Sonzai escrita por MsRachel22


Capítulo 2
Have no Fear Yet




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"Arraste-me de dentro para fora. Eu estou pronto. Eu estou... bem"

Colorblind

_____そんざい_____

Dentre tantos possíveis finais, aquele era o mais improvável para ele. Apesar de sua linhagem secundária, jamais havia coagitado que estaria algemado e com vendas nos olhos, sentindo sua respiração aumentar e acalmar-se conforme seus batimentos cardíacos se elevavam e se tornavam serenos em questão de segundos.

Aquela distinta possibilidade de terminar preso numa cela da Vila da Nuvem jamais abatera seu orgulho e jamais havia lhe ferido a alma. Pois apesar de tudo aquilo não estava em seus planos e nem mesmo em seus pesadelos.

Porém ali ele estava. Fraco e indefeso. Implorando mentalmente que aquilo tudo fosse uma mentira, que nada daquilo passasse de uma ilusão. Queria poder levantar, ir embora e assassinar brutalmente aqueles que haviam lhe aprisionado. Apenas queria, mas não podia.

Hyuuga Neji estava indefeso perante o desconhecido e nada podia aliviar o medo doloroso do inesperado. Ouvia com atenção os barulhos, o som da chuva, sua própria respiração, os sussurros confusos e os pedidos dos outros presos. Mentalmente tentava saber como conseguira parar ali. Questionava-se aonde havia falhado para terminar daquele jeito.

Aquele desespero não devia perfurar tanto sua carne ao lembrar-se que estava sozinho. Aquele medo do que poderia acontecer consigo não devia assustá-lo daquele modo. Aqueles possíveis anseios e temores pelo escuro que o embalava não deveriam fazê-lo sentir-se como uma criança assustada e clamante por ajuda.

Mas ele apenas estava.

Clamante, assustado, temeroso, sozinho e completamente aterrorizado com o desconhecido que agora era o seu futuro e presente.

O barulho do portão enferrujado e pesado sendo arrastado despertou sua atenção, alertou seus instintos de algum modo. Ouviu os passos, pesados e altos aproximando-se de si. Movia freneticamente a cabeça para os lados, tentando localizar onde estavam.

– Acalme-se Hyuuga, ainda não vamos matá-lo. – ouviu a voz dura e divertida de alguém se erguendo no silêncio. – Tire as algemas dele e levem-no até o andar superior. Akane-san quer vê-lo logo.

Sentiu as algemas serem soltas de seus pulsos e seu corpo pesava, seus braços caíram pesados e moles ao mesmo tempo. Respirar doía-lhe. O sangue lhe formigava sob a pele e sentiu seu corpo ser puxado sem cerimônias. Fora arrastado para fora. Ainda ouvia os murmúrios, conversas sussurradas enquanto era levado pelo corredor gélido.

A humilhação abraçou seu âmago enquanto sua mente revia os fatos lentamente, saboreava as verdades e as perdas que Neji havia tido naquele tempo. Lembrava saudosa das pessoas que haviam suspirado pela última vez, do sangue que brotava do peito de muitos e dos sorrisos mortos que ficavam como última expressão no rosto de poucos.

Sua existência parecia perder a importância conforme sentia que o fim se aproximava quando sentiu seus pés baterem contra os degraus. Tentava saber quanto tempo ainda lhe restava. Não conseguia determinar se algo em sua vida havia valido a pena, se lutar na Quarta Guerra faria sentir-se orgulhoso por ter participado daquilo.

Pela primeira vez, Hyuuga Neji não sabia definir se sua existência tinha valor ou não. Não conseguia discernir os bons momentos que tivera dos maus momentos. Não sabia se ter nascido na linhagem secundária o tornava o pior ou o melhor dos Hyuugas. Sentia seus conceitos, suas verdades, crenças e teorias desabarem ocas uma depois da outra. Flutuando pelo ar, escorregadias e inúteis.

– Então, este é o famoso Hyuuga Neji? – ouviu uma voz feminina aumentar lentamente, suave e quase curiosa enquanto seu corpo era arrastado. – Parece que ele não é tão forte como dizem... – os risos curtos e distraídos que romperam as gargantas dos demais soaram aos ouvidos de Neji como um curto chamado de volta ao que lhe cercava. – Tirem a venda dele, preciso saber o estado de seus olhos. Eles não me serão úteis com algum tipo de doença ou infecção.

O pedaço de tecido fora afrouxado e solto rapidamente, num movimento ágil e impaciente. A luminosidade feriu seus olhos rapidamente e por instinto o Byakugan fora ativado em seus olhos perolados. Via tudo com rapidez, associava as informações e imagens àquela palavra que martelava em seu cérebro. Perigo.

– Isso é bom, Neji-san... Vejo que seu Byakugan está intacto. Isto sim é importante. – observou os fluxos de chakra da mulher que lhe sorria astutamente. – Coloquem-no na maca. E o imobilizem. Não quero confusões como aquela que ocorreu com o outro Hyuuga.

Neji sentiu o pânico e a necessidade de fugir agitarem seu sangue de modo indomável. Debateu-se fracamente, agitou os pés e as mãos como pôde a fim de fugir. Tolamente encarava os demais, tentava concentrar chakra e fugir, porém sentia que poderia perder a consciência a qualquer momento.

– Me soltem seus malditos! – Neji ordenou roucamente. – Soltem-me agora!

– Não faça tanto esforço, Neji-san. Seu chakra está quase se esgotando. – a voz da mulher tornou-se presente mais uma vez. – Amarrem-no logo na maca.

Inutilmente, Neji tentou. Por mais duas ou três vezes soltar-se e correr até qualquer lugar. Sua mente não havia traçado nenhum plano. Sentia o Byakugan pesar, tornar-se difícil de ser mantido. Sabia que o seu final o esperava e lhe sorria, enquanto o temor lhe queimava sob a pele e consumia-lhe as esperanças.

Seu corpo foi jogado com força sobre a maca. Mexia as pernas e os braços enquanto seus pulsos e tornozelos eram amarrados rapidamente e com força. Seus olhos doíam expostos àquela luminosidade da lâmpada artificial. Seu estômago embrulhava-se, sua mente possibilitava meios e meios de evitar aquilo, porém todos sucumbiam conforme sentia o pior lhe abater a carne.

Em silêncio ele esperou. Pelos sons dos bisturis, pelos murmúrios de procedimentos médicos, pelos urros finais daqueles que eram parte de sua linhagem sanguínea. Apenas por aquele irônico destino que havia sido aplicado em seu pai.

Uma última lágrima rolou pelo rosto de Neji. Sua última convicção alimentava aquela fina e frágil ideia de que algo em sua vida havia valido a pena. Talvez fosse sentir-se parte de uma família e não submisso a uma tradição. A uma maldição. Humanamente quis crer que não sentiria dor, que seria um final digno e que não gritaria.

Um último urro atravessou sua garganta e rasgou seus lábios quando sentiu o bisturi cortar-lhe profundamente a carne. E silenciosamente sentiu a lágrima misturar-se a seu sangue. Quietamente soube que seus olhos haviam sido a causa de sua morte.

Naquele instante o escuro lhe abraçou. A morte lhe sorriu. E pela primeira e última vez, sua lágrima e seu sangue misturaram-se, um mais denso que o outro. Porém, ambos igualmente humanos. Igualmente parte dele.

_____そんざい_____

Uchiha Sasuke corria velozmente pelas densas florestas nos arredores da Aldeia da Cachoeira. Mantinha-se alerta. Sentia o corpo implorar por um descanso, porém sentia sua mente mandar-lhe correr.

O brilho do Sharingan jamais estivera tão ofuscado e mórbido em seus olhos. Graças à Obito, a cegueira não lhe impediria de prosseguir seu caminho. Porém graças à Guerra, suas crenças desfaleciam e suas convicções eram contraditórias.

Questionava-se se aquele era o destino que lhe aguardara desde o início. Matar ou ser morto por aqueles que outrora ele havia chamado de amigos. Sentia o peso desesperador que aquela palavra lhe trazia. Um peso morto, arrastado pelas memórias de sorrisos sinceros de outros e de uma determinação vingativa e melancólica a qual ele alimentava.

Sangue e mais sangue derramado. Era naquilo em que sua vida se resumia. Superar aqueles que poderiam ser mais fortes que ele. Derramar o sangue daqueles que lhe olhavam com superioridade. Vingar os corpos gélidos espalhados pelo distrito Uchiha. Procurar por um novo propósito, por novas brigas, por novos jutsus, por mais poder e força. Sentia-se uma perfeita marionete, sendo administrado com ironia pelo destino ou por quem quer que fosse.

Por um momento parou de correr e desceu da árvore em que estava. Aterrissou rapidamente no solo e começou a caminhar pela grama levemente úmida pelo orvalho. Respirou com calma e finalmente avistou a cachoeira da entrada da pequena e pacata Aldeia. Atravessou a queda d’água e passou a caminhar pela gruta úmida até alcançar a saída.

Silenciosamente ele andou calmamente. Sua mente separava e tentava discernir o que aos olhos alheios era certo e errado. Sua sanidade perdia-se naquele breve reencontro com seu irmão, ou o que havia restado dele naquele corpo com a pele quebradiça e naqueles olhos escuros privados de emoção. E suas certezas desapareciam de seu âmago conforme os rostos de seus familiares invadiam sua mente.

Há quanto tempo estava daquele jeito, sozinho e isolado no passado? Há quanto tempo o nome Uchiha era tudo o que lhe restara? Anos. Meses. Semanas. Dias e infindáveis horas.

Queria desesperadamente crer que o destino lhe escolhera para carregar aquele fardo e não as decisões de Itachi. Não queria culpar Itachi pelas circunstâncias e por seus motivos pessoais. Negaria que tudo poderia ser diferente. Porém era relutantemente impossível.

Uchiha Sasuke carregava a sombra de um nome em suas costas e um passado longínquo em sua alma e carne.

Um dos únicos sobreviventes do nome Uchiha andava desatento aos seus próprios passos, mergulhado e submerso em palavras, memórias e laços que voavam para longe de sua realidade e eram apagadas por seu dever. Ou por aquilo que ele costumava chamar daquela forma.

Sentiu a umidade presente no ar inundar suas narinas e permear seus músculos rapidamente. Parou de andar sentindo a claridade chamando a atenção de seus olhos. Por um momento, hesitou. As lembranças da última vez em que estivera naquele lugar ainda eram nítidas e claras, simplesmente amontoavam-se em partes confusas.

E simplesmente houve a dolorosa harmonia em sua mente, uma harmonia de lembranças de tempos mais fáceis. De tempos sem temores de guerras, sem o fétido exalar da morte nos corpos amontoados, sem pessoas queridas e inimigos árduos retornando como marionetes.

Sasuke sentiu a saudade bater juntamente a seu gélido coração. Sentiu o arrependimento queimar-lhe sob a pele tal como o ódio que nutria por sua própria existência. Respirou lentamente, sentindo o ar parecer-lhe contaminado por uma espécie de desconforto por ainda poder respirar.

Havia sobrevivido. Inúmeras vezes. Em inúmeras situações e batalhas. Uchiha Sasuke havia sobrado para guardar as memórias. Havia superado o respirar da morte e desafiado seus limites de novo e de novo. Porém era desesperador. Era vazio. Era inválido. Doía ser quem era.

Sasuke era apenas um sobrevivente. E seu peito doía todas às vezes de um modo estranho sempre que aquela palavra ressoava em seus ouvidos e em sua mente. Sasuke sobrevivera. E isso deveria ser importante, valer de algo. Porém era apenas um triste fato do que ele sempre seria.

Apenas um vingador solitário. Um rapaz que havia sobrevivido arduamente. Alguém do qual ninguém contaria sobre ao longo dos anos. Seu nome ressoava como símbolo de traição. Seu sangue havia sido derramado e suas lágrimas continuavam escassas. E perante aquilo, o moreno apenas continuou caminhando, querendo que a devastação da Guerra Ninja também tivesse afetado aquela minúscula e esquecida Vila.

Andou pelos caminhos de terra, atento a qualquer ruído e naquele momento sua mente focava-se apenas nas memórias da Guerra que ainda lhe invadiam a mente. Rodopiavam entre a Guerra e a missão que tivera ali anos atrás. Internamente ordenava-se a se esquecer daquilo logo. Seguir seu caminho como sempre fizera.

Completamente solitário e atado ao silêncio. Julgava que daquele modo não seria mais fácil de seguir com suas decisões e acatar as consequências de bom grado, porém não permitir-se sentir mais do que o necessário havia funcionado até ali. Era assim que ele queria pensar.

Porém a Guerra era inabalável, previsivelmente cruel. Inevitavelmente arrasadora e imprevisível ao mesmo tempo. Sim, a Guerra também alterara Uchiha Sasuke de modo quase ousado.

E naquele momento, não havia perguntas em sua mente. Apenas as escolhas que havia feito refletiam em consequências diante de seus olhos, materializavam-se em sua realidade. Na Guerra havia apenas duas imutáveis certezas das quais todos tinham consciência. Lutar ou morrer.

Aquelas eram as opções dadas e impostas. Não pelo destino ou por seu ego. Não havia espaço para aquilo. Restava apenas espaço para lutar por mais um segundo de vida, acreditar que sua existência ainda valia de algo e que nela não havia apenas vazio, dor e solidão. Restava apenas a escolha de lutar por si ou morrer pelos demais.

E há tempos ele já havia feito a sua escolha.

_____そんざい_____

Dois dias haviam se passado. Konoha permanecia quieta, passível a qualquer tipo de situação e os poucos habitantes que ali residiam sentiam o alívio consumir suas almas humanamente fracas e cansadas.

A partida de Naruto fora silenciosa, sem alvoroços como Shikaku havia imaginado e sem qualquer tipo de contrarrespostas por parte de qualquer um. O Hokage descansava respirando a fumaça do cigarro de Shikamaru com tranquilidade, observava rapidamente as palavras escritas no pergaminho que havia recebido há pouco.

Hyuuga Hinata estaria de volta a Konoha em poucas horas. E graças a seus esforços. Queria poder sorrir, sentir o peso daquele título ceder de seus ombros por algumas horas e simplesmente poder dizer que a Vila estava bem. Mas não podia e nem mesmo ousaria.

– Hokage-sama. – ouviu a voz de um ANBU ecoar baixamente pelo cômodo. – Hyuuga Hinata acaba de ser vista atravessando os portões da Vila. Devemos trazê-la até aqui?

– Por favor. – disse duramente e cansado. Ouviu uma rápida contrarresposta afirmativa e em seguida encarou seu filho. Observou a cicatriz que se destacava em seu pescoço, depois olhou o cigarro preso nos lábios dele.

– Aconteceu algo, pai? – Shikamaru perguntou. Sua voz arrastava-se através de seus lábios. – Hoje está mais quieto do que o normal.

– De qualquer modo, não há nada que você precise ter conhecimento por enquanto. – ele resmungou rapidamente e assistiu Shikamaru tragar mais um pouco. – Isto ainda irá te matar um dia.

– Eu sei. Odeio cigarros. – respondeu baixo. Seus olhos prenderam-se no isqueiro prata em suas mãos. Por duas vezes sua mente acusava-lhe de assistir seu sensei falecer e por duas vezes sentia a culpa recair em seus ombros.

– Hokage-sama... – a voz do ANBU despertou mais uma vez a atenção de ambos. – A Hyuuga chegou e aguarda sua autorização para entrar.

– Está concedida. E por favor, deixe-nos a sós. – pediu e em seguida recebeu a resposta afirmativa do ANBU. Encarou Shikamaru que apenas tragou o cigarro mais uma vez antes de lançá-lo pela janela e se retirar.

Hinata adentrou no cômodo. Sua expressão era dura, sofrida e principalmente inconformada. Seu corpo pequeno tremia. As feridas em seu rosto e em seus braços ainda latejavam. Filetes de sangue escapavam por seus lábios e do topo de sua testa. O cansaço consumia-lhe. Era visível.

– Diga-me que não fez isso. – Hinata disse irritada. – Diga-me que não fez aquele acordo! – sua voz transbordava súplica, um tipo de petição surreal e distinta, própria. Encarou o Hokage a sua frente com os olhos pedintes, como se acreditar naquela realidade fosse duro demais para ela.

– Ouça-me. – Shikaku pediu.

– Apenas me responda que não fez aquele acordo. Por favor. – a dor pulsou em seu peito e queimava em sua pele. Hyuuga Hinata sentia-se mais do que inútil, fraca ou indefesa. Sentia o que a palavra solidão significava. Sentia o quão desesperador era senti-la ela lhe sorrir.

– Eu tive que fazer o que era necessário. É mais válido um Hyuuga do clã principal do que um Hyuuga do clã secundário, Hinata. Esta é a ordem lógica das coisas. – Shikaku pronunciou as palavras e sentenciou uma verdade da qual Hinata queria negar-se a crer.

– Sua maldita lógica assassinou a minha família! – esbravejou rapidamente. Seus olhos ardiam. Seu peito parecia estar sendo perfurado milhares de vezes por um único tipo de fato extremamente doloroso e venenoso. Suas lágrimas não podiam derramar toda a tristeza que havia se implantado no fundo do seu ser.

– Sinto muito. – foram aquelas ridículas e desapropriadas palavras que soaram arrependidas da boca do Hokage.

– Não, você não sente. Você não vai sentir essa dor, nunca vai ter esse tipo de dor. Porque você não precisou sacrificar nada por este lugar e muito menos por qualquer um. – Hinata falou lentamente, divagando e sentindo o peso daquelas palavras. – Você sacrifica a vida dos outros em vez da sua. Não, você não sente muito porque não merece ser o Hokage.

– Hinata, entenda... Grande parte do seu clã foi raptada. Eu tive de fazer uma troca por você, a Vila da Nuvem não aceitaria menos do que um Hyuuga por outro Hyuuga. – Shikaku tentou argumentar. Porém ele sabia de que nada adiantaria. Havia dado à Hinata a mesma sentença que a Guerra havia aplicado a tantas outras pessoas.

– Não. Não me diga mais nada. – Hinata disse enquanto as lágrimas caíam de seu rosto de forma agonizante; ela não queria crer naquela dor que fumegava seus sentidos e a deixada desnorteada.

Hinata retirou-se em seguida após um suspiro cansado do Hokage. Seu corpo cedeu no corredor daquele prédio. Quis gritar, quis que alguém pudesse acorda-la daquele pesadelo que era a realidade, queria que não tivesse ocorrido Guerra e nem mesmo um destino amaldiçoado como aquele.

E as palavras de Neji faziam sentido afinal. O destino é algo decidido no nascimento e, não importa o que você tente as pessoas não podem mudar isso. Talvez, aquele era por fim seu destino. Assistir as pessoas sacrificando-se por sua linhagem, vê-los partir ciente de que eles jamais retornariam. Seu sangue valia tanto? Do que valia seu nome naquele ponto?

Hinata sentia-se perdida em suas próprias perguntas, em sua existência e principalmente em suas lágrimas. Talvez aquele tipo de sentimento fosse o pior de todos, exatamente por ser desconhecido até então. Estar perdida dentro de si era perturbadamente doloroso.

Os gritos rompiam sua garganta e seus soluços pareciam agitar seu corpo inteiro. Os seus olhos ardiam. E naquele momento sentiu o real peso do sacrifício de Neji. Ele havia sido o sacrifico em prol da vida dela, e mais uma vez a linhagem secundária falecia por mais um segundo de vida da linhagem principal.

E ela nada queria fazer além de querer acreditar que as lágrimas fariam a dor passar e que aquela ferida em sua alma iria fechar algum dia. Não, eram apenas tolas palavras que ela dizia a si mesma, pois não estava pronta para sustentar o peso daquele nome e muito menos dos sacrifícios que ele supostamente valia.


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Notas finais do capítulo

Yo!
Segundo capítulo aí e espero que tenham gostado dele. Bem, como puderam notar, por enquanto esses dois primeiros capítulos foram mais sobre a explicação mesmo do contexto da fanfic. A partir do próximo começará o desenvolvimento da estória. ^-^
Agradeço os reviews anteriores, desculpem-me por não ter respondido todos ainda, mas tive a semana corrida.
Qualquer dúvida, façam. Reviews, sugestões, críticas e afins são bem vindos.
Até o próximo!
o/