Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 47
Trancada


Notas iniciais do capítulo

Olá!

A culpa foi toda minha (Amanda) por não termos postado ontem. Mil desculpas!

Muuuito obrigada pelos comentários fofíssimos que recebemos!

Boa Leitura :D



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Acordei com um bracinho em volta da minha cintura, e por cima deste, um braço maior e musculoso. Estávamos os três envolvidos num abraço triplo; um tanto difícil desgrudar daqueles dois, mas como dormiam profundamente, consegui sair de fininho, me livrando deles.

Coloquei uma roupa esporte, uma coleira em Akamaru e fui correr pelo quarteirão.

Eu sentia como se fosse explodir se continuasse naquela casa.

E na verdade, sabia bem que o problema não era a casa, mas sim, Sasuke Uchiha e seu charme.

Não estava correndo porque gostasse das minhas pernas doloridas, ou dos meus cabelos despenteados, ou de todo aquele suor por meu corpo, ou pra mostrar o quanto minha bunda ficava bonita naquela calça Lycra — ficava e muito —, mas não era por nada disso.

Estava correndo dele e isso tinha que parar.

Parei assim que entrei no quarto em que dormíamos.

Eu havia passado toda a manhã fora, e Konohamaru já havia se mandado dali.

Pelo visto eu não era a única por aqui que precisava gastar energia acumulada.

Sasuke estava estirado no chão, movimentando a parte superior de seu corpo, numa agilidade incrível. Ele não olhou pra mim e não parou o que estava fazendo nem por um instante. Os músculos de sua barriga se contrariam e a pele branquinha brilhava.

Tudo o que eu queria era dar meia volta e voltar a correr.

Quando tentei fazer isso, bati com a cara no peitoral do Lee que deu um passo para trás e pisou no pé do Sai que vinha em seguida e resmungou um palavrão feio.

— Desculpem!

— Hey rosada, tá toda descabelada, estava treinando com Sasuke? — perguntou Sai, mas antes que eu pudesse responder, Sasuke me cortou.

— Acha que consegue medir a parte interna hoje, Sai? — perguntou, sem parar suas abdominais.

— Vim aqui justamente pra dizer que estamos prontos. Lee já preparou os remedinhos que manterão os seguranças no banheiro por bastante tempo. Precisamos apenas de você para fazer a planta da última área. — explicou Sai e Sasuke finalmente parou aquele sobe e desce.

— Estarei pronto em vinte minutos. — confirmou levantando-se, pegou uma toalha e entrou no banheiro.

— Vocês estão indo até o banco? — perguntei surpresa com o andamento das coisas. Acho que fiquei afastada por tempo demais.

— Sim, mas fique tranquila. Será apenas uma breve visita. — tranquilizou-me Sai. — Bom, vamos nessa Lee.

E os dois se foram.

Sentei na ponta da cama e fiquei por tempo demais pensando no que faria, que me esqueci por completo de Sasuke, que já saíra do banho e agora vestia a camisa.

— Vai ficar parada aí ou me ajudar? — perguntou referindo-se a sua camisa de botões. Não era a coisa certa a se fazer, uma vez que eu estava tentando evitá-lo, mas mesmo assim levantei-me indo abotoar sua camisa. — Eu sei porque está assim... Fugindo de mim. — disse de repente, quebrando o silêncio constrangedor.

Droga, por que raios fui me casar com um cara que lê mentes mesmo, hein?

— Eu sei, isso parece idiotice minha, mas não é, Sasuke. Você precisa entender que... — comecei a me explicar, mas fui interrompida.

— Shii... Deixe-me desculpar primeiro. — ele disse.

Espera aí, ele disse se desculpar?

Do que estamos falando mesmo?

— Andei pensando, e tenho sido muito egoísta com você ultimamente.

Egoísta? Ah sim, só pode ser por ficar me atentando para “dormir” com ele... Isso é muito egoísta, não é gente?

Quem é esse cara, e o que fez com o meu Sasuke?

Continuei quietinha esperando-o terminar.

— Eu sei que as missões e a equipe são importantes para você, e sei que ficar afastada dos nossos planos está te afetando. Ainda acredito que te mantendo afastada você ficará a salvo. Mas agora estou passando por cima de tudo isso, porque percebi que estou sendo muito egoísta por querer protegê-la. Você é especialista em sobreviver, eu mesmo já quis te matar várias vezes. — disse e riu. Uma maldita lágrima já estava querendo fugir do meu olho... Argh. — Então a partir de agora, você tem a minha permissão para voltar para equipe...

— Oh my God! Isso é sério? — perguntei eufórica, sem acreditar.

— Sim... Mas sob as minhas regras e supervisão. — disse.

Eu não podia acreditar nisso...

Sasuke estava mesmo me deixando voltar para equipe sem eu ter que bolar um super plano?

Alguém, por favor, me acorda?!

Sorri feliz da vida, distribuindo beijos por seu lindo rosto até perceber o que estava fazendo e recuar aos poucos. Por sorte ele nem percebeu e saiu do quarto dizendo que estava atrasado para ir ao banco...

Melhor assim.

Caí feito uma boba deitada na cama e abafei minha risada de felicidade com o travesseiro. E no fim percebi que ele não lê tão bem assim mentes. Afinal, eu nem estava ligando muito para o fato de ficar de fora das missões, minha preocupação sempre foi e é a...

Droga, tenho resolver essa questão imediatamente!

Saí do quarto topando com Naruto pelo corredor. As coisas estavam dando certo para mim, e eu precisava estender essa sorte por mais um tempinho até resolver aquela parada da maldição.

— Aproveite que eu estou de muito bom humor hoje. Pode pedir o que quiser, só lembre-se que eu estou praticamente casado. — brincou piscando pra mim.

— Quero que me ajude numa coisa, mas sem pedir explicações. — disse arrastando-o pelo corredor a fim de encontrar o resto dos meninos, e aproveitei para contar o que eu queria.

Assim que reunimos os meninos, Naruto foi logo ao ponto.

— Sakura precisa fazer o retrato falado de uma mulher, e descobrir os seus dados pessoais.

— Peça ao Sasuke, ele é o bom desenhista da equipe. — sugeriu Gaara.

— Não. Sasuke não pode saber que estou pedindo isso. — disse como se já estivesse implorando por segredo. Isso não é bom. Gaara percebeu no ato.

— Fazer um retrato falado de uma mulher e sem que o Sasuke saiba? — perguntou Gaara todo desconfiado.

— E- eu...

— Ela precisa encontrar uma mulher que deu em cima do Sasuke. Quer ir atrás da moça para ameaçá-la. Está com ciúmes, é só isso. — Naruto antecipou-se para inventar a desculpa.

Gaara repuxou um sorriso sarcástico nos lábios.

— Você não presta, garota. — disse Gaara achando divertido.

— Vai ver que é por isso que ele gosta tanto de mim. — disse dando de ombros.

— Posso resolver isso pra você num instante! — ofereceu-se Shikamaru. — Tenho um programa instalado no meu notebook, com todas as características pra montar o rosto da tal mulher. Em seguida, encontramos os dados pessoais fácil, fácil.

Sorri para o Shikamaru, né? O que seria de mim se não fosse esse nerd!

Fui mostrando para ele as características da mulher, e logo aquele rosto pavoroso foi sendo formado. Acrescentei algumas rugas nela também, por todo mal que me fez. Rum.

Maldita.

Quando isso terminar, vou mandar fazer uma boneca de pano dela e espetar com agulhas!

Ela vai ver só!

Ninguém mexe com Sakura Uchiha!

— Tem certeza que descreveu a mulher corretamente? — perguntou Shikamaru estranhando, em seguida mostrou para o Gaara que fez uma careta.

— A tal mulher que deu em cima do Sasuke se parece com isso? — perguntou Gaara como se fosse vomitar. — A mulher é um verdadeiro tribufu, Sakura, tenha dó. Para quê ciúmes? Sasuke não olharia pra esta mulher duas vezes!

— Mesmo assim! Quero que ela se arrependa de ter olhado para aquela belezura de marido que tenho! — bati o pé e eles riram.

— Bem, se é assim. Aqui está o endereço. — Shikamaru passou e eu guardei em minha bolsa, saindo daquela sala completamente agradecida.

Entrei estonteante naquele quarto, estava muito perto de resolver a minha vida. Mas, ainda mais que isso, estava perto de Sasuke.

Peguei uma mala não muito grande, e nela joguei tudo o que precisaria para uma viagem em busca de restabelecer à paz e tranquilidade no meu casamento.

Passei a tarde inteira decidindo o que levar para Europa já que estava desatualizada sobre as tendências da moda. Depois de tudo pronto, escondi a mala em outro quarto para que Sasuke não visse, em seguida retornei ao quarto para tomar banho e armar minha partida ainda hoje.

Saí do banho, e com uma mão segurava a toalha em meu corpo, com a outra tentava abrir a porta, mas ou havia algo de muito errado com aquela maçaneta ou...

Virei-me para olhar Sasuke e ali estava um sorriso torto e cruel em sua face.

— Você trancou a porta? — acusei. Ele não se abalou.

— Pois é... E acho que perdi a chave em algum lugar por aqui... — respondeu com ar de inocência ao olhar para aquela cama. — Ou está fugindo?

Eu o odiava. Sasuke tornava tudo mais difícil pra mim.

— Não, não estou fugindo.

Determinada, subi de joelhos na cama, sem enrolação já fui tirando o lençol que o cobria e jogando no chão.

O maldito estava com os braços despreocupadamente cruzados atrás da cabeça, dando-me uma boa visão de seu corpo.

Certo, eu já esperava vê-lo em sua cueca.

Ele era exibicionista.

Subi o olhar de seu abdômen para seu rosto, e ali não tinha nenhum sarcasmo, nenhuma pontada de provocação. Apenas uma sobrancelha arqueada como quem diz: "E aí, vai ficar babando ou procurar?" Argh...

Brincar de esconde-esconde agora era tudo o que eu precisava mesmo! Argh.

Passei as mãos pelo colchão, mas no fundo eu sabia que estava "frio". Estava apenas ganhando tempo antes de enfrentá-lo, enquanto isso ele me assistia procurar nas laterais feito uma retardada.

Com um suspiro frustrado parei, e encarei Sasuke novamente. Eu precisava dar o fora daquele quarto imediatamente.

Ele permanecia sério, e parecia ter todo o tempo do mundo, esperando eu encontrar a maldita chave.

Eu não tinha mais tempo a perder.

Revirei os olhos e meti a mão dentro de sua cueca. Hmmmmm.

Mordi o lábio inferior. É.

Palpite errado.

Pelo visto não tinha nenhuma chave ali, mas procuraria um momento mais, por via das dúvidas.

Quem poderia me culpar?

Eu esconderia dentro do sutiã, como ele é homem, logo pensei que pudesse ter escondido em sua...

— Tire a mão daí, sua safada. — repreendeu-me ao me virar na cama. — Encontre essa chave logo ou vou arrancar essa sua toalha. — ameaçou com raiva.

Droga! Sasuke estava metendo o terror em mim. Faço tudo por ele e é este tratamento que recebo em troca.

— Vou contar até dez, Sakura. — sentenciou.

Mas eu estava encurralada, seus braços estendidos cada um ao lado de minha cabeça.

Eu poderia me livrar facilmente, ele estava sobre mim, mas não estava me aprisionando. Pelo menos, não com seu corpo. Argh...

E antes que eu pudesse supor ele iniciou e finalizou sua contagem.

— Três, dois, um. — contou. E lá se foi minha toalha da Pérsia.

— Você disse que contaria até dez!

— Você disse que não estava fugindo. E aqui vai uma verdade: um mentiroso reconhece outro. Eu sei que anda mentindo, mas minha tolerância é curta, Sakura. Continue, e veja onde isso vai dar.

Seus olhos cravados nos meus, lançando aquela promessa, ameaça ou... Maldição; deixava claro o recado.

Sasuke me largaria se eu continuasse agir assim.

Antes não conseguia me mover, e agora não conseguia falar. Não podia. Não quando seus olhos abandonaram os meus, para descerem por minha nudez.

E quando ele me olhou daquele jeito, sabia que estava "quente", mas já tinha me esquecido da chave, até apertar o travesseiro sob minha cabeça na tentativa de me segurar quando Sasuke me beijasse, e foi ai que escutei o tilintar... Acordando-me de sua hipnose Uchiha.

— Me desculpe. — disse empurrando seu peitoral.

Ele não colocava resistências, simplesmente permitiu que me enrolasse na toalha, e pegasse a maldita chave do chão.

Com as mãos trêmulas abri a porta e saí.

Fiz isso sem olhar para trás.

Se o fizesse sabia que minha decisão mudaria, mas precisava ser forte por nós e mais que nunca, nos livrar da maldição.

Saí correndo pelo corredor e me enfiei no quarto onde havia deixado minha mala. Me vesti, sem me preocupar em me maquiar e quando abri a porta, Naruto já estava pronto à minha frente.

Engolindo o nó que havia se formado em minha garganta, sentindo meus olhos marejarem. Abracei Naruto que imediatamente retribuiu, afagando meus cabelos, tentando passar algum conforto pra minha confusão interna.

— Você tem que me ajudar, Naruto.

— Eu já disse que vou.

— Só que agora é mais... Complicado. Você é homem e não vai acreditar, mas tem que me prometer que mesmo achando um absurdo ou que estou louca, não vai me internar ou me deixar só nesta.

— E quando foi que deixei você na mão, Sah? — perguntou com um sorriso que transmitia confiança.

Balancei a cabeça.

— Não você nunca deixou. — concordei e soltei um suspiro cansado. — Aconteceu na véspera de Natal, Sasuke chegou a contar para vocês que tinha um capanga do Ourochimaru disfarçado de Papai Noel e o atacou. Nesta mesma noite, uma vidente disse que uma mulher estragaria meu casamento com Sasuke. E me revelou que esta mulher era eu mesma. Ela me lançou uma praga e disse que eu não poderia ter amor, e caso eu não me separasse de Sasuke, haveria morte. — contei sem olhá-lo.

Só pude escutar uma gargalhada explodindo de sua boca.

Estava morta de vergonha. Até pra mim aquela história toda soava ridícula.

Mas como posso contestá-la diante das circunstâncias?

Estamos sendo ameaçados por Ourochimaru, temos que nos virar para roubar um diamante que está no Banco mais seguro do País, e ainda por cima estamos sobre o mesmo teto do irmão com sede de vingança de Sasuke.

— Você é a pessoa mais maluca que conheço, Sakura. Como pode acreditar nisso? — perguntou incrédulo e depois sorriu brincalhão. — Se é pra tirar este tormento da sua cabecinha, vamos logo achar essa velha e desfazer logo a macumba.

Então... Ele aceitou? É isso mesmo produção?

Ufa!

— Certo, Naruto, então vamos logo.

— Só tem mais uma coisinha... — disse me parando.

— E o que é?

— Agora estão todos dormindo. Mas Sasuke vai nos odiar quando souber que fomos viajar, eu e você, juntos.

— Naruto, quando a maldição estiver desfeita, saberei amansar meu marido. — disse e Naruto sorriu pervertido.

Entrelaçou seus dedos nos meus e saímos rumo à velha.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capítulo? Comentem!

Beijos :)



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