One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

haaai!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/289761/chapter/28

A língua dele dançava desinibidamente pela boca dela. A mão que estava no queixo dela, passeou com cautela por seu rosto e desceu para o pescoço. Acariciava com o polegar e sentia a veia dela pulsar mais rapidamente enquanto ele a apertava com a outra mão em sua cintura. Ele tinha os olhos fechados. Ela tinha os olhos abertos. A língua imóvel, apesar da outra estar fazendo uma festa. Os arrepios por toda a pele. As mãos agarradas na camisa dele, sem fazer movimentos. Ela ficara sem reação. Não sabia o que fazer. Mais tarde, muito orgulhosa para admitir, dizia que na verdade, estava tentando fazer a durona pois ele merecia o troco. Mas ela nunca conseguiu dar esse troco. Após ele levar a mão do pescoço a nuca e apertá-la levemente, ela fechou os olhos e suspirou satisfeita. Suas mãos começaram a subir pela camisa, pressionadas em cada milímetro de seu peito até chegarem a sua nuca e subir até os cabelos. Seus dedos bagunçaram os cabelos negros deles de um jeito carinhoso que ele nunca provou antes. Ele desceu a mão de sua nuca pelas costas suavemente até se juntar a outra e apertar seu corpo contra o seu novamente. Uma ideia passou pela cabeça dele, ele flexionou os joelhos e apertou mais a cintura dela. Ela passou suas mãos rapidamente para seus ombros e apertou. Ele a levantou no ar sorrindo sobre os lábios dela. Ela abriu os olhos assustada e preocupada com o que poderia vir a seguir. Ele a pôs no chão, deixando-a aliviada e puxando ele pelos ombros para mais perto dela. Deu alguns passos para trás quando percebeu que ele se desequilibrara. Até que sentiu algo bater-se em suas costas. Ela olhou de canto e revirou os olhos. Agora apareceu a árvore, ela pensou ironicamente. Sentiu as costas endireitar-se quando sentiu o choque dele ter apertado sua cintura pelos lados com as mãos. O vento veio a favor, trazendo uma brisa gostosa do ar, o que não fora muito bom. Pois o vento frio causou mais arrepios nos corpos quentes. Ela deixou suas mãos escorregaram pelo peito dele e por fim abraçando-o pela cintura. Ele retirou seus lábios dos dela e beijou a bochecha dela com delicadeza, fazendo-a ficar corada. Ele beijou seu pescoço e ela suspirou. Ele beijou sua orelha e sussurrou.

–-Então...estava com ciúmes?

Ela afastou o rosto para olhar para ele. Ele tinha um sorriso..convencido? Ela o empurrou com força, o que fez o menino estranhar a reação da menina. Havia adorado ver a menina com ciúmes, sentiu-se vitorioso ao saber que ela estava daquele jeito por causa dele. A ouvira falando sozinha ao longe e pensou que estivesse delirando. Chegou mais perto e pode ouvi-la dizer o nome da estrela azul. “Ela é ridícula!”, ele ficou bravo por ela ter dito algo de alguém como a estrela. Aquilo era inveja? Cristine nunca pareceu ter esse tipo de pensamento, ele pensou. Chegou mais perto e pode vê-la sentada com os olhos fechados e murmurando algo. Andou calmamente, com os passos leves na terra macia sem fazer barulho. Quando ela se levantou, sorriu feliz, e em parte, um pouco convencido pela frase dita pela menina. “Se ele é um estúpido e ela uma estúpida, formam um perfeito casal!”. Sabia que tipo de sentimento era aquele. Ciúmes. Sabia porque Lúcia lhe dissera quando tentou explicar porque brigou com uma colega de turma por ter convidado o menino que Lúcia gostava. Não havia como não se sentir feliz ali. Estava provado. Lúcia disse que quando alguém tem ciúmes de alguém, é porque gosta muito desse alguém. Bom saber, ele disse vendo Cristine andando em sua direção e não tê-lo notado. E depois...ah depois. Sentiu-se importante demais que teve coragem de beijá-la, algo que há tempo ansiava.

–-O que houve Cristine? Foi algo que lhe fiz?- ele perguntou preocupado com a menina que aparentava estar “gostando” do beijo.

Ela parecia que ia chorar.

–-O senhor ainda pergunta?- ela disse se retirando.

Ele a segurou pelo braço, ela virou o rosto e ele encarou aqueles olhos esverdeados.

–-Qual é o problema Cristine? Aposto com toda Nárnia que é por bobagem!

–-Bobagem?! Bobagem?! Eu vi o senhor sorrindo “vitoriosamente”! Sou um prêmio por acaso para vossa majestade?

Ele soltou o braço dela e apertou o rosto contra as mãos. Ela não saiu dali e colocou as mãos na cintura esperando alguma reação dele. Ele desceu as mãos pelo rosto, deixou-as cair sem forças em seu corpo e bufou visivelmente irritado.

–-Cristine.-disse ele tentando manter calma na voz.- Eu não te entendo.

–-Quem deve dizer isso sou eu!- ela disse em voz alta.

–-Se acalme...

–-Acalmar? Me acalmar?! Vossa majestade me beija e depois sorri como se tivesse ganho algo! Eu não sou simplesmente...algo! Eu...

–-Cristine!- ele gritou.- Pare! Você sabe que não é isso!

–-Perdão!- ela o interrompeu.- Mas eu realmente não sei.

–-Então eu explicarei para vossa senhorita.

Ela cruzou os braços e levantou a sobrancelha esperando a resposta do pequeno rei a sua frente. Estou ansiosa para ver a resposta “mirabolante” dele, ela pensou já cansada prevendo que ele se enrolaria com as palavras. O que ela não esperava era que o pequeno rei tivesse tudo na ponta da língua.

–-Eu...posso ter me sentido vitorioso sim, mas não era somente isso.- ele disse com cautela.

–-E o que era então?

–-Ahm...bem...é que...

(Quem quiser ouvir a música http://letras.mus.br/carrie-underwood/who-are-you/traducao.html )

Nunca pensei que falar de sentimentos fosse tão difícil, ele pensou sentindo uma pedra em sua garganta incapaz de fazê-lo falar. Ele encarou o rosto dela com a respiração rápida. De repente, ele admirou cada pedaço de seu rosto. Admirou a pele suave da menina, suave como pêssego. Os lábios carnudos pintados com a cor das nuvens ao por do sol. Os olhos sempre mostrando o que sentia o que tentava esconder inutilmente no rosto, seu ponto fraco. As pupilas negras rodeadas por esmeraldas sujas de terra. Os cabelos sempre presos para não mostrar as ondas do mar mais belo e castanho que ele havia visto. O corpo, que ele não podia negar, ele queria, ansiava e desejava. O que era estranho. Era a primeira vez que aquilo acontecia com o pequeno rei. De repente, ele admirou cada atitude e jeito da menina. A força e a determinação da menina em continuar a vida. O medo que ela conseguiu dominar. A amizade que conseguiu conquistar sem preconceito. A esperança, que ele sabia, que ela ainda possuía em seu interior. O jeito que lambia os lábios ou os mordia quando nervosa. O jeito calmo que ela tinha para encarar situações de alto risco. O jeito explosivo que ela tinha quando perdia o controle, o que acontecia raramente. O jeito grosso em falar e ser mas tão doce e carinhosa em carinhos e pensamentos. O jeito que ela olhava para o mar buscando tranquilidade. O jeito que ela apertava os lábios em um bico enquanto lia um livro. O jeito dela. Ele sentiu uma sensação contagiante e maravilhosa em seu peito. Queria espalha-lo para toda a Nárnia, Arquelândia e Calormânia e até o Fim do Mundo. Ele levou a mão esquerda ao rosto dela e encostou com cuidado acariciando com o polegar.

–-Ah Cris...- ele murmurou.

Nunca pensei em ouvir meu apelido em sua boca, ela pensou surpresa ao ouvir as baixas palavras do pequeno rei. Ela encarou o botão aberto de sua camisa. Ela não queria ter que ver mais de um dos detalhes dele. Já os tinha gravados em sua mente. Seu rosto como uma tela de um artista que respingou algumas sardas sem querer. Os lábios finos como a linha do horizonte e molhados com uma cor rosa da rosa. Os cabelos como as asas de um corvo. Os olhos ora como a casca de um árvore sob o sol do verão ora como o mel fresco. Ahh e como poderia esquecer? Como correntes. Nunca mudaria algo em seu jeito, porque era aquilo que o fazia único. Teimoso e justo. Esperto e ambicioso. E o jeito como ele tropeçava nas palavras para tentar explicar em momentos embaraçosos, mas o jeito como ele tinha autoridade e auto controle em momentos sérios. O jeito como ele corava. O jeito como ele lambia os lábios nervosamente e depois limpava com as costas da mão. O jeito como ele demonstrava ficar preocupado. O jeito que ele segurava a espada. O jeito como ele franzia as sobrancelhas quando desconfiava de algo e quando ouvia algo com total atenção. O jeito como ele falava de Nárnia com tanto amor e carinho. O jeito como ele falava Aslam com respeito. E mesmo ela sabendo tão pouco, sempre se impressionando. O jeito dele. Ela queria chorar. Droga!, ela pensou percebendo que somente desejar, não significaria que ela teria. Ela deixou-se apoiar o rosto na mão dele.

–-Ed...- ela arriscou.

Ele adorou ouvir o seu apelido na boca dela. Já cansado de ter que esperar, ele passou a mão para a nuca e a puxou de encontro aos seus lábios lentamente. Ela permitiu o luxo de ter aqueles lábios mais uma vez. Fora um beijo doce e suave. Somente um encostar-se aos lábios, onde os dele perderam-se na imensidão dos dela. Não quero me afastar, ele pensou. Devo me afastar, já basta por hoje!, ela pensou. Ela colocou uma mãe em seu peito e o empurrou com delicadeza. Ele abriu os olhos e viu os dela...incompreensíveis.

–-Devemos ir.- ela disse num sussurro.

–-Agora?

–-O mais rápido possível.

Antes que ela se virasse, ele a segurou pelos braços dizendo com autoridade.

–-Não irá. Não agora.

–-Me solte!-ela grunhiu.

Ele a calou com mais um beijo, fazendo uma forte pressão nos lábios. Mas antes que fizesse mais algum movimento, ela o empurrou pelo peito e lhe deu outro tapa no rosto. Ao menos não fora tão forte, ele pensou enquanto sentia a bochecha arder e a massageava. Ela já andava pela trilha com os passos duros, rápidos e reta.

–-Aonde vai?!- ele gritou.

–-Para a Mesa de Aslam, obviamente!- disse ela virando uma esquerda e sumindo por trás das árvores.

Ele colocou as mãos na cintura, revirou os olhos e gritou novamente.

–-Vire à direita.

Após alguns segundos, ela passou bufando e foi andando para a outra direção. Ele riu internamente, mas ainda com alguma pulguinha atrás da orelha. Será que é repetitivo eu pensar que essa menina é completamente e absolutamente complicada?, ele pensou.

^.^

O dragão voava tranquilamente entre as nuvens quando visou um pequenino objeto em movimento lá embaixo. Desceu com um pouco mais de facilidade, agora já acostumado com seu novo tamanho e asas. O barco navegava normalmente para a Ilha Negra carregando tripulantes um tanto nervosos e com o coração a pulos.

–-E...o que você acha que tem lá dentro?- perguntou o minotauro quebrando o aparente silêncio que estava congelado segundos atrás.

–-Os piores pesadelos.- disse Edmundo engolindo a saliva com um pouco de dificuldade.

–-Os desejos mais sombrios.- disse Caspian recuperando o ar que lhe escapara ao falar.

–-Maldade pura.- finalizou Drinian e se retirando para perto do minotauro.- Travos, abre o arsenal.

O minotauro assentiu.

–-Milorde.- disse com a voz grossa e desceu as escadas.

–-Arqueiros!- Drinian gritou.- Fiquem a postos!

–-Sim capitão.- algum marinheiro respondeu.

–-Acendam as lanternas!- gritou o minotauro.

Afinal, era a Ilha Negra. Não era somente a cor da terra ou da neblina ao seu redor desta cor. Tudo era negro.

–-Vamos nos preparar.- disse Caspian para as outras majestades.

Ele desceu as escadas, seguido de Edmundo e Lúcia enquanto os marinheiros preparavam o barco para sua próxima parada.

^.^

–-Quando eu crescer, quero ser igualzinha a você.- disse a menininha, chamando a atenção de Lúcia que revisava seu cinto.

A rainha olhou pelo espelho pendurado a sua frente e viu a face da menininha com os olhinhos brilhando. Sorriu. Me lembra alguém, ela pensou ironicamente relembrando as palavras da menininha. Lúcia se virou e tinha um sorriso amistoso. Andou em direção à cama onde a menininha estava, sentou-se ao seu lado, abraçou-a pelos ombros e disse.

–-Quando crescer, deve ser igualzinha a você.- ela ensinou a menininha que nunca se esqueceu das palavras da rainha.

^.^

–-Caso a gente não passe...er...seja lá o que for- começou Caspian, um pouco enrolado com as palavras chamando a atenção de Edmundo.- Quero que saiba que te considero um irmão.- ele disse olhando para o rosto do outro rei.

–-Eu também.- disse Edmundo sem jeito.

Quando você desculpa uma briga antiga com alguém, o momento seguinte é sempre constrangedor no inicio. Caspian assentiu e ajudou Edmundo a fechar a armadura aberta pela lateral do corpo.

–-Está sem espada.- Caspian percebeu.

–-Aquela não era minha.- disse Edmundo referindo-se a espada de um dos Lordes que havia deixado na Mesa de Aslam e fechando seu cinto.

–-Use esta.- disse Caspian estendendo a tão desejada espada por Edmundo.

–-Mas essa é...- ele tentou argumentar sendo interrompido em seguida.

–-Pedro ia querer que usasse.

Edmundo apertou os lábios e segurou a espada com firmeza. A espada do Pedro, o Magnífico. Não disse mais nada depois para Caspian. Não era necessário.

^.^

–-É agora amigão.- disse Ripchip da cabeça do dragão, para este que seguia o barco um pouco atrás mais em cima e tentava ver através das nuvens que atrapalhavam sua visão.- A batalha, aguarda.

O dragão arregalou os olhos, tomou impulso para a frente e virou a esquerda.

–-Eustáquio!- disse Ripchip tentando parar o dragão.

O ratinho puxou algumas escamas do dragão, fazendo-o abaixar a cabeça e o pequeno animal tropeçar e segurar-se no nariz do grande animal.

–-Eu não aceito rendição!- disse Ripchip subindo com as patinhas e ficando frente a frente com os olhos do dragão..- Nobre guerreiro, não foge por medo.

O dragão desviou o olhar para o mar, envergonhado por talvez não ser o guerreiro de quem o ratinho falava. Mas o ratinho percebeu instantaneamente.

–-Olha pra mim! Olha pra mim quando eu falo com você.

O dragão levantou o olhar fazendo uma careta e mostrando irritação no olhar.

–-Eu sou um rato. Você é um dragão.- disse ele resbalando e quase caindo.- Você tem uma pele que é uma armadura. Você cospe fogo.- disse ele subindo para a cabeça do dragão.- Coragem.- disse ele tirando a espada da bainha.- Vamos conhecer nosso destino.- e apontou a espada para a ilha enfim encerrando o discurso para incentivar o grande animal.

O dragão virou-se, ainda um pouco hesitante, abriu mais as asas e seguiu para a Ilha Negra. Seja qual fosse o destino, ele desejava que não fosse tão negro como aparentava ser.

^.^

Cristine fechou o baú e o trancou com a chave deixando-a embaixo do tapete ao seu lado. Ainda ajoelhada, ficou por alguns instantes daquele modo com as duas mãos sobre o baú.

–-Em que pensas?- perguntou o lobo deitado sobre sua cama com a cabeça sobre as patas.

Ela sorriu de lado.

–-Você só sabe essa pergunta?

–-É a melhor que eu tenho para começar uma conversa.

Ela deu de ombros.

–-No momento, penso em nada.

–-Ora, mas que milagre para uma mente tão turbulenta como a sua.- disse ele ironicamente.

Ela riu baixinho e levantou-se. Pegou o cinto com a espada e colocou em sua cintura. O lobo sentou-se abanando o rabo observando cada movimento da menina.

–-Em que pensas?- ela perguntou apertando o cinto e olhando para o lobo percebendo que estava nervoso.

Ele bufou.

–-Não consigo compreender em como situações como esta eu fico nervoso e você fica tão...

–-Normal? Quieta?- ela indagou.

–-Calma!- o lobo exclamou com os olhos arregalados.

Ela sorriu e sentou ao lado do lobo que a olhava intrigado. Ela abraçou o lobo pelo pescoço e o apertou afundando seu rosto no pelo macio do animal. Ele ficou surpreso com a reação da menina. Quase sempre ficava surpreso com qualquer atitude dela. Ele suspirou e esfregou a cabeça no ombro dela. Ela desfez o abraço.

–-Não estou calma Dark. Mas acho que...tenho bastante auto controle para situações como esta. Você também tem! Mas raramente fica nervoso. Só fica assim, quando está com medo. O que te passa?

Ele suspirou pelo nariz.

–-Tenho medo sim Cristine. E você sabe o quê.

–-Eu também Dark. E tenho muito medo.- ela o abraçou novamente.- Prometo que não ficaremos afastados por muito tempo hoje.- ela fungou.- Eu prometo.- disse ela deixando uma lágrima escorrer.

^.^



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

haaai gurias! ok, esse cap. ficou uma m#!@%@. Mas acho que tava sem inspiraçãp D: mas confesso que quase chorei escrevendo a parte de Dark e Cristine ); enfim..me desculpem qualquer erro, etc, etc. mas não deixem de acompanhar o próx. cap., pq One More Time In Nárnia já está nas retas finais. não me deixem agora D: obrigada por tudo ><
aaah sim..quem sobreviveu ao fim do mundo? o/
beijos e abraços apertadissimos da Loren