Teddybear - Heart Is Unpredictable escrita por JMcCarthyC


Capítulo 10
Razão


Notas iniciais do capítulo

link da música: http://www.youtube.com/watch?v=vS8_MwRgGbs
OUÇAM quando ela aparecer, é importante!!! XD



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Eu engoli seco. Eu não queria falar com Jasper, porque eu sabia que ele estava desconfiado. Muito desconfiado. Eu me virei para ele, tentando manter uma expressão neutra no rosto.

          -Fale, Jasper.

          Ele olhou para frente, Emmett estava parado olhando para nós, a tensão visível sob seu semblante perfeito.

          -Nós já vamos, Emmett. – Jasper falou sem emoção. – Pode ir na frente que nós alcançamos vocês.

          Emmett apenas se virou devagar e começou a caminhar, dando as costas para nós. Eu queria tanto que ele ficasse ali comigo, que ele me protegesse. Mas ele não podia.

          -Pronto, Jaz... – eu falei olhando para o chão, me denunciando. A sessão de tortura ia começar.

          Ele respirou fundo.

-Alice, o que está acontecendo?

-Nada, Jaz. – eu menti. Eu sempre fora uma péssima mentirosa.

-Eu sei que está acontecendo alguma coisa. – ele falou sério. – E eu sei que o Emmett está metido nisso.

-Jaz, eu...

-Por favor. – ele interrompeu. – Me diga que não é o que estou pensando.

          -Não é o que você está pensando. – eu respondi mecanicamente. Ele é quem havia pedido.

Jasper revirou os olhos.

-Alice, o que você foi fazer com o Emmett no vestiário hoje mais cedo? A verdade. – ele acrescentou.

Eu não sabia o que responder. Nem eu sabia direito o que eu havia ido fazer lá.

-Nada, Jasper! Eu já falei! – eu gritei.

-Você pensa que eu sou idiota? – ele falou bravo. – Você pensa que eu não percebo?

-Percebe O QUÊ? – eu berrei.

-Os olhares que você e o Emmett andam trocando! Todo mundo já percebeu, Alice! E você fica aí, se fazendo de desentendida! Dá um tempo...

Eu estava começando a entrar em desespero. Finalmente o choque de realidade estava caindo sobre mim. Da pior maneira possível.

-Jaz, pára... – eu falei com a voz fraca, tentando levar meus dedos ao seu rosto, mas ele me impediu.

-Não, Alice! Não é mais fácil você dizer de uma vez por todas o que fez? Ou você gosta de ficar me torturando?

-Jasper, por favor...

Ele colocou as mãos frias em meus braços e aproximou o rosto do meu.

-Então diga, olhando nos meus olhos, que não há nada entre você e o Emmett.

Eu o encarei, imóvel. Eu não conseguiria mentir daquela vez. Não olhando em seus olhos. Sem emitir uma palavra sequer, eu abaixei o olhar, fitando o chão.  Estava declarada minha derrota.

Jasper soltou meus braços e me olhou, a decepção visível em seu rosto marcado pelas cicatrizes brancas.

-Eu achei que você me amasse, Alice.

Ele deu as costas para mim e atravessou a rua, sem dizer mais nada.

-Jaz! – eu gritei com força, o desespero de vê-lo partir tomando conta de mim. – Jaz!

Mas ele não se virou. Naquele momento, pela primeira vez, eu me senti sozinha. Eu me senti perdida. Senti que tinha perdido Jasper.

Sem me preocupar com as pessoas na rua, comecei a correr na direção do hotel, esperando que não houvesse ninguém lá. Eu queria ficar sozinha. Eu merecia ficar sozinha.

As casas e os prédios passavam rápido por mim, borrões sem formas definidas que assombravam minha mente. No caminho, nem sinal de Emmett e dos outros. Passei batido pela entrada do hotel e não esperei o elevador chegar. Abri a porta que dava acesso às escadas e subi pulando três degraus de cada vez. Quando atingi o nono andar, abri a porta do número noventa e três com violência, ignorando o detalhe de que talvez ela pudesse estar trancada.

Mas ele não estava.

Desorientada, eu fechei a porta atrás de mim e me joguei de bruços no sofá, desejando com todas as forças que o teto caísse sobre mim – apesar de, tecnicamente, não fazer muita diferença.

Pronto, eu havia conseguido. Eu havia magoado Jasper, eu havia destruído a minha vida e a dele. Com um pouco de sorte, a de Emmett e Rosalie também estariam arruinadas. Como eu era idiota! O que eu ia fazer agora? Ficar com o Emmett? Talvez essa fosse a decisão mais sensata a se tomar, mas eu não podia deixar Jasper sozinho solto por aí. Podia? E Rosalie? Ela ia ter um ataque histérico de verdade e depois ia arrancar minha cabeça. Mas o que eu estava dizendo? Eu nem sabia se Emmett ainda queria ficar comigo. E se ele tivesse visto que era muito mais saudável ficar com Rosalie e esquecer toda nossa maluquice? Droga! Talvez eu devesse fugir e me exilar na Antártida com pingüins por tempo indeterminado.

-Eu já não falei para você parar de pensar?

Não, aquilo não era possível. Eu tinha certeza de que só podia ser uma alucinação. E das boas.

Eu não me virei, continuei deitada de bruços encarando o estofado do sofá, decidida a ignorar minha imaginação perturbada. Então eu senti um corpo grande se sentar no sofá e se encostar em mim, depois uma mão enorme começou a correr pelos meus cabelos. Tudo bem, aquilo estava real demais para ser uma alucinação.

-Não vai virar para me ver? – a voz grossa falou com doçura.

Eu levantei o rosto, devagar. Emmett abriu um sorriso largo quando meus olhos encontraram os dele e eu levantei em um salto para abraçá-lo com força. Eu estava com meu ursinho. Eu estava segura de novo.

-Eu nem acredito que você está aqui... – eu murmurei em seu ouvido, a voz fraca.

-Está tudo bem, Ali... eu falei que ficaria com você, não falei?

Eu me soltei dele, deixando minhas mãos em seu rosto perfeito, olhando-o como se eu ainda não acreditasse que ele estava lá. Emmett sorriu e girou o boné para o lado, colando seus lábios no meu. Eu fui pega de surpresa, a sede que corria em minhas veias sendo drenada com velocidade, substituída pelo alívio, pela certeza, pela paixão que queimava com força em nossas bocas geladas. Então nossos lábios se separaram.

-Você não sabe o quanto eu precisava disso... – ele falou sorrindo torto, ofegante.

-Pode apostar que eu sei... – eu respondi tentando retribuir o sorriso.

Emmett se levantou e estendeu a mão para mim, as sobrancelhas erguidas, esperando que eu me levantasse também.

-O quê? – eu perguntei confusa.

-Quero te levar para um lugar. – ele falou com a voz doce. – Você já teve realidade demais por hoje. É hora da sua anestesia.

Eu fui obrigada a sorrir. Coloquei minha mão sobre a dele e ele me puxou, colando seu corpo no meu.

-Aonde nós vamos? – eu perguntei olhando para cima, seus olhos dourados brilhando como os de uma criança que pronta alguma.

-Surpresa. – ele falou malicioso. – E eu não vou deixar você descobrir.

Ele colocou o polegar em meu queixo e pressionou seus lábios contra os meus mais uma vez, depois me puxou para a porta.

-Onde estão os outros? – eu falei me lembrando de repente de que nós estávamos sozinhos ali.  Emmett deu de ombros.

-Mudaria alguma coisa saber onde eles estão? – ele perguntou abrindo a porta do elevador.

-É, acho que não...

O elevador estava vazio. Eu me agarrei na cintura de Emmett e encostei minha cabeça em seu peito.

-Eu já estava com saudades de você me abraçando assim. – ele falou afagando meus cabelos.

-Emm... – eu comecei, engolindo seco. – Você conversou com a Rose?

Ele me afastou de seu peito e abaixou o olhar até meu rosto.

-Jasper e Rosalie são assuntos terminantemente proibidos hoje.

Eu ri sem graça.

-Tudo bem, desculpa...

-Eu te perdôo... – ele falou com um sorriso convencido e eu mostrei a língua para ele. – Hoje somos só eu e você. O resto do mundo não tem permissão para atrapalhar.

O elevador parou no térreo e nós saímos da cabine. Emmett entrelaçou seus dedos nos meus e nós atravessamos o saguão, saindo para a rua. Já estava começando a escurecer, o céu ameaçadoramente cinza.

-Acho que vai chover. – eu falei olhando para cima. Emmett sorriu torto.

-Até que não seria uma má idéia...

-O que você quer dizer com isso? – eu perguntei voltando meu olhar para o dele.

-Nada. – ele respondeu malicioso. – Chega de perguntas, baixinha. Ou vai estragar a surpresa.

Tudo bem, eu estava derrotada mais uma vez. Vencida, deixei Emmett me guiar pelas ruas da cidade. Ele andava como se tivesse plena certeza de onde estava indo, como se ele já tivesse estado lá antes.

-Emm, você sabe mesmo para onde estamos indo? Assim, só pra eu ter certeza. – eu acrescentei. Ele me olhou com as sobrancelhas erguidas.

-Claro que eu sei. – ele falou com convicção. Eu estreitei os olhos. – Dessa vez é sério.

Eu ri e balancei a cabeça. Ele soltou meus dedos e passou seu braço por meus ombros, me apertando contra ele. Depois abaixou o rosto e beijou meus cabelos.

-Posso ficar agarradinho em você assim pra sempre? – ele falou me envolvendo com seu outro braço.

-Poder até pode... – eu falei com a voz maliciosa. – Mas não acho que nós conseguiríamos fazer muitas coisas desse jeito.

Emmett riu e soltou um dos braços de mim.

-Olha só você... – ele falou com os olhos estreitos. – Retiro o apelido de dona pureza. E não quero ouvir reclamações de sua parte depois.

-Depois? – eu repeti devagar. Ali tinha coisa.

-É, e eu me recuso a falar qualquer coisa a partir de agora. – ele terminou com uma piscadinha destruidora. – Até porque nós já chegamos.

Eu olhei para o outro lado da rua, para onde Emmett apontava com a cabeça. Eu franzi as sobrancelhas e olhei para ele, confusa.

-Um barzinho, Emmett? – eu perguntei desorientada. – O que dois vampiros vão fazer em um barzinho?

-Você vai ver. – ele respondeu com os olhos brilhando de novo, me guiando para o outro lado da rua.

E o lugar estava cheio. Muito cheio. Emmett me colocou em sua frente e foi me empurrando entre as mesas ocupadas com as mãos grandes em meus ombros. Eu estava começando a ficar preocupada.

Olhei para trás, tentando decifrar alguma coisa na expressão de Emmett, mas ele apenas sorriu torto e acenou com a cabeça para o lado. Eu olhei para onde Emmett havia acenado e lá estava uma mesinha para dois, bem de frente para o palco.

Um palco.

Eu engoli seco, querendo sair correndo dali.

-Emm, o que você aprontou? – eu perguntei com a voz trêmula.

Ele me empurrou para a cadeira e se sentou ao meu lado, depois beijou meus lábios brevemente.

-Você vai ver.

No palco, um grupo tocava música italiana típica. Pouco tempo depois de chegarmos, eles pararam. Eu tremi por dentro e apertei a mão de Emmett com força.

-Calma, Ali. – ele falou sorrindo. – Eu já volto.

Emmett soltou sua mão da minha e se levantou da cadeira, depois caminhou até o palco. Eu quase tive um troço. O que ele estava fazendo ali em cima, pelo amor de Deus!

-Grazie. – ele falou sorrindo para um dos homens que havia acabado de tocar, quando ele lhe estendeu um violão. Eu comecei a entrar em desespero. Não era possível... era?

Emmett sentou no banquinho no meio do palco, ajeitou o microfone na altura de sua boca e colocou o violão no colo. As luzes diminuíram, um feixe o iluminava por cima. Toda a atenção do local estava voltada para ele. Só para ele.

Não era possível.

-Buona sera. – ele começou em seu italiano impecável e destruidor. – Meu nome é Emmett Cullen e eu gostaria de tocar uma música para uma pessoa que está aqui hoje. – ele olhou e apontou para mim, o sorriso enorme com as covinhas, os olhos brilhando. – A música já resume o que eu quero dizer, então vou simplesmente cantá-la.

As palavras seguintes saíram em inglês, me atingindo em cheio. Eu quase não acreditava no que ele estava fazendo.

-Essa é para você, baixinha. Porque eu sei muitas coisas que você não faz idéia.

Ele terminou com um sorriso, girou o boné para trás, arrumou o violão no colo e respirou fundo, depois começou a dedilhar as cordas. Eu ainda não acreditava no que ele estava fazendo.

Quando Emmett começou a cantar, sua voz era simplesmente mágica. O timbre grave com o tom infantil e perfeitamente afinado parecia ter sido feito para a música. Feito para mim. Eu decidi esquecer todo e qualquer problema naquele momento. Naquela hora, meu mundo se resumia única e exclusivamente a Emmett.

 

 

 (Música: http://www.youtube.com/watch?v=vS8_MwRgGbs)

 

 

Share with me the blankets that you’re wrapped in

Because It’s cold outside

It’s cold outside

 

Share with me the secrets that you kept in

Because it’s cold inside

It’s cold inside

 

And your slowly shaking fingertips show

That you’re scared like me, so

Let’s pretend we’re alone…

 

Eu sorri e balancei a cabeça, depois apoiei os cotovelos na mesa e levei a mão à boca. Aquilo estava muito além do que eu podia imaginar.

 

And I know you may be scared,

And I know we’re unprepared,

But I don’t care

 

Ele sorriu enquanto cantou os versos, seus olhos não se desviavam dos meus nem por uma fração de segundo.

 

Tell me, tell me

What makes you think that you are invincible

I can see it in your eyes that you’re so sure

And please don’t tell me that I’m the only one

That’s vulnerable…

 

Emmett fechou os olhos e parou de bater as cordas.

 

Impossible...

 

Eu mordi o lábio, incrédula. Ele abriu os olhos novamente e voltou a bater as cordas, sorrindo. Ele sabia que eu estava petrificada com tudo aquilo. Ele sabia que havia conseguido me surpreender. De novo.

 

I was born to tell you I love you

But isn’t that a song already?

I get a B in originality

 

Meu estômago deu um looping com o primeiro verso e meu cérebro simplesmente se recusou a absorver qualquer outra informação. Eu levei as mãos aos cabelos, desconcertada. Emmett fechou os olhos novamente, depois os abriu e me fitou com uma urgência quase desesperada.

 

And it’s true, I can’t go on without you

Your smile makes me see clearer

If you could only see in the mirror what I see…

 

Eu queria tanto correr para abraçá-lo. Se ele soubesse como eu também me sentia, como o sorriso dele me dava forças para continuar depois de tudo...

 

And your slowly shaking fingertips show

That you’re scared like me, so

Let’s pretend we’re alone…

 

Ele fechou os olhos uma terceira vez, batendo as cordas com força.

 

And I know you maybe scared

And I know we’re unprepared

But I don’t care

 

Tell me, tell me

What makes you think that you are invincible

I can see it in your eyes that you’re so sure

And please don’t tell me that I’m the only one

That’s vulnerable…

 

Impossible…

 

Emmett abriu os olhos e sorriu para mim. Eu estava completamente derretida, chocada demais para ter qualquer reação menos estúpida. Por que eu havia demorado tanto tempo para ficar com ele? Por que eu havia demorado tanto tempo para perceber o quão incrível aquele homem era capaz de ser, sem um mínimo de esforço para tanto?

Emmett voltou a dedilhar as cordas, devagar.

 

Slow down, girl

You’re not going anywhere

Just wait around and see

Maybe I’m much more

You never know what lies ahead

 

Ele sorriu com o canto da boca quando cantou os últimos versos. Realmente, Emmett era muito mais do que eu podia imaginar. Então ele voltou a deslizar a mão pelas cordas com força.

 

I promise I can be

Anyone, I can be anything

Just because you were hurt

Doesn’t mean you shouldn’t bleed

 

Ele fechou os olhos mais uma vez, concentrado. A emoção explodindo em sua expressão, na urgência da voz, em cada batida que ele dava nas cordas frágeis do instrumento.

 

I can be

Anyone, anything

I promise I can be what you need

I can be what you need…

 

Ele não precisava ser qualquer um, qualquer coisa. Ele podia ser simplesmente o Emmett. Meu Emmett. Porque era exatamente dele que eu precisava. Apenas dele.

 

Tell me, tell me

What makes you think that you are invincible

I can see it in your eyes that you’re so sure

And please don’t tell me that I’m the only one

That’s vulnerable…

 

Impossible…

 

Emmett parou de bater as cordas, os olhos ainda fechados. Eu fiquei estática, muda. Só consegui recuperar um mínimo de consciência externa quando o lugar irrompeu em palmas. Emmett se levantou e apoiou o violão no banquinho, curvou o corpo enorme para agradecer as palmas e depois estendeu a mão para mim, sorrindo. Eu me levantei da cadeira e caminhei devagar até ele, ainda em estado de choque, o tempo se arrastando inexplicavelmente devagar. Emmett agarrou minha mão e me puxou para cima, depois começou a correr os dedos pelos meus cabelos. Seu olhar era doce, acolhedor. Apaixonado.

-Emm, eu não sei o que falar para você... foi... foi... simplesmente lindo... eu não estou acreditando até agora... – eu falei confusa, sem conseguir articular minhas palavras corretamente. Ele sorriu com o canto da boca e acariciou minhas bochechas com as costas da mão.

-Mas eu sei exatamente o que falar para você. – Emmett murmurou fitando meus olhos. Eu engoli seco, sem ter certeza de que queria ouvir o que ele tinha a dizer. Sem ter certeza de que estava preparada para ouvir o que ele tinha a dizer. – Eu te amo, baixinha.

Naquele momento foi como se o resto do mundo não fizesse diferença. Como se só houvesse eu e Emmett. Ele sorriu com as covinhas mais uma vez e eu enrosquei meus dedos em sua camisa, puxando-o para mim, querendo alcançar seus lábios perfeitos. Emmett manteve as mãos em meu rosto e eu levei as minhas até seu pescoço. O bar irrompeu em aplausos e gritos quando nossos lábios finalmente se tocaram. Era como se todos ali tivessem percebido que nós havíamos sido feitos um para o outro. Ali nós não precisávamos nos esconder. Podíamos simplesmente fingir que estávamos sozinhos.

-Emm... – eu comecei com minha boca ainda colada à dele, os olhos fechados, a voz fraca. – Eu acho que eu não consigo mais ficar longe de você...

Senti seus lábios se contorcerem em um sorriso contra os meus.

-Você não precisa ficar. – ele sussurrou baixinho, abrindo a boca para me beijar mais uma vez. – Vem, vamos embora. – ele falou quando nossos lábios se separavam novamente, entrelaçando seus dedos nos meus e me puxando para fora do palco.

-Aonde nós vamos? – eu perguntei enquanto atravessávamos as mesas.

-Passear.

Eu pensei em abrir a boca para questionar, mas a fechei em seguida. Pensando bem, eu não queria questioná-lo. Eu queria simplesmente estar com ele. Para sempre.

-Emm, se eu te disser uma coisa você promete que não vai ficar convencido? – eu falei quando já estávamos na rua. Ele sorriu de leve e passou o braço por meus ombros, depois beijou meus cabelos.

-Diga. – ele falou rindo.

-Você é perfeito. Muito mais perfeito do que eu podia sonhar. Muito mais perfeito do que eu achei que um homem fosse capaz de ser...

As últimas palavras saíram fracas, abaladas pela imagem de um Jasper desolado em minha mente. Emmett parou e se virou para mim, passando o polegar em minhas bochechas.

-Deve ser porque você me faz querer ser assim. Me faz querer te surpreender, querer ser o melhor. Ser perfeito. – ele abaixou os olhos na altura dos meus e sorriu torto para mim. – Você é a razão disso tudo. É a minha razão de agora em diante.

Eu não conseguia nem mais me lembrar de como se piscava depois das palavras de Emmett. Todas as sensações haviam sido drenadas do meu corpo e eu só consegui me agarrar em sua cintura e apertá-lo com força. Eu o queria mais que tudo, acima de tudo. Eu precisava tê-lo de novo.

-Emm, vamos voltar para o hotel. – eu falei levantando a cabeça e o olhando nos olhos, sem me dar conta do que eu estava efetivamente dizendo. – Eu preciso de você. Outra vez.

Emmett abriu o sorriso presunçoso com as covinhas e olhou malicioso para mim.

-Eu estou ficando bom nisso, nem precisei tirar a roupa dessa vez.

Eu dei um tapa em seu peito.

-Pára de ser convencido, moleque! – eu falei rindo. – Digamos que a música e tudo que você falou foi convincente o suficiente.

Ele riu e assentiu com a cabeça.

-Eu tenho uma idéia melhor.

Emmett segurou meu pulso e voltou a me puxar pela rua. Então um raio lampejou com força no céu escuro e eu senti gotas começarem a bater contra minha pele.

-Começou a chover. – eu avisei Emmett enquanto atravessávamos outro quarteirão.

-Até onde eu sei, a senhora não é feita de açúcar. – ele retrucou piscando para mim.

Ponto para ele, mais uma vez. Os pingos da chuva foram se tornando mais grossos e mais freqüentes enquanto ele me puxava pelas ruas de Nápoles. Então eu comecei a ouvir um barulho ao fundo, um barulho familiar. Emmett me puxou por mais uns dois quarteirões, até que eu vi a fonte do barulho.

O mar.

A chuva começou a desabar sobre nós quando pisamos na areia úmida, encharcando-nos por completo. A camisa branca de Emmett estava colada em seu peito forte, transparente, delineando cada músculo duro e perfeito que se escondia ali debaixo. Ele se virou para mim, o boné ainda virado para trás permitindo que a chuva molhasse seu rosto infantil. Ele colocou uma mão em minha bochecha e, com a outra, afastou as mechas de cabelo molhado dos meus olhos.

-Pronto, agora somos só nós dois. Eu sou todo seu. – ele sussurrou sorrindo com o canto da boca, acariciando meus cabelos. Então Emmett se curvou e pressionou seus lábios contra os meus, descendo uma das mãos para minha cintura. Eu envolvi meus braços em seu pescoço, as gotas de chuva se misturando com nossas salivas em um beijo molhado, embalado pelo barulho do oceano quebrando em ondas na praia.

Ele passou a mão por dentro da minha blusa, sua pele molhada deslizando pela minha, fazendo meu corpo se arrepiar. Eu desgrudei meus lábios dos dele e os desci por seu queixo, pescoço, até alcançar seu peito. Corri as mãos Por suas costas largas, contornando-as, depois pelos braços fortes até atingir o primeiro botão fechado de sua camisa encharcada.

-Quer que eu faça isso? – ele murmurou ofegante com os lábios em meu ouvido, suas mãos ávidas ainda correndo pela minha pele.

-Não. – eu respondi me afastando dele para olhar em seus olhos dourados. – Se alguém tem de tirar suas roupas, esse alguém sou eu de agora em diante. – eu terminei com um sorriso malicioso, desabotoando o primeiro botão. Emmett sorriu com o canto da boca e voltou a colar os lábios em minha orelha.

-Vá em frente, então...

Eu me encolhi em um outro arrepio e virei o rosto para alcançar seus lábios molhados mais uma vez. Emmett enroscou seus dedos em uma mecha dos meus cabelos molhados, deixando espaço entre nossos corpos para que eu conseguisse alcançar os botões de sua camisa. Um a um, com a mão trêmula – mas certa do que eu estava fazendo – eu os desabotoei, revelando o peito nu de Emmett.

Corri as mãos por sua pele, subindo-a até o colarinho da camisa e descendo-a por seus ombros largos. Ele soltou as mãos de meu cabelo e deixou que eu puxasse a camisa, amassando-a depois entre seus dedos e a atirando na areia molhada.

-Você vai precisar colocá-la de novo depois... – eu falei sorrindo com o canto da boca, as mãos apoiadas em seu abdômen definido.

-Eu quero que o depois se exploda... – ele retrucou sorrindo torto, começando a desabotoar minha blusa também.

Eu ri e deixei que as mãos grandes me despissem com agilidade. Muita agilidade.

-Você é bom nisso, hein... – eu sussurrei com meus lábios colados aos dele enquanto ele deslizava a blusa por meus ombros.

-São anos de prática. – ele falou presunçoso, descendo os lábios até minha clavícula. – Anos de prática para atingir a perfeição com você.

Eu sorri.

-Pelo menos agora não tem parede pra você destruir.

-O que você quer dizer com isso? – ele sussurrou em meu ouvido, as mãos ávidas procurando pelo fecho do meu sutiã.

-Quero dizer que já que é para ser perfeito, você não precisa ir devagar dessa vez.

Emmett afastou o rosto do meu, sorrindo com as covinhas. Ele segurou meu rosto em uma das mãos e me fitou com os olhos dourados borbulhantes. Os olhos com a cor mais brilhante que eu já tinha visto.

-Seu desejo é uma ordem, baixinha...

Com a mão que ainda explorava minhas costas ele soltou o fecho do sutiã. Mais uma vez, eu perdi a consciência de tudo à minha volta. Era como se cada luz fraca ao longe, cada gota de chuva, cada trovão no céu e cada onda que quebrava na praia se combinassem com a canção de Emmett que ainda pulsava forte em meus ouvidos, para formar a trilha sonora perfeita daquele momento.

 

***

 

NOTAS: AAAIIINNNNN *___________* Quem quer um Emm levanta a mão??? o/

Pronto, modo chilique off.

 

Gente, eu morro com esse capítulo... eu fico relendo ele toda hora... hahaha

 

Espero que tenham gostado tanto quanto eu... =B

 

A música é “Vulnerable”, do Secondhand Serenade... Agora imaginem AQUELE HOMEM com um violão na mão, o boné pra trás, – eu tenho sérios problemas com homens de chapéu, oiq – sentadinho num banquinho no meio de um palco, cantando essa música pra você. Pronto? Agora enxuga a baba. HE.

 

People do my heart, a gente se vê a prévia no capítulo 10, “Chance”. – Capítulo com dois dígitos, que triste... –'

 

Beijos gelados, sonhem com o Emmett todo molhado na praia (*¬*) e tomem cuidado pra não deslumbrar nenhum coleguinha desavisado no meio do caminho.

 

JMcCartyC


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