Pensamos Que Era Uma Brincadeira escrita por Mago Merlin


Capítulo 2
Bruxo




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Capítulo 2 – Bruxo

Gina não podia acreditar.

Sempre nas historias de Harry Potter ele morava com seus tios que o amavam e o protegiam. Se pelo menos sua mãe tivesse a deixado mandar uma coruja para ele. Mas ela não queria que a menina incomodasse o rapaz.

Agora eles eram amigos. Nenhuma criança deixaria outra cuidar de machucados se não fossem amigos.

- O jantar está pronto. – disse Molly.

- Harry vam... – Gina percebeu que o moreno estava dormindo.

Sua mãe sempre disse que sono curava, então deixou que ele continuasse a dormir.

Cobriu o corpo ferido, pegou os óculos quebrados e colocou no bolso. Pediria para seu pai concertar. Fechou as portas, os meninos poderiam perturbar Harry.

Ela desceu antes dos seus irmãos. Menos Percy.

- Como ele está? – perguntou Molly.

- Está melhor agora, está dormindo. – disse Gina.

- Depois você leva algo pra ele comer, então.

- Pode deixar, mãe.

A conversa terminou, quando os gêmeos apareceram. Nenhuma conversa séria era possível com eles em volta.

Eles mantiveram uma conversa boa durante o jantar, o que permitiu Gina se concentrar em comer e imaginar o que Harry gostaria de comer.

Ela decidiu esperar para ver o que ia sobrar. Seus irmãos eram conhecidos por só deixar os pratos para trás, o que não significava que estariam inteiros depois.

Mas algo que os gêmeos falaram fez com que Molly ficasse nervosa, e mandasse os meninos subir.

- O que? – perguntou Gina.

- Nem pergunte. – disse Molly. – Você não precisa saber destas coisas tão cedo.

- Sobre Hogwarts? – perguntou Gina sem entender.

- Não, se fosse isso eu deixava você saber. – disse a matriarca.

- O que aconteceu pra te deixar assim distraída, Gina? – perguntou Arthur.

-Ela tem mais um paciente. – disse Molly. – Chegou antes de você, e deve estar preocupada com ele.

- Posso subir? – perguntou a ruivinha.

- Claro, querida. Não podemos deixar seu paciente esperando. – disse Molly, que se virou para começar a limpeza.

Gina pegou dois sanduiches, uma maçã e um copo de suco. Sua mãe sempre falou que não podia dar muita comida para os animais que ela pegava para eles não passassem mal. Com humanos deve ser a mesma coisa.

Deixou a comida na mesa do seu quarto, viu que Harry ainda dormia. Voltou a descer.

Encontrou seu pai numa poltrona da sala, lendo o seu jornal. Ele fazia sempre o mesmo. Pela manhã lia as principais notícias. E depois do jantar, lia o resto, a parte de esportes, quadrinhos, tudo para relaxar.

- Pai, você pode concertar pra mim. – disse ela esticando os óculos de Harry.

Ele nem tirou os olhos do jornal e executou o feitiço de reparo. Ele já tinha se acostumado a concertar as coisas que se quebravam naquela casa. Muitas vezes preferia não saber o que era para não ter que castigar um de seus filhos.

- Obrigada, Papai. – disse ela dando um beijo na bochecha dele.

- Só tome cuidado para não quebrar nada mais, meu anjo.

- Pode deixar, pai. – disse ela subindo saltitando pela escada.

Ele chegou e achou melhor acordar Harry para que ele pudesse comer.

- Harry acorda. – disse ela gentilmente, passando a mão no braço dele, como sua mãe fazia com ela.

Harry começou a se mexer, acordando. Gina deu graças que existiam meninos diferentes de Rony, que era difícil de acordar.

- Desculpe Gina. Acho que eu adormeci.  – disse ele envergonhado.

- Não seja bobo. Mamãe fala que dormir ajuda a curar. – disse ela colocando os óculos no rosto dele. – Agora você tem que comer.

Harry pegou um sanduiche receoso. Só aquele sanduiche era mais do que ele comia.

- Pode ir com calma, é tudo pra você.  – disse Gina.

Ela tinha percebido que ele era muito magro e não devia comer direito.

- Obrigado. – disse Harry que deu uma pequena mordida no sanduiche.

O moreno tinha aprendido que era melhor comer devagar, assim não fazia bagunça e demorava mais. Assim seu prato não ficava vazio antes que o do seu primo. Isso sempre lhe rendia um castigo.

Gina esperava algo como os irmãos, que apenas devoravam tudo a sua frente.

- O suco é seu também.  – disse ela, passando o copo pra ele.

Harry comeu os dois sanduiches, mas não a maça. Ele estava satisfeito.

- Acho que agora eu tenho que voltar. – disse ele sem olhar pra ela.

- Harry está tarde, pelo que você me falou, você mora longe. Amanhã meus pais podem ter ajudar.

Harry olhou para a janela, e viu que já estava escuro. Com um suspiro, ele concordou.

Mas ele percebeu que tinha algo errado, seus óculos estavam concertados, até mesmo um arranhão que havia na lente direita.

- O que? – perguntou Harry tirando os óculos.

- Papai concertou pra você. – disse Gina.

- Como? – disse ele percebendo pelo tato que o objeto estava como novo.

- Magia, uai.

- Magia não existe. – disse Harry. – Tio Valter disse que isso é só um truque que uns espertalhões usam para ganhar dinheiro.

- Aff. – disse Gina, pulando da sua cama e pegando um pequeno cartão em forma pentagonal. – Veja isso.

Era a imagem de uma mulher, embaixo estava escrito Morgana.

- Esta e uma figurinha de magos famosos que vem nos sapos de chocolate. Leia atrás.

Harry nem virou.

- Ela piscou pra mim. – disse ele, e Morgana deu um tchauzinho para ele.

- Eu te disse, Isso é magia. Nós somos bruxos. Eu, minha família, Você. 

- Eu? Como eu posso ser um bruxo?

- Como você acha que você saiu do parque perto da sua casa para parar no pomar da Toca? Não aconteceu nada de diferente quando você estava por perto, ou com raiva, medo?

Harry não sabe o que pensar. Várias cenas passaram pela sua cabeça.

- Você tem certeza disso, outra pessoa pode ter feito isso comigo.

Gina não queria fazer aquilo, pelo menos não tão cedo. Ela foi até seu armário e tirou de dentro de um baú enfeitiçado para que seus irmãos não mexessem e tirou um livro.

- Esse livro é sobre você. – disse Gina.

Harry leu o título e não acreditou.

“Harry Potter, o Menino-que- Sobreviveu”

Gina deu um breve resumo da historia, pelo menos até ele ser levado para seus tios. O resto parecia agora invenção.

- Meus tios sempre me disseram que meus pais morreram em um acidente de carro.

- Vai ver que eles não podiam te contar. Os bruxos tem que viver em segredo.

- Não, eles não gostam de mim, mesmo. – disse Harry. – Nem mesmo de magia. Tio Valter odeia tudo que ele não pode explicar.

- Oh. – disse Gina. – E você ainda quer voltar pra lá?

- Eles são minha família. – disse Harry.

- Amanhã vou conversar com meu pai, ele vai dar um jeito nisso. Ele trabalha no ministério da magia.

- Existe um ministério da magia? – perguntou Harry admirado.

- Existe, também temos um hospital para bruxos e uma escola.

- Uau. – disse ele.

Os dois acabaram passando o resto da noite conversando sobre o mundo mágico que agora Harry descobriu ser o seu.

Mas chegou um momento que nenhum dos dois estava conseguindo manter os olhos abertos.

Harry pegou um travesseiro e uma colcha e desceu da cama.

- Onde você vai? – perguntou Gina.

- Dormir, aqui no seu tapete. – disse ele como se fosse obvio.

- Não precisa. A cama é grande, podemos dormir juntos. – disse ela. – Seus ferimentos podem reabrir. Pode voltar agora.

- Sim, senhora. – disse ele.

Eles se acomodaram um de cada lado da cama, e logo adormeceram.

Mas durante a noite, acabaram abraçados.


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