Angels escrita por JMcCarthyC


Capítulo 14
Coisas Inocentes - Parte DOIS




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Coisas Inocentes - PARTE DOIS

 

   Depois de uns quinze minutos procurando vagas, com Elijah gritando que queria descer logo, Jacob prestes a engolir a própria mão, Sappheire dissertando sobre todas as lojas que nós estávamos intimados a visitar, Eran brincando no canto com o Scrat da Era do Gelo que ele tinha achado no banco de trás depois de uma semana e, só para variar, Renesmee e Scarlet trocando olhares assassinos, eu finalmente encontrei um lugar para parar.

Quando eu desliguei o motor, o moleque do meu lado quase caiu no chão de tão rápido que abriu a porta. Sinceramente, eu estava ficando preocupado com ele. Eu já estava vendo o dia que iam internar o coitado naquelas salas brancas acolchoadas, com uma camisa de força.

Pelo menos depois que desceu do carro, ele pareceu menos desesperado. Ainda assim, eu preferi manter uma distância segura.

-Crianças, dêem as m... –

Quem disse que adianta? Eu realmente queria saber quem foi a pessoa que inventou que crianças são seres domesticáveis. Porque elas não são.

Então lá estava eu, me sentindo a Branca de Neve no meio dos cinco anões. Só que com uma Pocahontas bombada à tira colo.

Elijah – claro, que dúvida – resolveu que queria apostar corrida sabe-se lá com quem e saiu feito um doido destrambelhado até a porta automática. Claro que no meio do caminho ele teve de pular um carrinho de compras como se aquilo fosse o mesmo que pular uma guia de calçada e fez as pessoas pararem com aquela cara de “isso foi uma ilusão de ótica, não foi?”

Renesmee se agarrou irremediavelmente no braço de Jacob e eu me antecipei para pegar a mão de Scarlet antes que ela pensasse eu chegar perto da Lassie de novo. Já bastava o filho maníaco do Jasper chamando toda a atenção, imagina se as duas resolvessem derrubar o moleque no chão outra vez.

Eran pegou minha outra mão com calma e eu realmente fiquei com vontade de mandá-lo sair correndo atrás do Elijah. Às vezes era irritante o fato dele ser tão... obediente. Ele podia ser um pouco mais atacado de vez em quando, ia fazer bem pro Frodinho metido a esperto. Mas tudo bem.

Sappheire, como se tivesse tomado uma decisão repentina, colocou sua mãozinha branca na de Jacob e olhou para cima com os olhinhos inocentes.

-Você está bem, Jake? – ela perguntou com naturalidade e o moleque olhou para mim. Sappheire nunca havia falado com ele antes, assim, diretamente. Eu dei de ombros, não fazia a menor idéia do que a Smurf estava fazendo.

-Ahn... – ele começou, meio sem saber o que falar. – Acho que sim, loirinha...

Sappheire abriu o sorriso da Alice.

-Você quer conversar?

Jacob olhou para mim outra vez. O que ele achava que eu era? Uma espécie de adivinho? Eu encolhi os ombros e apertei o passo até alcançar Elijah, que estava brincando de abrir e fechar a porta pela vigésima sétima vez consecutiva.

-Agora não, Sappheire... – Jacob respondeu, tentando parecer gentil. Fiquei impressionado que ele soubesse o nome da menina. – Mais tarde, talvez...

-Então mais tarde. – ela concordou sorrindo e soltou a mão de Jacob, andando com o mesmo tom gracioso que Alice tinha.

-O que foi que ela fez comigo? – Jacob perguntou para mim, os olhos arregalados. Ele parecia que tinha visto um fantasma ou coisa assim.

-Eu sei lá, moleque. – eu respondi – Mas ela é filha do Jasper e da Alice, é praticamente um insulto não ser esquisita.

-Não, Iceberg. É só que... eu quase fiquei com vontade de conversar com ela de verdade.

Eu ergui uma sobrancelha.

-Quase?

-Tá, tudo bem, eu fiquei. Foi estranho... como se alguma coisa dentro de mim dissesse que eu ia ficar bem. – ele se virou para mim – Eu estou com medo.

É, ali tinha coisa. Mas eu decidi não pensar naquilo, até porque não ia dar tempo, mesmo que eu quisesse. Ao que parecia, Elijah tinha se cansado da porta automática e decidido que ia entrar de uma vez por todas no shopping.

Sozinho.

Correndo a toda pelos corredores.

Eu respirei fundo uma vez. Talvez eu fosse me arrepender daquilo, mas era minha última alternativa.

-Elijah. – eu falei em um tom que eu sabia que ele ouviria. – Se você não voltar agora, eu vou soltar a Scarlet.

Scarlet olhou para mim com a boca aberta, indignada.

-Papai! – ela grunhiu entre os dentes.

-Não se preocupe, você não vai chegar perto dele, moranguinho. O papai não deixa, fica sossegada.

De repente ela sorriu. Sinônimo de problema. E problema que envolvia o sexo masculino, como eu já havia aprendido.

-E se eu quiser que ele chegue perto de mim?

Eran abafou uma risadinha, mas Jacob fez questão de rir alto pra todo mundo que quisesse ouvir.

Eu olhei para ela.

-Scarlet, minha filha, você precisa se decidir. – é, pronto falei – Não era a Lassie a sua paixão eterna?

Jacob parou de rir na mesma hora e Nessie me lançou um olhar fulminante.

Scarlet bufou e me olhou com impaciência.

-Papai, você não entende. – ela resmungou. Como se eu quisesse entender. Já bastava a Rosalie na minha vida.

-Olha só, filhinha, confie no papai. – eu pigarreei – O Frodinho não serve pra você. Até o Jacob é melhor que ele.

-Tio! – Renesmee gritou entre os dentes.

-Não que isso seja uma coisa exatamente boa... – eu completei antes que Renesmee decidisse pular no meu pescoço.

-Eu ouvi meu nome? – o menino maníaco falou se aproximando, como se nada tivesse acontecido.

-Na verdade não, Elijah. – eu rebati. – Você não quer continuar correndo desvairadamente por aí, não? Eu posso chegar em casa e falar pra sua mãe que você se perdeu no meio do caminho.

-Tio, é mais fácil você se perder no meio do caminho, e não o Elijah. – Sappheire teve a delicadeza de comentar, fazendo o moleque encher o peito. Eu não merecia ele, merecia?

-Tudo bem, vamos... – eu falei de uma vez e Sappheire correu para ficar à nossa frente.

-Quem te elegeu a guia turística? – Elijah perguntou com os braços cruzados, a cara fechada.

-A mamãe. – Sappheire respondeu. Por que eu não me surpreendi? Aposto que se pudesse, Alice teria parido a menina no meio de um shopping só pra não perder tempo e começar a ensinar a ela a diferença entre cada logotipo de marca. Aliás, sabe qual foi a primeira coisa que a Smurf falou, para o desespero do Jasper?

Cartão de crédito. E a segunda foi uma frase:

“Papai, cadê o seu cartão de crédito?”

Claro que Alice teria preferido alguma coisa do tipo “Dolce&Gabbana” ou “Victoria’s Secret”, mas ainda assim não dava para contestar a maternidade.

Pobre Jasper.

-E posso saber o que a senhora vai comprar? – eu perguntei.

Os olhos de Sappheire brilharam daquele jeito que dá medo e ela abriu o sorriso da Alice outra vez.

-Roupas...

Claro, que imprevisível.

-E com qual dinheiro você pretende fazer isso? Porque nem pense em usar o meu...

-Não, tio! – ela me interrompeu e puxou alguma coisa do bolso. – Com isso aqui.

Eu soltei um grito ao ver aquilo nas mãos de alguém que tinha parentesco com a Alice. Pelo visto a fortuna do Jasper estava com os dias contados.

-Quem te deu o cartão de crédito do seu pai? – eu perguntei enquanto ela balançava feliz o negocinho no ar.

-A mamãe. E ela me ensinou como usa.

Quem, quem, ensina uma criança de... cinco anos a usar um cartão de crédito? Mas talvez... não fosse tão ruim assim...

-Posso comprar meu Wii com o cartão do seu pai?

Sappheire estreitou os olhos e guardou o cartão de volta no bolso.

-Não. A mamãe falou pra eu não deixar você chegar perto dele.

-Por quê?

Sappheire encolheu os ombros.

-Papai, você pode comprar com o seu dinheiro se quiser. – Scarlet falou com impaciência.

-Eu sei, bebê, mas isso tiraria metade da graça.

-A gente pode continuar? – Sappheire perguntou apontando para o corredor. Era incrível como ela tinha se tornado maníaca só de entrar em um shopping.

-Eu tenho alguma opção?

-Não. – Ela respondeu feliz e voltou a andar. Lá íamos nós.

 

Fazendo compras com Sappheire

 

 

Sabe, às vezes eu acho que algumas características dos pais demoram para aparecer nos filhos. Tudo bem, a calma irritante do Jasper já estava mais do que evidente na Sappheire, mas ainda faltava um pedaço da Alice ali. Eu devia ter adivinhado que uma visita ao shopping iria desencadear o despertar do espírito consumista doentio na menina, mas talvez no fundo eu ainda tivesse alguma esperança.

Em vão.

Ele foi despertado de qualquer jeito.

Dava medo de ver como os olhos dela brilhavam enquanto ela desfilava pelos corredores, se decidindo em qual loja deveria entrar. Até que, para o meu desespero, ela parou em uma. Eu olhei para Jacob, Jacob olhou para mim, e nós engolimos seco.

-Vem, tio. – a Smurf falou para mim e me puxou para dentro da loja.

-Mesmo, Sapph?

A menina fez que sim com a cabeça e Elijah bufou alto.

-Eu não quero, Sappheire! – ele resmungou. – Eu quero comprar uma bola de futebol.

Mudança repentina de idéia.

-Você é quem manda, Sappheire. – eu falei enfiando a mão delicadamente na cabeça de Elijah e forçando-o a entrar na loja.

Arrependimento instantâneo. Alguma coisa ali me dizia que Sappheire ia me usar para carregar as roupas e, vindo de uma filha da Alice, não ia ser pouca.

Eran se agarrou em minha mão com força. Ele sempre ficava meio intimidado quando entrava em lugares que não conhecia. Por exemplo, demorou umas duas semanas até eu e Rose conseguirmos convencê-lo de que o chalé da Bella e do Edward não era mágico e de que nenhuma bruxa ia sair de dentro do closet deles para cortá-lo em pedacinhos. Eu tentei explicar que o máximo que podia acontecer era o Edward aparecer vestido de Branca de Neve cantando “Like a virgin, touched for the very first time”, – porque eu tenho certeza que essa é uma possibilidade bem mais plausível do que uma bruxa – mas ao invés de rir, Eran me olhou com aquela carinha inocente e falou:

-Papai... o que é virgem?

E aí eu preferi parar antes que a Rosalie escutasse o menino perguntando aquelas coisas e decidisse arrancar minha pele com uma colher se chá. Depois, eu falei que, mesmo que houvesse uma bruxa morando no closet do tio dele, ele poderia simplesmente bater nela. Não adiantou.

Então fiz a única coisa que um pai sensato faria na minha situação: Enfiei uma roupa de bruxa no Jasper de deixei que o Eran batesse nele. Funcionou até o menino descobrir que era o Jasper que estava enfiado ali e sair correndo gritando que sabia que o tio tinha alguma ligação com o Lord Voldemort. – Ninguém mandou o Jasper ser esquisito daquele jeito, juro que não tenho nada a ver com isso.

Resumindo, lá se foram mais uns quatro dias do Eran se esgueirando pela casa e fugindo do Jasper sempre que tinha uma oportunidade. Ele até chegou a fazer uma varinha com um pedaço da mesa da cozinha e... tá, parei.

Voltando à Sappheire, ela me largou assim que eu estava dentro dos limites da loja e começou a passear sozinha, como se soubesse exatamente o que estava fazendo ali. Jacob estava com Renesmee sentada de cavalinho em seus ombros, Elijah emburrado com os braços cruzados e Scarlet com os olhinhos brilhando.

-Filho, tudo bem, ninguém vai te morder. – eu falei tentado soltar minha mão da de Eran, até que ele relaxou um pouco, apesar de continuar colado em mim.

-Tio, seu filho é uma vergonha. – Elijah falou com desdém.

-Cala a boca, Elijah. – Eran rebateu e eu fui obrigado a abaixar para beijá-lo. Aquele era o meu garoto!

-Tio Emm, Jake! – eu ouvi Sappheire chamar e logo depois sua cabeça apareceu no meio das araras de roupas. – Vocês são grandes, então me ajudam a carregar as coisas.

Aquilo foi tão Alice que eu quase tive vontade de chamá-la da Chihuahua. Foi por pouco.

Jacob me olhou com aquela cara de “por favor, não”, mas eu encolhi os ombros. Simplesmente não havia nada que nós pudéssemos fazer a respeito. Foi quando eu me dei conta de que estava tudo quieto demais.

-Scarlet? – eu chamei, olhando para os lados. Nenhum grito, nenhum choro, nenhuma troca de elogios com a Renesmee, nenhuma tentativa de arrancar algum membro da Lassie. – Scarlet!

Nada. Eu olhei para Jacob.

-Moleque, fica de olho nas crianças. Eu vou procurar a moranguinho. – eu me abaixei até ficar na altura de Eran que, aliás, estava bem grandinho. – Filho, o papai vai atrás da sua irmã. Fique com a Nessie e a Lassie. Se o Elijah te provocar, dê um chute nele.

Eran riu e eu baguncei os cachinhos dourados dele antes de levantar e sair atrás da Scarlet. Eu fui pelos corredores da loja, enfiando a cabeça no meio das roupas para ver se ela estava por ali. Nada.

-Scarly!

Eu não podia perder minha própria filha, nem o Jasper havia perdido os filhos, pelo amor de Deus. Então eu me virei para o segurança. Ele me examinou de cima a baixo e engoliu seco quando eu me aproximei, mas eu abstraí.

-Moço, por acaso o senhor não viu uma menininha desse tamanho, cabelo preto meio cacheado, branquinha, com um vestido vermelho, potencialmente correndo atrás de qualquer coisa do sexo masculino que consiga andar sobre duas pernas, viu?

O segurança riu. Não era para ter soado engraçado, era simplesmente uma descrição fiel da Scarlet – embora isso não significasse que eu a aprovasse.

-Eu vi uma garotinha mais ou menos assim indo naquela direção. – ele respondeu apontando para o fundo da loja. Eu me virei e me deparei com uma placa.

 

Provador Masculino

 

Claro, que imprevisível. Como eu não tinha pensado naquilo antes? A Rosalie ia me matar da maneira mais lenta e impiedosa possível, eu tinha certeza.

-Obrigado. – eu murmurei rápido e saí na direção do provador. Quando eu tentei entrar, uma moça me barrou.

-O senhor só pode entrar com alguma peça de roupa.

Eu revirei os olhos.

-Moça, a minha filha entrou aí. Eu preciso resgatá-la antes... antes que ela veja coisas que ela não deve ver até fazer dezoito anos. Ou mais que isso, se eu conseguir evitar.

-Quantos anos a sua filha tem?

-Cinco? – eu arrisquei. Ela aparentava ter uns cinco anos, pelo menos.

-O senhor não tem cara de quem tem uma filha de cinco anos.

Qual era a do interrogatório?

-É que eu comecei a brincadeira cedo, moça. E eu tenho um menino também... aliás... Cadê o Eran!? Jacob!

O moleque apareceu coberto de roupas, com um chapeuzinho cata-ovo rosa choque na cabeça. Uma graça.

-O que aconteceu com você? – eu perguntei horrorizado. Era a visão do inferno.

-A loirinha maníaca, iceberg! Eu tenho cara de manequim, por acaso?

-Você quer mesmo que eu responda? – Jacob estreitou os olhos. – Viralata, cadê meu filho?

Ele ficou branco – dentro de certos limites, claro – de repente. Claro, ele tinha perdido o Eran. Lição do dia: Collies não são bons cães de guarda.

Então eu me dei conta da falta de outra pessoa.

-Cadê o Frodo? – ele e Nessie encolheram os ombros. – Ótimo. Melhor assim. Espera... Por acaso ele não entrou no provador, entrou? Moça! – eu gritei com as mãos nos cabelos para a mulher da porta. – Minha moranguinho pode estar correndo sérios riscos se o meu sobrinho estiver aí dentro com ela. E ele também. – eu completei arregaçando as mangas da blusa.

-Tudo bem, pode entrar. – a mulher finalmente cedeu, meio a contra-gosto.

Assim que eu entrei no provador, vi Scarlet, de fininho, se aproximando de uma das cortinas e abrindo uma frestinha.

-SCARLET! – eu gritei e ela deu um pulo.

O homem dentro do provador soltou um grito meio... duvidoso e ela se virou para mim com um salto.

-Papai! – ela grunhiu entre os dentes, brava. Eu comecei a andar na direção dela e ela ameaçou correr.

-Tente fugir que eu te pego com a mão esquerda, moranguinho...

Ela estreitou os olhos e começou a correr. Dito e feito. Com um movimento só, eu a segurei como se estivesse levando um skate debaixo do braço. Ela começou a me bater e a se espernear, mas não ia adiantar.

-Seu primo está aí dentro? – eu perguntei sério.

-Não! – ela respondeu com um grito bravo e fechou a cara, cruzando os braços.

-Ótimo. – eu respondi e deixei o vestiário. – Obrigado, moça. Achei. – eu falei para a mulher do provador.

-Jacob, Nessie, fiquem com a Sappheire. Vou procurar o Eran.

-E o Elijah, tio? – Renesmee perguntou ajeitando o chapéu na cabeça da Lassie.

-Não me importo com ele. – eu respondi e saí para procurar meu filho com a Scarlet debaixo do braço.

-Você não vai me soltar? – ela perguntou.

-Não. Eran!

-Perdeu o Eran, tio? – a voz irritante do Frodo chegou atrás de mim e eu quase virei para dar com a Scarlet na cabeça dele.

-Foi. Agora me deixe em paz, tudo bem?

-A tia Rose vai adorar saber disso...

-E a sua mãe vai adorar saber que você se jogou da escada rolante.

-Mas eu não me joguei.

-Ainda não. E isso não significa que seja uma escolha sua, exatamente.

Elijah mostrou a língua para mim e saiu atrás de Jacob e Sappheire, contrariado. Menos um problema na minha vida.

-Onde você acha que o seu irmão se meteu, Scarly? – eu perguntei me esgueirando pelos corredores cheios de roupas.

-Sei lá, papai. Ele provavelmente achou um ursinho de pelúcia e está brincando em algum canto por aí.

Eu ignorei a Scarlet e continuei a andar. Foi quando eu ouvi uma vozinha me chamar.

-Papai...? – aquilo era uma boa e uma má notícia. Boa porque era a voz do Eran, e má porque sempre que ele começava com “papai...?” vinha alguma pergunta embaraçosa. – Por que eu não consigo ver nada com esses óculos?

Eu respirei fundo antes de me virar, quase prevendo o que vinha a seguir. Ainda assim, eu quase deixei a Scarlet cair quando vi com o que ele estava no rosto.

-Eran, isso não é um óculos, é um sutiã!

Scarlet começou a rir descontroladamente e ele tirou o negócio do rosto, analisando-o com as sobrancelhas franzidas, parecendo curioso.

-Pra quê serve?

Houve uma pausa para um silêncio mortal que durou o tempo de Scarlet voltar a rir mais alto e eu tirar aquilo das mãos dele.

-Isso é coisa de menina, filho. Mas um dia o papai te ensina umas técnicas secretas pra tirar isso delas que você vai adorar...

Scarlet me olhou com os olhos arregalados.

-Você não ouviu isso, Scarlet. Não fale nada pra mamãe, eu e ela não fazemos essas coisas.

-Tio Emm! – Sappheire chamou correndo na minha direção, com um Jacob parecendo uma alegoria de carnaval, uma Renesmee rindo e um Elijah emburrado vindo atrás dela. – A gente acabou.

-Graças a Deus. – eu respondi e os outros meninos respiraram aliviados. – Vamos para o caixa de uma vez.

Sappheire se colocou à nossa frente outra vez e foi até o caixa. Jacob jogou tudo no balcão e a mulher pareceu entrar em choque por um instante com o tanto de roupas que tinha ali em cima. Não sei onde a Alice ia enfiar tudo aquilo, e nem como aquilo ia caber no jipe.

A moça do caixa passou tudo enquanto olhava horrorizava para a Scarlet pendurada nos meus braços, e depois olhou para mim. Quando ela falou o valor daquilo tudo, eu quase caí duro. O Jasper ia ter um AVC, com certeza.

-Isso é com a pequena ali, ó. – eu falei apontando pra Sappheire. Ela sacou o cartão de crédito do bolso e sorriu para mim com os olhinhos brilhando.

-Tio, me levanta? Eu não alcanço...

A mulher do caixa ergueu as sobrancelhas, chocada. Aposto que ela nunca havia atendido uma menina de cinco anos antes.

-É ela quem vai pagar? – a mulher perguntou, incrédula.

-Na verdade, o pai dela. – eu respondi. – Mas não se preocupe, ela sabe brincar com essa maquininha. Aposto que nasceu sabendo...

-Pelo menos eu sei usar, tio. – ela rebateu, entregando o cartão para a mulher.

-Quem disse que eu não sei? Só porque a sua tia monopoliza as compras, não significa que eu não saiba... –

-Significa.

Eu parei de discutir. Depois de pagar aquele guarda-roupa inteiro e dividir umas dez sacolas entre eu e Jacob, Sappheire finalmente deixou que nós saíssemos da loja.

-Onde nós vamos agora? – eu perguntei e me arrependi dois segundos depois.

Elijah, para minha total alegria, saiu correndo pelo corredor outra vez.

-Comprar minha bola de futebol! – ele gritou e desapareceu dentro de uma loja de artigos esportivos.

Eu respirei fundo.

Lá íamos nós.

 

 

*****

 

 

NOTAS: Segunda parte, viva! o/

Mas como vocês devem ter percebido, ainda tem mais... hehe – BEM mais, talvez... o.o

 

Bom, deixa eu dar alguns avisos.

 

1)                     Eu a Byziinha Lestrange estamos com um projeto chamado Twilight Fanfiction Awards. É um projeto para premiar as melhores fics, em 16 categorias diferentes. Nós achamos que dividindo por categorias a coisa fica mais justa... hehe e vocês podem conferir as regras   no blog do TFA: http://tfaproject.blogspot.com/

 

A gente quer muito que dê certo, então pedimos a colaboração de todos vocês! Quanto mais gente participando, mais legal e emocionante a coisa toda fica! ^^

 

2)                     Acho (?) que decidi quem serão as crianças crescidas na fase 2 da Angels, eo/

 

Já fiz até uma galeriazinha, mas só vou postar quando a primeira fase acabar, né galera... Obrigada a TODOS que deram idéias... surgiram várias muito interessantes! ^^

 

3)                     Eu pensei... em talvez fazer um bônus... “Eran e a Bruxa Jasper-Voldemort no Chalé Encantado da Branca de Neve”, escrito e ilustrado pelo Emm XD E aí, o que vocês acham, vale a pena?? Querem o bônus? Respondam, plase!

 

4)                     Gente, a Angels foi parar em um site de Twilight! Uma menina leu a história, adorou e perguntou se podia postar no site dela. O site é http://twoailight.wordpress.com/ . Parece ser novo, mas a gente pode dar uma forcinha! É um site de comédia, e parece ter coisas bem legais lá... Passem lá e comentem! Hehehe Nem que seja pra dizer: “Eu já sei o que vai acontecer!” =D

 

 

5)                     E último (ufa!) Pra quem quiser começar a chutar os poderes das crianças... o da Sappheire já dá pra ter uma idéia... uma dica: tem a ver com o do Jazz e da Ali juntos. Coloquem a cabeça pra funcionar, logo logo tem mais!

 

 

Bom, é isso, galerinha do meu coração. *-*

Por favor, comentem como vocês sempre fazem e votem quem ainda não votou.

 

Não se esqueçam de passar lá no TFA e no Two Ai Light XP

 

Ah, as fotinhos dos personagens novos vem logo logo.. ^^ - é que eu to pensando se vale a pena soltar assim antes deles entrarem na história... hehe

 

Beijos gelados e felizes,

JMcCartyC

 

 

 

 

 


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