Te Alcançar escrita por Kimmy


Capítulo 1
Capítulo Único




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Era um belo dia de primavera, e Matsumoto Rangiku estava descansando sob uma árvore, aproveitando a brisa leve que bagunçava seus cabelos. Sabia que as coisas estavam mudando, e que a roda do tempo girava com ferocidade nesses últimos tempos, mesmo que quase ninguém  soubesse porque. Perdida em pensamentos, não deu muita importância a forte presença de reiatsu que se aproximava.

 

-Yo, Rangiku-san! – cumprimentou Gin, acenando e sorrindo alegremente. – Seu Taichou parecia estar lhe procurando...

 

Ah, lá vinha Gin de novo confundir todos seus pensamentos com toda aquela ladainha de sempre. Matsumoto não conseguia entender o que ele realmente queria, estava sempre perto, e mesmo assim muito distante... não só dela, como de todos ali.

 

- É engraçado ver ele correndo por aí, não é mesmo? – ela não pôde deixar de sorrir ao completar a frase.

 

Ichimaru olhou-a de forma peculiar e sentou-se ao lado.

 

- De fato, mas vai matá-lo assim. – comentou com a voz calma.

 

Agora a fukutaichou desviou seu olhar para ele, que continuava com aquele típico sorriso, daqueles que somente Ichimaru Gin consegue dar sem parecer ridículo. Passava pela cabeça dela os momentos deles juntos, de quando se conheceram, e não conseguia lembrar de um Gin mais aberto com ela. A mente do taichou vagava sobre como falar, sabia que tudo seria como uma despedida, e bem no fundo, tinha a impressão que ela perceberia.

 

- Se importa de eu ficar aqui? – a voz dele era cautelosa, e de repente seu olhar se encontrou com o de Rangiku.

 

- Por que está fazendo tanta cerimônia? Se eu te conheço bem, tem algo acontecendo.

 

Sim, ela conseguia decifrá-lo antes mesmo de ele achar palavras para transmitir o que queria, como uma sintonia mística entre os dois, algo que não podia ser explicado, e somente sentido. Algo só deles, que ninguém conseguiria ter igual, e que nada poderia quebrar essa transmissão perfeita.

 

- Quem sabe, Rangiku-san? Quem sabe... – afirmou virando o tronco de forma que seus rosto ficaram bem próximos.

 

A mulher tentava não deixar transparecer nada do que estava sentindo naquele momento, porque tinha noção do quanto Gin era inacessível para ela. Por mais que tentasse, seus sentimentos nunca chegavam perto dele, era como se falecessem no meio do caminho.

 

- Gin, tem algo que você quer me contar? – Se manteu sã e perguntou o que estava a incomodando desde que ele chegara.

 

Como fora tolo, acreditando na possibilidade de Matsumoto ter desistido de compreendê-lo. Não temia o fato dela poder lhe esquecer, e sim de desistir de ter aquela sintonia com ele, onde não se necessitavam palavras.

 

- Você me pegou como sempre.  O que posso fazer agora? – soou mais como uma brincadeira do que como uma surpresa.

 

Era impossível. Quanto mais tentava ser próxima , ele se afastava mais e mais, como se tentasse manter a máxima distância possível, e era somente nisso que Rangiku conseguia pensar nesse instante em que continuava tentando alcançá-lo. A svezes se perguntava se um dia desistiria daquele jogo de gato e rato, mas sabia que era inevitável desejá-lo. Porque Gin não fazia só parte de sua vida, como de seu próprio ser. Ela não conseguia chegar até ele, por mais que cruzasse vários caminhos diferentes incontáveis vezes.

 

- Eu não consigo te alcançar. – a shinigami precisava dizer, o peso do que sentia estava pesando-lhe a alma. – então, eu preciso que você me conte.

 

Por um momento Ichimaru levou um pequeno susto e se afastou, mas não tardou muito a voltar aonde estava, com um sorriso cada vez maior. Era isso mesmo que ela achava?

 

- Rangiku, só você consegue isso, e cada vez mais. – chegou ainda mais perto, quase sussurrando. – Sei também que já sabe o que pretendo...

 

Mas ela não teve tempo pra digerir as palavras, porque o homem havia tomado-lhe os lábios desesperadamente, como se necessitasse daquele toque, mas não deixou-a corresponder, logo encerrando o contato entre eles.

 

- Depois isso te machucaria mais. Tente não me levar a mal... – o tom de Gin era sereno, parecendo mais um pedido de desculpas.

 

Depois? De que diabos “depois” ele estava falando? Querer alguma adivinhação nesse momento era demais, sentia-se atordoada com apenas aquele toque, dificultando seu raciocínio.

 

- Se eu estou conseguindo alcançar você, então não quero saber do depois. – não havia demonstração de medo em sua voz. – porque de uma forma ou de outra, vou ficar sabendo.

 

Essa era uma das coisas que ele mais amava nela, o fato de  não o pressionar em nenhum momento, tampouco hesitava na hora de falar qualquer coisa que fosse. Simplesmente impossível tentar não gostar dessa mulher, e a cabeça do taichou foi inundada com o que ela dizia.

 

- Sim, eu penso o mesmo. – ele fez menção de se levantar. – Tudo vai se esclarecer na hora certa.

 

Então Gin se levantou, porque se tocasse nela, ou sentisse os lábios dela sobre os seus novamente, não tinha certeza que conseguiria se conter. Atrapalharia tudo que teria que fazer.

Matsumoto, por sua vez, já tinha decifrado grande parte do que ele queria dizer, mas não tudo, porque seria impossível no momento.

 

- Até mais, Rangiku. – deu um último aceno antes de se virar.

 

- Até, Gin. – então sorriu enquanto observava-o ir.

 

Ela só descobriria o motivo dessa despedida um tempo depois, quando as peças restantes desse quebra-cabeça terminariam de se encaixar. Rangiku estaria no mesmo lugar caso ele mudasse seus conceitos. Através do mesmo horizonte, eles continuariam conectados, e os dois sabiam o que era inevitável: se alcançavam mutuamente.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

faça todo mundo contente e review it! ~



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