One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

haaaai guerreiras! como estão? e como foi o feriado? enfim...hoje o cap. está um pouquinho maior de costume (ficou maior? sou péssima para ter noção disso na hora que vou postar um cap novo kk) aproveitem!



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–-Não Lúcia, não tenho. Ninguém quer uma menina que viaja pelos mares, adora segurar uma espada, tem um amigo descendente dos aliados da Feiticeira Branca e teimosa como um burro para se ter ao lado. Nunca tive e nem desejo ter.

Edmundo suspirou aliviado com as primeiras palavras, ao ouvir as seguintes ele pensou. É verdade, ninguém gostaria de ter Cristine em sã consciência ao lado. “Mas não seria tão ruim”, pensou Edmundo quando passou pela sua cabeça que ele não via problema algum se fosse com ele. “Devo estar louco, o que foi que eu pensei?!” pensou Edmundo, quando viu no que havia pensado. E por último, sentiu um baque com as últimas palavras “...nem desejo ter.”

–-Por quê?- perguntou Lúcia.

–-Não há por quê.

–-Por que você se irrita tanto com meu irmão?- disse Lúcia, mudando de assunto- Você não é assim comigo.

Cristine deu de ombros.

–-Não sei, não nos demos muito bem à primeira vista e só. Deve ter sido isso mesmo. Não nos demos bem no inicio e não vai ser agora que isso vai acontecer.

Lúcia riu.

–-O que houve?

–-Você falou igualzinho meu irmão.

–-Ele disse isso?

–-Disse.- Cristine ficou quieta- Algum problema?

–-Nada, só penso no que mais que o pequeno rei fala de minha pessoa para você.

Lúcia riu.

–-Não se preocupe, ele não fala quase nada, apesar de pensar muito.

–-Como pode ter certeza?- disse Cristine desinteressada, mas algo brotando nela.

–-Você não repara? Bom, hoje ele não despregou o olho de você. Ficou realmente preocupado sobre estes arranhões.

Cristine e Edmundo engoliram em seco. “Eu vou matar a Lúcia”, pensou Edmundo. “Quero me matar”, pensou Cristine. “Esses dois ainda se acertam”,pensou Lúcia.

–-Deve ter se confundido Lúcia. Isso é impossível.- disse Cristine, tentando convencer a si mesma também.

Desde o abraço de Edmundo, sentiu-se tão bem e se xinga todo o tempo por isso. Reparou que ele olhava para sua boca aquele momento, mas era impossível! Ninguém nunca a quis assim e ela já se acostumou com a ideia de que nunca iria acontecer isso, mas adoraria a ideia de que acontecesse com Edmundo. Percebeu que sorria quando se lembrava dos olhos castanhos do rei. “Pela juba do leão, o que há comigo? Já vi milhões de olhos castanhos e por que fico diferente com este?”

–-Difícil Cris, mas não impossível.

–-Ora francamente, se pensas que alguma coisa aconteceria, será melhor esquecer as esperanças.- disse Cristine com a voz um pouco alta.

Lúcia puxou a linha e fez Cristine gritar um ai. Lúcia virou Cristine para sua frente.

–-Por que não?

–-Lúcia- disse Cristine com a voz um pouco mais calma- Esqueça essa ideia, se quer fazer com que seu irmão arrume uma pretendente, arranje outra pessoa. E para você estar procurando alguém para ele, ele não deve ter muita sorte mesmo nesse assunto.

Lúcia riu um pouco, Cristine riu mais ainda, Edmundo bufou. Já estava cansado e depois de ouvir mais esse insulto, saiu e não quis escutar mais nada, mas cá entre nós, ele deveria ter ficado.

–-Mas- disse Lúcia- por que não?

–-Lúcia, não pode. Ele é um rei, eu sou só a marinheira que tem um passado nada legal, que não quer se sentar em um trono ou qualquer coisa parecida e de qualquer forma, o mais importante, que trono? Vocês não moram mais em Nárnia. Vocês são de outro mundo, e pelo o que entendi, vocês só voltarão daqui há anos, ou nem voltarão. Acha mesmo que daria certo?

Lúcia ficou com um nó na garganta. Lembrou-se que era a última vez ali. Ela tentou ignorar isso o tempo todo, e conseguiu, mas com as palavras de Cristine voltou a realidade. Suspirou.

–-Tem razão, não voltaremos, eu acho. Mas pense, Aslam não iria separar dois corações apaixonados.

Cristine colocou a mão sobre o ombro de Lúcia.

–-Mas aí está o problema, não estou apaixonada pelo seu irmão e nem ele por mim.

Cristine fez menção de se levantar, mas Lúcia a deteu.

–-Nem pensar, ainda vou colocar o elixir em você.

Cristine deitou-se e Lúcia pingou três gotas nos piores ferimentos. Eram dois, um pequeno muito profundo e outro que cortava todas as costas. Duas gotas foram no profundo e a outra no maior. Foram talvez dois minutos, mas pareciam horas para Cristine. Doeu. E muito. Ardia, mais do que as chicotadas. Mas aos poucos, a dor foi sumindo e uma sensação de alivio tomou conta dela. Lúcia viu que as feridas foram se fechando e fez uma enorme diferença com as feridas já curadas. Cristine suspirou.

–-Obrigada.

Lúcia sorriu e saiu, deixando Cristine com seus pensamentos.

^.^

Lúcia saiu pela portinha e foi para o convés. Enxergou que já chegavam perto da praia. Edmundo viu e quis ir lá, mas não devia. Só iria se sentir pior no final, sabia. Cristine não o suportava, pelo o que entendeu, e ele era o mesmo com ela. Suspirou e decidiu observar o barco chegando mais próximo à praia.

–-Se a quer ver, deveria ir.

Edmundo virou-se, mas não viu ninguém.

–-Aqui embaixo.

E viu Dark. Este levantou as patas, colocou-as na borda e ficou de pé, olhando a praia.

–-Do que está falando?

–-De Cristine.- Dark não o olhou- Se a quer ver, deveria ir.- ele repetiu.

–-Não a quero ver.

–-Pode tentar negar isso à mim ou à qualquer outro, mas não tente negar isso à si mesmo. Não conseguirá.

–-Está blefando.

–-Eu não blefo, nunca blefei. Lobos podem ser cruéis quando querem, mas não blefam. Só estou tentando abrir-lhe os olhos, mas não se sinta mal. Cristine também passa por isso.

–-O q-que ela disse?- gaguejou Edmundo.

–-Nada, nada em sã consciência. Mas murmura sempre durante o sono.

–-Murmura? O quê?

Dark o olhou.

–-Seu nome.

^.^

E Dark saiu.

Edmundo abanou a cabeça, olhou mais uma vez para o lugar que levava para a porta. Mordeu os lábios. “Será que...Não! Não irei!”, pensou ele. E ficou olhando mais uma vez para a ilha enquanto o arrependimento crescia nele. Quando chegaram, desceram âncora, homens desceram aos botes, remaram até a praia, se instalaram e dormiram. A maioria havia descido, somente alguns homens ficaram no barco para protegê-lo, Dark desceu desta vez e Cristine foi junto, mesmo com os protestos de Lúcia.

Todos dormiam, exceto Cristine. Drinian havia a mandado ficar de vigia por aquela noite, pelo menos uma parte do tempo, e depois acordasse outro para ficar em seu lugar. Ela não pestanejou. Entrou na floresta e se escondeu perto de algumas moitas, seria mais fácil ninguém ver ela e ela ver eles. Não havia nenhum barulho, a não ser pelo mar e algum inseto pequeno. Estava quase ficando com sono e quando decidiu se levantar, ela ouviu passos. Passos pesados. Agachou-se novamente e tentou ver, mas não havia nada. Mas os passos continuaram, até que ela ouviu vozes.

–-Parece que trouxeram um porco.

Cristine teve que tapar a boca para não ouvirem sua risada, pois estavam se referindo à Eustáquio que não parava de roncar.

–-Essa aqui é fêmea.- disse uma voz perto de Lúcia.

–-Essa aqui também.-disse outra perto de Gael.

–-Essa aqui sabe ler.- disse a voz, se referindo novamente à Lúcia e mexendo no livro.

Aquilo assustou Cristine. Ela ouviu passos, viu a areia se afundando e ouviu vozes, mas não havia ninguém e alguma coisa mexeu no livro de Lúcia. Como?

–-Vamos levar ela.

Disse uma voz e Lúcia foi levantada no ar, tinha a boca aberta, mas não saia um único suspiro. Tinham tapado a boca dela, com certeza. Lúcia sumiu dentro da floresta e as pegadas foram juntos. Cristine decidiu ir atrás. Correu em silêncio, conseguindo ouvir as pegadas, mas tentando ao máximo ser silenciosa.

Lúcia estava sufocada, sentia algo em sua boca e não sentia o chão, tentava tirar o que estava em sua boca, mas tinha dificuldade por não saber o que era em sua boca. Foi quando ela chegou em um jardim e soltaram ela, caiu no chão e levantou-se rapidamente, assustada também com as risadas sem donos. Ela tirou o punhal para se defender, mas seja o que seja, tiraram de sua mão e quando tentou ir atrás, a empurraram para trás.

–-Não tem saída.-disse uma voz.

–-É.-afirmou outra.

–-Assustador.-comentou outra.

–-O que são vocês?- perguntou Lúcia.

–-Somos feras horríveis horripilantes.-disse uma das vozes.

–-Se pudesse nos ver, ficaria mesmo apavorada.-disse outra.

–-É, se esqueceu de dizer que também somos muito grandes.

–-E o que é que vocês querem?-Lúcia foi direta.

–-Você vai fazer o que nós mandarmos.

–-É, vai sim.

–-Tá na cara.

–-Disse muito bem.

Lúcia se levantou.

–- Se não?

–-Senão..morre.

–-Morre.

–-Morre.

–-Morre.

Lúcia foi esperta nesta hora.

–-Mas eu não serviria morta para vocês, serviria?

–-Eu não tinha pensado nisso.

–-É, não tinha.-afirmou outra.

–-Bem pensado. Resolvido, nós vamos matar os seus amigos.

Lúcia sentiu que o feitiço virou contra o feiticeiro, seria pior se ela dissesse não. As outras vozes confirmaram, afirmara e elogiaram essa ideia.

–-O que vocês querem de mim?-disse por fim Lúcia.

–-Você vai entrar na casa- Lúcia foi empurrada- do Opressor.

–-Que casa?

–-Essa aqui.

Uma porta foi aberta, no meio do nada, nada para sustentá-la, mas lá dentro, Lúcia viu como era extenso. Lúcia ficou surpresa.

–-Lá em cima- continuou a voz- vai achar um livro de feitiços. Recite o feitiço que faz você ver o oculto.

Enquanto as vozes elogiavam o suposto chefe, Lúcia andava do lado para o outro na frente da porta, e não encontrando nada, somente a continuação do jardim. Nenhuma parede, janela, nada.

–-Rápido que não temos o dia todo.

–-Lembre-se do que vai acontecer aos seus amigos.

Outras vozes confirmaram.

–-Por que não fazem vocês sozinhos?

–-Não sabemos ler.

–-Pra falar a verdade, nem escrever.

–-Nem somar.

–-Pois é.

–-Por que vocês não disseram logo?- disse por fim Lúcia.

–-Cuidado com o Opressor.

–-Ele é muito opressivo.

Lúcia entrou por fim e a porta se fechou. Cristine assistiu tudo com um nó na garganta e a espada na mão. Quis ir atrás de Lúcia e impedi-la, quis fazer alguma coisa, mas não parecia ser o certo. De que adiantaria? Estava sozinha e eles, pelo visto, era um número muito maior. Mas que número? Nem podia sequer enxergá-los.

Andou para trás e saiu de fininho, quando estava na floresta, começou a correr e o dia já amanhecia, tinha que falar com suas majestades antes que fosse tarde.

^.^


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Notas finais do capítulo

haaai again! é isso guerreiras,gostaram? não? amaram? não? detestaram? odiaram? elogios? criticas? espero que tenham gostado. até o próx. cap. e um bom fim de semana pra todas! o/ beijos e abraços da Loren.



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