One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

haai. espero que gostem o/



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Os marinheiros ficaram para fora da casa, o Opressor convidou suas majestades, mais Drinian e permitiu que Eustáquio entrasse também, já que demonstrava um nervosismo absurdo de ficar ali fora. Mas antes de entrar, o Opressor apontou para Cristine.

–-Você também.

Cristine achou que não era com ela que falava.

–-Venha menina.

–-Eu?- perguntou Cristine surpresa.

–-Sim, vamos.

E não disse mais nada e entrou, Cristine entrou logo depois. Já no mesmo corredor que Lúcia esteve antes, esta perguntou.

–-Por que o senhor disse que os deixou invisíveis para o próprio bem?

–-Parecia um jeito mais fácil de protegê-los. Do Mal.

–-Do nevoeiro?- perguntou Edmundo.

–-Do que está por trás do nevoeiro.

E deixou todos entraram antes que ele. O Opressor pegou um rolo de papel de algum lugar e o lançou para longe, deixando-o pousar no chão. Era um mapa, que aos olhos de todos ali, parecia ter ficado como água a parte marcada, ao redor desta parte, havia desenhos familiares para Edmundo e Lúcia. Perceberam isso na hora, era um desenho retratando a mesma luta que tiveram alguns anos antes em Nárnia, contra a Feiticeira Branca. Disseram mais tarde em Londres para Eustáquio que foi uma sensação boa ao ver aquele desenho, parecia que tinham voltado no tempo.

–-Até que é bem bonito.-comentou Eustáquio.

Todos olharam surpresos para o menino birrento, que até então só criticava o que via.

–-Para um mapa de faz de conta para um mundo de faz de conta.-completou ele.

Lúcia e Edmundo sorriram discretamente. Mas Eustáquio estava realmente encantado com aquele mapa, era tão diferente de todos os outros mil que ele já havia visto na Inglaterra, mas não admitiria isso para seus primos.

–-Ali está a fonte dos seus problemas- disse o Opressor.

O mapa começou a se mover, apareciam até mesmo as nuvens. Era um mapa real do que acontecia em Nárnia no exato momento que acontecia. Apareceu uma ilha, escura e negra.

–-Onde o Mal espreita.-completou o Opressor.

Todos olhavam aquilo assustados, mas firmes.

–-Ele pode tomar qualquer forma, faz seus sonhos mais sombrios virarem realidade. Tenta corromper toda a bondade, para roubar a luz deste mundo.

–-Como vencemos isso?- perguntou Lúcia, destemida.

–-Quebrando o feitiço. A espada que carrega- disse apontando para a espada de Edmundo- Existem outras seis.

–-Já viu todas?

–-Já.

–-Os seis fidalgos, passaram por aqui?

–-Sem dúvida.

–-Pra onde eles iam?

–-Pra onde eu mandei.

O mapa se mexeu, mostrando uma ilha muito mais amistosa do que a outra.

–-Para quebrar o feitiço, você deve seguir a estrela azul até a Ilha de Ramandu. Lá as sete espadas devem ser pousadas na mesa de Aslam. Só então o verdadeiro poder mágico delas pode ser libertado. Mas cuidado.

Ele disse e olhou para todos ali presentes.

–-Todos vocês serão testados.

–-Testados?- perguntou Lúcia.

–-Até pousarem as sete espadas, o Mal estará em vantagem. E fará de tudo em seu poder, para tentar vocês. Sejam fortes. Não caiam em tentação, para derrotar as trevas, precisam derrotar as trevas dentro de vocês.

Todos ficaram em silêncio.

–-Isso é tudo.

O Opressor saiu de cima do mapa por onde andava e o recolheu. Drinian e Caspian foram para um canto conversar, Lúcia foi falar com Eustáquio que parecia muito alterado, o Opressor foi guardar o mapa e sobraram somente Edmundo e Cristine. Os dois estavam sem jeito.

–-Acho que...lhe devo desculpas.-disse por fim Edmundo.

–-Pelo o quê?

–-Por ter duvidado de você.

–-Tudo bem, nem eu mesma acreditaria se alguém dissesse que foi atacado por seres invisíveis.

Riram baixinho. Cristine comentou após um silêncio.

–-Eu só não compreendo...

–-O quê?

–-Por que estou aqui? Não tenho esse direito, meu lugar era para estar lá fora, junto com os outros marinheiros.

–-Não se julga uma pessoa por conta de sua posição.

Era o Opressor. Cristine assustou-se.

–-Senhor?

–-Você se julga demais Cristine. Todos têm o seu valor, e não duvide do seu.

–-Mas é que...

–-Esqueça o seu passado, você está no hoje e ainda vai servir de grande ajuda, aguarde.

–-Aguardar? Mas como saberei a hora certa?

–-Você saberá.

–-Mas continuo sem saber, o que estou fazendo aqui? Não sou nenhuma majestade, nada importante para estar aqui.

–-Acredite, você pode estar aqui. Não importa se você é uma marinheira ou rainha pequena Cristine, você tem sangue nobre. E não é por linhagem, mas é pelo o que você mesma contém nele. Não deveria dizer-te isso, mas não fará diferença mais um erro para minha lista, lhe digo, que se o agora não fosse tão complicado e o amanhã tão imprevisível, você poderia sim, sentar-se no trono que há em Cair Paravel.

Cristine engoliu em seco, estava com um ligeiro medo. Não sabia por quê. O Opressor saiu. Cristine estava sem palavras e olhou para o chão. Edmundo a olhava curioso, o que iria falar? O que ele quis dizer com “...se o agora não fosse tão complicado e o amanhã tão imprevisível”, parecia que ele sabia o futuro de Cristine e isso passou pela cabeça dela. Mas decidiu não perguntar. Sabia que qualquer que fosse o futuro, tentaria mudá-lo, mas de nada adiantaria. Suspirou. Olhou para Edmundo e sentiu uma sensação boa ao ver os olhos castanhos do pequeno rei tão preocupados com ela. Fez uma reverência e saiu. Edmundo percebeu que ela devia estar mal, pois em momento algum o provocou com “pequeno rei”. E um segredo, ele sentiu falta disso.

^.^

“Por razões além da minha compreensão, aceitamos o conselho de um louco que não se barbeia e desfila por aí numa camisola. Portanto voltamos à esta banheira e estamos perdidos numa tempestade, sensacional. Catorze dias sendo virados como panquecas sem o menor sinal de terra. O único consolo é que estão quase todos quase tão infelizes como eu. Menos aquele rato metido e falante, ele é o daqueles meio chatos, pra aqueles que o copo está sempre cheio.”

E este foi o relatório de Eustáquio Mísero, terei que concordar com ele que estavam todos infelizes, as comidas estavam acabando e só havia tempestades, noites em claros e nem sinal da estrela azul. Nenhum consolo ali. Em certo momento de certo dia, Caspian, Edmundo e Drinian estavam no camarote deste.

–-Estamos presos aqui, com meias porções diárias. Água e comida pra duas semanas, no máximo. Essa é a última chance de voltarem majestades.

Caspian olhou para Edmundo que olhou para Caspian. Estavam preocupados com os marinheiros, mas não podiam recuar agora.

–-Ninguém garante que vamos avistar a estrela azul tão cedo- continuou Drinian- Não nesta tempestade. É uma agulha no palheiro esse lugar chamado Ramandu. Passaríamos direto por ele até cair na beira do mundo.

–-Ou ser devorados por uma serpente?- disse Edmundo estressado.

–-Só estou avisando que os homens estão nervosos. Estamos navegando em mar estranho, de um tipo que eu nunca vi na vida.

–-Então quem sabe capitão- disse por fim Caspian- o senhor não quer explicar ao senhor *Rinse por que vamos abandonar a busca pela família dele?

Drinian ficou sem palavras. Por um breve tempo pareceu sentir pena do pobre marinheiro, sem mais nada a dizer, balançou a cabeça e disse.

–-Vou voltar ao meu posto.

Pegou a capa e abriu a porta, mas não conseguiu sair, pois o camarote foi invadido pelo próprio senhor Rinse e por Cristine, que carregavam alguma coisa nas mãos. Drinian fechou a porta, mais fácil de se ver, viram que era Dark, parecia adormecido, mas não podia ser. Cristine soluçava baixinho, mas não chorava. Apenas apertava seus lábios nervosa.

–-O que houve?-perguntou Drinian.

–-Majestade- falou o senhor Rinse- estávamos todos em seus lugares, em seus postos fazendo seus trabalhos. Dark também e vi com meus própios olhos que ele fazia muito mais do que era devido. Chegou uma certa hora que uma corda foi arrebentada e três marinheiros mais Dark foram agarrá-la, mas uma onda gigantesca estava chegando e os marinheiros assustaram-se e soltaram a corda. Dark continuou firme e a onda veio, acompanhado de um grito. Foi Cristine. A onda fez com que Dark perdesse um pouco da firmeza, mas foi suficiente para a corda ir para cima e levar Dark junto. Ele bateu a cabeça no mastro, parece impossível, mas marinheiros confirmam isso também capitão.

Cristine continuava soluçando e segurava a cabeça de Dark com carinho, Edmundo quis abraça-la, mas o balanço constante do barco não ajudava muito.

–-Ponha ele na cama.

Mandou Drinian, assim foi feito e o marinheiro saiu. Cristine ficou ali, acariciou a cabeça do lobo e levantou-se.

–-Aonde você vai?- perguntou Edmundo.

Cristine limpou o rosto molhado. Desconfio que estava mais molhado pelas lágrimas que tinha deixado cair antes e não pela chuva.

–-Devo voltar ao meu posto.

Edmundo olhou para Drinian. Drinian suspirou e disse.

–-Não. Pode ficar com seu amigo.

–-Mas capitão...

–-Eu vou para seu posto, não há problemas. Fique um pouco mais.

E Drinian saiu. Cristine sussurrou.

–-Obrigada.

E sentou-se ao lado de Dark novamente. Caspian pegou uma capa, pousou a mão no ombro da menina e disse.

–-Ele vai ficar bem. Veremos o que fazer.

–-Obrigada.

E Caspian saiu. Edmundo ficou. Cristine não soluçava mais, mas ainda tinha os olhos úmidos. Edmundo notou as mãos da marinheira.

–-Há quanto tempo você está ali? Sem descanso?

–-Desde que a tempestade piorou, há uma semana.

Edmundo se aproximou e pegou nas mãos da garota, ela não o olhou mas não hesitou em deixar ele ver as mãos. As mãos dela estavam imundas, de tanto que segurava as cordas, tirava água do barco, e tinha ali manchinhas de sangue. Edmundo puxou uma cadeira e se sentou na frente de Cristine, sem soltar as mãos dela.

–-Não deveria estar fazendo tanto esforço.

–-É o meu trabalho.

Cristine recolheu as mãos e voltou a fazer um carinho em Dark. Ela suspirou.

–-Não posso perdê-lo.

–-Não vai perdê-lo.

Cristine suspirou. Olhou para Edmundo, “olhos penetrantes”, ela pensou e sempre pensou. “Linda boca”, Edmundo pensou e sempre pensou, mesmo quando voltou à Londres.

Edmundo se aproximou de Cristine, sem nenhuma intenção ruim ou boa, só queria ajeitar-se na cadeira, mas acabou ficando mais próximo de Cristine. Ela respirava forte agora, ele também. Aqui vai uma dica: junte suas mãos, faça isso. Agora levante os dois indicadores e deixe eles meio deitados, quase se tocando um no outro, mas deixe-os em uma distância considerável. Não tente se movimentar. Mas eles se juntam, certo? É a energia do corpo, como dizem. Naquele momento, foi como fosse a energia dos dois querendo se juntar. As duas cabeças iam se aproximando cada vez mais, Cristine lambia os lábios, as testas se encontraram. Ficaram uns minutos assim, um sentindo a pele úmida da outra e a outra sentindo a pele quente do outro. Cristine tinha os olhos fechados, Edmundo a olhava reparando em todos os seus detalhes enquanto mexia a cabeça de um lado para o outro. Sua boca era cheia e rosada, geralmente era seca e por isso muitas vezes ele a via lambendo-os, seu rosto era redondo e seu nariz tinha um ossinho que se levantava no meio, seus cílios eram pequenos mas perfeitos em seus olhos grandes.Os narizes se tocarem, Cristine abriu os olhos.

Agora, os olhares estavam suspensos um no outro. Edmundo nunca havia visto olhos tão lindos e diferentes como aqueles. Como podia ser tão verde, mas ao mesmo tempo um castanho? Cristine estava sem ação com aqueles olhos castanhos tão perto dos dela. O rosto de Edmundo era magro e marcado pela linha dos ossos, seu cabelo tapava suas sobrancelhas, Cristine queria tirá-los dali mas não encontrou coragem. Seu queixo era pequenino e uma mínima linha tinha entre a boca e o queixo marcando-o, sua boca era pequena, os lábios pintados com um rosa mais forte e as sardas salpicavam abaixo dos olhos, sobre o nariz até o final das bochechas e o começo do pescoço.

Edmundo pegou a mão de Cristine e com a outra passou delicadamente por trás do pescoço da menina e depois, seus lábios roçavam-se um no outro. Cristine arriscou e juntou-os lentamente, provocando apenas um selinho, onde fez com que Edmundo quisesse um pouco mais que isso.

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Notas finais do capítulo

*Não sei se é assim que se escreve o nome do marinheiro, o papai da menininha Gael. Peço desculpas se errei alguma coisa.
É isso guerreiras '-' ok ok, eu sei, ficou péssimo. Acho que estou perdendo o jeito ;xx Desculpem-me por qualquer erro, tenham uma boa semana o/