One More Time In Nárnia escrita por Loren
Notas iniciais do capítulo
haaaaaai minhas guerreiras! minhas leitoras vão começar a se chamar assim u.u well well, como podem notar, madruguei. kk e hoje é feriado galera!!!! o/ para aproveitar, aqui está mais um cap. de One More Time In Nárnia. ^^
Chegaram no porto. A multidão estava toda lá, acenando para seus novos heróis. Quando Caspian, Edmundo e Lúcia já estavam descendo a pequena rampa que ligava do porto para a cidade, Lorde Mer apareceu.
–-Meu rei! Meu rei!
Trazia algo em suas mãos, parecia uma espada, mas estava coberto por um material grosso e duro. Caspian se aproximou.
–-Recebi esta espada do seu pai. Escondi numa caverna em segurança, todos esses anos.
–-É uma espada narniana antiga.- comentou Edmundo.
–-É da Idade de Ouro de Nárnia, tem sete espadas desta. Presentes de Aslam, para proteger Nárnia. Seu pai as confiou a nós. Aqui- estendeu a espada para Caspian- Pegue.
Caspian hesitou.
–-E que ela proteja o senhor.
Caspian a pegou e a admirou. A multidão aplaudiu.
–-Obrigada milorde, vamos achar seus cidadãos perdidos.
Antes que fossem para o barco, Caspian disse.
–-Edmundo.- e estendeu a espada para Edmundo.
Edmundo admirou a espada, a levantou e sentiu-se importante em ter uma relíquia em suas mãos. Ouviu um grito.
–-Alguém o viu? Alguém?
Era Cristine, parecia nervosa.
–-De quem você está falando?- perguntou Lúcia.
–-Daquele cretino chefe dos mercadores de escravos! Onde ele está?
Eustáquio apontou com o dedo.
–-Aquele não é o cônsul britânico indo embora?
Cristine viu ao longe o chefe nadando para longe, tinha dificuldades, com tantas roupas. Cristine prendeu a respiração, estava louca de raiva com aquele homem. Pegou um arco e uma flecha de um anão, preparou, mirou e atirou. A flecha atingiu o chefe nas costas, depois veio outra e mais outra, até que ele parou de nadar e foi afundando. Cristine suspirou e devolveu para o anão.
–-Obrigada, perdão pelas suas flechas. Conseguirei outras para você.
O anão fez uma careta e saiu.
–-Quem vai tirar o corpo?- perguntou alguém.
–-Ninguém, deixe que os peixes carnívoros façam o serviço.- disse sarcasticamente Cristine e entrou no barco.
Já entardecia, o sol estava se pondo, as nuvens estavam cor de rosa e avermelhado. Péssimo para Cristine, ela lembrava do sangue que derramou naquela tarde e o próprio sangue dela que fora derramado. Suspirou.
–-Como está?
Uma voz familiar, conheceu há poucos dias, mas já estava se acostumando. Estava no convés, apoiada na beirada, olhando o por do sol. Ainda não tinha se trocado. O vestido estava imundo, suas pernas estavam sujas de areia e alguns arranhões levianos. Tinha o cabelo preso novamente em um coque no alto da cabeça.
–-Melhor, obrigada.
Edmundo se postou ao lado dela. O rei já tinha tomado seu banho e já estava com roupas limpas. Ficaram um tempo em silêncio. Edmundo queria perguntar, falar com ela, mas como começar? Só haviam trocado farpas nos últimos dias e ela passou nas últimas 48 horas momentos terríveis. Cristine foi a primeira em suspirar.
–-Pergunte.
–-O quê?
–-Está louco para perguntar, pergunte.
–-É que...não sei o que perguntar...
–-Claro que sabe, mas não sabe por onde começar.
–-Ele...fez algo?
–-Algo do tipo?
Edmundo ficou quieto, definitivamente, não era um assunto agradável de falar.
–-Não, ele não fez nada do que tu pensas.- disse por fim Cristine.
–-Mas o que então...
–-Ele não abusou de mim, só me agrediu.
–-O que?-assustou-se Edmundo.
–-Bateu em mim, descontou toda a raiva que tinha dos meus pais durante anos, em mim.
Edmundo tocou no ombro de Cristine, para consola-la, mas ela se afastou com um gemido baixo de dor.
–-Mas o que...
E Edmundo viu ali uma marca, uma pequeníssima parte do vestido era aberto nas costas, mas antes com o cabelo solto, não podia ver, mas com o cabelo preso, podia visivelmente ver o estrago das chicotadas que fizeram em Cristine. Edmundo praguejou.
–-Eu vou mata-lo...
–-Não é mais necessário.
Cristine sorriu amargamente.
–-Tem que falar com Lúcia, ela pode fazer algo.
–-Não quero incomodar vossa majestade.
–-Não é incomodo algum, tenho certeza que ela não se importará. Um momento...você lutou assim hoje?
–-Algum problema?
Edmundo estava pasmo.
–-Por Aslam, quanta dor você deve ter sentido!
–-Não é nada.
Silêncio.
–-Lúcia me contou sua história...lamento.
–-Nunca quis conhecer meu pais verdadeiros, não loucamente. Adoraria vê-los algum dia, mas não me preocupava tanto. Depois que perdi meus pais adotivos, tinha a esperança de encontrá-los, e não ficar mais sozinha, agora...saber que eles estão...mortos. E saber que não há nenhum chance...nada, nenhuma foto, lembrança, nada!- desabafou Cristine.
Cristine tapou o rosto com as mãos. Soluçou baixinho. Edmundo sentiu pena, compaixão. Com cautela, para não machucá-la, abraçou –a pelas costas lentamente. Cristine estava tão desesperada, que virou-se rápido e afundou o rosto na camisa de Edmundo, este levou um pequeno susto, mas abraçou Cristine. Cristine parou de soluçar depois de um tempo, mas não queria sair. A sensação de calor, segurança e ternura reinava ali, ela não queria que acabasse. Fechou os olhos e por um momento, sorriu, agradeceu por ninguém ver seu rosto. Edmundo sentia o mesmo, quase. O mesmo calor aconchegante e a sensação de proteger aquela menina. Ela era tão forte à primeira vista, e era sim, não tinha dúvida. Mas o interior dela era um total mistério. Nunca havia visto menina com tal atitude.
Após um tempo, Cristine soltou-se do abraço de Edmundo rapidamente, virou o rosto e o limpou com as mãos. Deu-se conta que não haveria problema de abraçar alguém, mas um homem é uma coisa, agora um rei. E o pequeno rei ainda por cima! Xingou-se mentalmente. Virou-se e tentou não olhar nos olhos, Edmundo estava confuso.
–-Bom, tenho que ir ver Dark. Não deixei ele sair do barco hoje, ele que ficou para cuidar do barco desta vez. Boa noite- com um sorriso sapeca, para não perder a postura- pequeno rei.
Fez uma reverência e desceu as escadas. *Seu quarto era um pequeno cômodo, com somente uma cama e um baú com roupas, ao lado esquerdo do camarote de Caspian. Quando Cristine entrou, fechou a porta e suspirou. Tinha sido um dia de muitos suspiros. Tocou as costas com a mão e gemeu. Ainda doía. Dark estava dormindo no chão, em cima de um tapete. Cristine sorriu. Sentou-se na cama, tirou as botas e fez um carinho na cabeça de Dark e disse.
–-Eu só tenho você agora garoto.
^.^
Enquanto Cristine voltava para seu quarto, Edmundo recostava-se na rede, pensou em Cristine.
–-Que menina complicada- disse a si mesmo.
Perguntou-se por que mesmo havia ido falar com ela? Ah sim, porque Lúcia havia pedido. Mas não fora tão ruim, até que foi bom e poderia acontecer de novo. Abanou a cabeça, mandou embora aqueles pensamentos e dormiu rápido. Eustáquio ainda estava acordado e relatava sua interessante vida para o diário.
“Caro diário, minha vida sofreu uma reviravolta inacreditável!Eu fui raptado pelos meus primos e fiquei à deriva em águas desconhecidas num barquinho ridículo. Pra piorar, eu divido a cabine com um rato muito antipático. E eu que já achava ruim ter de dormir com meu primo.”
No outro dia, Eustáquio ficou em um canto onde não havia como ser incomodado e graças, não incomodar ninguém. Continuou escrevendo.
“Até agora, todo mundo que eu conheci nesse lugar esquisito, sofre de delírios incríveis. Ir atrás de névoas verdes e ir atrás de fidalgos perdidos, só pode ser resultado da má alimentação. Ou então, enlouqueceram de vez. Primo Edmundo não é exceção. Ele passa cada segundo livre esfregando a espada de lata como se fosse uma lâmpada mágica. Tá na cara que precisa de um hobbie.”
–-Roedor irritante- disse Eustáquio ao avistar Ripchip conversando com Edmundo- Ele delira mais que meu primo.
Um pássaro pousou ali perto. Eustáquio disse.
–-Na Inglaterra temos ratoeiras pra bichos como ele. Falando em comida, por acaso sabe onde eu como?
O pássaro nada disse. Eustáquio estranhou e ouviu a voz do minotauro ao longe.
–-Eeh...por que está falando com um passarinho?
–-Ora porque naturalmente eu presumi...
O minotauro começou a rir antes que Eustáquio terminasse de falar.
–-Ele fala com passarinhos.
–-Doidinho de pedra esse aí.
Disse o marinheiro ao lado do minotauro, deu um tapinha no abdômen do do minotauro e o minotauro deu um tapão nas costas do marinheiro.
–-Não se aborreça garoto.
Disse uma voz pouco ouvida naquele barco. Era Dark.
–-Pássaros não falam nesta parte desconhecida, somente no centro de Nárnia.
Dark pegou o balde que levava com a boca e foi embora. Eustáquio olhou para o passarinho e o mandou embora. Dark falava com poucas pessoas ali, falava mais com Cristine e ainda assim era pouco. Era totalmente fiel à Aslam, mesmo sendo descendente de aliados da inimiga mortal de Nárnia. Só gostaria que fosse aceito por todos como foi por Cristine, ele agradecia todos os dias por tê-la ao seu lado, mesmo demonstrando pouquíssimo. Não sabia dizer o que teria acontecido com ele se não fosse por Cristine naquele dia, quando Nikabrik, o lobisomem e a mulher horrorosa queriam juntá-lo para trazer a Feiticeira Branca de volta. Ele não falava muito, mas quando falava, tenha certeza leitor, que sempre era de grande ajuda.
Eustáquio foi até a cozinha do barco. Procurou e roubou uma laranja, colocando-a dentro da camisa. Quando ouviu uma voz, que o fez tremer e bater contra as panelas peduradas.
–-Está ciente, de que roubar ração é um crime hediondo no mar?
Eustáquio procurava o dono da voz.
–-Aqui, em cima.
Ali estava Ripchip com os braços cruzados e Eustáquio tremendo da cabeça aos pés. Eustáquio tentou parecer normal.
–-Ah..você.
E ia indo, quando Ripchip pulou para outro lugar, detendo-o.
–-Homens já morreram por muito menos.
–-Pelo o quê?- fingiu-se desentendido.
–-Por traição! Não serei sonso nem outras tolices! Entregue-me a laranja e eu finjo que não vi.
–-Eu não sei do que tá falando!
Ripchip pulou e lançou a cauda para frente de Eustáquio.
–-Eu vou lembrá-lo.
Eustáquio foi rápido e pegou a cauda de Ripchip.
–-Olha, eu já estou farto de você!
Ripchip foi pegando a espada lentamente e dizendo.
–-Largue essa cauda, agora. O grande Aslam em pessoa me deu essa cauda, ninguém, eu repito, ninguém, toca na cauda e ponto. Ponto de exclamação.- a espada já estava no nariz de Eustáquio e este havia soltado a cauda e levantado as mãos em forma de defesa.
–-Desculpa.
Ripchip pegou um facão com a cauda e deu para Eustáquio.
–-Agora, me dê a laranja e vamos acertar as contas!
–-Por favor, por favor! Eu sou pacifista!
–-An guard! (ignorem essa parte que eu escrevi, vocês entenderam XD )
Ripchip fez um movimento e Eustáquio saiu correndo, subindo as escadas para o convés. Quando subiu, Eustáquio bateu contra o minotauro.
–-Olha por onde anda- disse ele.
–-Desculpe!
Eustáquio continuou correndo, bateu em cestas e marinheiros, derrubando tudo pela frente. Ripchip o alcançou, pulou em uma corda e ficou frente a frente com Eustáquio novamente.
–-Tentando fugir? Estamos em um barco, lembra?
–-Não podemos conversar?
Ripchip fez um rasgo na camisa de Eustáquio, mostrando a cor da laranja.
–-Essa foi por roubar.
Ripchip fincou a espada na laranja e a tirou.
–-Essa por mentir.
Ripchip bateu com a laranja no rosto de Eustáquio.
–-E esta por me irritar.
Eustáquio tremina nas mãos, mas estava tão cansado, com tanta raiva, que arriscou e cortou o ar duas vezes antes de Ripchip pular para o outro lado, parando na borda. Rindo, ele disse.
–-É assim que eu gosto, agora vamos duelar.
**E jogou a laranja para o lado, onde Cristine a pegou. Ripchip provocou.
–-Anda, vem, cadê o seu melhor golpe?
Eustáquio atacou, Ripchip pulou.
–-Foi esse?
E Ripchip rolou.
–-Concentre rapaz!
Eustáquio foi com o facão mais duas, três vezes, onde Ripchip pulou todas às vezes perfeitamente bem! Sem um arranhãozinho sequer e sempre dando dicas para o pobre do Eustáquio.
–-Agora, pare de bater asas como um pelicano bêbado, postura!
E durante todo esse tempo, os marinheiros paravam para admirar o novo combate que ali estava tendo. Sempre rendia ótimas risadas com Ripchip.
–-Mantenha a lâmina em rige! Levanta, levanta! Assim!
Eustáquio foi com tudo, mas Ripchip pulou por suas costas. Ripchip foi andando por toda a borda, pulou por uma corda e parou em cima de um barril. Eustáquio tinha o facão preso na madeira.
–-Estou aqui!- provocou Ripchip.
Eustáquio atacou novamente.
–-Agora, desliza o pé, o esquerdo não, o direito, entendeu?- disse Ripchip pulando no chão e batendo nos pés de Eustáquio com a pequena lâmina.
Ripchip pulou na borda novamente.
–-Vamos, agilidade, destreza, é uma dança rapaz! Dance!
Eustáquio foi rápido desta vez e atacou pela direita, pela esquerda, pela direita, pela esquerda, Ripchip foi rápido, mas na direita novamente, perdeu o equilíbrio e foi para trás. Eustáquio foi para a borda ver o estrago, mas não havia nada. Sentiu alguém o cutucando pelo ombro, virou-se e foi empurrado por Ripchip, com as últimas palavras.
–-E isso...é tudo!
Eustáquio caiu perto de uma cesta que caiu junto à ele e um grito acompanhado da queda.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
*Não tem esse cômodo no barco, mas eu criei para dar mais privacidade para a personagem. Sim, eu estou a mimando demais k
**Quem pega a laranja, no filme, é o Drinian galerinha e lamento se não escrevi muito bem a parte da luta de Eustáquio e Rip. Espero que tenham gostado (;
É isso guerreiras. Espero que estejam gostando, aaah, um aviso, talvez este feriado eu acabe não postando. Não irei irritar vocês. kkk. enfim, booom feriado gurias! o/