Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 48
Tempo


Notas iniciais do capítulo

Era pra ser postado ontem, houve um imprevisto, mas aqui está!

Boa Leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/288960/chapter/48

Pegamos o primeiro embarque que estava por sair, pois precisávamos chegar o mais rápido possível, o que nos deu tempo para um descanso pela manhã.

Também decidi concordar com Naruto e pernoitarmos num hotel, pagamos por dois quartos ao invés de irmos para minha casa e de Sasuke. Tudo o que eu não precisava era reviver as maravilhosas recordações que tinham aquele lugar e esfregar na minha cara tudo o que eu estava perdendo. Argh...

Acordei linda e maravilhosa para escrever mais um capítulo triste no diário das inimigas... Corrigindo: inimiga mandingueira.

Tomei um banho e me troquei. Estava penteando os cabelos quando Naruto entrou se jogando na cama desforrada, como quem dá um mergulho no mar.

— Bom diaaaaaa! — disse com seu olhar azulado faiscando e aquele sorriso cheio de dentes brancos.

— Bom dia.

— Que humor é este?

— Eu é quem te pergunto. O seu parece inesgotável! Poxa, eu estou me sentindo o Van Helsing, só que ao invés de caçador de monstros, caçadora de macumbeira. Não é algo que eu aprecie fazer!

— Pense positivo, logo estará livre de suas preocupações. Agora comece a movimentar estes saltos altos, porque tenho missões a fazer com a equipe, o quanto antes encontrarmos a mulher e resolver tudo, melhor!

— Mas, Naruto...

— Vamos! — levantou-se me puxando com ele. Consegui me safar e voltar pra pegar minha bolsa, logo estava sendo arrastada novamente.

Pegamos um táxi, enquanto o motorista nos levava ao endereço da velha que conseguimos. Disse que demoraria por volta de quarenta minutos, tempo o suficiente pra eu fazer algo de extrema importância...

— Mais pra cima, Naruto. — orientei.

— Eu to tentando, mas o carro está em movimento, Sakura.

— Se não segurar direito vou acabar borrando toda a maquiagem! — reclamei, posicionando o espelhinho em sua mão da forma correta, enquanto passava o lápis de olho.

— Mulheres... Não sei para quê isso! — reclamou.

— Como para quê? Estou indo ao encontro de uma inimiga. Mamãe sempre disse que a melhor arma é a beleza.

— Ah não, dessa vez, como em todas as outras vezes, vou ter que discordar da mamãe. Essa aqui é a melhor! — disse Naruto mostrando o fuzil cromado preso em sua calça.

— Oh! Naruto, você está armado! — disse surpresa. Naruto fez uma careta e só então percebi que o motorista do carro estava nos olhando amedrontado pelo espelho retrovisor interno do carro.

— Claro que não é de verdade! — respondeu piscando pra mim. — É só para o caso de alguém tentar alguma gracinha. — explicou.

— Chegamos. — anunciou Naruto assim que paramos em frente aquela casa sinistra.

Procuramos por uma campainha, mas não havia uma ali. Então Naruto esmurrou a imensa porta de madeira, em seguida ela se abriu, surgindo ali um rosto muito branco de uma mulher que parecia assustada.

— Quem são vocês, o que querem? — perguntou assim bem receptiva. Argh.

— Somos Naruto e Sakura Uzumaki. Viemos atrás da senhora... — Naruto parou para abrir o papel e ler o nome da macumbeira. — Senhora Sumaya.

A mulher franziu o nariz como se estivesse farejando algo, exatamente como Akamaru faz para detectar minhas joias.

— Vocês cheiram bem. São da polícia? — perguntou cautelosa, Naruto riu.

— Não, não somos. — disse, e tecnicamente não mentiu. Não éramos da polícia, apenas ele era. Tsc...

— Está bem. Qual é a senha? — perguntou a mulher.

— Senha? — eu e Naruto perguntamos incrédulos.

— Sim, Sumaya sempre exige senha para entrarem. E então qual é? — perguntou a mulher com impaciência.

— Não fazemos ideia! — respondi irritada e então a mulher fechou a porta em nossas fuças.

Droga, estraguei tudo!

Quando eu pensava em bater novamente para me desculpar e convencê-la a nos deixar entrar... Ouvi o barulho de correntes e então a porta se abriu.

— Isso mesmo. Se Sumaya lhes deu a senha "não fazemos ideia", é porque realmente deseja falar com vocês dois! Podem entrar!

Custei a acreditar que a primeira frase aleatória que passou por minha mente era o passaporte para entrar. Sou uma gênia!

Naruto e eu adentramos, mas antes que pudéssemos dar um passo adiante, a mulher que nos atendeu espanava nossos pés com um maço de coentro nas mãos.

— É para não trazerem maus fluidos pra dentro de casa. — explicou. Como se os mandingueiros ali fossemos nós! Tsc...

A luz do lugar era alaranjada e tudo era muito estranho.

Segurei a mão de Naruto.

— Venham, fiquem a vontade. Sentem-se no sofá enquanto busco algo para lhes servir.

— Não queremos incomodar... — eu disse, mas fui bruscamente interrompida.

— Eu vou buscar algo. — afirmou como quem não aceita "não" como recusa.

— Está bem então... — disse praticamente para Naruto uma vez que a mulher branquela havia sumido da sala.

Assim que sentamos no sofá, reparei que a mesinha em frente a nós, era preta. Macumbeiros do bem costumam usar as brancas não é? Comecei a ficar preocupada quando percebi que tinha muita fumaça no lugar, em seguida vi que tinham incensos queimando por toda parte.

Também reparei que a fazedora de vudú era fã número um do Harry Potter, Elvira a bruxa e Sabrina de Salém, pelos pôsteres pendurados nas paredes.

E a maldita impressão de que estávamos sendo observados, logo foi explicada pelo gato preto bem acomodado numa cadeira de balanço do canto, com seus olhos fixos em nós dois.

Soltei um grito quando senti meu cabelo sendo puxado e quase pulei do sofá se não fosse Naruto me acalmar.

— Xiii, não grite Sakura, a samambaia enganchou no seu cabelo. — mostrou-me enquanto desenroscava os fios da planta ao lado do sofá.

— Naruto... Este lugar não te parece um tanto... Estranho?! — perguntei.

— Estranho são essas fotos do Harry Potter ao invés do Valdemort! Nem vi essa tal de Sumaya ainda, mas já sei que ela não é de nada. E por que diabos você está sussurrando? — perguntou divertido.

— Estou? — sussurrei e ele revirou os olhos.

— Desculpem a demora... Faltava acrescentar um ingrediente a esta sopa. Tenho certeza que vão amar. — disse a bruxa, voltando para nos entregar os pratos cheios de uma água que parecia podre, com muitos coentros boiando.

Oh God! Essa aprendiz da maldita queria que engolíssemos os maus fluídos!

— Acha que vai demorar muito para a Sumaya chegar? Precisamos falar com ela, urgente! — enfatizei olhando para aquele prato.

— E eu vou saber? Não tenho o dom da vidência. — respondeu.

— Preciso que ela me ajude a desfazer um mal entendido, acha que ela pode me ajudar? — perguntei, enquanto Naruto colocava o líquido na colher e despejava novamente no prato, brincando de um aviãozinho que nunca tomava o rumo da boca dele. Esperto.

— Mal entendido? Se a senhora quis dizer maldição, adianto que a única pessoa que pode desfazer uma maldição, é aquele que a lançou.

— Ótimo. Isso responde minha pergunta, ela poderá ajudar perfeitamente.

No instante em que disse isso, a luz alaranjada piscou, como se fosse apagar e acendeu novamente.

Nós três olhamos para o alto.

— Não teria tanta certeza. Melhor esperar ela voltar. — disse a mulher.

— Precisam trocar a fiação, provavelmente as chuvas estão provocando o curto-circuito daqui. — disse Naruto muito tecnicamente, sem se dar conta de que se tratava de forças sobrenaturais.

— Comam a sopa. — disse a bruxa branca e nem passou por minha cabeça contrariá-la.

Eu e Naruto enfiamos colheres cheias do caldo na boca.

A mulher sorriu.

— Pegarei os búzios e cartas para tentar ajudá-los. — anunciou a mulher virando-se para vasculhar a estante.

E neste instante Naruto e eu nos viramos cuspindo tudo na samambaia, aproveitando para despejar metade do que estava em nossos pratos.

Quando retornou colocou a mandingagem sobre a mesa preta.

E nos encarou.

— O que pretende fazer? — perguntei.

— Eu? Nada. Não tenho o dom de cartomante. — respondeu dando de ombros.

— E como é que pretende nos ajudar? — perguntou Naruto que já estava ficando cheio daquela lenga-lenga.

— Pensei que pudessem comprar um manual de instruções de como usar nas lojinha "como ser um bruxo" vendem, assim podem jogar os búzios e tentar entender a própria sorte, oras! — respondeu parecendo irritada.

— Já chega disso! Onde está Sumaya? — perguntou Naruto de forma não muito gentil, jogando o prato de poção maldita contra a parede.

Aquele não era o feitio dele, mas me dei conta de que estava fazendo a técnica do policial bom e o mau.

— Não tenho bola de cristal! Na verdade tenho, mas está sem bateria! — respondeu-lhe, sentindo-se ofendida. Levantou-se indo até a porta para buscar uma vassoura de palha que ali estava.

— Ai, Naruto... Por que foi fazer isso... Agora ela vai voar! — repreendi agarrando sua mão e me borrando quando ela parou diante de nós.

Mas o contrario do que pensei, ela simplesmente começou varrer o prato que estava estilhaçado no chão.

— Provavelmente ela não tem o dom das baratas voadoras! — ironizou Naruto, tirando o revolver da cintura e apontando para a mulher que parou arregalando os olhos. — Agora vai nos dizer exatamente onde está Sumaya!

— Já disse que não sei!

— Quando volta?

— Não sei!

— Para onde ela foi?

— Não... Sei. Não tenho o dom de incorporar espíritos, muito menos de escrever as cartinhas que eles mandam do além!

— Está nos dizendo que ela está... Morta! — disse horrorizada.

Ela confirmou com um manear de cabeça.

— Você nos disse que ela voltaria!

— E vai voltar, só não sei em qual encarnação!

E foi ali que o meu estoque de esperanças quase esgotou-se, pois bem dizia minha mãe: a esperança é a penúltima que morre.

Em primeiro lugar, foi-se a finada macumbeira, e agora, eu tinha que tratar de fazer com que Sasuke fosse o último a morrer e só daqui uns duzentos anos, pois preferia morrer antes dele e sem pés de galinha no rosto, é claro!

Naruto conseguiu me tirar da calçada antes que a bruxa chamasse a polícia para nós, por causa do meu showzinho que se seguiu assim que soube da macumbeira.

Fomos parar num restaurante, afinal, comer sabendo que não iria engordar era o meu único consolo... Viva a boa genética que herdei das mulheres Haruno!

— Você parou de dormir com Sasuke? — perguntou Naruto enquanto mastigava o espaguete, fazendo-me ficar muito vermelha.

— Não vou falar da minha intimidade com você, Naruto.

— Então é por isso que ele anda tão mal humorado, e disperso nas reuniões com a equipe. Sasuke parece estar com a cabeça em outro lugar... Provavelmente no travesseiro com você em cima dele. — disse Naruto me fazendo jogar um lenço em sua cara.

— Pare já com isso ou nunca mais te confidencio coisa alguma seu loiro intrometido!

— Ok, Ok. Parei. Só estou curioso pra saber o que você pretende fazer agora que a macumba não pode ser desfeita. Como vai agir de agora em diante?

— Eis a questão. — disse pensativa. — Estamos na casa de Kakashi desde o mesmo dia. E a menos que esteja traindo Hinata, você também está sem se relacionar, e está bem não está?

— Claro que estou, não tenho Hinata ao meu lado. Sasuke vê seu traseiro rebolando para lá e pra cá todos os dias, Sakura, vocês são casados e nenhum santo suportaria uma abstinência sem nem um bom motivo pra isso. Não pode continuar se deitando com ele sem que role nada entre vocês!

— Eu sei muito bem disso, Naruto. Tenho passado dias infernais.

— E o que pretende fazer? Se separar por uma besteira dessas? — perguntou.

— Nunca, nem por todo o dinheiro deste mundo me separaria dele! — respondi de imediato. Mas todo o dinheiro do mundo era muito atraente, embora ter feito tal afirmação não fez com que me sentisse uma mentirosa. — Vou dar um jeito, Naruto.

Mencionei aquilo como uma promessa a mim mesma, enquanto forçava o cérebro a pensar nas possibilidades que eu tinha, o resultado foi decepcionante:

Nenhuma.

Suspirei fracassada, voltando à realidade quando Naruto voltou a falar.

— Por favor, a conta. — pediu e o garçom muito polidamente sorriu.

— Sasuke Uchiha ofereceu o almoço como cortesia. — respondeu e eu jurava que ele tinha dito que o meu marido havia pagado a conta do nosso almoço.

E foi isso mesmo!

— Naruto... Como... C- como... — tentei formular uma pergunta, mas o olhar de Naruto para o meu braço já respondia tudo! — Oh meu Deus! A pulseira de Titanic nos dedurou! — disse horrorizada, olhando para aquele treco no meu pulso.

— Orochimaru com certeza ligou para Sasuke não tentar nenhuma gracinha quando viu que estava se afastando... — explicou.

— Sasuke sabe que estamos aqui. SASUKE SABE QUE ESTAMOS AQUI!!!

— Acalme-se, Sakura, estamos voltando pra casa. E foi muita ingenuidade de sua parte achar que Sasuke não saberia onde você estava o tempo todo. Claro que ele sabe! Se ao invés de estar comigo, você tivesse sido sequestrada, Sasuke já estaria aqui, ele... Saberia! — disse Naruto que conhecia bem demais o meu Sasuke.

— É verdade... Ele viria me resgatar. Eu to perdida, Naruto!

E realmente estava perdida em pensamentos. Os pobres costumam pensar na vida olhando através da janela, enquanto chacoalham dentro dum ônibus público. Eu estava bastante contente por poder refletir sobre tudo confortavelmente na poltrona macia, observando as nuvens, da janela do avião.

E é neste momento em que tanto os pobres quanto os ricos, encontram a solução para os seus problemas.

Quando finalmente chegamos até a casa de Kakashi, eu já tinha um novo plano formado em mente.

Naruto concordou em me ajudar, mesmo não concordando com a solução que arrumei.

Nem mesmo eu estava convencida de que iria funcionar, mas tentaria.

Todos os meninos estavam acomodados nos sofás da sala, e tive a impressão de ficarem brancos como papel quando me viram entrar. Perguntei por Sasuke e sem mencionarem uma palavra todos apontaram em direção ao escritório.

Enchi os pulmões de ar, preparando-me para o pior. Assim que abri a porta o vi...

Sasuke estava debruçado sobre a mesa riscando o papel com um pedaço de grafite em mão, como se a única preocupação no mundo fosse aquele mapa.

— Sasuke... — chamei-o, mas ele não se deu o trabalho de me olhar. — Desculpe por ter ido sem lhe avisar, nós tínhamos brigado e eu estava... Eu estava com saudades da casa em que estávamos morando e...

— Tudo bem. — respondeu.

— Tudo bem? — perguntei acreditando muito pouco em suas palavras.

— Sim, e por que não estaria, Sakura? — perguntou finalmente me olhando, em seguida ficou de pé, pronto para caminhar até mim. — Estamos tentando roubar um banco, sendo ameaçados por Orochimaru, você tem uma pulseira rastreadora no braço, e não se importa com nada disso que acabei de citar, está ocupada demais brincando de Bárbie para se importar... Por que é que as coisas não estariam bem? — perguntou entre dentes parando diante de mim.

Dei um passo para trás, chocando-me com a parede.

— Eu sinto muito!

— Sente? Sakura, eu pensei que estivesse se sentindo inferiorizada por te proibir de participar das missões. Abri mão da minha decisão para te agradar, mas e agora? O que quer? Hã?

— Um tempo. — pedi e a dor que senti ao ver a expressão em seu rosto quase me fez desistir de terminar o que tinha em mente, mas prossegui. — Quero dar um tempo no casamento, Sasuke. Eu... Quero ter direito as etapas que não tivemos quando tudo o que importava era o dinheiro.

— Está louca. — cuspiu.

— Não, não estou... Eu gostaria que todo este terror não passasse de um pesadelo, mas poxa Sasuke, sou uma mulher! Não uma bagagem valiosa cujo seu dever é proteger e impedir que se quebre.

— Onde está querendo chegar? — perguntou com impaciência.

— Quero chegar no momento em que digo que sou louca por você, e quero fazer coisas normais com você. Quero andar segurando a sua mão, ter encontros, te namorar, quero tudo o que não tivemos....

— Isso é completamente absurdo, você ficou doida de vez!

— Me instalarei num apartamento perto. Naruto vai te passar o endereço. Esta aliança não vai sair no meu dedo — disse mostrando-a a ele. — Sou uma mulher comprometida, tudo o que faço é pelo bem do nosso relacionamento, acredite. — dito isto, fiquei na ponta dos pés, segurando-me em seus braços para alcançar seus lábios.

Sasuke abraçou minha cintura e nos beijamos apaixonadamente, quando ele encerrou olhando em meus olhos, era como se ele estivesse disposto a sugar minha alma.

— Não pense em me deixar. Você é tudo o que eu tenho. — sussurrei e ele passou as costas de sua mão em minha bochecha molhada.

Afastei-me correndo em direção à porta e quanto a abri, sete marmanjos que escutavam atrás dela estatelaram-se no chão.

Pule-os e segui em frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

fazedora de vudú* foi um apelido mencionado por nossa querida leitora :D


Confiem na Sakura ela sabe o que faz!!!

Próximo capítulo será narrado pelo Sasuke, pretendemos postar neste fim de semana ;)

Postamos uma foto de Akamaru e Sakura, não deixem de visitar nossa page: https://www.facebook.com/pages/Vigaristas/244020002450868?ref=hl

O que acharam do capítulo??????
beijos***