One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

haai



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Do convés podiam ouvir de um marinheiro da parte do baixo, incentivando os outros marinheiros a remarem com força e darem movimento ao barco em direção à estrela azul que se distanciava aos poucos. Em cada remo, havia dois marinheiros, exceto pelo minotauro que com sua força bruta conseguia remar sozinho. Todos estavam exaustos e suados por conta do esforço que faziam desde cedo. O sol estava alto. O calor insuportável. O vento desaparecido.

–-O vento foi embora.- disse Drinian preocupado.

–-E como vamos chegar agora à Ilha Ramandu?- perguntou Edmundo.

Drinian suspirou, com as mãos nas costas, passou por Edmundo e Caspian e subiu as escadas.

–-Eu digo que alguma coisa não quer que a gente chegue lá.

Edmundo encarou Caspian sem palavras. Este suspirou e decidiu ir atrás de Drinian, passou por Edmundo sem dizer nada e subiu. Edmundo encostou-se na borda bufando e os braços cruzados. Começava a ter uma dor de cabeça. Talvez pela preocupação ou pelo calor forte. Passeava com os olhos pelo convés para tentar se distrair. Até que se alojou em uma cor um tanto confortável e atraente para ele. Ficou por ali. Até que ouviu um barulho e ele piscou os olhos, enfim percebendo o que lhe chamara tanta atenção. Droga, ele pensou vendo que era os olhos de Cristine. Ela havia deixado uma caixa cair ao perder-se nos olhos do pequeno rei. Rangeu os dentes ao ver o que havia feito. Desviou o olhar dele antes que pulasse em seu pescoço. A angústia e a magoa ainda estava presa em sua garganta. Bufou baixinho e agachou-se para pegar a caixa. Assim o fez e depois foi para baixo. Edmundo apertou os lábios receosos. Queria pedir desculpas à ela, mas não sabia o que impedia. Ele pensava que ela o iria rejeitar, não iria aceitar suas palavras. Discordo caros leitores. Aqui, um pequeno segredo. Talvez em parte ele tinha medo da reação da menina, mas não era isso que o impedia. Orgulho. O sentimento que travava em sua cabeça e que impedia de seu corpo fazer algum movimento e proibia sua boca abrir-se e permitir alguma palavra escapar. Mas ele queria tanto falar com ela, queria tanto. Ela também não iria falar com ele. O orgulho. Oh, a droga do orgulho. E ela queria tanto que ele fosse falar com ela, queria tanto. Bufou e subiu as escadas para ver se houvera algum resultado da conversa de Caspian e Drinian. Caspian estava sozinho, Drinian estava no convés novamente vendo o trabalho dos marinheiros. Um marinheiro, de péssimo humor, comentou sarcasticamente.

–-Se minha fome aumentar, eu janto aquele dragão.- disse ele mostrando os dentes raivoso.

O dragão somente parou de voar. Ouviu o que o marinheiro dissera. Tinha o olhar duro e aborrecido.

–-Não se preocupe Eustáquio, primeiro terão que passar por mim!- disse Ripchip, sentado na cabeça do dragão, acalmando os ânimos deste.

O dragão saiu dali voando rapidamente, o que fez Ripchip pedir cuidado por causa da velocidade inesperada. Drinian subia as escadas e já comentava sarcasticamente.

–-Se não acharmos terra até de noite, eles podem mesmo jantar esse dragão.

Fora ao chão. Um movimento inesperado se os outros também não tivessem ido ao chão. O barco se mexera bruscamente, fazendo com que marinheiros perdessem o equilíbrio caindo ao chão e outros segurando-se pelas cordas mais próximas. Os marinheiros abaixo sofreram juntos. Alguns seguraram-se nos remos, outros escaparam dos bancos e rolavam. Um marinheiro no convés tropeçou e cairá pelo caminho para baixo do barco. Desconfio que sofrera alguns machucados. Lúcia e Gael também caíram. Estavam no camarote. Assustadas com a situação totalmente desconfortável. Caspian ajudou Drinian a se levantar.

–-Batemos em algo?- ele perguntou.

Edmundo levantou-se sozinho, indo em direção à borda ver o possível estrago. Os marinheiros também foram, mas por pura curiosidade. Os marinheiros embaixo esperavam alguma explicação.

–-Eustáquio, ótima ideia!- Edmundo elogiou ao ver a maravilhosa surpresa.

Marinheiros, minotauro e majestades ficaram deslumbrados com a ideia do dragão. Este, enrolara sua cauda no nariz do dragão do barco, e com toda força e um pouco desajeitado, batia as asas o quanto podia para dar velocidade ao barco. Ripchip percorreu as costas do dragão, passou com cuidado pela cauda até chegar ao nariz do outro dragão.

–-Avante!-gritou ele tirando sua espada da bainha e apontando para frente.

Apesar de o dragão animal ser pequeno comparado ao dragão de madeira, toda sua força fazia uma diferença extrema no ritmo da viagem. Enquanto os marinheiros abaixo recolhiam os remos para dentro do barco, os marinheiros acima e suas majestades, batiam palmas fervorosamente. O dragão sorriu de lado ao perceber que todos aprovaram e apreciaram sua atitude. Mais uma vez, sentiu-se honrado de ser elogiado por algo que ele mesmo fizera por ajudar alguém, que não fora ele mesmo.

^.^

Edmundo estava na sacada da varanda do camarote de Caspian. O calor não o incomodava tanto quanto antes. A dor de cabeça passara. Sentia sua mente mais leve. Observava a linha do horizonte chegando cada vez mais perto, mas cada vez parecia mais distante.

–-Nem sabemos se os outros fidalgos chegaram à Ilha de Ramandu.- disse Caspian após pegar uma das três espadas postas na mesa e examina-la.

Faltavam mais quatro espadas. Estava preocupado. E se os outros fidalgos ficaram em alguma ilha por onde eles não passaram? Céus! Tudo terá sido em vão! Edmundo entrou e sentou-se na cadeira de frente para Caspian.

–-Não se preocupe. Há tudo para dar certo.

–-Como pode ter certeza?- perguntou Caspian colocando a espada no lugar.

–-A estrela azul, ela iria nos guiar até nosso destino. Se estivesse faltando alguma, ela nos levaria até a espada.

Caspian suspirou e colocou as mãos no rosto. Edmundo levantou-se e colocou uma mão no ombro de Caspian, este não tirou as mãos do rosto.

–-Não se preocupe. Há tudo para dar certo.-ele repetiu.

Caspian tirou as mãos do rosto e dirigiu um sorriso fraco para o rei mais novo. Colocou uma mão sobre o braço deste.

–-Obrigada.

Edmundo assentiu com a cabeça. Ainda não haviam tocado no assunto da gruta. Acho que os dois pensaram que o certo seria esquecer.

–-Com licença.

Uma voz fina ecoou no cômodo. Viraram-se para a porta e viram Cristine fazendo uma reverência. Eles assentiram com a cabeça. Caspian se pronunciou após ver a menina voltar com a postura de antes.

–-Algo aconteceu Cristine?

–-Com sua licença majestade, o capitão Drinian pediu a presença das majestades Rei Edmundo e Rainha Lúcia.- ela olhou para Edmundo.- Lúcia já está lá o aguardando.

Edmundo não sabia dizer o olhar dela. Frio? Duro? Magoado? Suspirou. Não ficou muito tempo parado tentando descobri-lo. Soltou a mão do ombro de Caspian e foi em direção a porta. Cristine não o acompanhou, deixou o olhar fica parado na sacada afora.

–-Obrigada.

Ela ouviu a voz dele a alguns metros de seu ouvido. Arrepiou-se, mas não demonstrou. Ele saiu. Ela mordeu os lábios.

–-Está bem Cristine?

Levantou o olhar rapidamente e lembrou-se que havia mais alguém ali. Viu o olhar questionador de Caspian. Espero que ele não tenha percebido nada, ela pensou. Ela abanou a cabeça negativamente.

–-Nada majestade.- ela murmurou.

Caspian sorriu fraco. Não sabia exatamente o que se passava com Edmundo e Cristine, mas tinha uma leve ideia. Já passara por aquilo também três anos atrás com a irmã dos Grandes Reis e Rainha de Nárnia. Rainha Susana, a Gentil. Suspirou.

–-Ahm...majestade, se me permite, eu já vou me retirar.-disse Cristine.

–-Espere Cristine, quero falar com você.- ele disse em um tom sério.

Cristine tremeu no coração, sentiu os dedos dos pés formigarem, um susto preso na garganta e o suor escorrendo pelo corpo inteiro. Não era nada acolhedor quando uma majestade quer falar com você. Cristine abaixou os olhos, envergonhada com alguma coisa que não sabia o que era. Caspian levantou-se e fez menção com a mão para que ela se aproximasse. Ela andou com os pés duro até a mesa enquanto ele ia para a sacada. Ela observou as espadas. Eram lindas. E mesmo uma tento estado com uma grossa camada suja, outra estado entre areia, sujeiras e ouro e outra embaixo d’ água por anos, pareciam novas, recém-feitas e feitas muito bem por sinal. Eram leves à vista, sua lâmina era fina, mas visivelmente afiada. Cristine gostaria de segurar uma. Elas exalavam uma espécie de poder e magia.

–-Gostou delas?

Ela tirou sua atenção das curiosas espadas e viu Caspian sorrindo amigavelmente apoiado com uma mão na cadeira e a outra na cintura. Cristine sentiu o rosto corar.

–-Perdão majestade.

–-Não há o quê pedir perdão. Gostou delas?

–-Sim.- ela murmurou baixinho.

Caspian pegou uma com a mão que estava na cintura e a estendeu para Cristine segurando o cabo e a lâmina para baixo. Cristine sentiu os olhos arregalaram-se e Caspian só aumento o sorriso. Ela pegou com cautela e não percebeu quando Caspian soltou o cabo. Pois como na vista, segurando-a podia ver que era leve como havia pensado. Ajeitou o delicado objeto na mão. Delicado em mãos, mas brutal em uma guerra, ela pensou. Experimentou a espada cortando o ar algumas vezes. Era uma ótima sensação. Sentia-se livre e forte. Deixou um sorriso escapar de seus lábios macios. Parou antes que estragasse algo ao seu redor. Viu seu reflexo na espada. Por um instante fixou seu olhar naquela curiosa menina de cabelos compridos revestidos da cor das cascas de árvores, mas sempre presos. Os olhos pintados por talvez um artista descuidado que misturou o verde com o castanho ou talvez um artista brilhante que misturou o verde com o castanho pensando em ser uma obra genial! Sua pele era branca, mas já se apresentava bronzeada por trabalhar tanto abaixo o sol. Ela percebeu as cicatrizes. Já não estavam roxas, agora só tinham uma leve marquinha rosa no canto da boca e outra acima da testa, escondida inutilmente por alguns fios de cabelos. Ela suspirou. Muito apropriado para uma marinheira, ela pensou tristemente. Nunca se achara bonita, sentia-se insegura demais. Você é tão linda... Lembrou-se ela das palavras do pequeno rei. Nunca se sentira tão feliz e confiante de si mesma. Mas nunca daria certo. Ele é um rei e eu...eu sou só a marinheira, pensou ela. Virou-se e estendeu a espada para Caspian. Este a pegou e a deixou na mesa com cuidado.

–-Já posso me retirar majestade?- perguntou Cristine ansiosa.

–-Sente-se.- ele pediu apontando a cadeira ao lado da menina.

Cristine franziu o cenho. Respeitava sua majestade, mas somente Lúcia e...Edmundo tiveram tratamentos diferentes com ela. Caspian a tratava como uma marinheira normal. Aquilo era surreal. Ela puxou a cadeira e sentou-se relutante. Manteu as costas eretas e sentou-se na beirada da cadeira, um pouco...desconfortável.

–-Ahm...Cristine eu sei que você irá embora de Cair Paravel quando voltar.

Cristine arregalou só um pouco mais os olhos do que antes, o que parecia impossível. Perdeu a cor que dominava seu rosto de vergonha, mas agora seu rosto possuía um tom um tanto...pálido.

–-Ouvi Dark comentar com Ripchip.

Ela engoliu a saliva molhando sua garganta, mas parecia ter ficado mais seca.

–-Majestade, a pensão que eu e Dark estamos está para fechar. Tentei falar com a dona, mas nem ela tem certeza. O provável seja que sim. Mas nem Dark e eu desejamos sair de Cair Paravel, mas se for assim, teremos que ir. Aquela pensão fora a única que nos aceitara.

Caspian ouviu tudo atentamente enquanto Cristine brincava com as mãos.

–-Cristine, tenho uma proposta.

Ela levantou os olhos confusa. Ele suspirou vendo que tinha a atenção dela.

–-Bom, você tem sido uma ótima marinheira, assim como Dark. E acho que posso dizer que minha confiança aumentou mais nos últimos tempos em relação à vocês dois.

–-Obrigada majestade.- ela disse sorrindo sinceramente.

Ele coçou a nuca antes de continuar.

–-Ahm...bom, eu conversei com Ripchip e com Lúcia. Os dois pareciam preocupados sobre você e Dark irem embora. Eu expliquei à eles uma ideia que tive e eles aprovaram. Só conversei com eles sobre isso porque precisava saber se...eu deveria fazer isso.

–-Perdão majestade, mas estou confusa.

–-Eu não tenho família. Você e Dark também não. Gostariam de ir morar comigo no castelo?

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Notas finais do capítulo

haai again. geeente! 'to pasma com a proposta do Caspian!o.o mas não se preocupem, ele só vê a Cristine como uma amiga ou menos até (; será que a Cristine vai aceitar? mas e o Edmundo? D: desculpem-me se o cap. foi curto ou se teve algum erro de ortografia. tenho escrito a fic com um pouco de pressa xD gostaram? '-' ok. vou tentar melhorar no próx. ;x
beijos e abraços apertados da Loren