As ruas estavam imundas como sempre, o pecado inalava o cheiro no cigarro, no álcool, e nas prostitutas nos becos, minha maior preocupação era agir sem ser apanhada.
"oi menina, ta querendo caçar um prêmio?"perguntou a mulher com meias calças rasgadas e um decote imenso.
"talvez...vai me dedurar?".
'não mesmo querida, afinal, todos temos que quebrar as leis para sobreviver quando necessário, é a sobrevivência dos mais fortes, os mais fracos são destruídos, virão pó"falou acendendo o cigarro.
"bem, valeu"falei pegando a bolsa que havia roubado.
"nome?".
"Selina, Selina Kyle"falei.
"prazer, Alexis".
Corri para minha casa, na esperança que todos não tivessem notado minha ausência, mas provavelmente não, meu pai vivi bêbado pela casa, e Mag estava se preparando anciosamente para ir ao convento, se juntar as freiras, ela até tentou me convencer a me juntar a ela, mas infelizmente não sou religiosa, minha vida não leva a crêr que exista alguma divindade superior que farão meus problemas desaparecerem.
Ao chegar, encontrei meu pai desmaiado no sofá, e Mag estava terminando as malas.
"ai"falei me jogando na cama.
"Seli.."disse Mag nervosa e contente ao me ver.
'hei Mag, acabou de fazer as malas?"perguntei disfarçando a bolsa.
"sim, o quê você tem ai?"falou pegando a bolsa de minha mão.
"linda não, achei abandonada".
"junto dessa carteira, que pertence a Helen Mcclein".
"nossa, você é pior que cão de aeroporto".
"e você é pior que macaco de circo".
Olhei para ela e sorri, pegando minha bolsa a força.
"ai, Selina, pra quê roubar?".
"desculpe irmã querida, mas você tem alguma fortuna secreta que não me contou"falei sarcástica.
"olha, eu sei que temos pouco dinheiro, e papai ta desempregado no momento, mas isso não significa que deva pecar, por isso vou ao convento, não quer se unir a mim e as irmãs?".
"não maninha, já falei que não ligo pra religião".
"ok, desculpe discutir com uma criança é errado"disse indo para seu quarto.
"diz a outra criança"falei rindo comigo mesma.
Ai, Mag não entende, se eu não fizer o necessário vou fracassar, e nada derruba essa garota.
"Otto, cadê você seu travesso?"chamei por Otto, um ser peludinho e de pêlos pretos e olhos verdes, como os meus.
"miau"ele miou em cima da janela aberta.
"tava passeando é? Bem parece que depois que Mag partir seremos somente nós dois.
"miau"miou uma outra gata vira-lata.
"nós 3 pelo jeito, Otto seu garanhão"falei acariciando seus pêlos negros.
Gatos, sempre gostei deles, são destemidos, fortes, e atléticos, e por alguma razão eles também gostam de mim.
"Selina'berrou meu pai acordando.
"droga"falei, ele se aproximava do quarto.
"oh Selina, cadê sua irmã?".
"saiu"menti.
"então só tem você, que merda é essa na sua cama?"falou olhando para os gatos.
"gatos pai, eles vivem aqui, lembra?".
"claro, se acha a esperta piveta, já disse que odeio esses sacos de pulga vindo da rua, se livra deles, ou eu me livro".
"não, eles são meus'falei séria.
"ótimo, não aprende por bem, então.."falou indo até minha cama, e pegou a gata pela cauda com força, e a arrastou para fora.
"pai, me devolva, deixe-a em paz"falei com lágrimas nos olhos.
A gata miava de dor, e Otto atacou meu pai com as garras, mas ele deu-lhe um chute que o fez ir longe, pobre Otto.
"pai, solte-a, seu idiota, vai pro inferno!"berrei.
'o que falou?"disse quebrando o pescoço da gata e jogando-a no chão.
"não'falei travada.
"sua pirralha, me deve respeito'falou me puxando pelos cabelos.
"ai, está me machucando"falei com dor.
"vai se fuder por causa dessas merdas de gato, tem certeza?'.
"me solta seu idiota bêbado"falei pisando com força em seu pé.
"ai"falou me soltando.
"idiota"disse correndo até meu quarto e pulando pela janela junto de Otto.
"foge maldita"berrou.