Mais uma vez ele foi agarrado e abraçado.

Ele sabia quem era Sirius, mas o outro homem não tinha ideia. Se bem que ele tinha visto alguém parecido nas fotos que Hagrid havia dado para ele. Ambos estavam, mas estavam bem mais velhos que normalmente seriam.

- Sirius, Remo. Ele precisa respirar. – disse Minerva. – E de algumas explicações.

Todos se sentaram para ouvir.

- Nós éramos os melhores amigos dos seus pais. – disse Remo. – Muita gente podia achar que Tiago e Sirius eram irmãos de tão próximos que eram.

- Sim, tínhamos um grupo. – disse Sirius. – Éramos conhecidos como os Marotos.

Os gêmeos se mexeram e tinham brilho nos olhos, isso passou despercebido de Molly, mas não de Sirius. Depois ele conversaria com os dois.

- Essa amizade continuou depois que nos formamos. E quando eles se casaram. – disse Remo.

- E eu fui escolhido para ser seu padrinho. – disse Sirius. – E gostaria de não ter dito para seu pai trocar de Fiel de Segredo. Ou ter ido atrás de Pettigrew, ao invés de ter tentado conversar com Dumbledore.

Harry podia sentir a tristeza de Sirius.

- Está tudo certo. – disse Harry. – Está tudo bem agora. Não podemos mudar o passado, ou pelo menos acredito que não. O mundo mágico ainda tem coisas desconhecidas pra mim.

- Vamos continuar com essa conversa depois. – disse Molly. – o jantar está pronto.

Foi meio difícil acomodar a todos. Principalmente pela presença de Hagrid, que por si só ocupava o lugar de três homens. Por sorte os meninos eram pequenos, Sirius ainda sofria de sua longa estadia em Azkaban e Remo nunca foi alguém de grande constituição. Mas mesmo assim só sobrou um lugar para Harry e Gina. A pequena ruiva acabou no colo do marido, o que causou um sorriso divertido em Sirius.

A conversa foi tranquila. Sirius, Remo e Hagrid contando historias, principalmente de Tiago e Lilian, mas o meio gigante dizia algumas dos ruivos mais velhos.

Depois que a torta de melaço e o bolo de chocolate acabaram eles voltaram para a sala, onde havia mais espaço.

- Molly, eu quero agradecer pelo que você fez por Harry. – disse Sirius. – Mas terei que cumprir com minas funções de padrinho e levar Harry pra morar comigo.

Sirius nunca viu um dragão cara a cara, mas a forma com que Molly a olhou fez com que ele não precisasse desta experiência.

- Você não ousaria tirar nenhuma criança desta casa. – disse Molly, fazendo Sirius preferir que ela tivesse gritado.

Lilian gritava, mas se ela não o fizesse ele tinha medo, muito medo. Ele estava de volta a quando deixou Harry voar na sua vassoura, bem acima da altura que ela tinha permitido.

- Eu sou o padrinho, tenho que fazer a vontade dos pais dele. – disse Sirius, recolhendo toda sua coragem.

- Sim, você fez esse trabalho muito bem nestes últimos anos.

- Eu tentei. – disse Sirius, magoado. – Dumbledore queria com os tios. Eu ai acabar com Pettigrew e ia resgatar Harry.

- Onde vocês iriam morar? – perguntou Molly.

Sirius abriu a boca para responder, mas ele não sabia em que condição estava o apartamento dele. Provavelmente já estava nas mãos de outro. E a casa de seus pais, não era o local ideal nem para ele quanto mais para Harry.

- Não. – disse ele arrasado.

- Você alguma vez já cuidou de algo por muito tempo? Saberia cuidar de uma criança?

Sirius não conseguiria cuidar nem mesmo de um peixe. Então nem respondeu.

- Sem contar que você nunca ia separar Harry de Gina. E nem adianta apelar para o ministério. Para eles nós somos os guardiões de Harry.

Sirius se deu por vencido e se sentou.

- Você podia ter nos contado. – disse Remo para Minerva.

- Um choque de realidade seria melhor. Ele sempre foi muito imprudente. – respondeu a professora. – Agora ele e você sabem que Harry está em excelentes mãos.

Remo pode ver a lógica nas palavras da sua antiga professora.

- Claro que nunca impediria que você continuasse a visitar Harry, afinal, você é o padrinho dele. – disse Molly em um tom de voz suave. – Ele precisa conhecer os pais, ninguém melhor que os melhores amigos deles.

Sirius levantou os olhos e deu um sorriso. E algo chamou sua atenção. Duas criaturas que ele achou que eram gatos, estavam na frente de Harry e Gina com asas abertas e bicos prontos para atacá-lo.

- Qual é a história por trás dos grifos? E por que tenho a impressão de que eles querem me atacar.

- Esses são Tiago e Lah. – disse Harry. – Eles são um pouco superprotetores, e atacariam se tentassem algo contra a gente. Acho que eles ainda não confiam em você.