Teddybear - Heart Is Unpredictable escrita por JMcCarthyC


Capítulo 6
Rendição




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Eu queria ficar apertada contra Emmett naquele momento para sempre. Eu queria manter meus lábios nos dele, sem precisar me preocupar com o resto do mundo que rugia em volta de mim. Era como se aquele fosse um universo paralelo. Como se ali eu estivesse segura, imune a qualquer coisa. Como se ao me separar de Emmett eu fosse obrigada a encarar a realidade do que eu havia feito. Como se eu fosse obrigada a encarar Jasper.

-O que foi? – Emmett perguntou com sua testa colada na minha, suas mãos correndo pelos meus cabelos. Eu havia separado meus lábios dos dele e mantinha minhas mãos apoiadas em seu peito, os olhos voltados para o chão.

Eu não respondi, apenas balancei a cabeça negativamente, ainda sem encará-lo. Todo o peso da culpa havia decidido cair sobre meus ombros, de uma vez só, naquele momento.

-Alice. – ele chamou. Eu apertei os olhos e permaneci com a cabeça baixa. Eu não queria encará-lo. – Olha pra mim.

Por que ele tinha que ter uma voz tão irresistível? Ele levou o indicador ao meu queixo, separou sua testa da minha e levantou meu rosto.

-Pra isso você precisa abrir os olhos. – ele falou com doçura, passando a outra mão pela minha bochecha.

-Eu não quero. – eu falei baixinho, fazendo biquinho. Ele levantou a cabeça e riu.

-É porque eu só fico bonito concentrado, então você tem medo de abrir os olhos e levar um susto?

Como ele ousava brincar com aquilo? Fui obrigada a desgrudar minhas pálpebras e olhá-lo.

-Deixa de ser retardado, Emmett! – eu falei batendo em seu peito com as sobrancelhas cerradas. Como se adiantasse alguma coisa. – Você não conseguiria ficar feio nem se se empenhasse muito.

Ele sorriu satisfeito e passou as mãos grandes pelos meus cabelos. Eu tinha certeza de que ele havia feito aquela pergunta para receber um elogio. Emmett abaixou o rosto e beijou minha testa, depois ficou com os olhos na altura dos meus.

-É o Jasper? – ele perguntou com a voz rouca. Eu assenti com a cabeça e me agarrei em sua cintura como uma criança indefesa mais uma vez, apoiando minha cabeça em seu peito duro. Fechei os olhos com força, eu queria chorar. Eu queria que Jasper aparecesse e gritasse comigo. Eu queria ser obrigada a ficar longe de Emmett, porque eu sabia que por livre e espontânea vontade eu não ia conseguir.

Emmett passou os braços em volta de mim e apoiou o queixo em minha cabeça novamente.

-Eu não vou deixar nada acontecer com você. – ele falou afagando minhas costas.

-Mas devia! – eu falei com a cabeça ainda colada em sua camiseta. – Você devia me dar um tapa, Emmett!

Ele riu.

-Pra falar a verdade, eu tenho vontade de fazer isso às vezes. Mas acho que eu não quero bater em você agora.

De repente um relâmpago cortou o céu.

-É melhor nós entrarmos no carro, Alice. – ele falou me separando dele. – Acho que vai chover.

-Eu não sou de açúcar, Emmett. – eu falei cruzando os braços.

-Então fique aí se você quiser se molhar. – ele falou dando de ombros e dando a volta no carro.

Eu fechei a cara e o encarei com os olhos estreitos. Emmett abriu a porta do carro e se sentou no banco do motorista, depois o motor roncou alto. Eu abri a porta do passageiro com força e me sentei com tudo no banco ao lado dele.

-Você ia me deixar mesmo do lado de fora? – eu perguntei brava enquanto ele saía de ré com o carro.

-Aham. – ele respondeu sem emoção.

-Duvido. – respondi cruzando os braços. Ele só tinha feito aquilo para me força a entrar no carro de uma vez por todas.

Emmett me olhou de soslaio e sorriu com o canto da boca.

-Depois eu é que sou convencido. – ele falou guiando o carro à estrada novamente.

-Emm, falando sério... – eu disse franzindo as sobrancelhas – Você não está nem um pouquinho arrependido?

Ele desviou os olhos da estrada escura e me encarou.

-Eu devia?

-Emmett, e a Rosalie?! – eu gritei irritada. Não era possível que ele não estivesse com a consciência nem um grama mais pesada.

-Alice, você não precisa ficar me lembrando da Rose. – ele trocou a marcha e colocou a mão do câmbio sobre minha perna esquerda. – Eu sei que ela existe e tudo mais. Mas é com você que eu estou agora. Pára de fazer drama.

-Não é drama. – eu falei virando o rosto para o vidro da janela. – É só que eu fico pensando no Jasper.

-Alice, olha pra mim. – ele falou parando o carro no meio da estrada.

-Você é doido? – eu falei me virando para ele, mais para censurá-lo do que para obedecê-lo. – Por que você parou o carro no meio da pista? Quer que batam na gente?

-Alice, você está histérica. – ele falou com calma. É, realmente. Eram emoções demais brigando pelo controle do meu corpo, eu estava começando a ter reações involuntárias. – Se acalma.

-Emmett, eu estou confusa! – eu falei levando as mãos à cabeça. – Eu não sei o que pensar.

Ele pegou meus braços e os puxou da minha cabeça, devagar.

-Então não pense. Eu faço isso com bastante freqüência e costuma funcionar.

Eu fui obrigada a sorrir. Até em uma situação como aquela ele conseguia me tirar do sério.

-Emmett, você não existe... – eu falei sorrindo e balançando a cabeça.

-Ah, existo... – ele falou malicioso, aproximando seu rosto do meu, ainda com meus pulsos seguros em suas mãos. – Quer ver só?

Não! Eu queria correr dali. Eu queria gritar que aquilo tudo estava errado. Onde eu estava com a cabeça? Em lugar nenhum, Alice. Mentira. Eu estava com a cabeça em Emmett.

-Quero... – eu respondi tentando retribuir o tom malicioso da Emmett.

Ele continuou segurando meus braços acima da minha cabeça e desceu os lábios até minha clavícula. Minha pele se arrepiou e eu me encolhi, impedida de afastá-lo de mim devido aos braços presos.

-Isso é... – eu tentava falar, apertando os olhos, conforme ele subia os lábios pelo meu pescoço. – muito... injusto!

Ele parou os lábios no canto da minha boca.

-É só pra mostrar que eu existo. – ele sussurrou.

-Isso, me provoca mesmo... – eu falei sorrindo.

-Então promete que vai parar de pensar.

Como eu ia dizer não? Eu queria desesperadamente abraçá-lo, correr minhas mãos pelo seu rosto grande e perfeito, tocar seus lábios frios de novo. Eu precisava tocar seus lábios de novo.

-Já parei...

Emmett sorriu com sua boca encostada em minha pele, então eu virei o rosto e alcancei seus lábios mais uma vez.  Ele soltou meus pulsos e eu colei minhas mãos em sua nuca, enquanto nossas salivas se misturavam pela terceira vez. Era como se meu corpo pedisse pelo sabor de Emmett correndo dentro de mim.

-Ali... – ele falou com os lábios ainda encostados nos meus.

-Shhh... – eu sussurrei colocando meu indicador sobre sua boca. Eu não queria que ele falasse nada. Eu queria apenas continuar a beijá-lo. Eu não queria ser forçada a acordar daquele sonho de novo.

-Alice, sério. – ele falou se afastando. – Nós podemos continuar isso em outro lugar.

 

I know a place that we can go to

A place where no one knows you

They don’t know who we are

 

Eu me desgrudei dele em definitivo e me encostei com força no banco. Aquilo me assustou um pouco.

-Não fale que você não quer sair daqui porque você disse que não ia passar nem mais uma hora dentro desse carro. – ele fez o favor de me lembrar. – E além disso, você estava me agarrando há cinco segundo atrás.

 

I know a place that we can run to

And do those things we want to

They won’t know who we are

 

Meu primeiro impulso foi o de abrir a boca para protestar, mas eu sabia que ele estava certo. Eu realmente o havia agarrado, mas aquilo não excluía o fato dele também ter se empolgado. Derrotada, eu cruzei os braços e fechei a cara, me virando para o vidro da porta novamente.

-Se fizer você se sentir melhor, – Emmett falou voltando a ligar o carro. – eu gostei bastante.

 

Let me take you there

I wanna take you there...

 

Eu me virei para ele e dei um tapa em sua perna. Emmett riu e segurou minha mão sobre sua coxa, começando a acariciá-la com o polegar.

-Não tira a mão daí, não. – ele falou sorrindo, olhando para a estrada.

-Me dê um bom motivo pra isso. – eu provoquei.

-Você quer o motivo físico ou o emocional?

-Tem dois motivos? – eu perguntei franzindo as sobrancelhas. Ele assentiu com a cabeça. – Os dois.

-O físico é que você não ia conseguir mesmo se quisesse.

-Como você sabe que eu não quero?

-E o emocional... – ele começou, ignorando minha pergunta. Ele não precisava responder, eu não queria tirar minha mão de lá, mesmo. – é que eu acho que posso estar gostando de você mais do que devia.

 

I know a place where that we’ve forgotten

A place where we won’t get caught in

They don’t know who we are

 

Senti o looping no meu estômago novamente. Eu não estava preparada para ouvir aquilo. Emmett olhou para mim sério e eu virei o rosto para meus joelhos. Nós não devíamos estar fazendo aquilo.

-Você não devia dizer isso, Emm... – eu falei com a voz fraca. Ele tirou sua mão de cima da minha e trocou de marcha. Eu aproveitei a deixa e recolhi minha mão para o meio das minhas pernas. Emmett passou o polegar em minha bochecha e voltou a mão ao volante.

-Sou péssimo escondendo sentimentos, Alice. Tão ruim quanto você. E você sabe disso. – ele acrescentou batendo os dedos contra o volante, concentrado na estrada.

 

I know a place where we can hide out

And turn our hearts inside out

They won’t know who we are

 

Eu sabia que ele estava certo. Eu sabia que eu estava lutando inutilmente contra um fato já consumado. Mas eu não queria admitir.

-É só que... eu ainda estou confusa, Emmett. – eu falei olhando para os meus pés. Admitir algum sentimento mais forte que o fraternal por Emmett seria o mesmo que admitir formalmente minha traição a Jasper. Como se na prática fizesse muita diferença.

Emmett colocou sua mão sobre minha perna.

-Você não precisa sentir nada, Alice. Aliás, não sinta. Não pense. Ou eu vou te provocar de novo. – ele terminou com o sorriso torto.

 

Let me take you there

I wanna take you there...

 

Eu fui abrigada a sorrir de novo. Emmett olhou para mim.

-Bem melhor você sorrindo.

Eu mostrei a língua para ele, uma reação inconsciente ao nervoso. Eu virei o rosto para o parabrisas novamente, a estrada estava totalmente escura. Então, em algum lugar no horizonte, um raio lampejou no ar.

-Uou. – Emmett falou vidrado no horizonte. – Acho que vai cair uma baita tempestade.

-É... – eu falei assentindo com a cabeça. – Mas eu gosto de relâmpagos. – Emmett se virou para mim com as sobrancelhas franzidas. – Sei lá, eles iluminam tudo com muita intensidade, mesmo que por um tempo minúsculo. – eu expliquei.

Emmett continuou com a expressão confusa.

-Prefiro o trovão. – ele falou por fim, dando de ombros.

 

I know a place we’ll be together

And stay this young forever

They don’t know who we are

 

Eu balancei a cabeça e me encostei no vidro da porta, a mão de Emmett ainda descansando sobre minha perna. Eu respirei fundo. Eu queria poder organizar tudo aquilo de alguma forma, mas uma parte de mim me dizia que aquilo não devia ser organizado. Não pense, a voz de Emmett ecoou em meu cérebro e eu sorri de leve. Só ele para dizer aquele tipo de coisa.

-Ali... – ele chamou e eu me virei mecanicamente para ele. – Tem um hotelzinho a vinte quilômetros daqui. – ele falou apontando para mais um outdoor que havia acabado de passar por nós. – Não parece ser lá essas coisas, mas não sei se vamos achar outro tão cedo.

 

Let me teke you there

I wanna take you there...

 

-Tudo bem. – eu respondi assentindo com a cabeça. – Pelo menos eu vou poder descansar com as pernas esticadas. Não agüento mais ficar sentada desse mesmo jeito.

-Descansar, é? – Emmett falou com a voz maliciosa. Eu estreitei os olhos.

-É, Emmett.

Ele riu.

-Duvido. – ele falou presunçoso. – Você não resiste a mim, Alice.

Sim, era verdade. Mas eu não ia admitir aquilo. Pelo menos não naquela hora.

 

We can go to a better place if you let me take you there

We can go there now ‘cause every second counts

 

-Você quer, por favor, parar de ser tão convencido? – eu falei sorrindo.

-Eu não sou convencido. – ele retrucou com a carinha inocente. – São apenas fatos. E você não pode fazer nada a respeito.

-Ahh, posso... – eu retruquei cruzando os braços, a voz maliciosa. Emmett olhou para mim no mesmo instante.

-O que você quer dizer com isso? – ele perguntou com os olhos arregalados. Era bom me sentir no controle da situação pelo menos uma vez naquela maluquice toda.

-Exatamente o que você está pensando.

Emmett estreitou os olhos e depois voltou a se concentrar na estrada, como se nada tivesse acontecido.

-Você não consegue. – ele falou com convicção.

-Quer pagar pra ver? – eu provoquei.

-Quero. – ele falou dando de ombros. – mas eu já vou avisando que eu tenho as minhas armas.

De repente eu realmente fiquei com vontade de saber quais eram as armas que Emmett queria usar. Mas eu também não ia deixar que ele soubesse daquilo naquela hora.

-Aí não vale, Emmett. – eu falei sabendo que seria em vão.

-Você não estipulou regras. Vale de tudo. – ele falou com o sorriso torto.

 

Girl, just let me take you there

Take you there…

 

O que eu estava fazendo? Quais eram as minhas intenções ao fomentar aquele tipo de coisa? Você sabe muito bem quais são suas intenções, Alice. Tudo bem, mas eu não precisava ficar me autolembrando daquilo.

-Injusto. – eu resmunguei cruzando os braços.

-Vai ser a melhor injustiça que você já sofreu. – ele falou me olhando de esguelha. – Eu garanto.

Senti o já habitual looping no estômago outra vez. Definitivamente, eu era uma inconseqüente. Só agora você percebeu isso? Agradeci a delicadeza do meu subconsciente mentalmente e permaneci em silêncio. Falar só ia piorar as coisas, eu tinha certeza.

-Resolveu ficar muda, é? – Emmett falou apertando minha bochecha com o polegar e o indicador. – Eu não vou te morder, tá? Ao menos que você queira. – ele acrescentou. – Aí é outra história.

-Emmett! – eu falei entre os dentes. Ele não devia falar aquelas coisas.

Emmett começou a rir e balançou a cabeça, depois olhou para mim, mordendo o lábio.

-Você fica uma gracinha irritada.

-Aposto que eu fico mais ameaçadora que você. – eu falei cruzando os braços.

-Vai sonhando... – ele falou voltando a encarar a estrada. – O chefe de polícia que o diga.

-Ele que experimentasse me provocar mais.

Ele sorriu com o canto da boca e girou o volante para a direita, entrando em uma pista de terra e pedras coberta de neve.

-Já chegamos? – eu perguntei começando a entrar em pânico interno, me ajeitando no banco.

-Já. – ele falou estacionando o carro e virando o rosto para mim. – Você não está indo pra cadeira elétrica, Alice. Não faça essa cara de terror.

-Eu não sei se eu quero mais, Emmett. – eu falei fazendo biquinho.

Emmett passou a mão pelo meu rosto.

-Eu vou ter de te provocar de novo?

Eu respirei fundo, a lembrança da última vez que ele havia me provocado vívida em minha mente.

-Tudo bem, vamos logo. – eu falei abrindo a porta e saindo do carro. – Antes que eu mude de idéia.

Emmett sorriu satisfeito e saiu do carro depois de mim.

-Quer que eu leve sua mala? – ele se prontificou apontando para o banco de trás. Eu assenti com a cabeça e ele levantou o banco da frente para puxar minha mala.

-Você não vai levar a sua? – eu perguntei quando ele veio caminhando na minha direção com apenas minha mala nas mãos.

-Não. – ele respondeu dando de ombros. – Eu não preciso. Mulheres é que são complicadas. – ele falou com um sorrisinho. – Vem cá.

Emmett abriu o braço livre e fez sinal para que eu me juntasse a ele. Eu caminhei incerta e me agarrei em sua cintura mais uma vez.

-Você tem um cheiro tão bom, Emmett... – eu falei respirando fundo perto de sua camiseta. Eu já nem me perguntava mais porque eu soltava aquele tipo de coisa.

-Eu sou todo bom. – ele falou presunçoso, depois abaixou os lábios até meus cabelos e me beijou. – E sabe o que é o melhor de tudo?

Eu tinha medo de perguntar o quê, porque eu tinha a leve impressão de que sabia o que ele ia responder. Eu não falei nada, apenas levantei meus olhos para ele com as sobrancelhas arqueadas.

-Essa noite eu sou só seu... – ele falou malicioso, sorrindo com as covinhas em suas bochechas.

-Não fala isso, Emmett... – eu disse baixinho, levando minha mão à boca e mordendo meus dedos com força.

Ele riu.

-Bom, chegamos. – Emmett falou abrindo a porta do hotelzinho. Eu engoli seco e parei, estática. – Vamos... – ele falou impaciente, me empurrando para dentro. – Eu já falei que não vou te morder.

-Vai fazer coisa pior. – eu falei involuntariamente. Ele olhou para mim com as sobrancelhas franzidas.

-Alguém deturpou seu conceito de melhor e pior muito seriamente. Mas pode deixar que eu conserto direitinho...

Eu olhei para ele com os olhos estreitos. Ele realmente havia decidido me provocar até o último segundo e das maneiras mais cruéis possíveis.

-Pois não? – a mulher no balcão falou parando de lixar as unhas pintadas de vermelho. Seus olhos percorreram o corpo de Emmett de cima a baixo, sem se aterem em mim por um segundo sequer. Era como se eu fosse invisível.

Me apertei ainda mais contra Emmett e fechei a cara para a mulher. Ele e eu caminhamos até o balcão e ela jogou os cabelos louros para trás, sorrindo maliciosamente para Emmett. Para o meu Emmett.

-Posso ajudar vocês? – ela falou se ajeitando na cadeira, sem tirar os olhos de Emmett. Aquilo estava começando a me irritar profundamente.

-Nós queremos um quarto. – eu falei ríspida antes que Emmett tivesse a chance de dizer qualquer coisa. A mulher se virou para o painel de chaves que ficava atrás de suas costas sem olhar para mim e pegou uma das chaves. Ela estendeu o objeto para Emmett, mas eu peguei primeiro. Eu não queria que ele tirasse as mãos de mim.

-Quarto seis. – A mulher falou encarando Emmett com um tom provocativo. – Se precisarem de alguma coisa, o número da recepção é três.

-Obrigada. – eu falei com a cara fechada, puxando Emmett para as escadas. Ele olhou para mim com o sorriso torto e me apertou contra ele, beijando meus cabelos.

-Você ficou com ciúmes. – ele falou sorrindo satisfeito enquanto subíamos os degraus.

-Não fiquei nada. – eu menti olhando para meus pés.

-Ficou sim. Só faltou pular no pescoço da recepcionista.

Tudo bem, eu desistia.

-Tá, eu fiquei! – eu falei entre os dentes. – Mas a mulher estava quase arrancando a sua roupa com os olhos!

Emmett levantou a cabeça e riu.

-Ela não ia conseguir nem se tentasse com as mãos. – ele pegou a chave dos meus dedos e enfiou na fechadura, depois a girou. – Só uma pessoa tem o direito de arrancar minhas roupas hoje.

Emmett girou a maçaneta e abriu a porta. Eu tremi por dentro.

-Você está jogando sujo. – eu falei com um sorrisinho no rosto, entrando no quarto. Emmett entrou atrás de mim e fechou a porta, depois jogou minha mala no canto perto da porta e me abraçou forte por trás, levando seus lábios ao meu pescoço e subindo-os até minha orelha.

-Eu nunca falei que ia jogar limpo.

Meu corpo se arrepiou por inteiro mais uma vez e eu me encolhi, tentando me livrar dos braços dele. Emmett me apertou mais forte contra ele e mordiscou minha orelha.

-Força bruta é golpe baixo... – eu falei me encolhendo mais. – Assim não vai valer.

Emmett riu e me soltou. Eu me virei para encará-lo. Ele mordia o lábio inferior com um sorriso de leve, seu rosto inocente se misturava com a malícia que pulsava forte em cada célula do seu corpo enorme. Eu tinha certeza de que se ele fosse capaz de suar, estaria encharcado àquela altura. Seus olhos me fitavam com uma intensidade que chegava a doer, era quase como se quisessem falar pos si só. Era quase como se quisessem dizer que queriam a mim.

Eu senti que poderia ficar parada ali observando Emmett pelo resto da eternidade. Eu percorria meus olhos por cada curva de seu corpo pálido como se alguém houvesse me obrigado a decorar cada detalhe daquela escultura perfeita. Como se ao piscar meus olhos ele fosse simplesmente desaparecer, virar pó. Como se eu fosse acordar daquele sonho.

Emmett cruzou os braços e apoiou um no outro, com os dedos na boca, ainda com o olhar vidrado em mim.

-O que foi? – eu perguntei com um sorriso bobo no rosto. – Desistiu, é?

Ele balançou a cabeça.

-Eu só estava aqui me perguntando como eu nunca reparei o quanto você é linda.

Se eu pudesse corar, tenho certeza de que teria me transformado em um pimentão de um metro e meio de altura. Eu abaixei a cabeça e encarei o chão.

-Talvez porque a Rosalie seja bem mais... – eu murmurei mais para mim do que para que ele escutasse.

-Alice... – ele chamou com aquela voz doce. Eu levantei os olhos e ele estava sorrindo. Emmett descruzou os braços e colocou a mão grande em meu rosto. – Talvez se eu tivesse te conhecido antes...

Eu tentei abaixar o rosto novamente, mas ele não deixou. Ele segurou meu queixo e desceu seus lábios até os meus. Daquela vez o beijo foi mais forte, mais intenso. Mais urgente. Ele desceu uma das mãos pelo meu pescoço, seguindo pelo meu ombro, braços, até pará-la em minha cintura.

-Por favor, Alice... – ele sussurrou com a voz rouca, descendo os lábios até o meu pescoço. Eu me encolhi com o arrepio e encostei minha boca em sua orelha.

-Eu não cedo a pressões psicológicas... – falei baixinho para provocá-lo. Senti seus lábios se contorcerem em um sorriso sobre minha pele. Ele levantou o rosto e me encarou, os olhos ardendo.

-Eu vou usar minhas armas... – ele falou em tom de aviso, com o sorriso malicioso. Eu fiquei na ponta dos pés e alcancei seu lábio inferior com os dentes, mordendo-o de leve.

-Tente. – eu sussurrei.

Emmett suspirou fundo e tirou a mão da minha cintura. Com um movimento só, ele enroscou a camiseta branca nos braços e a puxou, revelando seu peito nu. Eu engoli seco, petrificada. Acho que eu nunca havia visto Emmett sem camisa antes. E era absolutamente perfeito. O abdômen pálido definido, o peito forte, os ombros largos, os braços musculosos. Eu havia realmente começado a duvidar do meu voto de castidade. E você ainda duvidava?

Emmett abriu os braços com a camisa ainda segura em uma das mãos e sorriu torto. Ele estava mesmo querendo me matar.

-E então? – ele falou levantando uma sobrancelha, malicioso. – Sem força bruta, sem pressão psicológica... O que você acha?

Eu queria correr para agarrá-lo naquele mesmo instante. Ponderei por um segundo se havia alguma possibilidade de eu permanecer parada no lugar e cheguei à singela conclusão de que não.

-Eu acho que você é por inteiro uma arma de destruição em massa, Emmett.

Ele sorriu satisfeito e eu colei meu corpo contra o dele, desistindo de uma vez por todas. Era inútil lutar. Subi minhas mãos por seu peito, deixando meus dedos explorarem aquela anatomia impecável. Emmett, sem tirar os olhos dos meus por um segundo sequer, colocou as mãos enormes por dentro da minha blusa e as correu pelas minhas costas. O toque da pele dele na minha me fez colar minhas mãos em sua nuca e abrir a boca com sede para tocar seus lábios outra vez, mais ávidos que nunca. Ele continuou a percorrer as mãos por debaixo da minha blusa e eu desci meus dedos por suas costas, delineando cada músculo até sua cintura. Meus dedos encontraram os jeans na linha do quadril e eu os contornei sem pressa até a parte da frente, onde havia o botão e o zíper. Eu já não me importava mais com nada, eu queria apenas aquele momento. Eu queria apenas Emmett. Por inteiro. De todas as formas possíveis. Só para mim.

-Não... – ele falou ofegante afastando seu quadril do meu.

-Eu quero você, Emmett... – eu sussurrei com a voz fraca, minhas mãos procurando pelo botão de sua calça novamente. – Não banque o Edward agora, eu sei que você não é assim...

-Diga que você se rende... – ele murmurou ainda com o quadril afastado, sem tirar os lábios dos meus, sorrindo.

Eu afastei meu rosto do dele e o encarei. Ele me tomou em seus braços fortes e me colocou de costas na cama velha, engatinhando por cima de mim. Tentei levar meus dedos até o fecho de sua calça mais uma vez, mas ele segurou minhas mãos, sorrindo torto para mim.

-Diga que você se rende. – ele repetiu. – Diga que eu venci.

Em condições normais eu teria rido na cara dele e dito que nem morta eu iria falar aquilo. Mas aquela não era uma situação normal. Ele soltou meus braços e eu tomei seu rosto grande e inocente em minhas mãos. Percorri meus dedos por seus cabelos excessivamente negros, contornei suas sobrancelhas grossas, as bochechas geladas, até pousar meu indicador em seus lábios perfeitos. Ele continuou a me olhar, sorrindo, esperando uma resposta.

-Eu me rendo... – falei finalmente, descendo minhas mãos para seu peito, chegando na altura do umbigo. – Você venceu.

Emmett sorriu satisfeito com as covinhas e eu sorri de volta. Ele aproximou seu corpo do meu e não me impediu de alcançar seus jeans daquela vez. Seus lábios encontraram os meus novamente e eu fechei os olhos. A última coisa de que tive consciência foi o estrondo de um trovão cortando o céu com violência e o barulho da chuva começando a bater forte contra o telhado sobre nós.

 

 

****

 

 

NOTAS: Olá, todo mundo!

 

Muito bem gente, respirem, por favor. Pode piscar... isso.

Agora sim =)

 

Eis o capítulo 5, e o/

By the way, quem quer um Emmett levanta a mãããooo!!!  õ/

 

Tô postando até que rapidinho porque eu já tenho a história toda escrita... hehehe e porque semana que vem vai ser FROM HELL então eu não sei se vai dar tempo de atualizar ^^

 

E aí, o que acharam do capítulo? *-* - Esse é um dos meus capítulos preferidos, só perde pro 9 e vocês vão descobrir porquê depois XD

 

Por favor, votem, comentem, aumentem minha pop (e o/) e indiquem pro coleguinha perdido ;)

 

Beijos gelados, sonhem o com o Emm sem camisa (UI) e sejam felizes.

 

JMcCartyC

 

 

ps: A música é “Let me take you there”, do Plain White T’s


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