Csi: Ny Contra O Crime escrita por Milenah


Capítulo 14
Justiça com as próprias mãos


Notas iniciais do capítulo

Vem aí um caso onde o bandido não é verdadeiramente o bandido...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/290868/chapter/14

Passado o susto do parto, Rachel pôde aproveitar a licença e cuidar de Benjamin, mas, mesmo sem ela o laboratório não para porque o crime não para. A cena do crime era um luxuoso apartamento de um importante e influente político da cidade. Roger Calaway foi encontrado morto no chão da sala.

- O tiro foi certeiro no coração, a bala é de pequeno calibre, talvez um 38. Há sinais de luta por todo o corpo e pela temperatura do fígado eu diria que a hora do morte foi entre três e quatro da tarde de ontem. – disse Sheldon.
- Sinais de arrombamento? – perguntou Mac.
- Não. – respondeu Flack.
- Assalto? – perguntou Mac.
- Os objetos de valor da casa permanecem por aqui, vou dar uma checada. – respondeu Flack.
- Ei Mac, olha só isso. – diz Danny.
- A carteira da vítima. – diz Mac.
- Sim, e não parece estar faltando nada? – pergunta Danny.
- Um cartão. – diz Mac.
- Boom. – responde Danny.
- O telefone está fora do lugar, como se estivesse sido usado. – diz Sheldon.
- Então vamos ver para quem a vítima ligou antes de morrer. – diz Danny.

Antes de efetuar a ligação, Danny colheu uma digital que encontrou no aparelho telefônico.

- Mac, nossa vítima falou com o gerente do banco antes de morrer, ele disse que mandaria um de seus homens até lá para pegar uma alta quantia em dinheiro, em espécie. – disse Danny.
- Então o assassino obriga a vítima a autorizar o saque de determinado valor em dinheiro e depois o mata? – pergunta Sheldon.
- É o que vamos descobrir. – diz Mac.

As evidências e o corpo foram levados para o laboratório. Danny não teve sorte com a digital encontrada no telefone, ela era da própria vítima, assim, a maior fonte de respostas era o corpo da vítima.

- Por favor, Sid, me diz que tem alguma coisa. – diz Mac.
- Bem, na verdade eu tenho. A causa do morte foi o rompimento da aorta pela perfuração da bala, o estômago da vítima continha, entre outras coisas, lagosta e champanhe. Mas, o mais importante foi isso que encontrei grudado no corpo da vítima. – diz Sid.
- Parece algum tipo de doce.
- Sim, mas, nada doce foi ingerido pela vítima em suas últimas horas.
- Pode ter sido passado do assassino para o corpo da vítima durante uma briga. Obrigado Sid.
- Tudo bem.

Mac saiu levando o pedaço do possível doce até o laboratório para que Lindsay examinasse. E quando voltou a sua sala Stella trouxe novidades sobre a vítima.

- Ei Mac, olha isso, nossa vítima Roger Calaway não era o que se pode chamar de exemplo de político. Ele estava sendo investigado por várias denúncias de corrupção e improbidade. – disse Stella.
- E isso aumenta ainda mais a lista de possíveis assassinos. – disse Mac.

Ao processar o objeto que lhe foi entregue, Lindsay realmente constatou se tratar de um doce, um pirulito mais especificamente, e, além disso, ela encontrou vestígios de um DNA e assim que o resultado saiu, ela levou até Mac.

- Mac, eu analisei o pedaço de doce que me entregou. É um pirulito de sabor tutti-frutti, muito comum, as crianças adoram inclusive a Lucy. São vendidos em todos os cantos da cidade. Mas, eu encontrei um vestígio de DNA no pirulito e analisei, pertence a uma criança do sexo feminino. – disse Lindsay.
- O assassino pode ter uma filha? – pergunta Stella.
- Pode ser. – responde Mac.
- Mac, consegui com o gerente do banco um retrato falado do homem que levou o dinheiro da conta de Roger Calaway. – disse Sheldon mostrando o desenho.
- Certo, faça uma busca em todos os bancos de dados e tente uma combinação. – disse Mac.
- Feito. – disse Sheldon.

Sheldon tentou em todos os bancos de dados existentes, mas, nenhuma combinação foi encontrada, assim, uma semana se passou sem novas pistas, até que um novo fato aconteceu.

- Mac, temos notícias de que um médico foi assaltado, Charlie Denner, aparentemente pelo mesmo homem que matou Roger Calaway. A cena do crime ainda está intacta porque assim que o homem saiu ele chamou a polícia. – disse Flack.
- Vamos lá. – disse Mac.

Ao conversar com Charlie Denner, Mac pôde constatar que tudo havia sido do mesmo jeito, o homem fez com que Charlie ligasse para o gerente do banco o autorizando a retirar uma grande quantia em dinheiro, e a vítima reconheceu o homem no retrato falado. E um detalhe chamou a atenção de Mac, uma bexiga vazia no chão que ele recolheu para análise. Quando saíram da casa da vítima, Mac pediu a Flack que investigasse a vida de Charlie, se ele tinha motivos para ter inimigos, assim como a primeira vítima tinha.

Lindsay processou a bexiga encontrada na casa de Charlie e encontrou uma digital sem combinação nos bancos de dados.

- Mac, consegui uma digital sem combinação na bexiga. – disse Lindsay.
- Ei Mac, você vai gostar de saber disso. Eu andei pesquisando a vida do nosso doutor e descobri que há um tempo ele respondeu um processo por cobrar por consultas que deveriam ser gratuitas, deste modo, apresentando um enriquecimento maior do que deveria. Ele foi absolvido no processo, e alguns dizem que ele ainda comete esse ato. – disse Flack.
- Então, a primeira vítima era um político corrupto, a segunda, um médico que exercia a profissão de maneira abusiva. Os dois cometiam erros, mas, a pergunta é: por que ele não matou a segunda vítima? – diz Mac.
- Mac, acredito que essas não sejam as primeiras vítimas. – disse Stella.
- O que?
- Eu andei pesquisando alguns crimes parecidos, antigos e ainda sem solução e achei isso. Três pessoas assaltadas exatamente da mesma maneira, e todas elas tinham uma vida que obviamente não é um exemplo, mas, nenhum assassinato. – disse Stella.
- Então o nosso cara é um tipo de Robin Hood? Tirando dos ricos? – perguntou Flack.
- Mas, então porque ele matou Roger Calaway? – pergunta Mac.
- Talvez as coisas tenham ficado tensas demais, Roger reagiu e o cara teve que atirar. – disse Stella.
- Pode ser, mas, uma coisa que não se encaixa são os objetos relacionados a crianças como o pirulito e a bexiga. – disse Mac.
- Mac, temos um suspeito com as características do nosso cara no banco. Eu deixei uma cópia do retrato falado do suspeito com o gerente e ele me ligou dizendo que o cara está lá agora. – disse Flack.
- Tudo bem, vamos. – disse Mac.

Mac, Stella e Flack seguiram em direção ao banco, porém, não entraram. Assim que o suspeito saiu, eles se prepararam para abordá-lo e prendê-lo. Ele foi rapidamente cercado e não teve chance de fugir. Assim, ele foi levado para a sala de interrogatório.

- Então senhor Daniel Collins, você... – começa Mac.
- O que eu faço não é errado está bem! – disse o suspeito em alta voz interrompendo Mac.
- Então quer me dizer que roubar pessoas não é errado?
- Não quando se tem um motivo como o meu.
- Motivo?
- Sim, esses homens são pragas, vivem por aí formando suas fortunas através de mentiras, abusos e corrupção. Você acha isso certo detetive? Acha certo que pessoas honestas como nós trabalhando honestamente não possuam nem a metade do que esses filhos da mãe possuem, de forma suja? – disse Daniel.
- Isso não cabe a nós julgar e sim ao judiciário.
- Ah, por favor, detetive! Eles têm dinheiro, não existe lei maior e mais poderosa do que essa. Olhe o caso de Charlie Denner, ele é um desgraçado que deveria fornecer consultas gratuitas à população, e o que ele faz? Cobra por elas, e um preço que é quase impossível pagar. Já vi pessoas morrem por não terem tido um atendimento médico na hora em que precisaram. Ele foi julgado, mas, foi absolvido.
- E o que você faz para mudar isso?
- Tiro o dinheiro sujo que esses caras ganham e distribuo de forma justa. Você pode não acreditar em mim detetive, mas, eu faço um trabalho voltado para pessoas que realmente precisam disso.

Mac teve uma longa conversa com o suspeito e acabou por descobrir que ele usava todo o dinheiro que tirava dos ricos para ajudar todos aqueles que precisavam. Ele deu o endereço de onde tudo era feito, e Mac decidiu ir até lá.

Chegando lá Mac, Stella e Flack quase não acreditaram. O local era um galpão bem grande, lotado de produtos voltados para assistência social como mantimentos, produtos de higiene, roupas e brinquedos. Havia também um parque de diversões em miniatura com um local onde havia vários tipos de doces.

- Esse cara faz um belo trabalho por aqui. – diz Flack.
- É, ele faz mais que muitos políticos por ai. – diz Stella.
- Mas, infelizmente, ele não faz da maneira certa. – diz Mac.

Depois que sua mulher morreu, Mac se voltou muito para a assistência social. Sempre que podia ele tocava em uma banda que fazia shows beneficentes para arrecadar fundos para ajudar aqueles que necessitavam. Assim, a ação que Daniel promovia o deixou imensamente tocado, mas, mesmo sendo algo bom, tudo era proveniente de atos ilícitos e Daniel teria que pagar por isso.

Ao voltar para o Departamento, Mac foi novamente falar com Daniel.

- Você viu tudo, não viu detetive? – perguntou Daniel.
- Sim, eu vi, mas, infelizmente não é dessa maneira que devemos faze a coisas. – diz Mac.
- Não sou eu o verdadeiro ladrão por aqui detetive, você sabe disso não é?
- Bem, mas, o que eu não entendo é porque matou Roger Calaway?
- Quando estava em campanha, Calaway foi até a minha vizinhança, disse várias coisas, falou de seus projetos para aquela região, disse que ele seria amigo do povo e não apenas mais um político. Eu votei nele e ele foi eleito. Certa noite meu filho estava muito doente, ardendo em febre e como eu sou viúvo e sozinho não tinha ninguém para pedir ajuda. Foi então que me lembrei das palavras de Calaway e resolvi pedir ajuda a ele, fui até a sua casa, e o que ele fez? Nada. Disse que não era obrigação dele, que ele nem me conhecia e me mandou embora. Meu filho morreu nos meus braços e ele só tinha nove anos.
- Eu sinto muito pela sua perda. – diz Mac.

Daniel foi preso, mas, como ele disse, ele não era o verdadeiro ladrão dessa história, porque esses estão soltos por aí e usam paletó, gravata e estão nos mais altos escalões da política e da justiça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse foi um caso diferente dos outros, mas, outros ainda virão...