Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 50
Barbie


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaa :D

Vigaristas is Back !!!

Obrigada por todos os comentários, por todas as curtidas em nossa página no Facebook e pelas MP's também :D Vocês são leitores assíduos e carinhosos, muito obrigada :D



Capítulo dedicado à leitoras, que recomendaram Vigaristas:

Annakiwi, Uchiha Beatrice, MyssaChan

Meninas, nós amamos, muito obrigada !!!

Boa leitura a todos !!!



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Naruto: Me conta o que estava escrito no bilhete Sakura...

Eu: Por que eu faria isso?

Naruto: Por que somos amigos e amigos não tem segredos.

Eu: Amigo leva o marido da amiga pra uma despedida de solteiro?

Naruto: Não, pessoas casadas/normais, não tem despedida de solteiro... Sério, ele não pegou ninguém.

Eu: Eu sei disso.

Naruto: Como?

Eu: Se fossemos amigos, eu te contaria!

Parei de digitar SMS, e peguei o controle da TV procurando por um canal, fingindo prestar atenção nos comerciais da Disney Channel.

— Barbie Babá, Barbie enfermeira, Bárbie veterinária... Essa vagabunda não para em um emprego?— reclamei desligando a TV.

— Já chega com isso Sakura, não vou ficar mandando mensagem de texto o dia inteiro, quer parar de fingir que não estou bem aqui do seu lado? Para de me ignorar! — reclamou Naruto levantando-se do tapete da minha sala, enquanto eu me levantava do sofá em que Sasuke dormiu pela manhã, deixando meu celular sobre ele.

— Você me traiu, se juntou com os meninos pra levar o Sasuke pra gandaia, não preciso de um amigo assim!

— Oh caramba! — praguejou passando a mão entre os cabelos loiros. — O cara estava malsão Sakura, você chutou a bunda dele, e sou amigo de Sasuke também, queria animá-lo, mas claro que ele não iria te trair e nem eu apoiaria isso...

— Bla, bla, blá... — disse com indiferença, mas a verdade é que eu tava com dó dos fios cor de ouro que ele meio que rancava da cabeça, tentando me convencer voltar a ser amiga dele. Mesmo assim, dei as costas pra deixar ele falando sozinho.

— O que você quiser Sakura, faço qualquer coisa pra me desculpar. — disse e então meus pezinhos pararam e eu me virei novamente.

— Qualquer coisa é? — perguntei checando e ele balançou a cabeça assentindo. — Bem, eu não estava disposta a voltar atrás na minha decisão de não voltar a falar com você, mas vasculhando bem minha mente, descobri algo em que pode me ajudar... — disse como quem não quer nada.

— O que seria?

— Primeiro precisa me prometer que não vai contar nada pro seu companheiro de noitadas, Sasuke. — disse me referindo a noite anterior e ele revirou os olhos.

— Te dou minha palavra Sakura.

— Sendo assim... Preciso ir até a casa do Kakashi para resolver uns probleminhas, sem que Sasuke esteja lá.

— Sasuke não está lá, provavelmente voltará pela tarde, podemos ir agora se quiser.

— Perfeito, vou me arrumar! — disse virando-me novamente.

— Que probleminhas são estes Sakura? — perguntou todo desconfiado.

Droga por que homens tem que ser tão curiosos? Soltei uma respiração pesarosa.

— Hoje quando acordei Sasuke não estava mais aqui, em compensação, me deixou um bilhete mandando eu estar pronta as 20:00 horas, pois teríamos um encontro. — disse sem conseguir esconder a felicidade e Naruto sorriu.

— Isso é ótimo! Você conseguiu enrolar ele direitinho, ele caiu nesse papo todo que você inventou.

— Hey, espera ai... Não inventei, de certa forma, acho que deveríamos sim ter experiências que não tivemos antes. Apenas deixei de fora a parte de que também estou amedrontada pela maldição não desfeita.

— Até quando acha que ele vai suportar isso?

— Tempo o suficiente de afastarmos todas as coisas que representam perigo para sua vida. Primeiro, vocês tem que roubar logo este banco e assim se livrarem das ameaças de Ourochimaru, e em segundo... Bem o segundo perigo está sob o teto de Kakashi e é por isso que preciso ir até lá.

— Você quer ir falar com Itachi?

— Até que pra um loiro você ta bem esperto hoje hein... Se concordar em me ajudar falar com ele sem que o Sasuke saiba, voltamos ser amigos.

— Sakura, Sakura... Não vá nos meter em encrenca, mais uma vez.

— Relaxa Naruto... Tenho algo pra negociar com ele, em troca da garantia de que ele não vai promover nenhum atentado contra a vida de Sasuke... E ai sim, afastando essas ameaças, Sasuke e eu voltaremos para a nossa pacata vidinha bilionária perfeita, de onde nunca deveríamos ter saído.

— Pacata vidinha bilionária? Tsc... Você é mesmo um caso perdido, vamos de uma vez. — disse Naruto e eu dei alguns pulinhos, antes de beijar sua bochecha e enroscar meu dedo mindinho no dele.

Meu apartamento não era muito longe, chegamos bem rápido até a casa de Kakashi.

— Vá em frente, Konohamaru está lá dentro também, vou estacionar e já entro. — avisou e eu assenti entrando na casa.

Não havia rastros do pessoal pela casa, nem sinal de um certo pestinha mercenário. Sendo assim, me pus a andar pelo corredor, e então paralisei.

Itachi estava enrolado em uma toalha e seu cabelo escorria, pingando gostas de seu banho por todo o corpo, sua mão estava na maçaneta da porta de seu quarto temporário.

— Preciso falar com você. — disse e ele abriu seu sorriso alinhado.

— Entre. — respondeu sugerindo seu quarto. Eu engoli a saliva de repente me sentindo nervosa. Mas antes que eu pudesse reagir...

— Epa, epa... — disse Naruto segurando meu ombro pra que eu não desse um passo adentro. — Ela não vai entrar aí, vocês podem conversar no escritório. E quanto a você... Vista-se.— repreendeu-o com severidade.

O que dizer disso?

Não era como se eu fosse entrar ali pra me atracar com Itachi, ele podia ser bonito e ter aquele ar de sabe-tudo, mas ainda não podia se comparar ao meu Sasuke.

— Eu não to gostando do olhar dele pra você Sakura, vou participar da conversa. — disse Naruto determinado enquanto me empurrava pelo cotovelo para dentro do escritório.

— Para imediatamente com isso Naruto! Eu preciso falar com ele a sós. Você pode aguardar do lado de fora, se eu precisar você saberá...

— Sasuke não vai gostar nenhum pouco disso. — avisou.

— Você me deu sua palavra!

— Eu dei e ela permanece, mas não se engane, Sasuke sempre acaba descobrindo as coisas e esse cara não é confiável.

— Ele também não vai dizer nada, tenho algo que ele quer. Agora para de se meter tanto!— disse já me arrependendo ao ver um lampejo de desapontamento em seus olhos azulados, abri a boca pra me desculpar, mas no mesmo instante a porta se abriu e bem ali estava Itachi, vestido.

— Fiquem a vontade. — disse Naruto com um tom sarcástico que fez algo dentro de mim doer. Eu queria dizer alguma coisa a ele, mas a forma estrondosa como a porta bateu, dizia que não era um bom momento para ir atrás dele.

— Pensei que não estivesse mais morando aqui.— começou ele.

— Vim pra falar com você.

— Já não era sem tempo. — disse ele aproximando-se. Eu não sentia medo dele realmente, por isso não me afastei. — Senti sua falta Sakura. — disse num tom mais baixo, e o rumo que essa conversa estava levando, me fez pensar se Naruto ficou chateado o suficiente comigo a ponto de mudar sua ideia de estar logo atrás da porta nos ouvindo, caso eu precisasse.

Sacudi a cabeça embaraçada, e soltei uma risada nervosa.

— Sentiu minha falta? Falta da mulher que ajudou a te enganar, a dar o golpe na sua fortuna e te deixar sem nenhum tostão no bolso, a ponto de ter que vender sua alma pro Ourochimaro pra recuperar algum? Realmente?— perguntei jogando as verdades sobre mim em sua cara. Eu não esperava que ele continuasse fantasiando com a Sakura humilde que fingi ser tempos atrás.

— Sasuke não é um tolo afinal, tenho que admitir. Ele sabe muito bem o que tem em mãos. Você gosta de exalar a mulher fútil e interesseira, mas quando viu Sasuke morto em minha piscina mostrou quem realmente era. Naquele dia eu te propus ficar, dei a entender que toda a minha fortuna seria partilhada com você se simplesmente ficasse, se me escolhesse. — disse erguendo seu polegar para minha bochecha. Eu não consegui piscar nem me afastar. — Mas você não quis nada disso. Ele pode ter tido o azar de ser o filho que ficou na miséria

e sem herança, mas não pode se queixar de não ter tido amor. Eu nem conheço esse sentimento, e eu queria tanto isso. Eu o invejo por isso. — disse ele e eu finalmente consegui me mover e recuar um passo.

— Então você... Você não me odeia?— perguntei.

— Eu deveria? Eu não acho que tenho motivos pra te culpar.

— E Sasuke? Você o odeia?

— Não, eu não o odeio também. Apenas gostaria de ter tudo o que ele tem. — respondeu fitando-me profundamente, e eu estremeci. — Mas não é assim que as coisas funcionam não é mesmo? Não posso voltar no tempo e me virar pra conhecer a Sakura Haruno antes do meu irmãozinho vingativo por os olhos em você e me roubar tudo. Também não posso conhecer o que é ser amado por minha mãe, como ele foi. Fico me perguntando quem realmente cresceu e viveu na miséria, eu ou ele?

Aquilo bateu fundo dentro de mim. Não podia negar que Itachi e eu éramos muito parecidos nessa questão. Eu também perdi minha fortuna e conforto do dia pra noite. Eu também vivi uma vida cheia de dinheiro e não muito de amor.

Até que eu conheci Sasuke. E ele era tudo o que importava.

— Vim aqui por que tenho um acordo pra lhe propor. Eu ouvi outro dia quando você pediu a Sasuke o endereço do cemitério onde a mãe de vocês, Dona Mikoto, foi enterrada. — disse e seus olhos brilharam em antecipação.

— Você saberia me dizer? Você sabe onde é?— perguntou parecendo ansioso. Ótimo.

— Sim, eu tenho essa informação. — disse e a compreensão pareceu cair sobre ele.

— Você quer algo em troca. Apenas diga.

— Eu não confio em você. Não tenho um pressentimento bom quando você está perto de Sasuke. Tudo o que eu quero é a garantia de que você não fará nenhum mal a ele.

— Acredite, não estou aqui por ele. Posso concordar que ambos tivemos uma vida desgraçada, mas agora ele já tem tudo o que precisa, mas eu não. Eu preciso do dinheiro que Orochimaru está propondo. Eu preciso ir ao túmulo da mulher que me deu a vida. Eu preciso organizar a minha própria vida, pra seguir em frente, me entende?

Entendo. Eu entendo muito. Sei como o pesar de uma despedida não feita pode nos assombrar. Eu também tinha a necessidade de voltar ao túmulo da mulher que me deu a vida. Precisava derramar a lágrima que não derramei, por não acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Tive a minha dose no enterro da Mikoto, mas sabia o que precisava ser feito. Talvez só não estivesse pronta ainda.

— Assim que terminarem o assalto ao banco, conseguirem o diamante do Ourochimaru, me procure e eu lhe direi o endereço. Esse tempo é a garantia de que a vida de Sasuke não corre perigo por suas mãos. — disse e ele assentiu. Então passei por ele, abrindo a porta e correndo direto pros braços de Naruto que estava bem ali a minha espera, como o melhor amigo que eu poderia ter.

— Me desculpe pelo que eu disse, adoro você por ser tão bom pra mim. — disse a ele, que apenas sorriu e afagou meus cabelos.

— Sakura!— me virei para ver Konohamaru vindo me abraçar.

— Ei garoto, como vai você?— perguntei abaixando-me para abraçá-lo por inteiro.

— Eu estou mais forte e inteligente desde que você se foi. — O que pelas minhas contas resultam em dois longos dias. Tsc...

— Aposto que sim. — disse inclinando-me um pouco mais próximo ao seu ouvido, para sussurrar. — Preciso dos teus serviços. — disse dando uma piscada, e o garoto abriu um sorriso conhecedor de quem sabia que iria faturar em cima de mim. Tsc...

Antes que eu fosse embora, consegui colocar o dinheiro na mão do pestinha e me certificar de que ele estaria de olho no Sasuke pra mim. Sim, eu tinha um espião, ele ficou todo contente em bancar o detetive, enquanto estou fora temporariamente. Não podia deixar ele por ai todo soltinho.

— Entendeu? Qualquer novidade pode me ligar, e não se esqueça: é uma missão super secreta! Você será os meus olhos e ouvidos nessa casa. — disse a Konohamaru.

— Positivo. Vou ficar de olho no tio Sasuke!— assentiu e eu lhe beijei a cabeça antes de entrar no carro de Naruto e voltar pro meu apartamento.

Eu me sentia leve!

Consegui fechar o acordo com Itachi, e consegui um espião pra vigiar Sasuke na minha ausência.

Agora sim, eu estava pronta para ficar pronta pro meu encontro! Tsc...

Oh God!

Eu estava tão nervosa! Meu primeiro verdadeiro encontro com Sasuke Uchiha!

Eu optei por um vestidinho cor vinho, justo no decote e cintura, solto na parte de baixo. Salto alto, cabelo solto e uma leve make.

Tudo certo. Não teria um homem vivo na terra que não olhasse para minhas pernas, vestido, decote, rosto...

Enfim, eu estava irresistível. Seria um problema grave conseguir fazer Sasuke manter suas mãos longe de mim!

Recebi uma mensagem de Sasuke: Estou esperando em frente ao seu condomínio.

Desci para ir encontrá-lo, e quando olhei para aquele homem, tive de prender a respiração. Céus, Sasuke estava mais lindo que nunca!

— Oi.

— Oi.

— Você... Hum... Está... Bonito. — elogiei, ele não deu bola nenhuma, nem agradeceu, e se reparou no meu look foi tão discreto que não cheguei a ver uma olhada se quer.

Ele não reparou na minha roupa, isso arrastou uma onda de decepção dentro do meu coração.

Mas ai, Sasuke resolve estender a mão, que segurava uma sacolinha, da qual eu não tinha reparado também e me entregou.

Um presente!

— Pra mim?— perguntei num tom de agradecimento patético. Eu já tinha ganhado coisas antes, por que agora isso se tornou tão importante? Argh...

— Não precisa abrir agora. Vamos... — disse e deu as costas para seguir andando, quando minha mão foi em busca da sua, e ficou completamente no ar, foi que vi, Sasuke as enfiou no bolso de sua jaqueta, mesmo não tendo visto minha intenção, foi bastante chato não poder andar de mãos dadas com ele, ainda que fosse somente pelo pequeno percurso até o carro. E por falar em carro...

— Onde estacionou o carro?— perguntei olhando em volta.

— Nada de carros... Hoje iremos nessa belezinha aqui... — Sasuke acariciou a moto que não parecia ser nada barato, como se fosse uma das minhas coxas, e por um breve momento senti uma inveja tremenda, eu gostaria que fosse.

Argh!

— Eu não posso andar nisso.

— Por que não? — perguntou incrédulo.

— Sasuke eu não vou andar nisso. — disse e ele ergueu uma de suas sobrancelhas.

— Então está desistindo do encontro? — perguntou.

— Não!— respondi imediatamente, encarando aquela giringonça novamente. — É que... É que... Eu tenho medo. — sussurrei as últimas palavras como se contasse um segredo, e ele pela primeira vez naquela noite deu aquele sorrisinho cretino e sexy de canto que só ele sabe dar.

— É só se agarrar em mim. — disse, dando de ombros e subiu na moto. Puxei uma lufada de ar para dentro dos meus pulmões e peguei o capacete que ele me entregou.

Me agarrar nele...

Certamente foi a única vantagem que eu pude tirar daquela tortuosa viagem. Eu o abracei o mais forte que pude e fechei os olhos para sentir outra sensação que não fosse a do meu cabelo chicoteando minhas costas. Argh...

— Assim que estiver pronta já podemos ir. — disse Sasuke, fazendo-me abrir os olhos e perceber que a moto já havia parado o que parecia fazer um tempo. Argh...

E ao invés de responder, desci entregando-lhe o capacete que fez do meu cabelo uma bagunça completa, e dei uma olhada por cima de seus ombros, percebendo que estávamos diante de um restaurante chique.

Sasuke reservou uma mesa pro nosso encontro romântico?

Oh God!

Eu queria lhe encher de beijos, mas sabia que o beijo estava guardado para o final da nossa noite fantástica, quando ele fosse me deixar em casa, e eu não via a hora!

— Sr e Sr.ª Uchiha, podem seguir em frente.— disse o recepcionista que não apontou nenhuma das mesas onde as pessoas calmamente jantavam, mas sim para a porta dos fundos. Estranhei, mas mesmo assim, comecei a seguir o Sasuke.

Não acreditei em meus olhos, quando adentramos naquele lugar, tão diferente do restaurante refinado logo atrás de nós. Haviam ringues e pessoas que cobriam umas as outras de porradas! Uma mulher bem maior que eu em todos os lados, usava aparelho nos dentes e dreads no cabelo, olhou diretamente pra mim sorrindo e batendo um punho no outro, como se tivesse me chamando pra treta. Me virei pretendendo correr dali, porém Sasuke me empurrou de volta, lancei um olhar interrogativo a ele.

— Pensei que tínhamos um encontro! — acusei.

— E temos, acho que não cheguei comentar aonde iríamos exatamente... — respondeu com ingenuidade fingida.

— Que diabos estamos fazendo aqui Sasuke?

— Estamos numa fase complicada Sakura, e agora separados, fica mais difícil ficar te protegendo, precisa aprender se defender sem mim.

— Ok, compreendi. Então vamos voltar pra casa do Kakashi e posso ter aulas com os meninos da equipe, já fizemos isso uma vez lembra-se? Por que não voltamos e fazemos isso, hm? — sugeri olhando de rabo de olho pra mulher que não desgrudava seus olhos de mim.

— Não pode lutar com um bando de babacas que estão mais preocupados se você vai quebrar sua unha do que com o seu desempenho. Você mencionou os encontros para experiências que não tivemos, o que por sinal foi uma excelente ideia, assim posso avaliar se quero mesmo ser um homem casado com uma mulher fraca.

A simples menção de um divórcio me gelou a espinha.

— Você... Está... Pretendendo se separar de mim? — perguntei aflita e ele soltou uma risada sarcástica.

— Não fui eu quem fiz as malas e me instalei num apartamento sem você.— rebateu. E doeu. Doeu pra burro! Não tanto quanto o soco que o carinha a minha direita tinha acabado de levar. Céus! Todos ali eram brutamontes e carregavam um olhar assassino. Eu estava amedrontada, e certamente era uma fracote de primeira. Mas eu literalmente lutaria pelo meu casamento. Decidido.

— Está bem. Olhe bem pra este rostinho perfeito, caso sinta saudades. — aconselhei, mas ele ignorou, apontando pra sacolinha com o "presente" que havia me dado.

— Então vá se vestir, sua adversária está aguardando.

Coloquei o Short e o top de lycra, que Sasuke deu. Amarrei o cabelo num rabo de cavalo com elástico e tirei o salto, ficando descalça e ainda menor que a mutante que me aguardava. Assim que saí do vestiário trouxe muitos olhares pra mim, o que não foi uma boa ideia, pois acabaram levando murros gratuitos com a breve distração.

Mas quem poderia culpá-los? Aquela roupa abraçava perfeitamente as curvas do meu corpo, e me senti triunfante quando Sasuke se aproximou com o olhar faminto de quem estava prestes a me devorar. Por outro lado, havia a bombada, que parecia um dragão cuspindo fogo!

Numa última tentativa desesperada de me safar, tentei convencê-lo.

— Me treine você então Sasuke? Por favor? Me treine, pode pegar pesado, eu vou prestar muita atenção pra aprender tudinho, prometo!

Sasuke chegou mais perto, segurando o lado esquerdo do meu rosto com sua mão gigante e tocando minha barriga exposta com a outra.

— Não posso Sakura. Eu jamais... Seria capaz de machucar você... — disse fitando-me profundamente. Senti minhas pernas bambas. E em seguida ele apontou para a mulher ao lado — Mas ela é. Agora vá e não decepcione. — disse me empurrando em direção ao ringue.

Pois é, logo eu que passei o dia inteiro tentando salvar a pele desse miserável do Sasuke, bancando a Barbie salva- vidas e ele me mandando direto pro inferno. Muito legal. Argh...

Subi no ringue ficando cara a cara com a monstrenga que estralava o pescoço de um lado pro outro, assim que sinalizaram pra luta começar e ela veio em minha direção, estendi minha mão pra parar e ela freou.

— Espera, espera, espera... Eu nem me aqueci, isso não é muito justo! — protestei.

— Então vai logo patricinha! ­— respondeu ela.

— Ora, está me confundindo com outra Patrícia, meu nome é Sakura, muito prazer! — disse estendendo a mão pra ela, numa tentativa de sermos amigas e minimizar o número de hematomas em meu corpo, porém ela só ficou olhando pra minha mão no ar como se fosse um urubu morto. Recolhi a mão suspensa ajustando o meu cabelo no elástico. — Bem, como ia dizendo, preciso me aquecer, alguém neste lugar pode colocar uma música da Britney pra eu dançar? — Perguntei bem alto e muitos caras que ficaram interessados no que eu disse levaram mais murros gratuitos.

— Você não veio aqui pra dançar Barbie, comece logo a mostrar o que você sabe e pare de estragar a luta alheia! — reclamou minha adversária.

— Pois bem, então vamos começar de uma vez. — quando ela se posicionou para recomeçar, acrescentei: — porém acho que já que comecei em desvantagem por não aquecer, devo colocar algumas regras neste combate.

— Regras?

— Sim, do tipo: São proibidos socos, chutes, e quaisquer tipos de golpes. — ela riu bem alto, já perdendo a paciência, notei com astúcia.

— E como a Barbie pretende lutar?

— Ora, nunca ouviu dizer que palavras machucam mais que uma voadora? Sou contra a violência. Vamos usar o poder das palavras!— eu disse e ela olhou pro Sasuke como se estivesse pedindo permissão pra me matar. Antes que ele ralhasse comigo, resolvi parar de enrolação. — Tudo bem, tudo bem. Vamos começar, no três!­— avisei. — Um, um e meio...­— contei, contudo no "dois" eu já tinha avançado para dar um chute na costela dela, me espelhando no Rock Balboa, Chuke Norris e Sasuke. Afinal, sempre dá certo quando eles fazem isso.

Não funcionou comigo.

— Trapaceira!— me acusou por ter começado antes da contagem e segurou minha perna no ar, fazendo- me cair no chão e bater a cabeça, senti falta de ar e só então percebi que ela estava com o antebraço no meu pescoço e sua perna dobrada sobre a minha barriga, debati minhas pernas no chão tentando me soltar, porém isso só me deixava mais incapaz de conseguir algum oxigênio pros meus amigos pulmões.

Ficou evidente que o round acabou quando ela me soltou e eu fiquei feito uma panqueca espatifada no chão.

— Levanta logo daí Sakura. — disse Sasuke me apressando. Será que ela não via que eu estava reunindo forças pra isso? Até agora só consegui mover a bola do olho. Argh...

Sem paciência ele me tirou segurando-me em quanto me colocava de pé.

— Você bate que nem mulher! — reclamou virando bruscamente e pressionando-me contra ele. Eu bem que queria poder deitar naquele peitoral e descansar um pouquinho, mas ele me manteve firme, pegando minha mão e colocando o polegar dentro dos demais dedos. — Assim deve ser um punho para dar socos. E assim... — ele lançou meu braço para frente de maneira reta, simulando um soco no ar. — é que você deve bater, a outra mão é seu escudo. — mostrou ele dobrando meu antebraço. — E não fique parada apanhando, também não tente mais chutes como aquele, foi desastroso!— me repreendeu.

Fiz um gesto com a cabeça assentindo suas explicações, o tempo todo me perguntado onde estava a toalhinha branca que ele usaria pra enxugar a minha testa e o gatorage pra molhar a garganta. Treinador de araque!

Sasuke segurou meu queixo, fazendo-me encará-lo.

— Eu não espero que você ganhe a luta, não se trata disso, você jamais conseguiria vencê-la, quero que apenas pense como agiria se fosse numa situação real, como reagiria, como se livraria dela, tem que estudá-la, conhecer seu ponto fraco... Agora vai, ela já está te esperando.

Fiquei esperando pelo menos por um beijinho de boa sorte, mas não rolou. Levei meu traseiro dolorido de volta para aquele rinque, lembrando-me de algo importante e sorri maliciosamente pra minha confiante adversária

"você jamais conseguiria vencê-la"...

— Está sorrindo? Gostou da assurra que levou Barbie? — perguntou ela.

— Por que está me chamando de Barbie, hein brucutu?— perguntei desafiando-a. E quando seu rosto se contorceu numa careta, percebi que encontrei o ponto fraco dela.

— Porque vou quebrar esse seu rostinho perfeito. — avisou rosnando.

— Oh entendi... Tudo isso é inveja porque você é feia de doer? Na boa, parece que seu rosto pegou fogo e apagaram com um tamanco! — disse e ela veio feito um búfalo enfurecido pra cima de mim. — Olé!— disse saindo do caminho bem a tempo e ela voou para o infinito e além, caindo fora do ringue... Quando apoiou as mãos no chão para se levantar ela me olhou, confusa.

— Você...

— Uhum... Vencedora! Fora do ringue, desclassificada Baby!— comemorei dando pulinhos de alegria. Encontrei o olhar do Sasuke que apesar de balançar a cabeça negativamente, não parecia bravo.

Sasuke esperou eu me vestir e voltamos em completo silêncio, não que eu estivesse reclamando já que meu corpo estava dolorido e até falar doía. Mas assim que paramos em frente ao meu apartamento, me veio em mente se era o momento em que receberia meu prêmio por aquele infortúnio.

Quando Sasuke andou até mim fazendo-me recuar passos até a parede, e plantou suas mãos ali, minha respiração ficou desenfreada e então fechei meus olhos, sentindo o mundo parar ao meu redor, este era aquele momento em que caras gostosos, tipo o meu marido, armavam para encurralar a mocinha e dar o beijo.

Pelo menos era o que eu esperava, até uma bitoca estralar na minha bochecha.

Onde está o bafo de menta e língua habilidosa que eu conheço hein Sasuke?

Decepção.

— Você foi uma vigarista hoje... — me acusou e eu me limitei a dar um sorriso frustrado em mais de um aspecto, não só por ele não me beijar, mas pelo "encontro" em si.

— Não mais vigarista que você, me enganou direitinho. Já que sobrevivi a este encontro nada romântico, quero o direito de escolher onde e quando vamos no próximo. — disse desafiante.

— Concordo. — disse ele, fazendo meu coração bater.

— Amanhã. — defini antes que ele mudasse de ideia. E também porque queria vê-lo logo. Ele simplesmente assentiu.

— Boa noite. — disse virando para ir.

— Boa noite. — sussurrei quando ele já tinha desaparecido.


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Notas finais do capítulo

Mancada do Sasuke levar ela pra pancadaria né não? Ainda bem que ela é espertona, hehe ;)
Suborno no Naruto, conversinha com Itachi, requisitando os serviços de Konohamaru... Nossa Sakura trabalhou nesse cap, Barbie vagabunda coisa nenhuma !


Pessoal, as autoras estão fazendo força tarefa pra responder os reviews, e dando uma lida neles, percebemos algumas perguntas frequêntes, tipo:

"São vocês que inventam as lendas que o Sasuke conta no início dos capítulos narrados por ele?"
Algumas nós já conhecíamos, nós pesquisamos também, e outras nos inventamos... ( a do capítulo anterior "Orgulho", foi pesquisando que encontramos ).

"Quantos capítulos vão ter essa segunda temporada?"
Muitos! Está no começo, e temos tanta coisa pra escrever, muitas ideias, nós só paramos de postar porque não estávamos com tempo, mas fim e começo de ano (férias de faculdade e trabalho) vamos postar com muita frequência :D

Dependendo de quantas visualizações, postaremos o próximo amanhã



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