Os professores pareceram não se preocupar com o casamento de Tiago e Lilian. Não era sempre que alguém casava ainda no castelo, mas não era um evento completamente raro.

Somente Slughorn ficou um tanto chateado.

- Pensei que estaria presente quando esse milagre. – disse ele.

- Foi uma cerimônia pequena. – disse Lilian, sem jeito. – E planejada as pressas.

- Sem contar que foi no dia da Festa no ministério. – disse Tiago. – Nunca colocaríamos você em uma situação constrangedora de ter que escolher entre eventos importantes.

- Oh, que atencioso de vocês. – disse o professor sem muita convicção.

- Sem contar que estávamos planejando pedir permissão para o diretor para realizar uma festa aqui. Já que nem todos os nossos amigos puderam comparecer. – disse Lilian.

Se Tiago ficou surpreso não demonstrou.

- E claro que você é um dos primeiros da nossa lista. – disse Tiago.

- Não seria o primeiro. – disse o professor mais animado.

- Tem o diretor e a Tia Mimi. – disse o maroto. – Ai vem você.

- Bem, sendo eles os que tiverem na minha frente, tudo bem. – ele estava satisfeito agora.

- E claro, não esqueceremos os abacaxis açucarados. – completou Lilian.

Eles deixaram as masmorras e logo estavam sozinhos.

- O que foi aquilo? – perguntou Lilian.

- Isso foi você mentindo para o professor. – respondeu ele. – Agora teremos que fazer uma festa ou pelo menos tentar.

Mas a pior reação começou a ser do corpo docente, mais precisamente das garotas do sexto e sétimo anos.

Elas eram vistas por todo o caminho que o casal fazia. Algumas vezes sozinhas. Outras em grupo. E isso já estava irritando o maroto e constrangendo a ruiva.

Tiago, então, aproveitou que Lilian estava na aula de Aritmancia para confrontar um destes grupos.

Ele chegou de surpresa perto delas.

- Boa Tarde, Senhoritas. – disse ele assustando as meninas. – Esse é um estranho lugar para um encontro casual. Algumas pessoas podem ver isso com maus olhos, e acreditar que vocês estão aprontando alguma coisa.

- E que... estávamos... bem.. indo... – disse uma delas.

- Queríamos encontrar você sozinho. – disse outra de forma mais segura.

- Me encontram, ou melhor, eu encontrei vocês. – disse ele estufando o peito para mostrar o distintivo. – O que querem comigo.

Algumas meninas se encolheram na certeza de que estavam encrencadas. Mas a menina que parecia ser a líder, e que tinha falado antes, voltou a falar.

- Não aceitamos o seu casamento com aquela lá. – disse ela.

- Não me lembro de ter pedido a opinião de vocês. – disse o moreno com os olhos semicerrados, intimidadores.

- Mas... mas... – disse a líder. – E que... achamos que você está sobre o efeito de um poção do amor.

- Dumbledore não acredita nisso, e vocês se acham mais espertas que ele? – disse ele e não sem esperar respostas continuou. – Todos sabiam que eu estava atrás de Lilian há muito tempo, isso invalida essa hipótese, sem contar que já namoramos escondido por um ano. Acredito que se tivesse sobre efeito de poção do amor, feitiço de compulsão ou qualquer coisa assim eu iria querer escancarar isso para todos.

- Não se ela pedisse pra você. – disse a menina.

Tiago gargalhou.

- Já viu alguém sobre efeito de poção do amor? – ele perguntou. – Obviamente não. Então vocês não tem a mínima noção de como uma pessoa assim reage, não conseguem esconder o fato de estar apaixonado. Vocês teriam descoberto na primeira semana. Então por favor, parem de seguir a gente. Ou poderemos agir de forma mais energética.

Ele se virou e seguiu seu caminho sem ver as meninas tremendo.

Tiago encontrou Slug no corujal, no sábado. Ele sabia que o professor mandava muitas corujas toda semana, para os membros já formados de seu Clube.

Era uma oportunidade de ouro para ele perder.

- Bom dia. Professor. – disse ele assustando o mestre de poções. – Muita gente prefere mandar cartas sábado de manhã. Sabe, pode contar toda a semana.

- Só estou respondendo algumas correspondências. – disse o professor como se estivesse defendendo de alguma acusação.

- Para um professor tão querido, teria muita correspondência. Acho que Dumbledore deve ter mais, mas também ele é o diretor.  Mais gente deve querer falar com ele.

- Você tem toda razão. – disse o professor. – E quando será a festa. Já encomendei minhas vestes.

- Ainda não falamos para Dumbledore. – disse ele. – Estamos terminando os detalhes para chegar com tudo pronto para ele, sabe assim ele não terá menos chance de recusar.

- Bem pensado. – disse Ele.

- Só estamos tendo problemas com algumas meninas que acham que estamos sobre poção do amor. – disse ele como se achasse aquela ideia absurda. – elas podem causar confusão na festa.

- Seria terrível. – disse Slug.

- Também acho. Estávamos até pensando em tomar um antídoto para ela, mas com certeza alguém ia alegar que a melhor aluna de poções saberia facilmente alterar um poção para parecer outra e não ter o efeito esperado. Seria interessante que alguém pudesse fazer o antídoto para nós, sem nossa intervenção. Duas doses seria bom, mesmo que as pessoas que fizessem só soubesse de uma. Mas agora tenho que ir. Lilian pode ficar preocupada se eu não aparecer logo.

Ele entregou uma carta na sua coruja e saiu.

- Você deixou cair algo. – disse Slug pegando um pergaminho no chão.

- Não é meu. – disse Tiago com uma piscadinha cúmplice.

Slug olhou para o papel e viu uma lista de nome de meninas. Agora ele percebeu que devia ter chamado o rapaz para seu grupo. Ele tinha um futuro brilhante. Mas agora que está casado com sua favorita...

Dumbledore chamou atenção de todos durante um jantar alguns dias depois.

- Chegou ao meu conhecimento que alguns alunos estão distraídos com um evento recente. Um matrimônio entre dois de seus colegas desfocou a atenção de alguns. Sendo assim, nosso querido professor de poções pediu para alguns de seus melhores preparadores de poções para preparar uma especial. Um antídoto para uma poção que acreditam que possa estar influenciando o casal. Por favor, Sr e Sra Potter, aqui a frente.

Tiago e Lilian se apresentaram ao professor. Ele confiante, ela confusa.

Algumas meninas começaram a sorrir. A perfeita Lilian Evans seria desmascarada.

Professor Dumbledore conjurou dois copos e pegou a poção com Slug.

Algumas pessoas engasgaram quando viram que os dois iam tomar.

- Melhor não correr nenhum risco. – disse o diretor.

Lilian ainda desconfiada, mas decidida tomou a poção. Enquanto Tiago apreciou o gosto da poção.

- Algum efeito? – perguntou Dumbledore.

- Poderia ter um pouco mais de doce. – disse Tiago. – Mas acho que destruir um amor, mesmo que falso seja algo amargo.

- Nada. – disse Lilian.

Mesmo assim muita gente ainda estava olhando para eles com atenção.

Para acabar de vez com as suspeitas, Tiago puxou Lilian para um beijo.

Não foi nada selvagem, mas foi o suficiente para provar a todos que não havia poção envolvida.

Quando se separaram, Lilian encostou a cabeça no peito de Tiago.

- Acho que provamos que não estamos sobre efeito de poção nenhuma. – disse o maroto. – Podemos ir?

- Claro. – disse o diretor. – Todos deviam ter a chance de viver um amor assim.