Teddybear - Heart Is Unpredictable escrita por JMcCarthyC


Capítulo 14
Epílogo - Última Dança


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!!!



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Quando começar o frio dentro de nós

Tudo em volta parece tão quieto

Tudo em volta não parece perto

Toda volta parece o mais certo

Certo é estar perto sem estar

 

Perto de você

Sou tão perto de você.

 

(Perto de você, o Teatro Mágico)

 

 

EMMETT CULLEN, 1989

 

 

Quanto tempo é necessário para se esquecer alguém? Quanta distância é necessária para separar duas pessoas? Eu não sabia a resposta exata, mas três anos e mais de dois mil quilômetros com certeza não era a resposta certa.

-Por que nós precisamos ir, Emmett? – Rosalie perguntou enquanto eu terminava de fechar a última mala. Eu levantei a mala pela alça da cama e a coloquei no chão ao lado das outras. Das outras duas malas que Rosalie estava levando.

-O Carlisle nos convidou, Rose. – eu falei sem emoção. – Além do mais, é natal. Está mais do que na hora de reunir a família de novo.

Rosalie fechou a cara. Desde que ela descobrira que eu havia me mudado para Forks e viera morar comigo, era assim quando esbarrávamos no assunto “família”. Entre aspas, porque, para ela, família era sinônimo de Alice.

-Não estou gostando disso... – ela falou com os braços cruzados, bufando em seguida. Eu estreitei os olhos.

-Você não tem que gostar de nada, Rosalie. – eu falei pegando as malas do chão. – Pode ficar se quiser, ninguém está te obrigando a ir.

Ela abriu a boca, indignada. Ninguém havia mandado ela começar...

-Emmett, ela vai estar lá. Você acha que eu vou te deixar ir sozinho? Nem morta.

Eu revirei os olhos. Como a Rosalie era irritante.

-Em primeiro lugar, tecnicamente você já está morta, então pule essa parte. E em segundo, ela tem nome, Rosalie. Alice. E você sabia das minhas condições quando veio morar aqui.

Rosalie rosnou alto e desceu as escadas batendo pé. Depois eu é que era o menino mimado. Desci devagar atrás dela, tentando ignorar todo o drama que ela fazia. Não sei porquê ela insistia naquela história o tempo todo. Eu já tinha explicado mil vezes. Mais que isso, até. Mas acho que entrava por um ouvido e saía pelo outro. Cabeça oca, sabe como é.

-Emmett, eu não entendo porquê... –

-Rosalie! – eu interrompi. – Pára. Chega. Já deu. – eu falei sério. – Você sabe que eu ainda gosto da Alice. Não sei porquê você fica insistindo...

Rosalie se virou para mim, os olhos estreitos.

-Emmett, pára de ser retardado! – ela gritou. – Já faz três anos! Você não é assim, você nunca foi assim!

-Deve ser porque a Alice me mudou, Rosalie. – eu falei no impulso, quase sem pensar. Tudo bem, sem pensar. Eu não queria falar daquele jeito com a Rosalie, mas ela já estava me dando nos nervos. – Agora vamos de uma vez, antes que eu desista da idéia e te amarre no pé da mesa.

Rosalie revirou os olhos, impaciente. Não era minha culpa se o senso de humor dela era mais perto de zero que um dividido pela velocidade da luz – E eu sei quanto é a velocidade da luz.

Saí atrás dela pela garagem, jogando as malas no banco de trás do conversível amarelo. Amarelo... a cor preferida da Alice. Passei por trás do carro e sentei no banco do motorista, esperando que Rosalie entrasse de uma vez. Ela se sentou ao meu lado com a cara fechada e cruzou os braços.

-Põe o cinto. – eu falei girando a chave na ignição. Rosalie me olhou com desdém.

-Eu não preciso de cinto, Emmett. Agora anda logo de uma vez.

Eu dei de ombros. Discutir com a Rosalie nunca levava a nada. Nunca. Nada. Dei ré com o carro na garagem e acelerei pela estrada. Cada árvore que passava correndo ao meu lado, cada quilômetro que passava com pressa sob os pneus, me fazia querer vê-la ainda mais. Poder ver os olhos dourados, delineados pela camada grossa de cílios negros, o rosto delicado, o sorriso angelical que eu não via há tanto tempo.

-Emmett! – Rosalie berrou e eu pisei bruscamente no freio.

-Eu avisei pra você pôr o cinto. – eu falei depois que o carro da frente voltou a andar, mudando de marcha. – Depois você enfia a cabeça no parabrisas e quem tem de consertar sou eu.

Rosalie estreitou os olhos e bufou alto, depois prendeu o cinto a contra gosto. Eu balancei a cabeça e voltei a me concentrar na estrada.

Me espera, baixinha. Eu murmurei mentalmente enquanto acelerava para fora dos limites de Forks. Eu estou voltando.

 

-

 

-Emmett! – Esme falou abrindo os braços, caminhando em minha direção com um sorriso de orelha a orelha. Eu bati a porta do carro atrás de mim e sorri em resposta, indo até ela para abraçá-la. – Eu estava morrendo de saudades!

Eu a apertei contra mim, aliviado. Era bom ter mais alguém por perto que não fosse a Rosalie, pra variar. Levantei os olhos e Carlisle vinha sorridente em nossa direção. Esme me soltou com uma certa relutância e eu fiquei parado, olhando para ele, mil coisas passando pela minha cabeça – por incrível que isso possa parecer. Então ele abriu um sorriso ainda maior e me abraçou forte.

-Que bom que você veio, filho. – ele falou com o queixo em meus ombros. Eu não respondi nada, eu não sabia o que responder. Então ele me soltou.

Eu voltei para o carro e peguei as malas, depois passei duas delas para Carlisle e caminhei até a porta, onde Esme a segurava aberta.

Minha casa.

Assim que coloquei os pés na sala, meus olhos pararam no sofá. O mesmo sofá de três anos atrás. Engoli seco e balancei a cabeça, tentando afastar as lembranças. Sem sucesso, como sempre. Deixei as malas no sofá e olhei para as escadas. Edward me olhava apoiado no corrimão, uma expressão de riso reprimido em seu rosto. Eu ergui as sobrancelhas.

-Não se faça de difícil, Edward, eu sei que você sentiu a minha falta. – eu falei olhando para cima. Ele balançou a cabeça.

-Convencido como sempre... – ele respondeu descendo os degraus devagar, sorrindo. Fazer o quê, ele sabia que era verdade.

Então ele se aproximou de mim e eu voei em cima dele com um abraço apertado.

-Senti sua falta, Emmett. – ele confessou enquanto nos abraçávamos. O que eu tinha dito?

-Viu, não doeu. – eu falei soltando-o. – É bom colocar essas coisas pra fora...

Ele riu. Então eu reparei em seu cabelo. Ele estava... peculiar.

-Quem te obrigou a fazer isso no cabelo? – eu perguntei apontando para aquela coisa. – Sabe, topetinho já saiu de moda... Elvis, John Travolta... Já foi, Ed.

Ele cruzou os braços e estreitou os olhos.

-Eu gosto do meu cabelo assim, Emm. – ele respondeu presunçoso. Realmente, gosto é uma coisa que não foi feita para ser discutida. Nem comentada, se possível.

-Mas eu não gosto. – eu falei o olhando com receio, e depois pulei com a mão em sua cabeça, fazendo o maior estrago que eu conseguia.

-O que você está fazendo? – ele perguntou entre os dentes, tentando segurar meu pulso.

-Deixando seu cabelo decente de novo. – eu recolhi a mão. – Pronto, agora sim. – eu falei examinando Edward, que passava os dedos furiosamente pelo cabelo bagunçado. –Ah, Edward, preze pela sua masculinidade pelo menos uma vez na vida...

Ele estreitou os olhos e todos começaram a rir. Então, no meio de todas aquelas risadas, eu ouvi uma diferente. Uma que me fez gelar por dentro. Uma que fez meus músculos travarem. Eu olhei para as escadas, desconcertado.

E lá estava ela.

O cabelo preto curtinho, impecável, o rosto pequeno, delicado, os olhos dourados, tão doces. As sobrancelhas finas, os lábios... os lábios perfeitos que me faziam ter sede só de olhar. Então ela sorriu, tímida. Mas era um sorriso diferente. Não era o sorriso alegre de que eu me lembrava. Era um sorriso... com culpa.

Eu franzi as sobrancelhas, tentando decifrá-lo. Então, um par de mãos pousou sobre os ombros de Alice. Um par de mãos brancas com cicatrizes brilhantes. Alice respirou fundo e eu murchei o sorriso, engolindo seco. Não que eu não esperasse vê-lo ali, mas talvez eu não estivesse totalmente preparado. Não daquele jeito.

Eu baixei o olhar, perdido, e me virei para Carlisle e Esme.

-Eu vou buscar os presentes pra colocar debaixo da árvore... – eu falei para mudar de assunto, decidido a não olhar para Alice pelo maior tempo possível.

-Emm... – eu ouvi a voz dela chamar, se aproximando. Eu gelei. Eu não queria vê-la, eu não queria ter de encará-la assim tão rápido. – Emm? – ela insistiu.

Eu fechei os olhos e respirei fundo. Tudo bem, eu podia fazer aquilo. Então eu me virei, disposto a permanecer calado. Quanto menos eu abrisse a boca, menos ela perceberia o meu desespero. Ou não. Mas eu não ia ficar pensando nisso àquela hora.

-Posso falar com você? – ela perguntou engolindo seco.

Eu assenti com a cabeça, sem abrir a boca. Edward pigarreou.

-Vamos arrumar as coisas? – ele falou olhando para os outros. Em poucos segundos, nós estávamos sozinhos na sala.

-Emm, senta... – ela falou apontando para o sofá. Eu respirei fundo. Nunca é um bom sinal quando alguém te pede para sentar antes de dizer alguma coisa. Receoso, eu me sentei.

-Pode falar. – eu balbuciei, finalmente, encarando meus joelhos.

Ela se sentou ao meu lado, levando a mão pequena e fria aos meus cabelos.

-Eu estava com saudades de você... – ela falou com a voz fraca, correndo os dedos pela minha cabeça. Eu virei o rosto para ela, rindo sem graça.

-Foram os três anos mais longos da minha vida... – eu murmurei, colocando minha mão em suas pernas.

Ela desceu os dedos por meu rosto, depois engoliu seco.

-Eu queria tanto que tivesse dado certo... – ela falou com dor na voz. – Queria tanto que Jasper tivesse aceitado... que a Rose tivesse aceitado...

Eu balancei a cabeça.

-Tem coisas que é melhor não entender... – eu murmurei voltando a desviar meus olhos dos dela. – Como está o Jasper?

Alice tirou a mão do meu rosto, colocando-a entre os joelhos, sem olhar para mim.

-Melhorando... – ela respondeu devagar. – No começo foi difícil... ele não queria voltar, não queria me ver... Fez todos nós jurarmos que você não ia voltar.

Eu levantei os olhos, um sorriso murcho.

-Ele deve estar querendo me matar agora, então. – eu concluí. Alice riu.

-Talvez. – ela respondeu. – É só você se comportar... – o sorriso dela sumiu, dando espaço para uma expressão mais preocupada. – E a Rosalie?

Eu hesitei. Como eu ia explicar os ataques de ciúmes da Rosalie?

-Bom... – eu comecei. – A Rosalie... é a Rosalie. – Alice me olhou com cara de interrogação. Eu adorava aquela carinha de perdida que ela fazia de vez em quando. – O que, traduzindo, significa que ela ainda te odeia e que ela tentava, pelo menos umas três vezes por semana, arrancar minhas roupas de qualquer jeito.

Alice riu. O sorriso mais lindo do mundo.

-Tentava? – ela repetiu. Eu assenti com a cabeça.

-Quando eu falei que te amava... – eu levei meus dedos ao seu rosto, contornando seus lábios frios com o polegar. – Eu estava falando muito sério.

Alice sorriu, tímida.

-Será que nós ainda temos uma chance? – ela perguntou com a voz apertada, os olhos chorosos. Eu sorri. – Não consigo mais ficar sem esse seu sorriso... Sem essas covinhas. – ela terminou apontando para as próprias bochechas. Eu respirei fundo.

-Eu é que não consigo ficar longe de você... – eu corri os dedos por seus cabelos finos. – Talvez... talvez valha a pena esperar.

Alice ergueu os olhos, triste.

-Mais? – ela perguntou com a voz fraca.

Eu sorri mais uma vez.

-O que são alguns anos perto da eternidade?

 Então, fraca, o som de uma música começou a invadir a sala. Provavelmente Edward tinha colocado algum vinil no aparelho de som. Eu me levantei e estendi a mão para Alice, sorrindo.

-Uma última dança? – eu falei esperando que ela colocasse a mão sobre a minha, puxando-a para mim quando assim ela o fez.

-Última? – ela repetiu envolvendo meu pescoço com seus braços, movendo o corpo devagar com a melodia. – Tem certeza?

Eu sorri com o canto da boca, meus braços firmes em sua cintura enquanto eu olhava fundo naqueles olhos dourados, tão lindos.

-Só enquanto o tempo não deixar, baixinha. – eu sussurrei, abaixando o rosto para pressionar meus lábios contra sua testa.

Se aquele era o preço, então eu pagaria. Eu estava disposto a esperar o tempo que fosse para poder ficar para sempre com ela. A minha mulher. A minha menina.

A minha baixinha.

 

 

****

 

NOTAS: AHHHHHHHHHHHHH!!!

Acabou...

 

Gente, vocês não sabem o vazio interno que eu fiquei quando terminei de escrever a última palavra da Fic.

E sim, eu sei vocês querem me matar.

Mas calma.

 

Eu quero agradecer a TODOS que leram a Fic. Sério. Eu juro que quando tive o surto dessa maluquice toda, eu não imaginei, nem por um segundo, que a shipper fosse ter tanta aceitação como teve. E por isso, eu sou MUITO grata a vocês. A cada um que e leu o prólogo e decidiu continuar, fosse por curiosidade, fosse por achar que eu era totalmente retardada. O motivo não importa muito.

 

Obrigada por acreditarem em mim e, principalmente, por acreditarem na Alice e no Emmett juntos. Obrigada por me darem a chance de mostrar a vocês que, apesar das diferenças, esses dois poderiam sim formar um casal perfeito, exatamente por causa dessas diferenças.

 

Obrigada por comentarem e me incentivarem, por se livrarem de preconceitos e embarcarem nessa doideira junto comigo. Se não fosse por todo esse apoio, não sei se a Teddybear estaria terminada hoje. E claro, eu preciso falar... foi a Teddy que me converteu total e irreversivelmente ao Team Emmett o/

 

E se eu tiver conseguido fazer uma pessoa que seja, gostar um pouquinho mais do Emm (meu muso pra sempre s2) ou da Ali, e tiver feito a história dos dois parecer um pouquinho real, eu já vou ficar mais feliz que a Alice em dia de liquidação ou o Emm brincando de queda de braço – e ganhando, claro. o/

 

Agora quanto à história... Preciso me defender antes que vocês saiam com o machadinho na mão.

 

A idéia inicial da Fic era que acontecesse só um “rolinho” entre o Emm e a Ali, tipo um acidente de percurso mesmo. E que depois, os shippers originais voltassem. (Calma). E até por isso que a história se passa na década de 80, para que desse tempo dos casais voltarem ao normal e tal...

MAAS... essa pessoa que vos fala aqui foi se empolgando com a brincadeira e no capítulo 5 (Rendição, pra quem não lembra) eu já estava com dó de separar os dois. Quando eu escrevi o capítulo 9 (Razão), ficou impossível. Eu não podia acabar com os dois. Não depois do Emm ter cantado Vulnerable pra Ali e ter falado que amava ela. Então a caca já estava feita.

 

Mas eu não podia mudar o último capítulo, porque eu já tinha tudo pronto e perfeito. Simplesmente não dava. E eu também não podia fazer um final exatamente feliz porque não condizia com o que estava acontecendo com o Jasper e com a Rosalie, com todo aquele chilique deles.

Aí eu fiz o epílogo.

Não foi um final tão feliz quanto eles mereciam, mas nem tão triste quanto poderia ser. – Como se eu tivesse coragem de fazer mais alguma maldade com eles...

 

E sim, vocês podem me bater pelo fim... hum... subjetivo.

 

Mas aí eu andei pensando... e eu posso fazer uma surpresinha... hehehe

 

Então gente... é isso!

 

Fim de Fic, fim da Teddy...

Esperam que tenham gostado de ler tanto quanto eu adorei escrever. É a primeira Fic que eu termino na vida, então críticas e sugestões são sempre bem-vindas!

 

Mas uma vez MUITO OBRIGADA por todos os comentários, por terem acreditado na minha mente perturbada mais do que eu mesma acreditaria... hehe

 

E aí, digam o que acharam e se vocês querem a surpresa... (uuuuuuu...)

 

Últimos beijos gelados da Teddybear, sejam felizes para sempre e sonhem com Emm todas as noites, dias, tardes, madrugadas.... – de preferência semi-despido (ou não).

 

E NÃO ME ABANDONEM!!! --'

 

JMcCartyC


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