One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

haaai



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Lúcia olhava ao redor.

–-Cadê o Eustáquio?

Caspian voltou sua atenção para Rainha, assim como Edmundo.

–-Deve estar por aí não nos ajudando a carregar para o barco.-disse Ripchip.

Caspian abanou a cabeça negativamente, parecia um pouco irritado, mas desconfio que só estava preocupado. Alimentar uma tripulação inteira e ainda por cima um dos tripulantes sumiu em uma ilha desconhecida e não mapeada, e ainda por cima Eustáquio! Mas que falta de sorte!

–-Eustáquio! Eustáquio!- Lúcia começou a gritar.

Nada foi ouvido, além das ondas chegando do mar e as crateras com seus rotineiros chiados de fumaças.

–-Edmundo, estou com um mau pressentimento.

Edmundo mexeu a cabeça em sinal de desgosto, já tinha problemas demais para se preocupar. Mas não podia deixar Lúcia daquele jeito.

–-Eu vou procurá-lo.

–-Eu vou com você.-disse Caspian após alguns segundos

Edmundo o encarou hesitante. O clima entre os dois havia ficado desconfortável após o acontecimento na gruta, de certa forma, o quê os dois disseram, tinha seu fundo de verdade. Caspian era inseguro demais e achava que tudo que fazia não era suficiente, o que terei que discordar, pois por já ter restabelecido Nárnia de volta, ter dado liberdade à todos os narnianos e liberar os pobres pequenos faunos das escolas e devolvido a dignidade à todos os tipos de animais e pessoas, já estava sendo um ótimo rei. Mas para ele não era suficiente. Em relação à Edmundo, acho que já sabemos, sempre se sentindo inferior à qualquer um. Mas Edmundo nada disse, apesar de ter parecido desconfortável com a ideia. Ele continuou a andar e Caspian foi logo depois, mas primeiro deixou a espada com Lúcia. Mas os dois acabaram parando no mesmo instante. Edmundo virou-se e gritou.

–-Alguém sabe por onde ele foi?

–-Aposto que saiu de fininho para ninguém achá-lo depois.-resmungou Ripchip.

Edmundo bufou. A ilha poderia não ser tão grande, mas pequena ela não era, e quem garante que seria segura? Ainda mais para alguém como Eustáquio?

–-Majestades...-Edmundo e Caspian viraram-se, vendo Dark com a cabeça abaixada fazendo sua reverência.

–-Sim Dark? -permitiu Caspian. Dark levantou sua cabeça.

–-Creio que aquele que vocês procuraram, foi para além daquelas pedras.- apontou Dark com o focinho, para algumas pedras amontoadas atrás dos reis e estes viram uma pequena trilha no meio daquela bagunça.

–-Tem certeza?- perguntou Edmundo.

–-Não tenho certeza de nada. Eu não o vi nesse momento.

–-E como acha que ele foi para aquele lado?- perguntou Caspian calmo.

–-Majestade, olhando ao redor, não há outro caminho que leve para dentro da ilha. Ao menos, um caminho fácil. E acho que o senhor irá concordar comigo, que o pequeno menino não é muito adestrado em...atividades físicas.

Edmundo riu abaixando a cabeça.

–-Concordo plenamente com você.

Dark apenas sorriu com o lado direito da boca, acenando juntamente com a cabeça. Fazendo uma reverência e saindo por fim.

–-Acho que Dark tem razão, vamos para aquele lado.-disse Caspian por fim.

–-Sim, Dark tem razão. Eustáquio não é nem um pouco preparado para atividades físicas. Muito menos perambular por uma ilha em Nárnia.

^.^

Caspian e Edmundo andavam agora pelo mesmo caminho que há alguns minutos atrás, Eustáquio andara também. Os dois reis gritavam incessantemente pelo nome do menino, onde raios ele tinha se metido? Até que pararam. Ouro. Novamente. Ouro. Ouro. Estavam deslumbrados com tamanhas preciosidades ali.

–-Tesouro?- questionou Edmundo.

Ficaram em silêncio por alguns segundos.

–-Problema.-murmurou Caspian.

O que de fato, era a mais pura verdade. Edmundo franziu ao cenho. Havia algo que fazia uma fumaça sair do meio do ouro, o que era realmente muito estranho, afinal, o ouro não estava perto de nenhuma cratera. Mas não fora somente isso que prendara a atenção de Edmundo, o que estava ali não era ouro. Eram coisas simples. Caspian e Edmundo desceram, Ed chegou perto do que parecia ter sido um sapato. Somente um pé. Estava todo chamuscado em algumas partes e outras parecia estar intacta.

–-Eustáquio.-Edmundo sussurrou.

Parecia muito óbvio. Aquele tipo de sapato não era de Nárnia, além de que a etiqueta que havia dentro do sapato confirmava isso. Edmundo pareceu ter dificuldade para engolir a saliva, olhou pelo chão, andou mais um pouco e confirmou o que temia. Uma pilha de roupas, novamente chamuscadas e queimadas, estavam ali perto de um baú. Não havia nenhum resto de corpo por ali. Edmundo ajoelhou-se e tocou nas roupas, não parecia estar quentes, ele não se importou. Achou o diário de Eustáquio, onde este guardava sempre em sua meia no pé esquerdo.

–-Meu primo.- disse Edmundo.

–-Lamento.- disse Caspian.

–-Ele era só um menino...

Edmundo estava se sentindo mal. Era óbvio que sua relação com o primo era péssima, mas Edmundo sentia-se responsável por Eustáquio quando chegaram em Nárnia, afinal, era mais velho que o primo. E conhecendo Eustáquio como conhecia, sabia que ele não era louco de fazer algo ridículo, ainda mais sendo certinho demais e chato demais como era e chegou até pensar que não deveria se preocupar tanto, apesar de fazê-lo às vezes em sigilo. Mas quando viu ali, suas roupas, seu sapato e seu diário queimados e nenhum resquício de seu corpo, sentiu-se totalmente irresponsável e descuidado. Não adiantaria nada chorar sobre o leite derramado e ele não o fez, mas xingava-se interiormente o tempo inteiro.

–-Eu não devia ter deixado.-lamentou-se- O que será que aconteceu aqui?

–-Neste lugar...- disse Caspian com os olhos em outro ponto.- Qualquer coisa, ele não foi o primeiro.

Disse por fim, levantando-se e chegando perto do esqueleto. Ficou em pé examinando por alguns momentos as roupas queimadas, quando se deu por conta.

–-É Lorde Octasiano.

Quando percebeu o que havia dito, desviou sua atenção do esqueleto, procurando com os olhos no chão.

–-Temos que achar a...

Mas antes que terminasse, viu Edmundo levantando-se com a espada em mãos e tirando-a da bainha.

–-...espada dele.- disse Caspian por fim, após isso, ficou calado.

Não havia mais nada a dizer por ali. Edmundo saiu dali abalado, ter encontrado a espada não melhorava seu humor naquele momento. Nenhum dos dois disse algo, nem era necessário.

^.^

Dark havia se afastado de Cristine após os reis terem perguntado para onde diabos teria ido o garoto Eustáquio. Cristine respirou fundo absorvendo o aroma da água salgada. Para ela era bom. O mar era bom. Era calmo. Tinha seus dias de fúria. Mas parecia que ali, ela via um jeito de consertar os erros e tinha paz. Mesmo com os marinheiros fazendo-lhe cara feia, era melhor do que aturar mais de mil pessoas pelas ruas e ás vezes até dentro de casa. Ela morava em uma pensão junto com Dark, um pequeno quarto com uma cama, um baú para suas roupas, uma mesa com uma cadeira e um banheiro. Dark dormia em uma almofada que Cristine comprara para ele. Eles não ficavam muito por lá, somente quando voltavam das viagens de outros barcos que tinha antes do Peregrino e quando não tinha, Cristine arranjava qualquer emprego fácil. Vendedora de rua ou ajudava em um restaurante por perto ou cuidava dos fauninhos de uma fauna muito gorda e rabugenta e que não só a menina não gostava, como todos do bairro também.

Cristine suspirou. Quantos suspiros será que eu já deixei escapar da minha boca nesta viagem?, pensou ela rindo ironicamente por dentro. Dark estava com Ripchip agora, conversavam sobre banalidades. Cristine ficava irritada com o comportamento de Dark, quando achava que sua vida seria melhor sem ele. Lobo estúpido, pensou ela revirando os olhos. Ela só tinha ele e ele, ela, como ele poderia pensar que não era importante? Ora, para ser sincera, ela não queria outras amizades. Todos pareciam ser falsas para ela e ela tinha preguiça de ir atrás. De qualquer forma, rendia muitas risadas vendo Dark se preocupar como um pai com ela. Ele tinha se ido uma vez. Só voltara, porque Cristine foi atrás dele. Ela detestava lembrar daquele dia. Quase perdera tudo o que lhe restara, seu amigo e sua vida. Ela abanou a cabeça. Virou-se para Drinian não ir atrás dela e dizer que ela não estava fazendo nada, quando viu a rainha com os braços cruzados e a cara fechada.

–-Ahm...posso ajudá-la ma...Lúcia?

–-Cristine, o que você tem na cabeça?

–-Perdão?

Lúcia descruzou os braços e pousou as mãos na cintura.

–-Na gruta. A tentação. Caspian e Edmundo quase se mataram e você não me ajudou. Por acaso tem minhocas na cabeça?

Cristine riu.

–-Se é assim que a senhorita pensa, tenho sorte. As minhocas não falam, diferente das borboletas. Não se calam um minuto sequer.

Lúcia sorriu, mas revirou os olhos.

–-Falo sério Cristine. Por que não me ajudou?

Cristine deu de ombros.

–-Porque não deveríamos fazer isso.

–-Do que está falando? Eles iam se matar!

–-Lúcia, aquilo era uma tentação. Algo que eles tem de ruim dentro, algo que eles mesmos teriam que dominar!

–-Mas...

–-Você dominou seu medo! Sua fraqueza, mesmo tendo recaído, você recuou na hora e percebeu o erro! Por que eles não conseguiriam?

–-Você queria que eles fizessem tudo sozinhos?

–-Você fez! Por que eles não fariam?

–-Cristine, você está sendo egoísta!

–-Não, estou sendo realista o suficiente e pensando no amanhã. Eles só pararam porque você impediu, mas e quando você não estiver na próxima?

–-Cristine...eles se arrependeram. Sei que sim. Não vai acontecer de novo.

–-Você tem certeza?

Lúcia ficou quieta. Abaixou a cabeça. Cristine relaxou os ombros.

–-Mas não precisa ser assim.-disse Lúcia, chamando a atenção de Cristine.

–-Como?

Lúcia levantou o rosto.

–-Não precisa ser assim. Nunca somos fortes sempre. Por isso temos amigos. Eles são como... uma luz no escuro. Vão nos guiar. Vão nos ajudar.

Cristine ficou em silêncio. Lúcia continuou.

–-Não fale como se você estivesse sozinha, porque sabemos que você não está. Você tem Dark e mesmo que vocês conversem pouco, sei que ele estará onde quer que for por você e você por ele. Estou errada?

–-Não.-disse Cristine certa do que falava.

–-E eu também estou aqui Cris. Sou sua amiga.

Lúcia abraçou Cristine sem aviso prévio. Cristine retribuiu. Ficaram alguns segundos assim. Lúcia desfez o abraço e segurou Cris pelos ombros.

–-Jamais pense que está sozinha. Porque você não está! Além do mais, você tem Caspian e Ripchip. Você conquistou a amizade de Rip e de Caspian, você está conquistando.

Lúcia passou o braço pelos ombros de Cris.

–-E você tem Edmundo. Apesar...

–-Apesar?- perguntou Cristine.

Lúcia virou-se para ela com um sorrisinho sapeca.

–-Apesar de eu achar que tem mais que amizade entre vocês.

–-Majestade!

Disse Cristine em reprovação e empurrou Lúcia que ria alto. Cristine ficou corada, desde os fios de cabelo até a ponta de suas unhas, mas mantinha um sorriso sincero nos lábios lembrando das palavras de Lúcia. Jamais pense que está sozinha. Porque você não está!

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Notas finais do capítulo

haaai guerreiras. agradeçam-me, pois postei mais do que iria postar hoje u.u kkk enfim..tenham um ótimo dia e espero que tenham gostado! beijos e abraços da Loren :p