One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

haaai
leiam as notas finais (;



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/289761/chapter/16

Lúcia e Gael e outros marinheiros voltaram para o barco.

A rainha e a menininha visavam ao longe à praia, esperando que os reis voltassem com o menino perdido, mas o que houve em seguida as assustou mais ainda. Um barulho alto o bastante, mesmo numa distância considerável, foi ouvido do interior da ilha até os ouvidos dos tripulantes. De repente, fogo saiu por trás de algumas pedras. Muito fogo. Lúcia virou-se para Drinian.

–-O que é que é aquilo?

Drinian analisava o som juntamente com o fogo.

–-Será que é um vulcão?- perguntou a menininha.

Drinian apertou os lábios antes de virar-se, não sem antes a informar a menininha.

–-Não, aquilo não é um vulcão.

E saiu sem dar mais algum sequer palavra. Lúcia achou estranho aquilo. Ficou preocupada. Edmundo, Caspian, Cristine, Dark e Eustáquio estavam lá. Não teria como não ficar preocupada e pelo tom de voz de Drinian, coisa boa, era o que não era.

–-Todo mundo pro convés.- gritou Drinian.

Os tripulantes foram todos para lá, em um silêncio mortal. Alguns já poderiam desconfiar do que eram, outros ainda estavam em dúvida. O barulho veio com mais força.

–-Arqueiros, à postos!- gritou novamente Drinian.

E quem tivesse alguma dúvida, não tinha mais. E quando o viram, não estavam mais confusos, somente assustados e com o sangue correndo frio pelo corpo provavelmente. Sua sombra projetava-se na água com claridade, talvez assustando aos seres marinhos que ficavam mais perto do ar, com essa visão, não tenho dúvida alguma que muitos deles tenham voltado cedo para suas casas. O Peregrino parecia tão pequenino à distância e aos olhos do animal, parecia uma presa fácil de lidar. Os marinheiros passavam os arcos com a maior pressa possível. O dragão batia as asas com força e dificuldade, tentava se manter no ar com o equilíbrio das patas. Sua pele era de uma escama aparentemente resistente, grossa e sequíssima, além de possuir um dourado belo ao brilho do sol. Tinha dentes e garras afiadíssimas, e apesar de ser desengonçado, era notável que era um dragão jovem. Enquanto voava, o dragão abriu a boca e dali saiu um jato de fogo, que graças, não atingiu o barco. Mas ele continuava indo em direção ao barco.

–-Assumam posições, esperem minha ordem!- ordenava Drinian aos gritos.

O dragão passou perto da madeira, rodou o barco algumas vezes. Um fauno pulou para o convés assustado, por sorte, não quebrara nenhuma parte das pernas. O animal postou-se em cima do mastro. Lúcia abraçava Gael que assistia a tudo aterrorizada.

–-O que ele tá fazendo?- perguntou Lúcia alarmada.

–-Todos na mira!- gritou o capitão.

Todos aqueles que possuíam os arcos assim fizeram, o dragão tentava inutilmente colocar-se direito em cima do mastro.

–-Disparem!

Todos dispararam, dispararam e dispararam mais uma vez. De certa forma, ajudou no inicio. Algumas flechas, a maioria, passaram raspando pela pele do dragão. Resultado do nervosismo dos arqueiros. Em parte, eles podem ter culpa, afinal, foram treinados para todo o tipo de imprevisto acontecesse. Mas em outra parte, não haviam dragões nos treinamentos. O dragão balançava novamente as asas e voltava à sua posição anterior, colocando todo o seu peso em cima do mastro que comparado ao animal, era um frágil objeto. Enquanto isso, Drinian parecia desesperado, mas não era de demonstrar muito.

–-Vai quebrar o mastro!- dizia ele.

–-Deixa comigo.- disse Ripchip, tirando a espada, sustentando-a na boca e começando a subir pelo poste que levaria até o dragão.

O que seria do barco, sem o mastro? E em terras desconhecidas? Uma terrível catástrofe, sem dúvida! Agora, o dragão dependurava-se com as patas dianteiras, enquanto lançava o fogo loucamente pela boca. Ripchip chegou até onde queria, pendurou-se numa corda e balançou-se em direção ao dragão. Até lá, tirara a espada da boca...

–-Tome isso!

...E a fincara com toda força na pata direita dianteira do dragão. O que pode parecer totalmente ridículo, mas sua espada e sua força ninguém poderia (e nem o faziam) subestimá-las e lhe aconselho a fazer o mesmo. O dragão cuspiu fogo mais uma vez e soltou-se. Voou para longe do barco, desajeitado novamente, molhando as mãos e por pouco não cairá por inteiro na água, agora voltava para a praia. Lúcia tinha Gael abraçada em sua cintura e com um nó na garganta. O dragão havia passado por Cristine e Dark, que estavam dentro do bote. Haviam ficado por ordem de Drinian, a fim de ajudar suas majestades quando voltassem. Caspian e Edmundo chegavam. Edmundo desceu correndo e chegou perto do bote.

–-O que fazes aí deitada?- perguntou Edmundo para Cristine, enquanto colocava a espada dentro do bote.

Cristine levantou-se num salto. Estava com o rosto pálido, assustado e molhava os lábios com a ponta da língua a todo instante. Ato que desviou a atenção de Edmundo.

–-Por Aslam majestade, saia daí!

Edmundo acordou dos pensamentos quando Cristine segurou-o pelos braços e o tentou puxar para dentro do bote. Dark estava o lado desta, olhando para o céu com as patas dianteiras na borda do bote. Edmundo soltou-se das mãos da menina, mesmo que não quisesse fazê-lo, fora muito inusitada a atitude da menina.

–-Mas o que pensa que ia fazer?

–-Majestade, não é o que o senhor está pensando...

Caspian havia parado, tinha ouvido um barulho ou sentido algo, virou-se subitamente e desceu por instinto quando viu o dragão. Mas este o ignorou, ia direto para Edmundo. Este, foi pego de surpresa, após o grito de Caspian.

–-Edmundo!

Cristine tentou segurar a mão de Edmundo, mas seu pé ficara preso numa rede que tinha dentro do bote e acabara soltando a mão do rei. Este estava sendo levado pelas garras do animal, mas tinha a possibilidade de cair a qualquer momento. O dragão se movimentava o tempo inteiro, afinal, não era nada confortável ter um lobo em cima de você e tentando morder o seu pescoço. Dark havia subido no pescoço do dragão e tinha as unhas enfiadas na carne, fazendo finas linhas de sangue escorrerem por suas patas.

Graças por ninguém estar vendo-o naquele momento. Dark poderia ser fiel à Aslam, mas o feroz sangue dos antigos lobos da Feiticeira ainda estava em seu DNA. Então, ele tinha o lábio superior levantado, mostrando sua gengiva rosa e seus dentes brancos nervosos, suas narinas estavam dilatadas, as orelhas atentas, seu rabo mexia-se com força e mesmo que ele quisesse, não conseguia fazê-lo parar, rosnava com força, fazendo seu peito levantar e descer.

Apertava com mais força as patas. Até que ele mordeu com toda força que tinha, a parte mais embaixo do pescoço, perto do ombro direito. Apesar de ter sido uma pequena parte, a dor tivera efeito, fazendo com que sua gengiva rosa e seus dentes brancos, ficassem banhados pelo mais vermelho sangue que pudesse existir. O dragão balançou o pescoço e Dark caiu por fim na água. O dragão continuou voando, Dark saiu da água e postou-se em uma pedra que tinha por baixo da mesma. Ainda rosnava. Tinha a cabeça abaixada, os ombros arqueados e seus olhos estavam focados no dragão. Seu rabo estava parado.

Cristine estava saindo do bote, Caspian a ajudava, mas ela não prestava atenção em mais nada. Já tinha visto Dark daquele jeito. Poderia até apostar que seus olhos estavam negros, sem brilho, tremendamente assustadores. E estavam assim. Dark levantou a cabeça e uivou, fazendo com que Cristine fechasse os olhos deixando um arrepio passar por ela. Caspian sentiu uma ligeira incomodação no ar e um fervor na nuca.

Dark virou-se e pulou na água. Nadou até a praia. Cristine não tinha medo de Dark, mas ficava levemente preocupada quando o lobo ficava naquele estado. Não porque ela não confiasse no lobo, mas porque ele mesmo pedia para ela ter cuidado. Agora ele lambia o sangue que tinha na boca. Deitou-se exausto na areia. Caspian fez menção de se mover, Cristine o deteu no peito.

–-Não, deixe-o.

–-O quê? Mas ele parece ferido.

–-Confie em mim, deixe ele sozinho. É o melhor. É o que ele quer.

^.^

O dragão levava Edmundo rapidamente pelos ares. Passou perto do barco e Lúcia notou a carga do animal.

–-Edmundo!- gritou Lúcia desesperada.

–-Lúcia!- gritou Edmundo, assustado da mesma forma, gritando como se fosse uma forma de dizer que estava bem.

O dragão voltou para a ilha. Foi indo mais para o interior, passando por cortinas de fumaças, montanhas rochosas e outros desfiladeiros. A carga mexia-se nervosamente, tentando soltar-se o mais rápido possível. Até que após o dragão sobrevoar uma montanha, ali o chão era plano e marcado por marcas de fogo recém-feito. Edmundo parou. Aquelas marcas...oh céus, eram letras! E o que falavam, eram mais assustadoramente incríveis ainda!

–-Tá brincando comigo!- disse Edmundo, após ler Eu sou Eustáquio .

O dragão voltou para a praia, após ver que Edmundo havia compreendido tudo. Já entardecia. Agora, todos estavam ao redor do dragão. O capitão, o minotauro, os reis, a rainha, a menininha, o valente rato, a marinheira, o marinheiro e o lobo. O dragão mordia seu pulso direito com força, usava todos os dentes para tentar tirar um bracelete de ouro que apertava sua carne e deixava a pele marcada.

–-Ele deve ter sido tentado pelo tesouro.- disse Edmundo.

O dragão raspou o pulso na areia enquanto rosnava de dor.

–-Mas todo mundo sabe que o tesouro de um dragão é encantado.- disse Caspian.

O dragão olhou para ele de um jeito acusador. Caspian percebeu o erro. Engoliu em seco e tentou consertar as coisas.

–-Todo mundo... em Nárnia.

Cristine abafou o riso. Lúcia olhou para ele de um jeito compreensivo e de outro jeito repreendedor para Cristine, apesar de querer rir também. Virou-se em direção ao dragão, Edmundo deu licença, o dragão se movimentou, dando mais espaço para Lúcia tirar o bracelete. Com muito cuidado, Lúcia pegou e tirou com força no final. O dragão deu um resmungo de dor e abanou o pulso, mas olhou para Lúcia como se estivesse agradecendo. Lúcia riu.

–-Tem algum jeito de ele voltar a ser gente?- perguntou Edmundo.

–-Não que eu conheça.- disse Caspian, olhando para Drinian.

Geralmente, Caspian tinha muita ajuda e apoio de Drinian e este era o que conhecia mais sobre Nárnia apesar de Caspian se esforçar. Não era fácil você estudar e ao mesmo tempo cuidar de um reino. Drinian olhou para baixo como resposta. Infelizmente, era visível que ele não sabia o que fazer. O dragão olhou para todos ali a espera de algum olhar ou alguma fala que soubesse responder a pergunta que pairava no ar.

–-A tia Alberta não vai gostar disso.

Disse Edmundo, fazendo com que o dragão batesse na areia frustrado. Edmundo estava mais do que aliviado ao ver que Eustáquio estava vivo e posso até dizer que um pouco feliz. Mas agora, a preocupação ainda batia em sua cabeça. Como fariam para voltar para casa? Realmente, a tia Alberta teria um infarto ao ver que teria que conviver com um dragão, levando-o para escola e o alimentando.

–-Desculpe ter machucado sua mão amigo, ás vezes eu me empolgo um pouquinho.-disse Ripchip, tentando amenizar a situação.

O dragão somente o olhou de um jeito conhecido para todos.

–-Se me permite garoto, também gostaria de lhe pedir desculpas pela... minha empolgação.-disse Dark ao lado de Ripchip.- Se eu soubesse que era você, tenho certeza que não iria lhe causar tantos... danos.

O dragão somente bufou olhando para um ponto qualquer na praia. Dark e Ripchip se olharam. Obviamente, já haviam perdido mais alguns pontos com o dragão.

–-Os botes estão prontos!- gritou o minotauro.

–-Não podemos deixá-lo aqui.- disse Lúcia.

–-Mas não podemos levá-lo a bordo majestade.-disse Drinian.

O dragão agora estava respirando mais rápido. Estava parecendo que iam deixá-lo sozinho naquela ilha, e apesar de resistente capa por fora, ainda estava Eustáquio Mísero assustado por dentro.

–-Eu posso ficar.- disse Cristine por fim.

Todos a olharam.

–-O que foi? Eu posso ficar, não me importo, a não ser que... ele se importe.-disse apontando para o dragão.

O dragão somente sorriu, parecendo realmente agradecido pela ação da menina.

–-Drinian, você e os outros homens vão em um bote. Vamos ficar também aqui esta noite e ver o que fazer.-disse Caspian entregando a espada para o capitão.

–-Mas estão sem previsões senhor. E sem meios de se aquecer majestade.-disse o marinheiro.

Caspian suspirou. Não poderia deixar Eustáquio ali sozinho e sabia que os outros rei e rainha fariam o mesmo. Enquanto isso, o dragão olhava para todos sem saber o que dizer. Até que seu olhar foi para Dark, este o encarava e fez um movimento com a boca, como se a estivesse abrindo e assoprando algo. O dragão deu-se conta e soltou fogo no exato instante em um pequeno galho que tinha no meio de todos.

–-O que disse?- revidou Ripchip ironicamente.

Lúcia riu. Todos estavam mais aliviados agora, se permitiram rir um pouco. O dragão fez uma careta, era diferente o gosto de fogo saindo pela boca. Não queimava a língua, nem o céu da boca. Somente esquentava um pouco mais. O dragão permitiu-se sorrir também, ao ver que todos estavam mais contentes com algo que ele mesmo fizera.

^.^


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

haaai guerreiras! aviso! fiquem de olho no próx. cap. que vai ser amanhã! no cap. de amanhã, pode haver uma surpresinha :D
é isso..espero que tenham gostado. é bem capaz de algumas não terem gostado da parte do Dark, mas querem saber? eu gostei de ter escrito a parte do Dark *-* kk beijos e abraços apertados da Loren