One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

haaai. aqui está o cap. com algo que algumas guerreiras queria já algum tempo ^^ espero que gostem ;xx



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/289761/chapter/17

--Muito bem. Agora, temos que procurar mais madeira para o fogo. Drinian, traga alguns cobertores para nós. Ficaremos sem jantar hoje.- ordenou Caspian.

--Sim majestade.- disse Drinian por fim, virando-se em direção ao bote junto com mais dois marinheiros e o minotauro.

--Majestade, se me permite, eu e Dark iremos buscar pela lenha.- pediu Cristine.

--Tudo bem, mas tomem cuidado e não se afastem demais da praia.

--Sim majestade.

Cristine caminhava em direção à mesma trilha por onde os reis e Eustáquio haviam andado. Subiu sem dificuldade alguma, as pedras eram grandes e achatadas, perfeitas para subir uma de cada vez. Em momento algum olhou para trás, ouvia atrás de si pedras  pequeninas caindo e passos, sabia que Dark estava ali. Quando subiu lá em cima, andou mais alguns passos antes de parar. Colocou as mãos na cintura.

--Muito bem Dark, onde você acha que tem madeira?

--Não faço a mínima ideia.

Cristine virou-se antes mesmo que a frase tivesse sido terminada. Qual o tamanho de sua surpresa quando percebeu que a voz não era rouca, grossa e calma. Apesar de ser um pouco grossa, era mais leve e animada, apesar de parecer claramente nervosa.

--Se me permite majestade, o senhor não deveria estar aqui. Onde está Dark?

--Ele preferiu que eu viesse em seu lugar.-respondeu Edmundo.

Cristine bufou. Não disse mais nada. Virou-se e continuou andando, pegando todo o tipo de madeira que tinha pelos cantos. Não eram galhos grandes, eram alguns do tamanho do seu antebraço ou de sua mão caro leitor, nada muito exagerado. Graças pela juba do leão que havia muitos galhos espalhados, pois se não tivesse, obviamente a noite seria fria. Havia muitos galhos embaixo das pedras, raízes que saiam pelas crateras e alguns simplesmente jogados pelo chão. Cristine pegava todos os galhos que via, pegava com pressa, estava louca para sair dali. Parecia que o ar estava mais pesado só porque ele também respirava. Seu braço direito estava recheado de galhos e ela achou que já estava suficiente para aquela noite. 

Edmundo ficou frustrado com a atitude de Cristine. Somente com um olhar havia pedido para Dark deixar ele ir e somente com um olhar Dark lhe respondera. Aquele lobo é...totalmente assustador. Pensava Edmundo. Era estranho estar na presença de um lobo descendente dos aliados da Feiticeira. Era óbvio que Edmundo não se sentia a vontade com ele. A cada olhar trocado ou palavra, era como voltar ao passado e lembrar de tudo. Era horrível e doía em certa parte de seu peito. Mas o lobo o intrigava, ele realmente parecia ser fiel à Aslam. Mas Edmundo tentava vê-lo como um lobo normal e se ele não fosse descendente dos aliados? Seria diferente? Ele tentava pensar assim e trocavam pouquíssimas palavras no dia a dia, apesar dos olhares cúmplices em relação à Cristine resumirem muita coisa. Edmundo não sabia dizer se Dark tentava ajudá-lo com Cristine ou se era somente coincidência. Coincidências não existem, ele ouviu o lobo dizer qualquer dia para Ripchip. Suspirou. Ainda não sabia explicar como era sua relação com o lobo. Apesar deste saber muito bem.

Sabia que sua presença incomodava o pequeno rei, já parecia estar acostumado com isso. Sua relação seria como qualquer marinheiro ou cidadão para com um rei. Somente uma coisa os ligava um pouco mais. Cristine. Quando o lobo tentava falar com o rei, era somente pensando na menina. Mas nem ele sabia como chegar ao rei, era estranho falar sobre Cristine com outra pessoa, nem mesmo com Ripchip se sentia a vontade. Era um senso de proteção. Só isso, afinal, pode parecer que não, mas lobos tem sentimentos. E de qualquer forma, Edmundo parecia não se sentir bem com o assunto. Ora, mas nem por isso Dark deixava de mandar suas indiretas para o pequeno rei. Só queria ver Cristine sorrir por um motivo, duvidava as vezes que sua amizade para a menina era boa. Achava que isso impossibilitava ela de fazer outras amizades. E mesmo que a menina dissesse o contrário, ele ainda pensava que poderia ser melhor.

--Não há problemas se você quiser sair com alguém...eu tenho Ripchip, pode ir.

Cristine ria.

--Dark, para com isso! Você até parece um pai permitindo a filha ir até a porta da casa ver como está o clima!

Dark bufava enquanto Cristine chacoalhava a cabeça deste.

--Mas não acha que uma amizade ás vezes lhe faria bem?

Perguntava o lobo com aqueles olhos. Cristine apenas sorria.

--Eu já tenho a sua. E a sua, acredite, vale bastante.

E essa fora apenas uma das mil e outras conversas que eles tiveram. No final, Cristine falando alguma coisa muito boa, outras, cada um dando de ombros e outras, Cristine chacoalhando a cabeça do lobo.

^.^

Cristine já havia pegado todos os galhos. Levantou-se e ia para a praia, quando Edmundo a deteu.

--Espera. Precisamos conversar.

Cristine virou-se com um olhar que a intenção era intimidar Edmundo ou deixá-lo desconfortável, o que ela realmente conseguiu.

--Precisamos?

Edmundo calou-se. Ótimo. Pensei tanto em como falar com ela e digo-lhe isso, parabéns Edmundo.

--Majestade, está me machucando.

Edmundo notou que estava apertando o braço de Cristine. Sem jeito, ele soltou e disse num sussurro.

--Desculpa.

--Tudo bem.

Antes que Cristine vira-se novamente, Edmundo enfim decidiu-se mentalmente.

--Muito bem, não precisamos conversar. Eu preciso falar com você.

Cristine parou. Ele ouviu ela suspirar, mesmo ela tentando manter os lábios parados. Ele não conseguiu definir seu olhar. Parecia ter o olhar cansado e triste.

--Muito bem majestade, fale.- disse ela forçando os galhos contra si.

Edmundo lambeu os lábios visivelmente nervoso, colocou uma mão na cintura e a outra coçou a nuca.

--Ahm...bem...eu...então, eu queria te dizer...sobre...

Edmundo estava ficando com calor, tinha as mãos juntas agora. Apertando-as. Fazendo os nós dos dedos ficarem brancos. Cristine levantou uma sobrancelha, o que fez Edmundo engolir em seco e perder toda a esperança de fazer algo certo. Ele suspirou e colocou as mãos no rosto. Ótimo. Agora, ela falará algo para me irritar, pensou Edmundo. Ele esperou. O que ele ouviu.

Uma risada.

Ele destapou o rosto e viu o rosto de Cristine abaixado com um sorriso escondido pela sombra que a falta da luz do sol já provocava em seu rosto. Quando ela levantou o rosto, Edmundo sorriu sem jeito ao ver as curvas da boca dela fazendo o que parecia uma brincadeira, levantando suas bochechas e assim, apertando seus olhos formando ruguinhas ao redor destes. Ela ainda sorria quando visou os olhos do pequeno rei. Era um belo sorriso naquela boca, ele confessou para Pedro uma vez. Não sei o que tem naqueles olhos, mas eles me prendem! São como correntes! Mas são as correntes mais macias e doces que já vi, Cristine comentou com Dark no quarto do navio. O vento veio, Cristine deu de ombros.

--Bom, acho que vossa majestade já disse o que tinha para dizer.

Cristine fez uma reverência.

--Com sua licença, pequeno rei.

Cristine andou com os passos firmes e passou pelo lado de Edmundo, este não conteu-se, virou-se rapidamente e pegou no braço de Cristine novamente.

--Espere!

Cristine virou-se. Os galhos caíram. Cristine levou as mãos na cabeça.

--Majestade, por favor!

Ela o olhou com um olhar acusador. Seu pedido tinha um duplo sentido. E Edmundo entendeu. Queria que ele se decidisse. Estava já cansada, qual o problema do pequeno rei? Meu Aslam, uma hora, ele iria falar, outra hora, ele se cala. Isso já era tortura para sua cabeça. Ela praguejou baixinho um palavrão e ajoelhou-se para pegar o que havia caído. Ela viu pelo canto de olho ele ajoelhar-se para ajudá-la.

--Majestade, não é necessário estar aqui...

--Não quero que me chame assim.- disse ele a encarando, ela não o olhou.

Ela continuava com seus monótonos movimentos, até que ele a segurou pelo queixo com a mão. Ela sentiu um formigamento ali, ele parecia confiante e fez com que ela o olhasse.

--Quero que me chame de Edmundo.- disse ele com o sorriso que Cristine nunca mais esqueceu.

Cristine apertou os lábios, tirou o queixo apoiado na mão de Edmundo e voltou sua atenção para os galhos. Galhos. Galhos. Muitos galhos. É isso que precisamos. Galhos são feitos de pedra...não, pera. Ela abanou a cabeça rangendo os dentes. Ficaram em silêncio juntando os galhos, ela tomando todo o cuidado para não olha-lo e não toca-lo. Mas ele foi esperto. Ele viu que ela ia pegar um galho perto do seu pé esquerdo e ele foi junto. A pele da menina estava gelada, a dele quente, mas suada. Ela não o olhou. Ele suspirou com cuidado e criou coragem. É agora ou nunca. E prefiro o agora, ele pensou. Ele colocou sua outra mão na nuca da menina, foi um choque térmico as peles em contato novamente. Ele se aproximou mais do rosto dela. Ela soltou os outros galhos da mão. Ele apertou sua mão junto com a dela e ela o mesmo. Ele sorriu discretamente. Ela tinha o coração a galopes. Ela virou o rosto. Ele encostou as testas e não esperou mais. Tinham os olhos fechados. Ele tinha medo que ela fugisse de novo. Ele não queria perdê-la. Ela tinha medo do dia que ele fosse embora. Ela não queria vê-lo partir. Os lábios enfim juntaram-se.

^.^

Ele apertou a nuca dela e a puxou para si. Ela tinha os olhos abertos e ele os tinha fechados. Ela passou a mão pelo peito dele, fazendo-o contraí-lo para dentro com o toque, até que as mãos passaram pelo seu pescoço e ficaram ali. Ele levou a outra mão para as costas dela, atravessando-a e a apertando contra o seu corpo. O beijo era calmo, era somente um toque com os lábios, mas ainda assim, um beijo. Os lábios dela eram mais macios e mais doces quando sentidos de perto. Os lábios dele eram pequenos e um pouco mais secos em relação aos dela, mas tinham um gosto indecifrável, algo doce, mas com uma pitada refrescante. Ela poderia viver muito mais do que a vida inteira e nunca decifraria o gosto. Ele levantava e abaixava sua mão na nuca dela. Arrepios por parte dela. Meu Aslam, o que devo fazer? O que devo pensar? Chá ou leite? Chá e leite? Chá e leite Cristine?! Ainda mais sentindo o estomâgo embrulhado! Pela juba de leão...que lábios deliciosos! Cristine foi aos poucos fechando os olhos e deixando-se deliciar naquele momento, quando os fechou totalmente, ela largou um suspiro e com as duas mãos, apertou o pescoço do pequeno rei e o puxou para si, apertando mais os lábios um do outro. Ele assustou-se e perdeu o equilíbrio, quando tentou voltar-se, acabou caindo para trás e levando ela consigo. Os dois abriram os olhos no mesmo instante. Ele rindo e ela sorrindo. Estavam um em cima do outro, uma aproximação um tanto desconfortável para ela. Ela tentou se levantar, mas ele segurou sua cintura com as duas mãos.

--Majestade...por favor, me solte!- disse ela com um tom de desespero na voz.

--Shhh…-disse ele colocando o dedo nos lábios dela.

Ela o encarou por um breve instante. Ele sorriu com os lábios a encorajando, com cuidado, para não parecer precipitado, ele tirou o dedo dos lábios carnudos da menina e passou a mão pela nuca dela, até chegar ao coque sempre preso fortemente. Ela não usava nada para prendê-lo. Seu cabelo batia até a metade das costas, nada muito longo, mas o suficiente para que ela o enrolasse e conseguisse fazê-lo ficar preso por si só. Quando Edmundo chegou até o coque, o puxou para cima e largou. O coque, virou um rabo de cavalo que caiu para o ombro direito dela, ela ficou corada, ele ficou aliviado. Ele passou a mão nos cabelos dela, fazendo com que se soltassem mais e pudesse admirar a cor chocolate contracenando junto com os verdes hortelãs com uma pitada de madeira áspera nos olhos dela.

--Você é tão linda...- murmurou ele, quase mais para si do que para ela.

Ela abaixou a cabeça rindo. Ele engoliu em seco reparando que ela havia ouvido.

--Você também.-ela levantou a cabeça- É...maravilhoso.

Ele sorriu e segurou novamente a nuca dela com a mão que estava no cabelo e a puxou para si. Dessa vez, ela aproveitou muito mais o momento. Ele pediu permissão com a língua, para esta entrar na boca dela. Ela hesitou. Deixando os lábios imóveis. Segundos passaram-se. Até que ela tocou a língua dele com a sua. Estas ficaram tocando-se, conhecendo-se melhor por um tempo, enquanto ele acariciava as costas dela e ela acariciava o pescoço dele. Então, uma parte sapeca de Edmundo acendeu-se. Ele segurou firme a cintura dela e a girou pelo lado direito, ficando por cima dela. Ela arfou com o susto, mas não desprendeu os lábios. Ele começou a acariciar a cintura dela e em algumas partes dava alguns apertões. Quando ele fazia isso, ela arranhava sua nuca com as pequenas unhas e ele mordia seu lábio inferior. Ele começou a sentir um calor desconhecido e começou a pensar coisas que eram conhecidas, mas ele ignorava. Ela já sabia desse calor e desse desejo, e ela não podia fingir que também não queria. Automaticamente, ela levantou a perna direita acariciando a coxa dele. Ele segurou a perna dela e suspirou satisfeito. Com a outra mão, ele a levantou pelas costas para juntar-se mais ao seu corpo. Ela levou as mãos da nuca, para as costas dele e ali fincou as unhas. A mão que estava na perna dela, serpenteou pela coxa e passou pela barriga, até chegar ao último botão da camisa dela. Até que ela abriu os olhos assustada e viu os dele fechados. Ela soltou as mãos das suas costas e acabou caindo ao chão e fazendo ele abrir os olhos. Ela arfou com a dor.

--Cristine..você está...

Ele foi interrompido pela menina que sentou-se com a respiração rápida. Ela levou a mão à boca, ele estava sentado sobre os joelhos encarando a menina. Ela olhava para um ponto qualquer. Meu Aslam, o que quase fizemos?!, ela pensou. Por que ela parou?, pensou ele.

--Cristine...

--Escute, majestade...

--Cristine! Majestade!- foram interrompidos por um grito

Era Drinian. Os dois se olharam sem reação. Segundos, até talvez dois minutos passaram-se. Cristine foi a primeira a se levantar. Limpou as calças, amarrou o cabelo e ajeitou a camisa. Enquanto ela começava a pegar os galhos rapidamente, ele se levantou e fez o mesmo que ela alguns minutos atrás. Juntou alguns galhos também e foi atrás de Cristine que já andava para longe daquele lugar. Ele a alcançou.

--Cristine! Espere! Eu...

Ela virou-se.

--Majestade, o que quase fizemos foi errado. Não deveria ter acontecido e graças que não aconteceu. Esqueceremos tudo e nada de comentar com ninguém, entendido?

--Mas eu ainda tenho que falar com você.

Ela suspirou, colocou a mão no rosto do menino.

--Não. Não precisa mais.

Ele franziu o cenho enquanto sua mente se embaralhava numa confusão. Ela somente sorriu sem sal e saiu dali logo depois. Ele bufou. Agora estou certo. Essa menina é completamente complicada!, pensou ele.

^.^


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ok ok. não ficou muito bom, eu sei ;/ se tiver algum outro momento assim pela frente (e talvez tenha) vou tentar melhorar. eu prometo (; é isso.
beijos e abraços apertados da Loren