inconfundível culpa nos olhares de todos que lhe encaravam. Queria acreditar que aquela não era uma parte de sua realidade, que aquele mundo era completamente ilógico, ou que aquilo era apenas uma parte desagradavelmente fantasiosa e que logo acordaria e enfrentaria mais um dia corriqueiro.

Porém seu desespero jamais superaria a realidade. Suas preces jamais alterariam a profundidade da solidez da culpa ou de sua dor. Não havia atalhos para um pós-guerra mais feliz ou para um final diferente. Pois não importaria quantas vezes ele tentasse crer que ele não fosse o responsável ou que tudo poderia ter sido diferente se tivesse agido antes.

Naruto via suas ações refletidas em simples números, via seus esforços tornarem-se num único fato: sua existência era odiável e culpada pelo desfecho da Quarta Guerra.

– Admite que as suas ações foram catastróficas? – o senhor feudal questionou novamente.

– Sim. – Naruto respondeu enquanto encarava os Kages e os demais senhores feudais. A expressão raivosa e acusadora do Raikage parecia ser capaz de lhe cortar em partes.

– Admite ser o responsável por todas as mortes ocorridas durante a Quarta Guerra Ninja? – o senhor feudal perguntou agitado. – Assume a total e completa responsabilidade pelo início da Guerra?

– Sim, eu admito. – Naruto tornou a responder com a voz baixa. Sua voz ressoava culpa, pesar e conformismo. Os rosnados da Kyuubi continuavam a ecoar em sua consciência, cada vez mais altos e ferozes.

– Entende e assume os danos colaterais que resultaram na Guerra? Admite perante todos que o poder da Kyuubi incentivou a continuidade da Guerra, Uzumaki Naruto? – Naruto ergueu os olhos e depois encarou suas mãos. – Admite que sua existência foi o motivo da Quarta Guerra?

– Pare de fazer tantas perguntas e o condene logo. – a voz impaciente do Raikage ergueu-se furiosa. – Ele é um monstro e é o responsável por tudo isto, seu velho idiota! Condeno-o logo, ou eu faço isso.

– Ele está certo... – Naruto retrucou. – Ande senhor feudal. Termine logo com isso, por favor.

– Uzumaki Naruto, perante suas respostas confessórias e diante de sua admissão na responsabilidade no desencadeamento da Quarta Guerra Ninja e todos os seus efeitos colaterais, eu o exilo permanentemente de Konoha e retiro-lhe o título de shinobi. – o senhor feudal sentenciou sua ordem duramente. – Sua natureza Jinchuuriki é perigosa, portanto você será preso nas ruínas do País do Ferro.

– Pare de ser tão nobre, senhor feudal. Condene-o a mofar numa cela da minha vila. – o Raikage se pronunciou mais uma vez. – Ele é o responsável por várias mortes. Só porque ele é o único Jinchuuriki vivo, não significa que ele tenha de ser tratado com algum tipo de gentileza.

– Raikage-sama, controle-se imediatamente. Ou sua presença não será mais necessária neste lugar. – outro senhor feudal pediu entediado.

– Uzumaki Naruto, como o senhor feudal do País do Fogo, eu lhe nomeio um nukenin do mais alto e perigoso padrão. – a voz triste e quase surpresa do senhor feudal pronunciou-se rapidamente. – É uma pena, já que é o único Jinchuuriki e por ser o filho do Yondaime... Além de ser um dos três alunos do Hatake Kakashi. É realmente uma pena, mas há coisas que tem de serem feitas, entende?

Naruto ergueu os olhos e encarou o Raikage por alguns minutos e depois desviou seus olhos para os demais.

– O que aconteceu com o Gaara? Onde ele está? – perguntou baixamente.

Dois ANBUS aproximaram-se e seguraram os braços de Naruto, puxando-o para longe lentamente. Naruto mantinha seu olhar fixo nos Kages enquanto sentia a Kyuubi agitar-se em seu interior.

– Onde está o Gaara? Respondam! – Naruto gritou, agitando-se. Seus olhos prendiam-se nos olhares apáticos dos demais ali reunidos. O som das correntes sendo chacoalhadas era alto. – Cadê ele?

– Gaara foi deposto, e provavelmente você o encontrará na prisão, garoto. – o Raikage disse impaciente. Imediatamente Naruto ficou em silêncio. – E tudo graças a você, mas a culpa também foi dele. Dizer que ele foi o responsável e não você não soou muito inteligente. Porque é exatamente o que acontece com todos os que confiam em você. Eles morrem. Eles são presos. Eles perdem o que tem por apostarem em você. Certo, Jinchuuriki?

Naruto respirava devagar enquanto aquela inegável verdade esmagava-se contra seu rosto, afiada e dolorosa como se espadas estivessem fincadas em sua carne. Talvez, aquele tipo de dor fosse mais fácil de lidar do que aquela dor que lhe perfurava o peito. Não, era um machucado superficial e físico. Doía-lhe na alma de modo intenso, pois aquela era a verdade.

Todos perderam por sua culpa. Todos que haviam confiado nele estavam mortos ou presos. E a culpa lhe pesava mais nos ombros. E aquela velha dor da infância lhe sorria saudosa e lhe perfurava o peito, de novo e de novo, por quanto tempo ele ainda pudesse suportar.

– Destruir os laços entre as Vilas não foi o suficiente, não é? Você tinha que convencer Bee a se sacrificar por seus sonhos infantis de acabar com o ódio e instaurar a paz. – o Raikage cerrou o punho e socou a parede atrás de si com força. As rachaduras formaram-se rapidamente. – O seu maldito sonho custou a vida do meu irmão, seu bastardo! Entende o peso disso, seu moleque imbecil? Sabe o quanto eu quero que morra?

– Sinto muito, Raikage. – Naruto pronunciou estupidamente aquelas palavras como se elas fossem capazes de amenizar algo. – Eu... Eu sin...

O Raikage fora mais ágil e mais feroz em sua contrarresposta. Seu punho, absurdamente cerrado e que exalava chakra, estava contra a pele de Naruto. O rosto do mesmo virava-se conforme a proporção da dor misturava-se a quantidade de força e chakra que o Raikage utilizava naquele instante.

– Sentir muito nunca vai apagar seus erros, moleque estúpido. – o Raikage ditou as palavras furiosamente enquanto lentamente aumentava a força em seu punho. – Você é um monstro pior do que a Kyuubi.

Naruto cuspiu um pouco de sangue enquanto um grunhido de dor rompia seus lábios e a Kyuubi inquietava-se mais ainda em seu âmago. O Raikage se afastou em passos lentos, assistiu Naruto fraquejar à dor e ceder à mesma. Os ANBUS mantinham-se ao seu lado, forçando-o a ficar de pé mais uma vez.

– Levem-no para longe daqui, antes que o Raikage perca a paciência de vez... – um dos senhores feudais ordenou impaciente. Prontamente a ordem fora obedecida.

Naruto encarava o chão enquanto o sangue escorregava dos cantos de seus lábios e pingava no chão. Um rastro miúdo e vermelho era deixado para trás enquanto Naruto arrastava seus pés, tentando acompanhar as passadas apressadas dos ANBUS.

Chegava a ser irônico ou até mesmo cínico de sua parte crer que outrora ele era o herói, dizer ao mundo que ele poria um fim nas incertezas humanas e que mudaria drasticamente aquela realidade. E de fato, assim o fizera. Aquela nova e dura realidade tinha seu nome transcrito nas entrelinhas. “Herói” era apenas uma menção proibida a uma face que ele ostentara algum dia.

O Uzumaki sentia o ódio da Kyuubi queimar-lhe as veias enquanto seus rosnados lhe perfuravam a sanidade. As memórias ainda vívidas e nítidas da Guerra exibiam-se sem permissão, resgatavam e emolduravam a recíproca verdade de que Uzumaki Naruto havia sido mais do que a causa de uma guerra perdida ou de inúmeras mortes.

Ele havia sido a sentença daquela realidade. Aquele que havia causado tamanha mudança e inserido novamente a catástrofe no lugar da calmaria.

Sua existência era mortal e prejudicial. E aquilo lhe machucava de um modo absurdamente impossível até. Ouvia as frases condenadoras da Kyuubi, alimentando a culpa que sentia de si. O remorso lhe consumia o que havia restado enquanto as lembranças frágeis de seus pais invadiam sua mente e ocupavam seus pensamentos.

Os nós na garganta vieram quando aquele simples detalhe veio à tona. Eles estavam mortos. Há muito estavam enterrados em algum lugar. Naruto quis amaldiçoar o destino ou o que quer que fosse que lhe punia daquele modo. Quis despejar a culpa nos ombros de outra pessoa, fugir daquele lugar e correr até que sua existência tivesse algum sentido.

Seus olhos deveriam refletir mais. Dor. Ressentimento. Raiva. Ódio. Inquietação ou até mesmo medo. Entretanto, havia apenas um desesperador vazio refletido nos seus olhos. Igualava-se ao vazio em seu peito, em sua alma e em sua existência facilmente odiável. Mas jamais se igualaria àquela solidão que lhe mantinha a beira da insanidade completa.

Naruto apenas ergueu os olhos enquanto as lágrimas solitárias corriam por seu rosto, como se pudessem demonstrar que nele ainda havia algo humano, algo além de um monstro furioso aprisionado em seu interior. Quis parar com aquilo, mas não pôde evitar que seus medos se elevassem diante de seus olhos e desmoronassem o que quer que tenha sobrado.

Novamente Naruto via-se prostrado perante seus medos e seus demônios. Não apenas diante da Kyuubi ou das consequências daquele pós-guerra caótico. Via-se completamente perdido naquele mundo, naquelas ruínas e em seu humanismo.

Uzumaki Naruto via-se preso à suas palavras, às suas promessas e àquelas velhas e quase impossíveis esperanças de que aquele era um mundo possível de ser mudado e moldado. Não, aquele era apenas mais um sonho tolo ao qual havia se agarrado e que agora o destruía por quanto tempo ele ainda pudesse suportar.

_____そんざい_____

| Antes |

|前|

O exalar da morte era forte, quase enjoativo. Corpos e mais corpos amontoavam-se uns sobre os outros em alguns pontos, e inúmeros estavam espalhados por toda aquela extensão. Os que se mantinham de pé exibiam cansaço e feridas. Os sorrisos incompletos das cópias de Zetsu contorciam-se cada vez mais perante as batalhas que ocorriam simultaneamente.

Uchiha Madara mantinha-se em pé, observando com superioridade e desprezo o resultado da Aliança Shinobi. Seus olhos prendiam-se na luta que ocorria entre Uzumaki Naruto e Uchiha Obito. Ambos lutavam ferozmente, tinham a consciência de que o erro do adversário determinaria o vencedor. Seria apenas uma questão de um mínimo erro de cálculo, uma questão nítida de velocidade e atenção.

Outro grito irritado escapou pela garganta de Naruto quando viu seu Rasengan atravessar o corpo de Obito sem qualquer dano. Sentia a frustração dominar-lhe a calma a cada segundo que se passava. Lentamente, suas forças começavam a se esgotar e sentia que não poderia sustentar aquela situação por mais tempo.

– Isto é o melhor que Konoha pode oferecer? – Madara disse completamente indiferente e entediado. Os olhares dos dois shinobis dirigiram-se imediatamente ao corpo quebradiço de pé. – Um bando de ninjas com algumas armas afiadas e jutsus patéticos é tudo o que esta Aliança tem de melhor? Até quando vão insistir que suas forças superarão o destino? Seu desespero me enoja.

– Não, Madara. Você está errado. – Naruto retrucou enquanto fechava os olhos rapidamente e realizava o Bunshin no Jutsu rapidamente. Os clones correram em sua direção e tentaram acertá-lo. – Nós temos a arma mais forte de todas e o jutsu mais poderoso também. A Aliança Shinobi é essa arma e é essa técnica. – abriu os olhos e encarou seriamente Madara.

– Vejamos então até onde essa arma pode me entreter. – Madara retrucou enquanto desviava dos golpes dos clones sem desviar seus olhos do Jinchuuriki. Naruto encarou-lhe com um sorriso triunfante.

Sentia sua convicção agitar seu corpo, infectar suas palavras e cegar-lhe das consequências. Naquele instante, por um rápido e quase imperceptível segundo, Naruto teve a total e absoluta certeza de que ele era de fato um herói.

E tão rápido quanto sua convicção instalara-se, o medo e a agonia haviam se sobreposto a qualquer tipo de certeza em simples instantes. Fora rápido demais. Num instante estava convicto de que derrotaria Obito e Madara Uchiha, e no outro se via aprisionado no mundo ilusório do Sharingan.

– Seu Jinchuuriki... Seu herói... Não passa de um garoto burro e fraco. – Madara bradou levemente irritadiço e zombeteiro. – Sua Aliança é inútil. Não importa o quanto tentem alterar suas medíocres e egoístas vidas, sempre estarão presos nesse ciclo vicioso de vingança e de um infinito ódio... E será assim por séculos e séculos, até que não haja mais sangue a ser derramado. É isto o que vocês chamam de justiça? Paz? – Madara encarou os shinobis que se preparavam para atacar. Fechou os olhos rapidamente e depois, os abriu. – Eu chamo isto de caos.

– Naruto! Faça alguma coisa! – Kakashi ordenou ao Jinchuuriki que permanecia estático, sem qualquer tipo de reação. – Naruto!

– Sua preocupação é comigo, Kakashi. – a voz fria e severa de Obito despertou a atenção do ninja. – Neste momento, você deve se concentrar em valer sua inútil vida valer de algo. Isto é, se você for capaz.

Um sorriso debochado nasceu nos lábios de Obito. O Uchiha fitou o antigo colega de equipe enquanto preparava-se para atacá-lo. Porém, grande parte da Aliança Shinobi iniciara um ataque combinado, tentando afastar Madara do Juubi. O corpo de Madara desfazia-se e refazia-se rapidamente diante dos ataques que ele recebia.

Obito encarou seu rival e o atacara. Ambos lutaram falhos e à beira de um colapso interno. Emoções e palavras controlavam suas ações, lideravam suas forças. Promessas quebravam-se enquanto a morte sorria para ambos perigosamente. E por um rápido instante, Kakashi vira a morte lhe sorrir de modo convidativo e o Sharingan em seu olho fora inútil. Havia saltado para trás, tentando evitar um golpe de Obito, todavia o mesmo fora mais ágil, mais fatal.

Não houvera misericórdia em seus olhos. Não houve qualquer tipo de ressentimento ou de mágoa presente nos olhos do descendente do Canino Branco. Apenas dor e o infindável ódio que se cruzavam enquanto Kakashi fitava o Uchiha.

– Você verá isso, garoto. – Madara sorriu enquanto liberava a mente de Naruto dos efeitos do Genjutsu.

Naruto desfaleceu. Cedeu a implacável dor e a instantânea sede de vingança que rasgava seu peito no instante em que assistira a mão de Obito atravessar o lado esquerdo do corpo do Hatake. Um grito enfurecido rompeu sua garganta enquanto ele sentia a cólera agitar seu âmago. E naquele momento as lágrimas caíam enquanto o seu chakra - antes mesclado com o chakra da Kyuubi - adquiria um tom avermelhado. Vermelho sangue.

– Você nunca passou de lixo, Kakashi. – Obito segredou-lhe num tom ameno, como se o Hatake pudesse lhe responder enquanto ele retirava bruscamente sua mão do peito de Kakashi. Simplesmente ignorou o corpo enquanto sentia a satisfação suprindo parte de sua agonia e raiva.

Naruto fitou o corpo de seu sensei e depois, os Uchihas. Por fim, o ódio lhe dominou e o descontrole tomou o lugar do caos. Intensamente e profundamente, Uzumaki Naruto odiava Uchiha Obito enquanto seu sangue se misturava ao chakra da Kyuubi. Grunhiu raivosamente. Alto e claro, sua dor sufocava a razão e a lógica enquanto Naruto declarara que aquela Guerra estava perdida. Para algum lado. Apenas não queria aceitar que, possivelmente, o lado perdedor seria o seu.

_____そんざい_____

| Agora |

|今|

Gaara ergueu os olhos até a única janela no corredor. Respirava com dificuldade, lentamente. Sentia que a qualquer momento desmoronaria. Seus olhos prenderam-se nos únicos feixes de luz que atravessavam as barras enferrujadas. Ouviu o barulho de passos ecoando pelo corredor. E imediatamente, um alvoroço havia se instalado.

A quietude fora lançada para longe enquanto os presos gritavam e balançavam as barras de ferro de suas celas. Revoltavam-se com a presença do Jinchuuriki da Nove Caudas que era arrastado pelo corredor enquanto mantinha sua cabeça baixa.

– Tire ele daqui! Tirem-no daqui agora mesmo! – a maioria gritava numa confusa sintonia. Bradavam como se a liberdade estivesse a um simples ralhar de seus dedos na chave de sua cela. Gritavam e agitavam as grades como se nada pudesse impedi-los de fazê-lo.

Gaara fitou Naruto ser levado para longe e ser atirado numa cela. Os gritos continuavam. As reclamações se tornavam murmúrios conforme os ANBUS passavam e ordenavam por silêncio. Um falho e fraco sorriso machucado formou-se em seu rosto, com desdém de sua própria miserabilidade. Talvez não fosse raiva ou arrependimento que o consumisse de forma tão venenosa naquele instante, não. Talvez fosse aquela simples certeza de que havia perdido mais do que havia tido. Perda e dor eram ambíguas linhas, separadas apenas por um momento que poderia uni-las ou não.

Outrora ele fora o Kazekage. E naquele instante, era apenas mais um presidiário que estava condenado a sentir o vazio e a sensação de perda devastando seu ser e mastigando sua alma lentamente. Sabaku no Gaara via-se desesperadamente abandonado por sua família e preso em seus frágeis fios de uma pequena esperança de que, talvez, sua existência fosse algo além de vazio e ódio.

Ambos infindáveis e distintamente autodestrutivos enquanto Gaara desabava de novo, e afogava-se em seus medos e em lágrimas que jamais cairiam. Pois sua humanidade havia sido levada há tempos, não pela Guerra, mas sim por sua própria existência.


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Notas finais do capítulo

Yo!
Mais um capítulo, espero que tenham gostado dele. Me perdoem pela demora, acabei ficando sem muita imaginação... Enfim.
Por enquanto, as explicações de algumas coisas vão ficar para mais adiante e outras vão estar presentes em alguns capítulos, mas não em todos. ^-^
E a estória em si vai começar mesmo a partir do próximo. E talvez NaruHina seja o primeiro casal a acontecer. Não é uma certeza, é apenas um chute meu mesmo. E sobre o capítulo, me desculpem algum erro ortográfico.
Bem... Espero que tenham gostado do capítulo. Talvez eu poste novamente esta semana.
Reviews, sugestões, críticas e afins são bem-vindos.
Até o próximo!
o/
P.S.: Espero que tenham gostado da nova capa.