Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 46
Artimanha


Notas iniciais do capítulo

Fériaaaaaaaaaaaaaaaaas!!!


Como vão vocês??? Nós também sentimos saudades, e estamos empolgadas para começar a contar as novas missões da segunda parte, mas antes, aperitivos pra vocês !

Capítulo dedicado à Hinata, que fez uma linda recomendação da história! Obrigada, nós amamos :D

Boa leitura :)



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— Bom dia. — disse Sasuke assim que levantei minha cabeça de seu peitoral para olhar em seu rosto.

 Apoiei-me em um braço apenas para constatar que o muro de travesseiros estava ao nosso lado, e não tinham servido de nada, pois em algum momento da noite invadi o território de Sasuke pra me aconchegar em seu calor. Droga!

Não interessa quantas batalhas eu trave contra ele, Sasuke sempre ganha com um sorriso sarcástico nos lábios.

E mesmo assim eu não conseguia ficar com raiva, meu coração se exprimia de tanta admiração por ele. Sasuke era tão bonito, confiante, protetor... A imensa vontade de dizer essas coisas pra ele em voz alta, era sufocante. Mas eu tinha que me segurar.

— Por que não me diz no que está pensando? — perguntou ele. Céus, eu sempre desconfiei que ele lesse mentes, e estava muito próximo de acreditar nisso.

— Fui uma boba de ter colocado estes travesseiros entre nós, e das besteiras que acabei falando ontem. — disse e ele massageou a ruga entre minhas sobrancelhas com o polegar.

— Estou acostumado a ver e ouvir tuas besteiras. Mas não estou acostumado a deitar com você e simplesmente... Dormir. — disse e neste instante tive a sensação de que todo o sangue do meu corpo subiu para as bochechas, queimando as minhas faces de vergonha.

De todas as merdas que fiz ontem foi com isso que ele se preocupou? Que resposta eu daria a ele? Oh God!

Foi quando escutamos um bater insistente na porta.

 Coloquei-me de pé num estalo, e quando pensei em caminhar até a porta, Sasuke segurou meu pulso me impedindo.

— Onde pensa que vai assim? — perguntou com impaciência, lançando um terrível olhar pra minha camisola curta, decotada e francesa.

— Ao banheiro escovar os dentes enquanto você abre a porta ué! — rebati para me safar de sua ira, enquanto ele se levantava com cara de quem não acreditou numa só palavra que disse. Detalhe: Ele estava só de cueca.

Assim que terminei de fazer minha higiene, penteei meus cabelos, e fui até o quarto. Sasuke já estava completamente vestido. Calça preta, camisa preta, jaqueta preta, boi, boi, boi...

Boi da cara...

Oh pare já com isso, Sakura!

Musica de ninar agora não. Você precisa ficar bem desperta pra salvar o seu homem.

Ele não me esperou para sair da bat caverna do Kakashi e foi na frente. Algo me dizia que ele não queria esperar eu trocar de roupa.Por que será? Pf...

Enfim, desvirei o chinelo dele que estava jogado no caminho, pois Dona Mikoto já morreu, quem pode garantir que a maldição do chinelo desvirado não caia nele?

Fiquei maravilhosa e subi, seguindo direto pra cozinha, repleta de ovos fritos, sucrilhos, geleia de morango e muitos marmanjos em volta.

Apenas Akamaru estava de canto com as patas em volta de sua vasilha cheia de leite, como se fosse o maior tesouro de um cachorro. Tsc.

Todos muito gentis me deram bom dia, exceto Lee que me deu um sorriso... Claro!

Outros ingredientes servidos naquela mesa tomaram minha atenção, e Sasuke tem um grande apetite.

Essa conclusão fez meu estômago se embrulhar e meu sensor anti-perigo soar dentro de mim.

— Sasuke Uchiha, vamos lá. Coisas que você não pode fazer se não quiser ter um piripaque e bater a caçoleta: beber café depois tomar refrigerante; comer manga depois de feijoada; comer feijão depois de ingerir jaca; comer manga com leite; comer jaca com manga; comer manga com manga, Tsc! Não pode homem de Deus! — adverti.

— Pão, queijo e presunto, nunca mataram ninguém, Sakura. Agora senta sua bunda nessa cadeira e para de encher a minha paciência.

— Hey, não seja tão rude, Sasuke, ela só tá preocupada. Sempre ocorre que um amigo do amigo do amigo morreu depois de ingerir tal mistura. — defendeu-me Kakashi. Espera... Defendeu mesmo? Argh.

— Eu concordo com a Sakura. Uma vez, disseram no colégio que um garoto parou de frequentar as aulas, porque comeu mentos com coca-cola, e teve seu estômago explodido. Dezenas de pessoas que estavam ao redor morreram. Ele era um garoto-bomba. — contou Konohamaru, com os olhos bem esbugalhados e um tom de voz sinistro, mas só eu fiquei chocada, todos em volta a mesa começaram a rir.

— Claro, aconteceu com aquele garoto, o amigo do amigo do amigo do amigo do vizinho do primo do vô do amigo. — zombou Naruto.

Enquanto todos achavam muita graça do café da manhã suicida que tomavam, a áurea negra da família surgiu, trazendo consigo trevas, escuridão e a lembrança de que tínhamos um problemão pra resolver.

— Temos um banco pra roubar e vocês aí sentados. — apontou Itachi.

E de repente, aquilo se transformou numa reunião mafiosa.

A equipe se manteve ocupada durante os sete dias daquela semana. Cada um aplicava sua habilidade, para bolar o plano e invadir aquele Banco.

Eu não estava sendo envolvida em nada, sabia que Sasuke estava me mantendo afastada de tudo, mas eu estava tão preocupada em fugir dele que não pude reclamar abertamente.

Eu ia me deitar bem cedo, para quando ele chegasse no quarto eu já estivesse dormindo, e despertava junto ao galo do vizinho, dando o fora daquela cama antes que Sasuke acordasse. E durante o dia, ele trabalhava incansavelmente.

Nós mal nos víamos e eu já estava me sentindo infeliz com tudo isso.

Eu percebia muito bem como Itachi olhava estranho para o seu irmão mais novo como se estivesse prestes a dar o bote. Eu não queria acreditar nisso, mas era perfeitamente possível que Itachi fosse uma ameaça a vida dele.

A verdade é que tudo ao redor do Sasuke cheirava perigo.

E ele parecia adorar isso, pois eram apenas oito da noite e ele já estava de volta.

Cedo demais.

Eu estava de pé, mega acordada.

E com uma mega vontade de agarrá-lo.

Ele tirou a camisa.

Ok, tudo sobre controle.

— Sasuke! — disse colocando a mão no peito. — Você por aqui tão cedo, querido?

— Assustada? — perguntou, desfazendo o cinto da calça. Ele não vai me bater, vai?

— N-não... Claro que não... — eu disse tentando parecer indiferente, e soltei a respiração quando ele soltou aquele pedaço de couro no chão.

Ufa!

Sadomasoquismo nunca foi nosso forte.

Aí ele começou desabotoar os botões da calça.

— Está tudo bem com você hoje? — perguntou, e eu sabia bem o que realmente ele estava me perguntando.

Eu já tinha dado todas as desculpas plausíveis que poderia dar. Disse que estava indo dormir mais cedo porque estava com cólica menstrual, porque estava com dor de cabeça, porque um cílio tinha caído dentro do meu olho... Enfim, todas as desculpas plausíveis.

— Sim... — respondi. Ele deu um sorriso de canto e me olhou dos pés a cabeça, então franziu o cenho.

— Que raio de camisola é essa? — perguntou. Ora, o tipo que diz: não vou transar com você nem ferrando. Tsc... Como se não bastasse, ainda tinha colocado um broche bem no meio... Dizem que é brochante!

— O que há de errado com ela? Adoro a sensação da barra fazendo cóceguinhas nos meus pés, e adoro a forma como cobre todo o meu pescoço como se sutilmente fosse me enforcar, mas não faz. — expliquei e ele balançou a cabeça. — E ela é da última moda, tá?

— Só se for a ultima moda das muçulmanas! — rebateu, vindo em minha direção. — Deixa pra lá. Daqui alguns segundos isso não fará diferença. — concluiu sorrindo maliciosamente antes me agarrar, distribuindo beijos pelo meu pescoço.

Como eu pude pensar que Sasuke se importaria com minhas artimanhas para espantá-lo? Tsc...

Droga, o que eu poderia fazer ante a isso?

Bater com a minha bolsa Armani couro legítimo na cara dele? Tsc!

Mas, talvez, essa maldição não esteja de olho em nós dois nesse exato momento, né? Afinal, são sete bilhões de pessoas no mundo, até encontrar Sasuke e eu dentro de um quarto embaixo de uma casa não deve ser moleza!

Fora que tá caindo um pé d’água lá fora, e isso deve estragar a conexão. O wi-fi do meu celular não tá funcionando muito bem aqui embaixo não, vai que...

Sasuke me beijou na boca.

Seja forte, Sakura.

Correspondi, agarrando em seus cabelos.

Resista.

Então... Do que eu estava falando mesmo?

Maldição...

Que maldição? Eu quis dizer pegação. Pois é.

Sasuke me levou para cama antes mesmo de eu pensar num plano de reação.

Ainda bem que estou sempre um passo a frente, e se a minha boca desgrudasse da de Sasuke por um segundinho, eu poderia tê-lo alertado...

Assim que ele sentou na cama, no mesmo instante se levantou a tempo de ver a coitadinha da Akamaru chorar entre os lençóis, e eu rapidamente me livrei dos seus braços para consolar a minha cachorrinha.

— Mas que diabos significa isso? — perguntou enfurecido.

— Akamaru, nossa cachorrinha! Como você pôde fazer isso... Machucou, neném da mamãe? — perguntei pra Akamaru que se aninhou em mim, depois olhei feio para o Sasuke. — Olha o que você fez, peça desculpas!

— Isso é alguma piada? O que esse cachorro faz aqui na minha cama? — perguntou furioso. Tecnicamente a cama é do Kakashi, mas quem disse que eu diria isso a ele, hein?

— E eu vou saber? — dei de ombros. Na verdade eu sabia sim, eu que a coloquei para dormir no lado dele da cama. Mas quem disse que eu diria isso pra ele? E estragar meu plano? Tsc... Nem pensar!

Segundos depois Sasuke estragou todo o meu plano, colocando a pobrezinha da Akamaru pra correr sem dó. Simples assim. Argh!

— E então... Onde nós paramos? — perguntou todo malicioso, e num piscar de olhos já estava em cima de mim.

Eu já não tinha mais forças para lutar contra aquele homem, então simplesmente esperei pelo trovão.

Ainda bem que tinha olhado a previsão do tempo!

E já dizia a mamãe para sempre ter uma manga escondida debaixo carta, pois desde que não fosse misturada com leite, que mal poderia fazer não é mesmo?

E quem não tem mais cão caça com...

Konohamaru!

Sou uma gênia, não?

O menino entrou no quarto com tudo e pulando na nossa cama, assustado como havíamos combinado.

Sasuke deixou de ser branco em instantes, ficando vermelho de raiva pela interrupção.

— Mas que merda! Por que você tá aqui, garoto? — esbravejou. A carinha do Konohamaru merecia um Oscar de melhor ator.

— É que eu tenho medo de trovões, tio Sasuke. Será que posso dormir com vocês esta noite? — pediu num tom implorativo de realmente dar dó.

— Não!

— Sim!

Sasuke e eu respondemos em coro, mas veio outro trovão e o garoto voou para o meu colo. Comecei até a acreditar na encenação.

— Não seja mau, Sasuke! Não vê que o garoto tem medo de trovões? — o repreendi.

— Pois então que ele vá dormir com o Naruto, aqui não! — rebateu.

— Mas o tio Naruto ronca muito... — disse Konohamaru.

— Viu, Sasuke? É só por uma noite, não custa nada... Não é mesmo? — disse aconchegando Konoharu entre nós. Sasuke bufou de raiva revirando os olhos.

— Puta que pariu! — ralhou levantando-se da cama em direção ao banheiro batendo a porta com força num estrondo tão grande que fez o quarto estremecer e eu fechar os olhos.

E quando os abri lá estava uma mãozinha vigarista estendida procurando por recompensa.

Tirei o maldito broche de ouro da minha pavorosa camisola e paguei Konohamaru por seus serviços.


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Notas finais do capítulo

Não sabemos se todos os nossos leitores decidiram viajar, mas se estiverem em casa lendo e comentando Vigaristas, então, postaremos outro capítulo amanhã.


O que acharam do capítulo?

Digamos que Sakura perceba que suas artimanhas são meio falidas e encontre uma solução para seu problema conjugal?

Preparem-se, nos vemos no próximo ;)

3beijos!