Viu algumas folhas secas caírem sobre seus pés. Tinham uma coloração que contratavam com seus olhos inebriantes e claros, feito cristal. Levantou a lapela do casaco, cobrindo o pescoço e o lábio inferior, franzino se comparado com outro que não fosse o próprio. “Já estou chegando”, pensava atravessando o parque, onde algumas crianças brincavam. Não existiam sorrisos mais naturais do que aqueles. Crianças possuem a admirável habilidade de não saber enganar os outros, a não ser quando crescem, mentindo para si mesmas. O céu coberto de um manto negro, feito da mais incomparável treva, manejado por anjos embriagados de bonança, não tardaria a ser o fundo de plano para a lua e estrelas brilhantes. Parecia nunca chegar ao destino proposto. Deveria estar acompanhada. Sentia falta de uma mão sobre a sua. O tempo corria contra ela. As ruas não pareciam tão divertidas, compostas pelas mesmas pessoas. Naruto as deixavam assim. Algo dizia que faltava uma outra metade. Quando se viu de frente para uma casa de aspecto rústico, parou. “È o estilo Uchiha”. Clássica e imponente. Janelas altas, com a vidraça dividam em quadrados. Acabava de ver o primeiro obstáculo. O salto fino batia contra uma escadaria de meros três degraus. Desceu a alça da bolsa, fazendo com que escorregasse pelo casaco de cor preta. Abriu-a e de lá, tirou uma chave dourada, de médio porte, presa em um chaveiro, adornado por um laço rosado, de espessura fina, assim como era seu jeito. Ela e Naruto eram os únicos, além dos empregados, a possuírem a chave. Era a da porta da frente. Fez-se um estalido, enquanto a chave girava sem parar na fechadura. Entrou, desfazendo o nó do casaco. Deixou o corpo ser revelado. Vestia um vestido creme, de manga longa, rente á cintura, que rendia elogios, sendo tão bem delineada. Batia na altura dos seus joelhos.

Fechou a porta e logo em seguida, familiarizou-se com a sala bem organizada. “Se pudesse ver...”. Sabia do gênio do Uchiha, afinal era o melhor amigo de seu namorado e consequentemente, seu amigo. Chamou por um nome que tinha um significado especial. Com ele, não faltava uma metade. “Uma outra Hyuuga Hinata”. Seus sentimentos não batiam com a realidade que vivia. “Você está com Naruto! Porque não compreende?!”, indagava-se. Estranhou não ouvir uma resposta de volta. Dentre todo o silêncio que se instalou, destingiu um som. “Está no piano”. Funcionava como se fosse um imã. Era algo maior ou complexo demais para que pudesse entende com exatidão. Suas pernas a guiaram até ele. Abriu a porta devagar reparando nos dedos alvíssimos. “Como será viver no constante crepúsculo?”. Uma lágrima formava-se no canto de seus olhos. Talvez fosse a música. Sempre fora sensível. Aproximou-se do jovem. Tinha o cabelo tão negro quanto seus olhos... Dois ônix. O jovem quando sentiu uma mão em seus ombros, parou. Poderia procurar, olhando para todos os lados que não acharia nada. Se Deus lhe tirou a visão, deu-lhe outras opções. Diversas vezes praguejara por saber que estava perdendo visões que valeriam a pena recordar. A alma chorava perdida na penumbra de sua própria cólera e frustração, por não poder gozar plenamente de pequenos e marcantes momentos. Pensara em acabar com si mesmo. O jeito não parecia ser importante. Não poderia olhar-se no espelho e ver a imagem de um miserável, sem objetivos ou algum resquício de força de vontade. Se não tentasse fazer com que as coisas fossem diferentes, de que adiantaria um dia a mais? Era fraco, pois, não admitia o quão ingênuo era. Decidiu procurar algo que gostasse. Música foram sua salvação e um modo de se distrair. Aprendeu que errar é humano. Reconheceria aquele aroma em qualquer lugar. O perfume da mulher intitulada perfeita era inesquecível e inconfundível. Sabia que era o ápice da perfeição e a amava inexplicavelmente. Até demais. Apesar de tudo, era a namorada de seu melhor amigo, não que isso realmente importasse. Assustava-se com as proporções daquele sentimento guardado apenas para si. Gostaria que a melodia não acabasse. Não cansava de observá-lo. Sasuke era o motivo que a deixava intrigada. Parecia rendida a ele. Sensações que ele, apenas ele despertava. O coração não soltava pela boca, mas, parecia parar de bater. Sasuke era o ar que a fazia respirar. O moreno tocou de leve a mão da Hyuuga. A noite finalmente caíra da forma sutil e bela. Todas pareciam diferentes quando estava com ela. Era impressão dela ou... O coração havia parado de bater?

- Sente-se aqui, Hinata – pediu, sentindo o corpo “formigar”. A pele era macia e parecia tão frágil.

- Como vai, Sasuke-kun? – indagou, respondendo ao comando. Ficou ao lado, sentada na cadeira de veludo vermelho – Chamei por você, mas...

- Apenas escute, Hinata – decretou, voltando a tocar – È para você...

Composição somente para ela. Há dias preparara. Era especial. Delicada e graciosa como ela. Aprendera a tocar praticamente sozinho. Tirava as notas de ouvido e naturalmente, as teclas criaram a melodia. Estava pronta para ser ver em um labirinto. Aquilo fora inesperado demais. Não sabia como agir. Deveria agradecer, mas, as palavras não conseguiam se manter em ordem. Com Naruto, parecia ser aquilo que o loiro esperava. Nada da verdadeira Hinata. Daria o mundo para ver como a morena estava. Como seria um sorriso, mesmo que nervoso? Imaginava como seria vê-la vermelha, esperançosa. Ouvia os risos. Eram sempre contidos. Naruto era o falante. Hinata ficava a sua frente. As coisas mudavam. O loiro não poderia desconfiar. Era discreto. Lembrava de quando sentada ao colo de Naruto, conversavam. Sasuke tinha parecia inexpressivo. Aquilo roubava sua atenção. Era curioso. Não era atração. Finalizada a música, soltou um suspiro. Suas ações não seriam mecânicas. “Gostar não é o bastante”.

- Gostou Hinata? – perguntou Sasuke abaixando uma fresta, ocultando as teclas.

- Cla... Claro... Nem sei se mereço...

- Mais do que isso, acredite...

Ficou desbaratinada. Quis se levantar e partir. Não sabia como se portar. Parecia a primeira vez que escutava algo assim... Apaixonado?. Talvez estivesse ouvindo coisas, talvez estivesse dando a se mesma uma sentença. Mesmo sem poder ver, sabia como ela estava. O silêncio respondia suas perguntas. Ela havia acabado de se levantar. O perfume de rosas brancas atingiu em cheio seus sentidos. Não iria pedir para que não a visse abrir a porta e descer. Fez o mesmo, apoiado em sua ‘“vareta”. Era desconfortável ser depende daquela estrutura de metal, porém, desapreciava sair esbarrando em tudo.

- Fique...

Guiou-se pela voz dela. Falha e fraca.

- Não longe de você...

O calor que emanava do corpo da Hyuuga, fez com que a achasse. Largou a “vareta” e pensou se deveria ou não fazer o que almejava. Dava passos para frente, calculando o próximo passo. Sonhava por um beijo. Morreria por apenas um. Naruto tinha em mãos, vários. Algo dizia lhe dizia... “ Pensa em mim...”. Chegara a uma vez, chamar por Sasuke. Estava chovendo. A roupa estava completamente encharcada. O frio fazia com que batesse os dentes. Quando chegou á casa de naruto, jogou-se em seus braços. Beijou-lhe como de costume, pedindo para entrar. As roupas marcavam o corpo da morena. Naruto excitou-se com aquilo. “ Toda molhadinha... Não me importo de secá-la...”. As costas bateram contra a parede. O loiro parecia devorar-lhe. Uma das mãos na nuca, trazendo-a para ainda mais perto. Possessivo. A outra, dedilhava á cintura, entrando na blusa. Tratou de tentar tirar o sutiã, para poder logo apalpar os seios fartos da morena. Hinata passava os dedos, bagunçando o cabelo de naruto, exigindo que fosse além. Era em Sasuke que pensou quando fechou os olhos. Naruto logo apertou delicadamente os seios da morena, fazendo com que soltasse um chiado baixo. Continuou. Queria vê-la perder a linha. Ela era sua. Apenas em corpo. Mas, ele não sabia. A boca de Naruto descia para o pescoço, roubando gritos e risos. Apertou os mamilos e a vi corar. Rodeou em volta, fazendo com que as pernas dela tremessem. Fora mais audacioso, passando a mão por debaixo da saia, atiçando o sexo da morena. Aquilo fazia com que fechasse um pouco as pernas, mas, Naruto rapidamente, desfez o laço de cada lado, deixando o sexo da morena “livre”. Começou com um dedo, explorando as “beiradas”. Eles logo entravam fundo. Naruto não queria esperar. Estava molhada. Totalmente. Entre intervalos, ela disse, “ – Sasuke-kun, ahhh...”. Naruto incrédulo distanciou-se da Hyuuga. Não entendia o porquê de ela estar chamando pelo amigo. Agora, estava de frente para o homem que roubava seus pensamentos quando se via só. Aquilo fora recente.

- Isso é errado, Sasuke...

- Não é o que parece ser...

As mãos de Sasuke procuraram pela cintura de Hinata. Assim que as achou, colou seus corpos. Pequeno baque e ela estavam sem reação. Tudo parecia se encaixar. Eram opostos que se ligavam. Tudo pareceu certo e ela sentiu-se completa. Encostou seus lábios  nos dele, respondendo ao que sua mente clamava para ter. Fora o primeiro beijo...? Se não, pareceu ser. Separaram-se apenas quando ar se fez necessário. As línguas ávidas pelo novo, deliciaram-se com o sabor do doce erro que cometiam. Juntos. Era assim que deveria ficar. Olhou-o nos olhos e por um momento, achou compreender o que realmente sentia... Se não fosse amor, poderia inventar outro nome. Sasuke não parecia acreditar que realmente a beijara. Tentou passar através do beijo, todo o desespero que a queres. Toda a dedicação que guardara para ela. Amava-a e ambos correspondiam-se. Chegou a uma conclusão... O amor sempre nos inspira a dizer coisas que nunca lemos ou aprendemos, pois simplesmente sentimos.