Teddybear - Heart Is Unpredictable escrita por JMcCarthyC


Capítulo 12
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Link da música: http://www.youtube.com/watch?v=VxZByfLPdSQ



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When you walk away I count the steps that you take.

Do you see how much I need you right now?

- When you’re gone, Avril Lavigne.

 

-Jasper! – eu gritei levando as mãos à boca, trêmula. Jasper estava em cima de Emmett, seus punhos voando violentamente na direção de seu rosto. – Solta o Emmett!

-Então você vai defendê-lo, Alice? – ele grunhiu entre os dentes. – Vai defender o seu namoradinho secreto?

-O que está acontecendo aqui?! – Esme gritou saindo do quarto, assustada.

-Esme, faça o Jasper parar! – eu supliquei caminhando em sua direção. – Emm, faz ele parar!

Minhas palavras não faziam sentido, elas saíam sem meu comando, sem um processamento do meu cérebro.

-Eu não vou parar, Alice! – Jasper gritou entre os dentes. Ele colocou a mão direita no pescoço de Emmett e começou a apertar seu rosto contra o chão com força, fazendo o piso rachar. – Você achou que ia me trair com meu próprio irmão e que ia ficar por isso mesmo? – ele balançou a cabeça, a dor cortando seu semblante. – Não, Alice... Eu não merecia isso... Merecia?

Jasper voltou seus olhos para mim, ardendo em raiva. Embaixo dele, Emmett não se mexia. Eu sabia que ele estava se segurando. Que ele não queria machucar Jasper naquela situação.

-RESPONDA! – ele berrou. – Eu merecia?

-Jasper, calma. – Esme interferiu. – Vamos conversar direito, você está nervoso.

-Não estou falando com você, Esme. – ele retrucou sem olhar para ela. – Responda, Alice!

-Não, Jaz! Não merecia! – eu falei com a voz trêmula. Esme passou o braço por meus ombros, tentando me acalmar. – Solte o Emmett, por favor!

-EU NÃO VOU SOLTÁ-LO! – ele gritou. Eu nunca o tinha visto daquele jeito antes. – Desde quando vocês estão juntos?

-Jaz, pára! – eu tentei mais uma vez. – O que aconteceu com você? Por que você está assim?

-RESPONDA MINHA PERGUNTA, ALICE! – ele gritou socando o chão com força, fazendo o piso se quebrar. – Pelo menos uma vez, não minta para mim.

-Eu não menti, Jasper! – eu falei entre os dentes. – Tudo aconteceu muito rápido, depois que nós saímos do Alasca!

-Ah, é? – ele ironizou. – Pois não foi o que me pareceu NA PRAIA ONTEM! – ele berrou mais forte, sua mão apertando a cabeça de Emmett ainda mais contra o chão.

Eu congelei. Praia? Como assim, praia? Como ele sabia o que havia acontecido?

-Ficou surpresa agora? – ele falou entre os dentes. – Eu vi, Alice! Você não vale nada!

-CALA A BOCA, JASPER! – eu gritei com todas as minhas forças. Eu queria que ele ficasse quieto, eu queria que ele soltasse Emmett de uma vez por todas. – Como você foi parar lá?

-Me contaram, Alice...

Eu gelei.

A visão que eu tive na praia. De repente aquilo fez sentido.

-James... – eu murmurei para mim mesma, a fraca.

Os olhos de Emmett se estreitaram, Jasper abriu um sorriso sombrio.

-É, Alice. – ele falou com satisfação. – Ele me contou tudo! Me contou que vocês estariam naquela praia! Mas eu não quis acreditar. Não, não a minha Alice. – Jasper levou a mão livre aos cabelos. – Como eu sou idiota! Até que eu vi... vi com meus próprios olhos. Você e o Emmett... – ele falou o nome com repulsa. – Por acaso a Rosalie já sabe disso?

Eu fiquei quieta, Emmett respirava fundo debaixo de Jasper, lutando para se controlar.

-Mas é claro que não. – ele mesmo concluiu. – Ou você provavelmente estaria sem cabelos agora, Alice.

-Eu não ia deixar a Rosalie encostar um dedo na Alice, Jasper. – Emmett falou dificuldade, as sobrancelhas cerradas.

-Você cala a boca! – Jasper gritou para Emmett.

Então alguém abriu a porta.

Rosalie.

Ela parou com a porta aberta, sacolas nas mãos, olhos arregalados.

-O que está acontecendo aqui, Esme? – ela falou ainda em estado de choque.

-Nada, Rose. – Esme respondeu rápido, puxando-a pelo pulso. Preciso falar com você.

Jasper socou o chão novamente.

-Você também está do lado deles, Esme? – ele falou com raiva. Rosalie piscou os olhos, confusa.

-Como assim? – ela perguntou rápido, olhando para nós. – Por que você está em cima do Emmett, Jasper?

-Por nada, Rosalie. – Esme interrompeu. – Venha.

Com algum esforço, Esme conseguiu arrastar Rosalie para o quarto e fechou a porta em seguida. Jasper voltou os olhos para mim.

-Eu preciso saber o que vai ser, Alice. – ele falou com a voz incrivelmente calma, como se sempre estivesse daquele jeito. – Eu preciso que você me diga.

-O que vai ser o quê, Jasper? – eu perguntei, confusa. Ele não fazia mais sentido.

-Daqui pra frente. – ele falou sem emoção. – Quem você quer.

Eu engoli seco. Eu não queria ter de decidir naquele momento. Não com Jasper e Emmett ali, juntos, olhando para mim. Não daquele jeito. Não era para ser daquele jeito.

-DECIDA, ALICE! – Jasper gritou de repente. – Agora! Eu ou o Emmett?

Eu olhei para baixo, as palavras travadas na garganta. O que aconteceria depois? O que eu ia fazer? Eu fechei os olhos e levei as mãos à boca.

-O Emmett... – eu murmurei baixinho, os olhos apertados, a voz quase inaudível.

-Não ouvi, Alice. – Jasper retrucou. – Diga alto.

Eu respirei fundo.

-O EMMETT!  - eu gritei. – Eu quero o Emm, Jasper!

Então Rosalie saiu do quarto, abrindo a porta com força.

-O QUÊ, ALICE? – ela gritou, vindo furiosamente em minha direção. Eu olhei para Emmett, seus olhos estavam arregalados.

Eu fiquei parada sem saber o que fazer, como se eu esperasse que Rosalie simplesmente me alcançasse e começasse a me estapear. Então Emmett soltou o braço de Jasper de seu pescoço e o empurrou com força, ficando de pé em seguida e se interpondo entre mim e Rosalie.

-Menos, Rosalie! – ele falou alto, o tom firme.

-Então era isso, Emmett? – ela falou entre os dentes, se aproximando dele. – Era isso?

-Esme, cuide da Rosalie. – Emmett falou com a voz calma. Esme havia acabado de sair do quarto, assustada.

Então Jasper se levantou, a expressão de dor em seu rosto mais intensa que nunca.

-Então é assim... – ele começou. – É assim que tudo acaba.

-Jaz, pára... – eu falei de trás de Emmett, a voz fraca, difícil de sair.

Ele caminhou até a porta e girou a maçaneta, depois olhou para mim, os olhos apagados, vazios.

-Adeus, Alice.

-Jaz, espera! – eu gritei tentando passar por Emmett, mas era tarde. Jasper havia ido embora. Então eu me lembrei da fogueira, dos vampiros. Jasper não podia... Podia?

Esme puxou Rosalie pelo braço, sentando-a à força no sofá. Emmett começou a andar rápido, passando pela porta. Eu corri atrás dele.

-Aonde você vai, Emm? – eu perguntei com a voz trêmula, chegando ao corredor. Ele se virou para mim, andando de costas.

-Eu vou atrás do James. – ele respondeu com raiva. – Ele merece pagar por isso, Alice.

Então Emmett voltou a correr pelo corredor e desapareceu atrás da porta que dava para as escadas. Eu me virei para Esme.

-Esme, preciso ir atrás do Jasper. – eu avisei. – Se o Edward aparecer, diga que eu preciso dele. Peça para ele me encontrar... – eu hesitei. – Nos Volturi.

Esme engoliu seco, a preocupação estampada em seu rosto, ainda segurando uma Rosalie que fuzilava com os olhos sentada no sofá.

Eu me virei e atravessei a porta com pressa, passando rápido pelos corredores, a voz de Jasper ecoando em minha mente. Eu não podia deixar que ele fizesse aquela besteira. Entrei na porta que dava para as escadas e desci os degraus rápido, pulando cada lance que se punha à minha frente.

Alcancei o saguão de entrada do hotel, lotado, e procurei desesperadamente por algum rosto familiar. Nada. Saí correndo para a rua, tentando me decidir para qual direção ir. Então eu o vi.

-Edward! – eu gritei. – Edward!

Ele veio correndo na minha direção, assustado.

-O que foi, Alice? – ele perguntou com as sobrancelhas franzidas, olhando preocupado para mim.

-O Jasper... – eu falei ainda trêmula. – Ele apareceu, ele brigou com o Emm, comigo... – eu sacudi a cabeça, aquilo tudo não era importante naquela hora. – Ele vai tentar se matar, Edward.

Edward arregalou os olhos.

-C-como assim, se matar? – ele repetiu, incrédulo.

-Os Volturi, Edward! – eu falei levando as mãos ao meu rosto e me encostando em seu peito, as pálpebras apertadas. – Ele vai atrás dos Volturi...

-Não! – Edward gritou. – Não, ele não pode! – ele me afastou de seu peito. – Eu vou encontrá-lo. Alice. Por favor, fique com o Emmett. É dele que você precisa agora.

Edward beijou minha testa, um fio de desespero escapando de seu gesto. Depois ele saiu correndo, nervoso, e desapareceu entre as pessoas na rua.

Emmett.

Sim, era de Emmett que eu precisava. Era com Emmett que eu deveria estar naquela hora. Fechei os olhos e me concentrei em sua imagem, tão nítida, tão perfeita. Eu precisava descobrir onde ele estava indo. Irônico, pensei. Ele estava na praia.

Abri os olhos com violência e olhei em volta, tentando me localizar. Eu conseguiria encontrar a praia sozinha? Não, aquela não era uma hipótese. Era uma obrigação. Eu tinha que encontrar a praia sozinha. Comecei a correr pelos quarteirões, tentando me lembrar de qualquer detalhe que pudesse me colocar no caminho certo. Atravessei algumas ruas, passei por mais alguns quarteirões, guiada mais pela intuição do que pela memória. Então o barulho do mar foi ficando mais forte. Eu estava perto.

Continuei correndo até que o barulho da água salgada invadiu minhas narinas e o mar ficou visível no horizonte. Eu acelerei ainda mais os passos, querendo encontrar Emmett o mais rápido possível. Eu precisava dele o mais rápido possível.

-Emm! – eu gritei quando meus pés alcançaram a arei. – Emm!

Ao longe, uma silhueta forte se virou para mim.

-Alice, vá embora! – ele gritou com agonia na voz.

-Eu quero ficar com você! – eu gritei em resposta, parando de correr.

-Alice, por favor! – ele suplicou.

Mas era tarde.

-Então você veio... – a voz feminina e descrente falou atrás de mim. Eu me virei com um susto e lá estava ela. O sorriso malicioso, os cabelos ruivos embaraçados, as íris vermelhas olhando para mim. Victoria.

Com um movimento rápido, ela levou a mão ao meu pescoço e me ergueu no ar, me olhando com satisfação.

-Agora eu posso me vingar de você pelo James. – ela falou presunçosa, andando comigo pendurada pelo pescoço.

Eu apertei minhas mãos em volta do pulso de Victoria, com toda a força que consegui. Com uma força que seria o suficiente para quebrar os ossos de uma pessoa normal. Então ela me levantou mais alto, acima de sua cabeça.

-Está vendo seu namoradinho? – ela falou com desdém, apontando para Emmett com a cabeça. – É melhor você dizer adeus à ele...

-Cala... a boca... Victoria! – eu falei entre os dentes, a voz difícil de sair. Ela apertou ainda mais us dedos em meu pescoço, suas unhas sujas pressionando a minha pele.

Eu tentei virar o rosto, eu queria saber o que estava acontecendo com Emmett. Então eu ouvi um baque forte.

-Ah, você quer ver o show... – Victoria ironizou, me virando para Emmett.

E lá estava ele, atracado com James na areia, poeira voando por todos os lados.

-Espero que a última noite de vocês tenha sido muito boa... – Victoria falou com satisfação. – Porque foi provavelmente a última.

Eu trinquei os dentes. Ela estava indo longe demais. A raiva começou a subir pelo meu corpo, crescendo com o sorriso repulsivo de Victoria. Eu fechei os olhos, tentando canalizar meu ódio em uma única ação. Com um movimento brusco, eu abri os olhos com violência e estiquei a perna para frente, com força, acertando um chute forte na mandíbula de Victoria.

Ela me soltou com o impacto e caiu no chão, desorientada. Eu bati com as costas na areia e me levantei rápido, parando ao lado dela.

-Eu falei pra calar a boca! – eu disse entre os dentes, cuspindo em seu rosto.

Então eu ouvi outro estrondo.

Virei o rosto rápido, procurando por Emmett.

-Emm! – eu gritei começando a correr na direção dele. – Emm!

Ele se virou, assustado.

-Alice, vá embora... – ele falou com a voz suplicante, cortando o coração. – Me desculpa...

Foi quando James pulou para derrubá-lo mais uma vez. Emmett o segurou e o jogou contra um rochedo que se erguia na areia, prensando-o em seguida ali. Eu corri até lá, eu queria ficar ao lado dele. Eu sentia um vazio começando a se alastrar dentro de mim, como se... como se eu fosse perdê-lo a qualquer momento.

Emmett encostou a cabeça de James contra a pedra, o ódio e a culpa cortando seu rosto perfeito.

-Alice, por favor... – ele murmurou quando eu me aproximei. – Suas roupas estavam rasgadas, ele estava coberto de areia.

-Emm... – eu falei levando a mão ao seu rosto. – É você que eu quero, é por você que eu estou aqui.

 


 

This time, this place

Misused, mistakes

Too long, Too late

Who was I to make you wait?

 

 

Ela balançou a cabeça, os olhos fechados.

-Talvez isso tudo esteja errado, Alice...

-Não, Emm, não fala isso... – eu interrompi. Eu não ia deixá-lo continuar.

-Que bonito, os pombinhos se despedindo... – Jasper falou com desdém. Emmett virou um soco violento em seu rosto, fazendo a rocha rachar.

-Cala a boca, James! – ele falou entre os dentes, depois voltou os olhos para mim. Os olhos dourados tão lindos, com um brilho diferente, apagado.

-Eu não queria que fosse assim... – ele falou engolindo seco. – Isso tudo parece um pesadelo.

 

 

Just one chance

Just one breathe

Just in case there’s just one left

Cause you know

You know, you know…

 

 

-Não precisa ser assim, Emmett! – eu supliquei. – Nós podemos acordar. Juntos.

 

 

I love you

And I loved you all along

And I miss you

Been far away for far too long…

 

 

Eu corri minhas mãos pelos seus cabelos, pelo pescoço, pelas bochechas brancas. Por tudo aquilo que eu havia aprendido a gostar. Por tudo aquilo que eu queria para sempre ao meu lado. Que eu precisava ao meu lado.

-Você também é minha razão, Emmett... – eu murmurei por fim, a voz fraca, triste.

-Alice, Emmett! – uma voz gritou ao longe. Nós nos viramos simultaneamente, procurando pelo seu dono. Correndo, Carlisle vinha pela praia, gritando nossos nomes. – O que vocês estão fazendo? – ele perguntou assustado.

-Dando uma lição nele, Carlisle. – Emmett falou entre os dentes.

-Solte-o, Emmett. – Carlisle falou com firmeza.

Emmett virou o rosto para Carlisle, as sobrancelhas franzidas.

-O quê?! – ele indagou, confuso. – Soltá-lo?

-Não vale a penas destruí-lo, Emmett. – Carlisle continuou. – Não vale a pena você sujar suas mãos com ele. Nós não somos assim.

Com alguma relutância e bem lentamente, Emmett foi aliviando a força que prendia o pescoço de James contra a pedra, até liberá-lo por completo.

-Vá embora, James. – Emmett falou entre os dentes. – Siga o exemplo da Victoria, se você sabe o que é melhor para você. – eu me virei. Eu não tinha percebido que Victoria não estava mais lá. – Porque da próxima vez o Carlisle não vai ser suficiente para me fazer mudar de idéia.

Com um último olhar de desdém, James deu as costas para nós e começou na correr, até desaparecer de vista, entre as ruas da cidade.

Carlisle colocou as mãos em meus ombros e nos de Emmett.

-Vocês precisam conversar. – ele falou olhando para nós, depois afagou nossos ombros e se virou.

-Carlisle! – eu chamei quando ele começou a se afastar. Ele se virou calmamente, me olhando. Eu engoli seco. – Você tem notícias do Jasper?

Ele parou e respirou fundo, o olhar preocupado.

-Ainda não... – ele respondeu com dor na voz. – Mas eu confio no Edward, Alice. Ele vai conseguir.

Carlisle se virou mais uma vez, caminhando pela areia.

-O que aconteceu com o Jasper? – Emmett perguntou, confuso.

Eu me virei para ele. Eu tinha me esquecido de que ele ainda não sabia.

Eu respirei fundo.

-Ele quer tentar se matar, Emm. Os Volturi.

Emmett arregalou os olhos.

-Ele ficou louco? – ele gritou abrindo os braços. – Por quê?

-Como por quê, Emmett? – eu repeti. – Eu escolhi você, você perdeu essa parte?

Emmett levou as mãos à cabeça, depois desmoronou no chão.

-Isso está tudo errado... – ele falou devagar, os olhos apertados. – Se acontecer alguma coisa com o Jasper, eu não vou me perdoar, Alice.

 

 

I keep dreaming you’ll be with me

And you’ll never go

Stop breathing if

I don’t see you anymore…

 

 

Eu me abaixei ao seu lado, levando minhas mãos ao seu rosto.

-Eu confio no Edward, Emm. – eu falei muito mais para acalmá-lo do que por convicção própria. Ele olhou para mim, os olhos vazios.

-Ali, de que adianta você ficar comigo se for pra acabar assim? Se for pra você ficar triste? Se for pra eu perder meu irmão?

Eu levei minha mão aos seus lábios, trêmula. Eu não queria que ele continuasse a falar. Parecia que a cada palavra que escapava de sua boca, mais rápido os segundos se passavam. Parecia que menos tempo eu tinha com ele.

 

 

On my knees, I’ll ask

Last chance for one last dance

Cause with you I’d withstand

All of hell to hold your hand

 

 

Emmett levantou os olhos e colocou a mão grande e fria em meu rosto, afagando minha bochecha.

 

 

I’d give it all

I’d give for us

Give anything, but I won’t give up

‘Cause you know

You know, you know…

 

 

-Alice, eu te amo demais para aguentar te ver assim. Eu não consigo. – ele levou a outra mão ao peito, apertando a camisa entre os dedos. – Me machuca.

 

 

I love you

And I loved you all along

And I miss you

Been far away for far too long…

 

 

Eu engoli seco, eu não queria acreditar no que parecia inevitável. Não depois de tudo.

-Emm, não... – eu supliquei. Ele balançou a cabeça.

-Eu te amo tanto... que estou disposto a abrir mão da minha felicidade... pela sua.

 

I keep dreaming you’ll be with me

And you’ll never go

Stop breathing if

I don’t see you anymore…

 

 

Eu congelei. O buraco rugiu forte em mim, se abriu sob os meus pés. O mundo caiu. Não, ele não podia estar falando aquilo.

-Emm, não... – eu falei com a voz fraca, os dedos em seus lábios gelados. – Você é minha felicidade. Eu não consigo mais ficar sem você!

 

 

So far away

Been far away for far too long

So far away

Been far away for far too long

But you know, you know, you know…

 

 

Emmett tirou a mão de meu rosto e balançou a cabeça, depois se levantou. Eu me levantei atrás dele.

-Eu preciso de você! – eu supliquei mais uma vez. – Eu não quero mais o Jasper...

 

I wanted

I wanted you to stay

Cause I needed

I need to hear you say

 

 

-Você não precisa ficar com o Jasper… - ele se aproximou de mim e colocou as mãos em meus cabelos. – É só que... por enquanto... talvez... talvez seja melhor nós darmos um tempo... Talvez seja melhor você voltar sozinha. O Jasper vai precisar de você.

-Mas, mas... E você? Como você vai ficar?

 

 

That I love you

And I loved you all along

And forgive you

For being away for far too long…

 

 

-Eu vou ficar bem, Alice. – ele mentiu. Ele era um péssimo mentiroso. – O Jasper precisa de você agora.

Eu me agarrei em sua cintura e me apertei contra seu peito.

-Por favor, me diz que você não vai embora...

 

 

So keep breathing

Cause I’m not leaving you anymore

Believe it

Hold on to me and never let me go

 

 

Ele riu, depois começou a correr os dedos pelos meus cabelos, seu queixo apoiado em minha cabeça.

-Não... – ele sussurrou. – É só por enquanto.

Emmett me afastou de sua cintura e baixou os olhos na direção dos meus.

-Eu te amo. – ele murmurou com um sorriso triste nos lábios, suas pupilas acompanhando cada movimento das minhas. – Sempre... Sempre.

Emmett abaixou o rosto e pressionou os lábios duros contra os meus, uma doçura quase desesperada no gesto.

 

 

Keep breathing

Cause I’m not leaving you anymore

Believe it

Hold on to me and never let me go

 

 

-Eu volto, baixinha. – ele sussurrou, quase inaudível, a dor refletida em sua voz. Depois passou as costas das mãos pelas minhas bochechas uma última vez, caminhando por mim, me deixando para trás.

 

 

Believe it

Hold on to me and never let me go...

 

 

Eu me virei e fiquei o observando se afastar de mim, cabisbaixo, a passos lentos.

Naquele instante eu senti um pedaço de mim indo embora. Eu senti que estava... sozinha. Mas ele ia voltar, não ia? Ele tinha que voltar. O Jasper precisa de você, eu ouvi a voz grossa de Emmett ecoar em minha mente.

Pisquei forte e sacudi a cabeça, eu precisava encontrar Jasper, ter certeza de que ele estava bem. Talvez fosse a única chance que eu tinha de ficar com Emmett. Jasper tinha que estar bem.

Ainda anestesiada e sem ter muita certeza ou consciência do que havia acontecido, eu comecei a correr pela praia em direção ao hotel. Meu cérebro pulsava, flashes de James, Victoria e Emmett se misturavam e, sem formar uma lembrança concreta de minutos atrás.

Então eu alcancei o hotel, rápido demais para assimilar a informação, rápido demais para sequer pensar em hesitar por algum momento. Passei batido pela entrada, ignorando os olhares assustados que se colocavam sobre mim e subi correndo as escadas, quase tropeçando nos degraus. Atingi o nono andar empurrando a porta com violência, desajeitada, correndo estabanada pelo corredor do hall até alcançar o número noventa e três. Coloquei a mão na maçaneta e parei. Parei pela primeira vez desde que eu havia deixado a praia. Desde que Emmett havia me deixado para trás.

Engoli seco e respirei fundo ao lembrar de sua silhueta grande se afastando de mim, a culpa que ofuscava seu olhar enquanto ele tentava se explicar. Se ele soubesse que não precisava se explicar. Se ele soubesse que eu...

Então eu ouvi a voz de Edward atrás da porta. Ele estava lá. Ele havia voltado.

Girei a maçaneta, a incerteza e a ansiedade pulando em minhas veias com cada fração de segundo que parecia se arrastar enquanto a porta se abria. Então, mais pálido que o normal, as olheiras mais fundas e escuras e com uma expressão de total desolação e fragilidade, estava Jasper, sentado estático no sofá. Ele não levantou os olhos para me ver, seus dedos batiam compassadamente contra suas têmporas enquanto ele fitava o chão rachado com violência. Ao lado dele, Edward se levantou de supetão, caminhando na minha direção.

Eu larguei a maçaneta da porta e corri para abraçá-lo. Edward me envolveu em seus braços e beijou meus cabelos.

-Está tudo bem, Alice... – ele murmurou. – O Jasper vai ficar bem.

-Obrigada, Edward. – eu falei com a voz fraca. Era a única coisa que eu conseguia dizer. – Obrigada...

-E o Emmett? – ele perguntou baixinho, ainda com o queixo apoiado em minha cabeça. Eu apertei os olhos e engoli seco. Eu não sabia.

-Eu não sei, Ed... – eu respondi apertando-o mais forte contra mim. – Eu não sei.

Diminuí a força nas pálpebras e respirei fundo. A voz triste de Emmett ecoava por todos os lados, pulsava forte em meus ouvidos.

Eu volto, baixinha.

 

 

*****

 

 

NOTAS: Ain, eu sei que eu vou queimar no inferno --'

 

Vocês não têm noção de como esse capítulo dói em mim...  Sérião... eu fico triste quando leio, snif...

 

Enfim... apesar de ser tristinho, eu espero que tenham gostado! =)

 

A fic tá acabaaaaaaando... Estou com vazio interno....

Tudo bem, eu supero...

 

 

Comentem, por favor, e não me ameacem de morte ainda. Depois do último capítulo eu juro que dou permissão legal pra vocês fazerem isso. /prontoparei.

 

Nos vemos no Capítulo 12, “Tempestade”.

 

Beijos gelados, sonhem com o Emm (*-*) e não pensem em métodos de tortura medieval para usar na minha pessoa.

 

JMcCartyC

 


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