Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 51
Sarai


Notas iniciais do capítulo

Teríamos postado antes se não fosse meu notebook desligando a cada cinco minutos e a internet das meninas morrer.
Capítulo dedicado as nossas leitoras MariHaruno e Kaya que recomendaram Vigaristas. Poxa, não esperávamos meninas, muito obrigada pelo carinho, nós amamos :D

Obrigada por todos os comentários, que bom que vocês gostaram! :D

Boa leitura a todos !



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Short Jeans, blusinha amarela, cabelo solto. Eu estava determinada a ter um encontro romântico, e um beijo de filme.


A campainha tocou.


Quando abri a porta, Sasuke estava com um maço de flores em mãos, e ao entregar, senti meu coração derreter de tanta alegria.

Como um pouco de mato podia fazer uma mulher tão feliz? Pensei que eu fosse imune a essas trivialidades, mas ali estava eu, toda contente porque ganhei flores do Sasuke.


Me inclinei pra fazer charme e cheirar as flores...


— Não cheire isso, vai ficar chapada. São plantas medicinais do Lee, trouxe pra você regar de vez em quando, já que nós homens não temos tempo. — disse e todo o romantismo escorreu como água podre no esgoto. — São pro soro anestésico que ele está criando.


— Entendi. — disse sem conseguir disfarçar a vontade de por fogo nelas.

— Já decidiu aonde quer ir? — perguntou.

— Não muito longe daqui, vamos ao parque... Faremos um piquenique. — disse sorrindo e fui buscar a cesta que montei para lancharmos. Sasuke a segurou pra mim e eu tranquei a porta.


Assim que encontramos sombra sob uma árvore, estendi o lençol quadriculado branco e azul, Sasuke pousou a cesta e sentou-se ao meu lado. Então comecei a tirar os lanchinhos para comermos.


— Lagosta, caviar, geleia de damasco, Salmão a Vilaggio, Vinho Romanée Conti... Oh, acho que acabei me esquecendo do Escargot ao Dijon...


— Qual é o seu problema com sanduíches de peito de peru, queijo, e um suco de laranja? — fiz uma cara de quem não entendeu. — É o que as pessoas levam para simples piqueniques, Sakura! — ralhou.

— Oh... Eu trouxe essas coisinhas que estavam na geladeira, não pensei que fosse exagero. Nunca fiz um piquenique antes, ora, como eu poderia adivinhar? — reclamei emburrada e ele revirou os olhos, pegando as taças e abrindo o vinho. Hum, bem que ele gosta da cachaça né... Argh!

— Também nunca fiz um piquenique antes. — disse ele.

— Acha que somos velhos demais pra fazermos isso? Quero dizer... É o que os casais apaixonados fazem não é? É romântico não é? — perguntei enquanto observava Sasuke sorver um pouco de sua bebida.

— Um bom armazenamento e fermentação e o vinho fica com um sabor mais apurado, pronto para degustação. A cada dia que passa fica mais... Gostoso. — disse olhando-me intensamente, e não foi preciso usar toda minha esperteza pra sacar que já não falava mais da bebida, então aproximei meu rosto do dele louca pra provar um pouco desse vinho. Hum. E quando estava prestes a encostarmos nossos lábios Sasuke se deitou, puxando-me junto, de forma que minha cabeça estava apoiada em seu ombro.

Meu coração batia forte dentro do peito e eu precisava me concentrar em algo pra não virar meu corpo sobre o dele e beijá-lo de uma vez. Então olhei pro que estava bem adiante de mim, o céu.

— Veja Sasuke, não é lindo? — puxei assunto.

— É sim. Não vai me dizer que está vendo uma nuvem em formato de coração também né? — perguntou sarcástico, mas a verdade é que as nuvens formavam algo sim. A princípio uma bunda. Mas logo pude enxergar um "S".

— Na verdade estou enxergando um "S"... Você está vendo? — perguntei, mostrando com o dedo, mas bem na hora um rastro de nuvem intrometida se meteu no meio, formando um "$"— Bem, agora o "S" está cortado ao meio. — concluí franzindo o cenho. Sasuke explodiu em uma gargalhada e sua mão que estava em meu braço escorregou para minha cintura.

— Você é tão romântica que enxerga um cifrão ao invés de um coração nas nuvens. — disse ele fazendo pouco de mim. E a culpa é dessas nuvens malucas! Argh...

Sasuke virou-se um pouco de lado apoiando sua cabeça sobre o cotovelo, sua mão se moveu para afastar um mexa de cabelo do meu rosto.

— Me beija, Sasuke. — pedi.

— Não. Eu não sou o príncipe do cavalo branco que você está querendo pintar. — respondeu e eu o empurrei fazendo com que o vinho caísse sobre o lençol. — Ei, você não tem que dar chilique só porque não quero te beijar!


— Ai, argh! — gritei me levantando enquanto coçava tudo o que podia.

— Para de gritar sua mimada, está acostumada a ter tudo o que quer, não é? — disse ele.

— Sasuke, não vê que tem algo pinicando minha bunda? É por isso que estou gritando! — disse olhando para o chão e percebendo a fila de formigas determinadas que estavam subindo no lençol em direção a geleia de damasco. — Oh me ajude, estão mordendo minha bunda! — gritei desabotoando meu shorts e tirando-o, em seguida arranquei a blusa pela cabeça e saí correndo em direção ao lago, dando o mergulho mais rápido da história, o Guines Book deveria só ter visto isso!


Refrescante!

Fechei os olhos aproveitando a sensação, e quando os abri Sasuke apontava para a plaquinha ao lado que dizia "Proibido mergulhos", em seguida o aviso: " Cobras aquáticas ".

Oh God!

Nadei o mais rápido que pude na volta e corri pra longe daquela água. Não acredito que fugi das formigas direto pras cobras. Argh!

Oh-ow...

Talvez nenhuma das duas fossem o real perigo, e sim a fera Sasuke que me olhava como se estivesse prestes a me enforcar... Eu estava de calcinha e sutiã, completamente molhada. Alguns caras ao redor tinham suas alianças tacadas na cara por estarem me olhando. E algo me dizia que Sasuke estava prestes a jogar a dele na minha.


Não saiu como eu planejei.



Enquanto Sasuke conversava com o guardinha do parque que ficou sabendo sobre todo o alvoroço e infrações que cometi, aguardei Sasuke dentro do carro e morta de vergonha. Foi quando escutei o celular dele dar um alerta de mensagem.


Não que eu estivesse mexericando, mas vai que é algo de vida ou morte? Ultimamente tudo tem sido sobre isso, inclusive meu relacionamento. Enfim, sem dor na consciência, deu uma olhada. Era uma mensagem de Gaara: Outro encontro? Isso está te atrapalhando com a Sarai.


Soltei rapidamente o celular no lugar, quando vi que Sasuke voltava.


Nós não trocamos nenhuma palavra no caminho de volta, ele não subiu, apenas estacionou em frente ao condomínio.


— Desculpe por hoje. Você decide quando e onde será nosso próximo encontro. — disse e ele apenas assentiu, sem nenhuma palavra. Então sai do carro, sem olhar para trás. Estava encafifada demais com a mensagem que li em seu celular.

Sarai? Quem é essa?

Fiquei por horas dando voltas e voltas pelo apartamento sendo acompanhada pelo olhar confuso de Akamaru. O que diabos foi aquela mensagem, hein? E desde quando os nossos encontros são perca de tempo?

Argh!

Tomei banho, penteei os cabelos, depois lixei as unhas, depois pintei as unhas, depois passei acetona, depois pintei tudo de novo. Não conseguia me concentrar em nada, e pintar as unhas era a minha estratégia para não roê-las. Só tentava entender quem era essa maldita Sarai.

E que nome mais feio é esse? Eu hein! Não é nenhum pouco digno de começar com “S” de Sakura e Sasuke.

Por fim, resolvi dar uma sondada. Peguei meu celular e liguei para a única pessoa que poderia confiar naquela casa.

— Konohamaru? — chamei assim que escutei sua vozinha do outro lado da linha.

— Oi, Sakura. Estou salvando o jogo que ganhei do Sai num jogo de cartas: Assassin’s Creed. — disse triunfante.

— Ah, legal... Depois te comprarei vários jogos, mas me diga garoto... Como andam as coisas por aí?

— Normal.

— Normal? Como assim normal? — perguntei já sabendo que o “normal” não é o normal de uma pessoa normal. O normal desses rapazes é dar golpes, desarmar bombas, planejar um assalto e levar homens casados para despedidas de solteiros!

— O de sempre! O tio Sasuke só fica enfurnado no escritório planejando aquele assalto, de vez em quando ele joga videogame comigo, mas eu não gosto não, sabe? Ele sempre ganha de mim...

— Tem certeza, Konohamaru? Não teve nenhuma saída estranha no meio da noite? Uma visita inesperada? Uma ligação? — perguntei, mas o que eu queria mesmo saber era: Nenhuma Sarai? Nenhuma traição? Nenhuma traição? Argh!

Ele ficou um tempo pensativo.

— Não. — deu de ombros. Suspirei aliviada. É claro que Sasuke não esconderia nada de mim... Aposto que Gaara mandou uma mensagem errada, sabe? Nunca tentaram escrever com o corretor de texto automático e ele mudou a palavra por outra nada a ver? Não, nem eucalipto! Quero dizer: eu. Tsc! — Foi só o que eu disse mesmo. Às vezes eles me deixam participar das reuniões, sabe? O tio Sasuke estava animado descrevendo você, Sakura.

Oh, que bonitinho! Sabia que o Sasuke é louquinho por mim.

— Diga mais. Diga mais, Konohamaru! — insisti.

— Ah, eu não estava prestando tanta atenção, só me lembro dele ter dito que era muito bonita. — que eu sou bonita? Disso eu sempre soube. — Que é muito importante, e que ele não via a hora de pegá-la de uma vez. Ele estava muito ansioso... Não via a hora de terminar tudo e te encontrar.

— Sasuke está em casa agora? — perguntei.

— Oh não, ele e o restante saíram.

Mas o quê diabos é isso? Pegá-la de uma vez? “Terminar tudo” o quê? Terminar comigo, é? Argh!

Assim que juntei as peças, me despedi rapidamente do garoto, pegando as chaves da porta de casa para sair.

Sasuke queria terminar tudo comigo para ficar pela primeira vez com essa tal de Sarai!

Eu não podia ficar aqui de braços cruzados, enquanto outra tenta pegar o meu homem.

Peguei um taxi até a casa de Kakashi, como não encontrei ninguém pelo caminho já fui indo pro quarto de Sasuke. Revirei o que pude atrás de alguma pista, algum rastro de traição.

A verdade é que não tinha nada de comprometedor ali, mas eu precisava marcar meu território.

Até que sujou pro meu lado...

Escutei passos no corredor e ficando alarmada, olhei ao redor procurando um lugar pra me esconder...

Pensa rápido, rápido, rápido...

O guarda roupa pré-histórico do Kakashi!

Na parte de baixo onde guardávamos os travesseiros, com algum esforço era perfeitamente possível caber ali.

Fora a vantagem de ter pequenos buraquinhos na porta que me permitiam respirar e ver o que acontecia no quarto.

Identifiquei a voz de Sasuke que estava cada vez mais perto e me encolhi fechando a porta do guarda roupa, um segundo depois se abriu a do quarto e ele entrou.

Estava falando no celular, com o cenho franzido.

— Não... Não vou adiar, passei os últimos dias planejando encontrá-la... — fez uma pausa — Não vou falhar, consigo tudo o que quero, não vai ser diferente com Sarai. — dito isso desligou o celular jogando-o na cama e de repente parou, sem fazer qualquer movimento, como se estivesse tentando captar algo instintivamente que pairasse no ar. Prendi minha respiração com os olhos vidrados em suas costas largas.

Pude ver quando relaxou a tensão dos músculos e virou-se, de forma que agora eu podia vê-lo completamente. A princípio fiquei com medo de ser descoberta, mas em nenhum momento olhou em minha direção, estava ocupado desabotoando lentamente sua camisa e jogando-a no chão. Em seguida começou a tirar o cinto e desabotoar a calça jeans. Em seu rosto uma expressão frustrada, o maxilar endurecido.

Por certo, estava zangado por não ter encontrado com sua querida Sarai esta noite. Eu poderia me alegrar com essa informação obtida através de uma conversa por celular, mas como poderia, se ele claramente iria se enroscar com ela amanhã? Sasuke vem planejando há dias encontrá-la! Quantos dias? Talvez a mesma quantidade de dias que não durmo com ele. Então é por isso que não teve nenhum avanço de sua parte em nossos encontros. Enjoou? Perdeu o interesse ou simplesmente se cansou de esperar por mim?

Limpei com força uma lágrima traidora que caiu. Pobrezinha da lágrima, não era traidora coisa nenhuma. O único traidor aqui era Sasuke Uchiha. Como pude ser tão boba e acreditar que ele viveria sem uma mulher? Qualquer uma podia satisfazê-lo. Eu pensava que ele não podia viver sem mim, baseada no que eu mesma sinto por ele. Só porque sinto falta dele e somente dele todos os dias e noites, não quer dizer que ele sinta o mesmo.

E então ele retirou sua cueca e eu tive de engolir todos os pensamentos e tampar a boca com uma das mãos. Eu queria gritar de frustração, queria gritar e fazê-lo entender que pertence a mim, queria sair deste maldito guarda-roupa aos berros e dormir com ele, e impedi-lo de jogar o nosso casamento no lixo.

Mas não podia sair por baixo, dar o gostinho de me ver derrotada, traída.

Ele entrou no banheiro, pude escutar o chuveiro e então saiu completamente nu e aproximou-se do guarda-roupa, eu fechei os olhos torcendo pra ele não abrir aquela maldita porta, e pra minha sorte ele abriu a do lado. E vi quando ele vestiu outra cueca, logo apagou a luz do quarto e dormiu.

Eu não fazia ideia de que horário poderia ser quando eu mesma consegui dormir enclausurada naquele guarda-roupa. Quando acordei tentando me esticar e percebi que era impossível me mover e que estava fechada por todos os lados, comecei a sentir pânico e falta de ar, quando me mexi e senti a cabeça batendo na madeira, foi que me lembrei onde estava e rezei pro Sasuke não ter escutado o barulho.


— Dormiu bem, querida? — perguntou Sasuke. Tarde demais. Ele estava deitado na cama com os braços atrás da cabeça, encarando o teto.

— Sabia que eu estava aqui o tempo todo? — perguntei abrindo a porta do guarda roupa para encará-lo.


— Oh não quis incomodar, você fez tanto esforço para não ser notada, imaginei que queria passar a noite ai dentro. Deve ter sido confortável. — disse despreocupadamente. Estava zombando de mim! Sai lá de dentro furiosa e sentindo-me entrevada. E eu que reclamava quando dormia no sofá...

Subi na cama enchendo-lhe de socos, me certificando de que o dedão estava por baixo dos demais dedos, como ele ensinou.

— Eu odeio e detesto você! — gritei continuando os golpes que ele sem dificuldades defendia. E quando ficou de saco cheio girou nossos corpos me imobilizando.

— Que bicho te mordeu? — perguntou entre dentes. Eu não ia dizer que bicho me mordeu coisa nenhuma! Ele é quem teria que confessar que está me traindo, decidi não bancar a maluca psicopata desta vez, ele tinha que ter ao menos um pingo de consideração por mim e me contar. — Por que estava escondida dentro do guarda- roupa? Não percebe que se fosse outra pessoa eu teria metido uma bala na testa?

— E como... Como sabia que era eu ali dentro? — perguntei estremecendo ao perceber ele de cueca em cima de mim.

Ele inclinou a cabeça até o meu pescoço e eu fechei os olhos desfrutando dele tão perto.


— Seu cheiro... Eu reconheceria onde quer que fosse. — respondeu.


Oh God... O anti-Sasuke me dedurou! Voltei a passar o maldito perfume quando Sasuke revelou que gostava de sentir ele em mim.

— E ainda não sei por que você se meteu aqui... — cobrou.

— Por que quer saber? Eu não te interesso mais. Você quer se separar de mim e está com pena de dizer... Provavelmente já me substituiu por outra. — disse rispidamente e sai debaixo dele me sentando, ele abriu a boca para se defender da minha acusação, mas parou. Eu tinha acertado em cheio, ele tinha outra.

— Baseada em que você está me acusando, Sakura? — perguntou.

— Ainda pergunta? Está enjoado de mim. Você não me olha nos olhos, não me toca, parece até que eu tenho a peste!, Sasuke você nem sequer me beija... — disse baixando o olhar para as minhas mãos, envergonhada.

— Beijar leva a outras coisas, Sakura... Coisas que você não está disposta a dar. — ele disse com crueldade.

Deixando claro que outra estaria realmente disposta. Só uma doida não estaria. Só eu não estaria!

Sasuke levantou-se da cama irritado indo até o guarda-roupa, vasculhando-o.


God...

Eu precisava desesperadamente contar pra ele da maldição, precisava que ele compreendesse, mas provavelmente riria da minha cara.

— Quando roubarmos logo a merda do diamante e todo este perigo acabar... — comecei, mas ele virou-se me interrompendo.

— Não precisa fazer promessas. Não estou esperando nada de você... Acha que não posso te induzir a ficar nua agora mesmo e dar o que eu quero? Claro que eu posso! Mas não vou fazer isso, você também tem que querer, não só o seu corpo, mas você...


A minha mente, o meu corpo e o meu coração te querem, Sasuke... Argh!


Antes que eu pudesse me explicar ele estendeu uma caixa pequena para mim. Eu abri sem entender, até que me deparo com o colar mais lindo e provavelmente mais caro que já vi na vida! Olhei pro Sasuke de boca aberta.


— Apronte-se, vamos sair em poucos minutos. — anunciou pegando uma peça de roupa e indo ao banheiro se vestir.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capítulo? Desculpem o suspense, capítulo que vem vocês conhecerão a Sarai !!! Íamos colocá-la neste, mas ficaria imenso, então ficou pro próximo :D
Preparem-se!!!

Comentem, sim?! Três beijos!



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