Titans And New Teen Titans escrita por BBrae


Capítulo 11
A volta do anjo caído


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu demorei de novo. Desculpa, é que fiquei sem net durante um tempo. Mas ai está mais um capitulo.



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Torre Titã, San Francisco, Alguns dias depois...

Sentado na beira da cama, vestido apenas de uma larga bermuda, está Mutano acordando de um longo sono. Ele se espreguiça, mas se retrai ao sentir a leve fisgada no abdômen. Olha para baixo e assovia baixinho ao ver a pequena atadura. Passa a mão pelos cabelos, um sinal conhecido de nervosismo, ao perceber o quão perto da morte ele estivera. Automaticamente ele estica o braço e pega a moeda que havia guardado na gaveta na noite anterior. Aperta-a na sua palma e sorri. Parece que ela também havia lhe dado sorte.

- Que bom que está acordado. – Mutano levanta os olhos e seu sorriso se alarga ao ver a garota que invade seus sonhos encostada despreocupadamente no batente da porta.

- Olá Ravena. – O coração de Ravena dá um salto ao ver o sorriso contagiante do verdinho. Com raiva por ainda ficar abalada com as ações dele, Ravena desvia os olhos e vai até a janela. Sem se virar novamente para ele, ela diz:

- Como você está? Já está recuperado? – Feliz por ver que ela se preocupava com ele, ele sorri. Pega a camisa que havia jogado num canto do quarto e a veste. Pelo canto do olho Ravena vira sua movimentação, mas como ele não respondera a sua pergunta ela se vira para encará-lo. Péssima decisão, já que ele a olhava intensamente. As palavras afiadas que estava prestes a disparar ficaram presas em sua garganta e seu coração não parava de acelerar. Que diabos estava acontecendo com ela? Como ele pode prendê-la assim, deixando-a sem ação com apenas um olhar? Maldito. Gritava Ravena para consigo mesma. Os olhos verdes de Mutano só se desviaram para olhá-la, olhá-la inteiramente. Desde aquele beijo na sala a imagem de Ravena não deixava sua mente. Durante esses últimos dias ele se pegava muitas vezes pensando nela. Não sabia o que estava acontecendo. Aliás, sabia sim. Ele a queria. Queria tanto que chegava a doer. Doía porque ele sabia que nunca a teria. Porque Ravena era um fruto proibido, fora de seu alcance. Mas mesmo sabendo de tudo isso, seu coração insistia em se machucar. Ainda com olhos fixos em Ravena, ele se aproxima dela. Ansiava por poder tocar novamente aqueles cabelos negros e sedosos. Esticando o braço, ele satisfaz esse desejo ao enrolar os dedos em uma mecha de cabelo que caia sobre o ombro de Ravena. Esta sente um arrepio e vê o controle se esvair. Seus pensamentos, suas emoções, ambos se misturam quando Mutano aproxima seu rosto do dela, deixando-a completamente tonta e inebriada. Quando os lábios de Mutano roçam nos seus, tudo ela esquece. Esquece quem é, onde está e porque tinha de se afastar. Com um gemido de total abandono, Ravena passa suas mãos no pescoço de Mutano e se entrega as sensações que aqueles lábios causavam em seu ser. Mutano a enlaça pela cintura e a puxa para si. O beijo começa lentamente, mas logo Mutano pede passagem para língua e não resistindo Ravena concede. Mutano a encosta na parede e se vê perdido em um poço sem fim de desejo. Se separando para tomarem fôlego, Mutano começa um frenético caminho pelo pescoço de Ravena com seus lábios. O seu nome sussurrado por Mutano em seu ouvido fez com que Ravena tomasse um choque de realidade. Ela era Ravena, filha do demônio Trigon. A garota que não podia permitir que suas emoções escapassem. E agora ela estava ali, beijando e sendo beijada, permitindo que suas emoções se bagunçassem. Soltando um longo suspiro angustiado, Ravena se desvencilha dos braços de Mutano e se afasta. Não iria o atacar como da outra vez, pois isso seria ridículo já que ela também o beijara.

- Ravena, eu... – Diz Mutano tentando se aproximar dela. Ravena se vira e o olha fixamente.

- Não Gar, não se preocupe. Não vou te atacar novamente. – Ela um sorriso fraco e coloca uma mexa de cabelo atrás da orelha nervosamente. Desvia os olhos e sussurra. – Não foi só sua culpa, assim também não foi só sua culpa na outra vez e peço desculpa pelo o que eu fiz a seguir. – Ela volta a olhá-lo e diz firmemente. – Não nego que estamos...bem...- Ravena luta para encontrar a palavra certa. – Ligados. Mas para o bem de todos, isso não pode voltar a acontecer. Eu não quero que volte a acontecer. E por isso acho melhor nos dirigirmos agora como apenas companheiros de equipe. – Mutano a encara e vê graça no que ela acabara de falar. Jamais a veria novamente como apenas uma companheira.

- Como nos velhos tempos? – Ravena o olha e diz:

- Sim, como nos velhos. – Mutano concorda lentamente com a cabeça e sussurra:

- Entendo. – Então ele vai até sua cama e pega a moeda que estava no meio dos lençóis. Se aproxima de Ravena que se retrai. Mutano dá um leve sorriso ao notar a hesitação dela e pega sua mão. Olha fixamente nos olhos dela ao depositar o pequeno objeto de metal nela.

- Acho que essa moeda pertence a você. Encontrei-a logo após a primeira vez que Trigon nos atormentou. Eu a dei a você naquele dia então ela te pertence. – Ravena olha para a moeda e depois para Mutano chocada.

- Você...você a guardara até agora? – Ele sorri e quase que Ravena esquece a sua decisão.

- Era a única coisa que havia sobrado de você, além das lembranças. Era a única recordação. – Ravena sente seus olhos arderem. Sua emoções, uma grande bagunça. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Mutano se afasta novamente e vai até a janela. Olha por sobre o ombro e diz com um sorriso zombeteiro.

- Podemos fingir Ravena, mas você sabe que jamais nos veremos novamente como apenas companheiros de equipe. – Ravena engole em seco e some no ar em sua costumeira fumaça negra. Mutanos olha para a janela e suspira ao tentar descobrir em que momento se apaixonara pela empata.

Ravena se materializa em seu quarto. Seu coração estava acelerado e tanto seu corpo quanto sua mente estavam uma bagunça. Olha para a moeda em sua mão e sente novamente o ardume nos olhos. Cai ao chão e agarra firmemente a moeda em sua mão. Uma pequena lágrima solitária desce pelo seu rosto. Mutano tinha razão, jamais seria como antes. Ao constatar isso, um medo perpassa pelo corpo de Ravena. Todos agora corriam perigo, pois ela, Ravena, filha do demônio Trigon, estava se apaixonando pelo transmorfo.

---

Na mesa de reuniões, todos olhavam para Tim que acabara de contar o que Slade o havia contado.

- Então Slade está atrás de vingança? – Diz Dick quando ele acabara. – Então ele quer matar todos nós! – Dick olha para todos na equipe. Estava sentado na cabeceira da mesa, o lugar do líder. Não sabia como foi parar ali, mas sabia que estavam dando uma chance para ele liderar novamente os Titãs e ele não iria decepcioná-los outra vez. Seu olhar se encontra com o de Estelar, que rapidamente desvia olhando para as próprias mãos. Um pequeno sorriso brinca em seus lábios ao vê-la corar. Estelar era adorável.

- Acho que ele não quer matar todos. – Tim interrompe os pensamentos de Dick, voltando-o para o assunto Slade. – Se não ele teria nos matado no shopping. Acho que o objetivo dele era tirar apenas alguém de nós, assim como nós tiramos o filho dele.

- Nós não tira...- Argumenta Dick, mas é interrompido.

- Eu sei que não Dick. Mas o Slade pensa que sim. O objetivo desse ataque fora atacar um dos Titãs, pois ele sabe o que aconteceu com os Titãs quando perderam um membro. – Dick fica mais tenso ao sentir os olhos de todos os membros indo em sua direção. Ele se levanta e vai até a janela. Estelar o olha e pergunta ao Tim sem tirar os olhos de Dick.

- Então Slade mandou aquele grupo de vilões mirins atacarem vocês para que não o impedissem de realizar seu objetivo. Que era atacar o Mutano.

- Creio que não Estelar. – Diz Dick ainda olhando para a janela.

- O que você quer dizer? – Pergunta Ciborgue, que até então não havia se pronunciado. Dick o olha pelo canto do olho e diz seriamente.

- Mutano foi esfaqueado na frente do quarto de Ravena e ele só estava lá por estar preocupado com ela. Slade não teria previsto tudo isso. Acho que Mutano só foi atacado por estar no lugar errado e na hora errada.

- Slade queria Ravena. – Diz Cassie arregalando os olhos. – Mas porque ela? – Pergunta socando a mesa.

- Porque nós já a perdemos uma vez. Não aguentaríamos uma segunda vez. E como ele não conseguiu dessa vez, creio que tentará novamente. – Diz Ciborgue levantando também. – Nós temos que encontra-lo e acabar com ele.

- Duro vai ser achá-lo. – Diz Bart bocejando. Estelar olha para o ruivo e sorri.

- Nós o encontraremos Bart, mas não hoje. Já está tarde e estamos todos cansados. – Estelar se levanta e continua: - Reunião encerrada.

Rapidamente todos se levantam e vão até a saída. Dick permanece olhando para a janela, com uma expressão triste e pensativa. Todos se retiram, menos Estelar que suspira e vai até ele. Dick se retese com o toque da mão de Estelar em seu ombro.

- O que faz aqui ainda? Você precisa descansar. – Diz sem olhar para ela.

- Você também precisa. – Dick se vira rapidamente para ela. Seus olhos eram sombrios e intensos. Estelar engole em seco e automaticamente cora.

- Porque está preocupada? Você me odeia, não é mesmo? – Dick diz com raiva. Estelar abre a boca para argumentar, mas Dick desvia o olhar e suspira.

- Desculpe. Eu não posso culpa-la de nada e muito menos esperar alguma coisa de você. Eu não tenho o direito.

Estelar hesita, mas decide se aproximar. Olha para ele e diz:

- Por mais que eu tente, eu não consigo te odiar. – Dick a olha intensamente, o que faz com que ela engolisse em seco.

- Eu te amei muito Dick e nem mesmo a mágoa foi capaz de fazer com que esse amor acabasse.

- Estelar eu... – Dick corta totalmente a distancia entre os dois. Estelar olhava para baixo e pequenas lágrimas caem lentamente de seus olhos. Ainda olhando para seus pés, Estelar sussurra:

- Muitas coisas aconteceram nessas ultimas semanas e ando muito confusa. Mas uma coisa eu tenho certeza. Eu...eu... – Lentamente Estelar ergue seu rosto e após um longo suspiro, ela diz firmemente: - Eu não suportarei te perder de novo. – Mais lágrimas caem, mas ela mantém o olhar fixo no dele. – Por isso Dick, prometa...prometa que aconteça o que acontecer, você não vai me abandonar novamente. PROMETA! – Diz a ultima palavra em um grito de dor e desespero. Várias expressões passaram pelo rosto de Dick até ele exibir um sorriso fraco. Seria difícil recuperar a total confiança dela, mas pelo menos agora ele estava perdoado. Sabia que estava abusando da sorte que a vida lhe dera, mas não resistiu a tocar naquele rosto macio e limpar as lágrimas com o polegar.

- Eu me arrependi logo após ter deixado os Titãs. Há anos eu queria voltar, mas não tive coragem de enfrentar vocês. Tive medo de olhar para seu rosto e ver apenas ódio por mim. Acho que preciso agradecer a Slade por ter feito eu voltar aqui. – As lágrimas de Estelar ainda caiam, o que a tornava irresistível. Lentamente Dick aproxima seu rosto do dela e sussurra.

- Agora que estou aqui, nada nem ninguém fará com que saia. Eu te prometo Estelar. Eu nunca mais te abandonarei. – Ele não esperava pela reação de Estelar. Acreditava que aquele sonho fosse acabar e que ela o afastarei com um empurrão.Mas ao invés disso, Estelar agarra a gola da camisa de Dick e cola seus lábios nos dele. Todos os anos passados, todo o tempo perdido, foram depositados naquele beijo. Como se aquele fosse o ultimo momento deles. Com se nunca mais fosse se ver. Dick segura-a firmemente pela cintura enquanto Kory corria suas mãos pelos cabelos negros de Dick. Quando param para retomar o fôlego, Dick olha-a intensamente:

- Eu te amo Kory, sempre te amei. – Estelar arregala os olhos e sua respiração fica mais ofegante. Tenta dizer algo, mas é interrompida por um som alto. Luzes vermelhas começam a piscar e na tela do televisor o aviso de intruso aparece.

- Pelo visto ainda não melhoraram o sistema de segurança desse lugar. Se querem manter meu pai longe, é melhor arrumarem isso.

Estelar dá um passa para trás, já se preparando para lutar. Mas Dick a impede e se dirige a mulher loira com um tapa olho em um de seus olhos.

- Rose? – A mulher abre um sorriso e diz:

- Olá Dick, há quanto tempo não nos vemos não é mesmo?


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