Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 35
Fugitivos


Notas iniciais do capítulo

Oláa pessoal *--------*

As escritoras gostariam de intimar todos os fugitivos que tem se escondido dentro dum armário ou de um Kinder-ovo, sei lá, a vir nos fazer uma surpresinha de vez em quando!!!

Pensem conosco, estamos postando os capítulos com frequência... E por mais que as vezes demoramos, sempre respondemos os comentários foférrimos que vocês deixam aqui! Exatamente 119 leitores acompanham e coitadismo a parte, a fic está tomando um novo rumo, seguindo para reta final... De verdade, gostarímos que todos participassem deixando suas opiniões e sugestões. É importante pra nós, nos motiva pra dedéu e dá cóseguinhas no coração :)

Sejem bonzinhos, sim?!

Boa- Leitura!



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Uma palavra, quatro letras, duas vogais, duas consoantes e apenas um sentimento, só que com vários derivados...

Medo.

Sim, meus queridos, e juro que nesse cão de momento aceitaria que fosse o amor. Já estão percebendo meu desespero, certo?

O homem batia de cabine em cabine daquele banheiro fedido e pixado do metrô. Euzinha estava me equilibrando em cima daquele vaso, correndo o risco de enfiar meu pé naquele xixi fedorento.

Nada podia piorar, não é? Argh. Sim.

Meus movimentos não me correspondiam mais. Estava amedrontada demais, apavorada demais.

O medo já consumia todo meu ser, fazendo-me ver a luz...

Sim, mamãe estava ali para me buscar. Eu sentia isso a cada barulho de porta sendo chutada.

Sasuke tinha que chegar logo...

Droga!

Nem sabia se ele viria de verdade!

Ele deve estar comemorando com pipoca e guaraná o meu fim!

Quando finalmente tento aprender com os meus erros, descubro que eles estavam errados de novo. Argh!

Por que é que eu fui abandonar o Sasuke mesmo? Ah sim, a idiota achou que poderia ser uma pessoa ainda melhor. Será que eu não percebi que só de estar viva já é ótimo... Perfeito!

Mas não!

 Agora vou morrer com a tão esperada dignidade...

Grande coisa!

Pelo menos com o Sasuke eu estaria protegida...

Ai, que saudade irei sentir de infernizar a vida daquele lindo!

Ah, não. Eu não posso desistir sem chorar!

Isso, Sakura!

Quem sabe com minhas lágrimas, minha carinha fingida de coitada, minha rara e única beleza, não me salvem de mais essa?

Não tinha mais opções, precisava tentar alguma coisa!

E foi quando finalmente com minha coragem digna dos Harunos, desci do vaso abrindo a porta e tudo aconteceu tão rápido que mal pude reagir.

O homem se distraiu comigo, e num piscar de olhos foi esmagado pela porta com um chute brutal que Sasuke dera. Espirrou sangue para todo lado.

 Aquilo me assustou e muito!

Era inacreditável a frieza com que Sasuke bateu no cara com a porta, depois ainda se abaixou para pegar a arma das mãos dele.

 Eu nunca tinha o visto assim. Aliás, eu nunca fiquei numa situação dessas, de vida ou morte, na qual eu era a sujeita a morrer!

Aquilo me paralisou.

Só consegui reagir quando o olhar do Sasuke mudou, encontrando-se com o meu.

Poxa, ele fez aquilo para me salvar!

Me salvar!

Tive tanto medo...

Abracei-o com toda a força do meu ser, e por um momento pude perceber que ele também correspondia.

 Como se não bastasse ter vindo me salvar mesmo eu tendo saído da equipe, ainda me beijou.

Foi um gesto tão genuíno e protetor, que me fez sentir novamente segura, como quando estava morando com ele.

Sei que é difícil de admitir, mas realmente, Sasuke é meu porto seguro.

Ele segurou minha mão e nós dois saímos daquele banheiro correndo, esbarrando nos curiosos para finalmente chegarmos ao carro.

— Você está bem? — ele perguntou por enquanto dirigia a milhão pelas ruas.

Só então percebi que minhas mão estavam tremendo.

— Uhum... O que foi aquilo, Sasuke? Quem era aquele cara? — perguntei aflita.

— Eu o roubei, e ele já sabe de tudo. Ao que parece o rei da beneficência colocou seus capangas atrás de nós — respondeu irônico.

— Mas por que ele não chamou a polícia, já que sabe tudo sobre nós?

— O que você acha? — Sasuke retrucou todo sarcástico, como se fosse óbvio a resposta e eu custei a acreditar no que veio na minha mente.

— Ele mandou aquele cara para me pegar, é isso?

— Não sei quanto a você, mas ele quer a minha cabeça, Sakura. Provavelmente mandará mais homens atrás de nós. Ele quer seu dinheiro de volta, e depois de conseguir isso, ele me matará. — Sasuke respondeu com toda a calma do universo. Argh.

Ele não tem medo de morrer não, é?

— E agora Sasuke, o que nós faremos?

— Vou deixa-lá num lugar seguro. Kiba e Shizune já devem estar escondidos, e vão fugir do país. Quero que levem você com eles enquanto eu resolvo as coisas por aqui. — explicou e eu assenti um tanto nervosa. Era o certo a se fazer, mas eu não queria me distanciar de Sasuke. Argh.

— Então vamos voltar para casa. Preciso pegar o resto das minhas coisas... Só tenho esta bolsa com duas peças de roupas! — disse mostrando minha bolsa.

— Que casa? Nesse momento essa bolsa é tudo o que você tem! — falou com a maior naturalidade do mundo.

Pisquei atônita.

— Não me diga que você explodiu nossa casa, Sasuke... Céus, minhas coisinhas! Custava esperar? — perguntei já sentindo o luto tomar conta de mim.

Todas as minhas roupas, sapatos, joias, minha hidro, meu sofázinho...

Ai que dor!

 Minha parede rosa, meus toques fashions, a bat caverna...

Tudo foi pelos ares!

Agora só me restara às lembranças daquilo que um dia foi minha casinha e do Sasuke.

 R.I. P Dark house!

— Eu não podia deixar evidências de que trabalhávamos em grupo com os rapazes, entenda isso.

— Acontece que eu nem me despedi... Meu Deus, ainda preciso saber de Konohamaru! — lembrei-me do garoto, e automaticamente vasculhei minha bolsa atrás de meu celular.

Precisava urgentemente ligar para Naruto. Alguém precisava cuidar do garoto por mim!

Mas antes que eu pudesse achá-lo, Sasuke bateu em minha mão.

  Encarei ele, furiosa.

— Não encoste no seu celular! Não podemos fazer nenhuma ligação, nem usar cartões de crédito e nem nada que possam nos rastrear. — repreendeu-me ao pegar o aparelho da minha bolsa e retirar a bateria.

Achei que só fizessem isso nos filmes. Que coisa, não é?

— Agora faça algo útil e troque essa blusa ensanguentada, por favor. — disse ao jogar minha bolsa em meu colo

Eu não deveria seguir todas aquelas regras dele, afinal, nós havíamos terminado, não é? Mesmo que fosse o nosso casamento de mentirinha...

Só que a situação agora era diferente e requeria que eu acatasse suas ordens. Saco.

Ele já era mandão antes, imaginem agora que somos os caçados da vez!

Abri a bolsa retirando a primeira blusinha que vi, só tinha duas mesmo, mas sabia exatamente que combinaria com a minha saia e meu salto, então me virei para Sasuke que dirigia feito um doido.

— Pode tratando de colocar os seus olhinhos na estrada. Não quero causar nenhum acidente distraindo-o com a visão do meu corpinho majestoso, hein! Não me espie, Sasuke Uchiha!

— Não se preocupe. Não há nada aí que eu já não tenha visto antes, idiota!

— Mesmo assim, não quero que veja novamente! Estou apenas me certificando de que não haverá nenhum acidente de trânsito por aqui, querido... — Sasuke revirou os olhos, pregando-os na estrada.

Mas é lógico que ele não pode me ver, em hipótese alguma, e o motivo tinha nome...

E infelizmente, cor.

Maldição de sutiã bege!

Juro que se soubesse que alguém veria, eu nunca mostraria essa negação do mundo fashion.

 Aliás, essa cor deveria ser banida do mundo!

Droga, se o Sasuke me vê com ele, nunca mais vai querer nadinha comigo. Mamãe dizia que lingerie bege não é nada sensual! Argh!

Aproveitei seu momento de distração e tirei rapidamente a blusa suja de sangue, jogando-a aos meus pés, depois peguei a que havia separado e me embananei um pouco para colocá-la, já que Sasuke dirigia a mil e eu não estava com cinto de segurança... Já sabem né? Só faltei quebrar a cara no vidro quando ele passou por uma lombada.

Mas acalmem- se, meus fãs, não quebrei nenhuma unha!

Assim que terminei de pôr a blusinha, algo atingiu o vidro da frente, trincando-o em milhares de pedaços.

 Sasuke freou o carro dando um cavalo de pau, e eu automaticamente levei às mãos à cabeça.

Estávamos sendo seguidos!

 Pior, estavam atirando na gente!

— Abaixe-se, Sakura! — Sasuke ordenou, e assim eu fiz, protegendo a cabeça com as mãos.

Ele retirou uma arma da cintura, engatilhando-a depois levantou a perna dando fortes chutes no vidro trincado, soltando-o na estrada em seguida.

Apertou o botão para abrir a janela e por lá deu vários disparos enquanto acelerava o carro.

Podiam-se ouvir os barulhos das balas que nos acertavam, destruindo o vidro traseiro também.

Mas o lamborghini de Sasuke era potente demais, não havia chance de o carro inimigo nos alcançar.

Nada era páreo para o carro do Sasuke.

Ele o mantinha em alta velocidade enquanto seu tronco estava pela janela atirando nos inimigos. Voltou para dentro do carro controlando novamente a direção, e ao mesmo tempo, se protegia dos disparos contra nós.

Quando cessou o barulho e Sasuke suspirou, entendi que havíamos despistado os caras.

Olhei todo aquele estrago e cacos de vidro no carro, e fui me apoiando no banco para me sentar novamente.

Céus, escapamos de mais essa!

Tentando manter a compostura, dei uma rápida conferida em Sasuke e não havia nenhum arranhão, nenhum tiro, nenhum fico de cabelo fora do lugar.

Como ele consegue hein?

Aliviada, fui dar uma checada em mim mesma, e...

Pelos poderes dos deuses! Minhas unhas estavam intactas...

Ufa!

Bem, eu poderia dizer "Ufa" mais um milhão de vezes, poderia até beijar Sasuke na bochecha por ter nos salvado mais uma vez. Só que eis o problema...

Ainda não havia acabado!

Isso estava estampado no olhar do Sasuke cravado na estrada.

 Sabe quando dizem nos filmes "Isso não poderia ficar pior" daí vai e cai uma baita chuva? Pois é...

Um carro surgiu à milhão em nossa direção, na contra mão, desviando de alguns carros no percurso.

 Já disse que estamos ferrados?

Sim, estamos ferrados!

A estrada era estreita e não havia como o Sasuke dar a volta sem causar um trágico acidente e nos matar!

 Íamos mesmo bater de frente com o carro inimigo?

 Isso era loucura! Mas quando começaram a atirar em nós, imaginei que talvez pudéssemos morrer antes mesmo da colisão.

 Abaixei-me novamente, preocupada com Sasuke que também se abaixou um pouco no banco, já que não havia mais vidro para nos proteger nem que fosse um tiquinho.

Olhei para Sasuke que continuava com o pé no acelerador perguntando o que faríamos. Numa resposta nada sugestiva, ele pegou sua mochila jogando-a na minha direção.

E eu te pergunto qual é a dele? Por acaso aquilo viraria um paraquedas? Se bem que se fosse, não serviria absolutamente para nada, uma vez que não estamos voando!

Qual era o truque dessa vez, hein?

Até daria tempo de perguntar, isso é claro, se ele não tivesse pulado para o meu lado, deixando uma espécie de caixa presa no acelerador no lugar do seu pé.

Abriu a porta jogando sua mochila e a minha bolsa para fora do carro em movimento. O que ele queria?

Menos peso?

 Ainda não me liguei no seu plano, Sasuke querido... Argh.

— O que está esperando para pular? — ele perguntou, e eu me permitir olhar para a porta aberta vendo a velocidade de aquele lamborghini aumentar cada vez mais...

Ele é maluco, é?

 Obvio que não vou fazer isso!

 — Anda Sakura!

— Sasuke, eu não consigo!

— Anda!

— Está muito rápido! — disse retirando os cabelos que o vento trazia e grudavam na minha boca.

Eu não ia fazer aquela maluquice.

Se ele pensa que vou me suicidar está totalmente errado...

Tá, tá, eu vou sim, não tenho opção mesmo! NÃO TENHO OPÇÃO PORQUE SASUKE ME AGARROU SALTANDO COMIGO PARA FORA DO CARRO EM MOVIMENTO!

É isso mesmo, rolamos e rolamos pelo asfalto até saímos da estrada parando no acostamento cheio de terra.

E para piorar, ainda fiquei por baixo de Sasuke que me abraçou para me proteger da explosão que veio a seguir com o seu amado lamborghini chocando-se com o carro dos capangas do Itachi.

 Foi fogo e destroços para todos os lados, mas finalmente estávamos livres.

Poderia comemorar se não fossem as pedrinhas do chão perfurar minhas costas com o Sasuke me prensando em seu corpo musculoso por cima de mim.

 Olhei para ele, sentindo sua respiração descompassada, a minha também estava...

Lógico né? Depois de ter virado de uma hora para outra uma estrela de filmes de ação! Só que eu não tenho uma dublê nessas partes de adrenalina!

Pena que não era ficção e bem que eu queria que fosse.

Estes ralados eram bem reais!

E me faziam cair logo na trágica realidade de fugitivos que Sasuke e eu estávamos vivendo. Argh.

 E por falar nesse homem lindo em cima de mim...

Enquanto meus olhos o admiravam pela coragem e beleza, além de estarem procurando algum ferimento grave nele, os dele estavam nos destroços do seu querido e amado lamborghini despedaçado.

 Aquele carrão era a coisa com que o Sasuke mais se importava, até mais que eu!

 R.I.P bat-carro.

— Sinto muito... — disse baixinho seguindo seu olhar.

Ele olhou para mim e riu sarcástico.

— Pelo menos estamos vivos!

— Vivos e ralados! — observei analisando meus ferimentos nos braços, que já estavam ardendo.

Sasuke assoprou o meu cotovelo quando o ergui para mostrá-lo. Aquele ventinho maravilhoso e aliviador me fez cócegas. Acabei soltando uma risada baixa, o que o fez rir também, e de um jeito diferente.

 Percebi que ele gostava daquela adrenalina toda. Não conhecia este seu lado meio sádico.

 A verdade era que até mesmo eu estava gostando da minha aventura com ele — embora muito prejudicial à minha majestosa beleza.

Sasuke mostrava todos aqueles dentes colgates brancos e perfeitos para mim. Não eram como o sorriso sensodyne do Itachi e nem o close-up do Naruto.

Era o sorriso mais lindo que já vi na vida!

 Ao que parece, a batida não só causou leves ferimentos físicos nele, mas também danos mentais, pois o que aquele sorriso tinha de perfeito, também tinha de raro.

Era tão desconhecido no dia-a-dia com ele!

 Um fenômeno muito raro, raríssimo, mega raro.

 Tive que beijá-lo para parar de brisar naqueles dentes alinhados.

O quê?

Pensam que é fácil ficar com cara de abobada na frente dele?

 É óbvio que nessas horas aquele ego dele vai lá à lua, não podia deixar as coisas assim.

Não mesmo...

Enlacei meus braços ralados em seu pescoço, avançando para o beijo que ele imediatamente correspondeu segurado minha nuca, dando-me apoio.

O lugar não era nada legal, pelo contrário, ainda sentia as pequenas pedrinhas de areia nas minhas costas, e o chão quente do Sol, e eu sabia exatamente que os meus cabelos estavam empoeirados, sujos e feios... Mas, acontece que eu estava beijando o Sasuke, e nesses momentos em que ele corresponde e parece estar gostando, eu me sentia no dever de aproveitá-los, por isso ignorei nossas condições precárias.

Era uma grande pena que ele não pensou o mesmo... Argh.

Desgrudou os lábios dos meus, levantando-se num piscar de olhos. Derrotada, acabei cedendo e ergui o braço para que ele me ajudasse a levantar.

 Passei a mão em meus cabelos, tirando as camadas de pó e pedrinhas que ali havia, depois fiz o mesmo com as roupas, evitando fazer muito esforço já que estava um pouco dolorida pela queda.

Sasuke apressou-me para continuarmos a fuga, começamos a caminhar pela beira da estrada atrás de algum posto ou um lugar “entrável”, onde pudéssemos descansar e comer alguma coisa.

 O Sol estava de rachar e meus pés estavam latejando naquele salto alto, Sasuke carregava sua mochila e minha bolsa, já que eu estava podre de cansada e não aguentava segurar mais nenhuma pena naquele calor do diacho.

— Como é que você sabe que ninguém vai nos achar andando na beira da estrada? — perguntei parando um pouco para descansar.

— Porque eu não faria este caminho. Seguiria para o norte, não sul. — explicou caminhando bem a minha frente. Não parecia tão cansado como eu, e se estivesse, sabia disfarçar.

— Será que dá para descansarmos alguns minutinhos? — perguntei, mas na verdade queria muito dizer "Será que dá pra você me carregar nas costas?". — Você está andando muito rápido, Sasuke. Eu estou cansada!

— Não tem como andarmos mais devagar do que isso. Seria muito melhor para você se tirasse esses saltos dos pés. — observou, voltando-se para mim.

— Nem pensar, uma Haruno nunca desce do salto, meu bem — respondi. Tsc!

Tão bobinho! Até parece que eu desonrarei os ensinamentos de mamãe.

 E então ele veio até mim, jogando as coisas no chão. Droga, não tinha forças para protestar!

Segurou-me pelas coxas, fazendo eu me sentar no guard-rail. Agachou na minha frente, tomando meus pés e só quando ele pegou no meu salto que eu percebi sua real intenção.

— Não, Sasuke, nem pense em quebrar o único salto que me restara! Está maluco é? Prefiro andar do jeito que está mesmo... — disse puxando meu precioso salto para longe daquelas mãos assassinas.

— Então pare de reclamar por estar cansada! — murmurou, voltando a andar, e eu o segui.

Até parece que me rebaixaria desse jeito, nem ferrada do jeito que estou. Rum.

— Se você tivesse ficado quietinha na casa do Naruto, nada disso teria acontecido e nesse momento você estaria num lugar seguro... Aliás, que merda você foi fazer naquela empresa?

— Fui dizer ao Itachi que ia viajar, tirar férias e que por isso me ausentaria dos compromissos com a empresa. Precisava inventar uma desculpa para o meu sumiço repentino, né? Já que eu não faria mais parte da empresa. — expliquei e ele assentiu.

Andamos, andamos e andamos, eu já estava vendo miragens até que uma delas fez mais sentido...

Lugar capenga, cidade fantasma, sabe? Pois é!

 Paramos num bar de beira de estrada, daqueles bem antigos com Harleys estacionadas na porta.

Havia um telefone público e eu corri para ligar para o Naruto, precisava dar sinal de vida e saber sobre o garoto.

 Conversei rapidamente com ele, falando só o mais importante, porque Sasuke me apressava. Pedi para que ele cuidasse do Konohamaru, como se cuidasse de uma mina de ouro, e que se precisasse de ajuda, corresse até Hinata. Ela havia se mostrado bem útil da última vez que precisamos, e eu não saberia até quando ficaria sem vê-lo novamente, mas confiava neles.

Sasuke e eu entramos de mãos dadas dentro do bar, ele não massacrava meus dedinhos como sempre, apenas a segurava até mesmo com delicadeza.

Era maravilhoso sentir seu toque, mesmo que tão simples. Isso me trouxe alguns pensamentos que com certeza iria ter de tratar com ele mais tarde, agora eu só conseguia tentar entender quem foi a criatura que decorou este lugar.

 Estávamos no velho Oeste e eu não sabia!

Aquilo era uma verdadeira espelunca que não via uma faxina há séculos. A iluminação era a base de luz solar, os móveis eram todos de madeira podre, os clientes eram aqueles velhos que enchiam a cara com pequenas doses de pinga. Certamente eram caminhoneiros e motoqueiros que paravam neste boteco de estrada para "relaxar", se é que isso era possível.

A única criatura de saia por ali era eu, não havia garotas, logo... Devoraram-me com os olhos enquanto mastigavam de boca aberta. Eca!

Nós paramos em frente ao balcão, Sasuke estava atrás de mim com uma de suas mãos em minha barriga me cobrindo, enquanto encarava o atendente do outro lado, um homem pançudo com as bochechas avermelhadas, cara de bêbado e boné na cabeça. Eu bem que queria prestar atenção no pedido que Sasuke fazia, mas estar tão perto dele, podendo sentir seu perfume másculo que nem com todo este sofrimento do cão ficara ruim, me deixava inerte a realidade.

Até que o pior aconteceu...

Escutamos um pipoco no teto do bar e viramo-nos imediatamente. Era um homem engravatado que atirava para o alto, fazendo com que todos fugissem do local.

Sasuke me jogou para o canto da parede, fazendo com que eu caísse de bunda no chão. Logo engatinhei para debaixo de uma mesa, com algumas cadeiras a minha frente, o que me permitia ver tudo entrecortadas.

Sasuke havia dado um chute na arma do atirador em seguida dando-lhe um soco na cara. Quando outro homem gêmeo do primeiro puxou o braço de Sasuke, que não se intimidou, apenas deu um ágil impulso derrubando-o com um forte chute no peito fazendo-o voar longe, e voltou-se para o segundo que até tentou dar um soco em Sasuke, mas ele habilmente se desviou, segurando a cabeça do homem com ambas as mãos e batendo-a contra a parede. O homem caiu inconsciente.

Sasuke abaixou-se para pegar a arma dele e quando se levantou, pude ver outro deles que estava na entrada com uma arma apontada em sua direção...

O medo tomou conta de mim e completamente aflita, soltei um grito agudo de pavor.

O olhar de Sasuke imediatamente caiu sobre mim, e no mesmo instante começou o barulho de tiros de ambas as partes.

 Para minha infelicidade, um dos que estavam no chão olhou maliciosamente em minha direção, e graças a minha perfeita atuação sonora, descobriu-me ali encolhida. Como meu salvador estava ocupado, o homem aproveitou para vir em minha direção.

 Abracei fortemente meus joelhos, e antes de qualquer coisa me permiti olhar para frente, a fim de poder vê-lo uma última vez.

Mas aquele cara nojento já estava diante de mim, fazendo-me tremer de medo.

Senti as lágrimas correrem por minha face quando as mãos pálidas seguraram a cabeça daquele homem girando-a e pude ouvir um "clack" de seu pescoço sendo quebrado.

 Sasuke me olhou profundamente e se afastou para tombar uma mesa de madeira em minha frente, como uma proteção.

— Fique quietinha. — avisou-me e eu assenti com a cabeça. Aproveitei a fresta no cantinho da mesa para ver o que ia fazer.

— Venha me dar cobertura, garoto. — o dono do bar gritou para o Sasuke com uma espingarda velha em mãos se sentindo o Rambo, e como Sasuke não era o Chuck Nurris que sobrevive a tudo, e não era a prova de balas, foi para trás de o balcão juntar-se a ele.

 Mais três caras haviam brotado naquele salão e desconfiei que Itachi houvesse contratado o exército para vir atrás de nós. Argh.

Daí se iniciou a terceira guerra mundial. O fim do mundo era hoje e eu ainda não sabia o que vestir! Oh... Esqueci que nem opções de roupas tinha! Argh.

Tampei os ouvidos tentando não me assustar com o tiroteio, o que era impossível! Fora o medo de que algo pudesse acontecer ao Sasuke, estava extremamente preocupada pois não o via se levantar a algum tempo. Então dei um chega para lá na covardia e espiei para ver se ainda não tinha me tornado viúva...

 E lá estava Sasuke e sua inteligência.

 Percebi que até mesmo no caos ele tinha um plano.

Ele estava escondido, aguardando que os inimigos esgotassem suas munições e assim que encontrou o momento perfeito, levantou-se e mirou com sua arma dando um tiro certeiro na testa do último capanga que restava de pé, como no dia em que me obrigou a acertar o alvo no meu treinamento, ele era realmente bom naquilo.

 Sasuke saiu de trás do balcão, virando os corpos com os pés, verificando se estavam mesmo mortos e depois foi até o lado de fora certificar de que não havia outros.

Apesar de estar travada com todo aquele sangue e corpos estilhaçados no chão, senti uma onda de alívio me encher, ficando ainda mais leve quando percebi que tinha acabado pelo menos por enquanto.

Então me levantei e fui correndo em sua direção.

Precisava lhe abraçar mais que tudo neste momento!

Estava com o coração na mão só em pensar que algo poderia ter lhe acontecido.

Foi quando percebi que meu braço em volta de seu tronco estava cheio de sangue. Olhei aflita para Sasuke, sentindo novamente o desespero crescer.

— Sasuke, você... Está ferido! — disse e ele olhou para o próprio corpo como se percebesse somente agora também. Tentei tocá-lo, mas ele deu um tapa em minha mão.

— Não foi nada. — deu de ombros, repreendendo-me.

 Sasuke não havia vacilado um só momento... Como isso foi acontecer?

 Então, lembrei-me do momento em que gritei o distraindo... Fui a culpada de ele ter se machucado!

Lancei lhe um olhar de desculpas e ele me ignorou, dando atenção ao seu parceiro de espingarda.

— Hehê, foi um bom combate! Você até que me ajudou garoto! — disse dando risada. Mas hein? Sasuke foi quem matou todos! Tsc!

— Foi sim... — concordou Sasuke.

— A princesa não se assustou muito, não é? Aliás, deixe-me adivinhar, esse tiroteio todo foi por ter roubado essa belezura? — perguntou.

— Não, a belezura é minha. Roubei outra coisa. — respondeu, dando de ombros e o cara gargalhou.

 Mas não deixei passar despercebido o "minha"...

Amei!

— Vou te dar uma grana pelo prejuízo no bar. Poderia me ajudar dizendo aonde posso arranjar um carro, por aqui?

— Ora... Tenho uma carreta velha, mas que aguenta bem o tranco. —disse o pançudo.

— Ótimo. — concordou Sasuke.

E assim pegamos alguns mantimentos instantâneos que tinham no bar, uma vez que estávamos famintos. Assim que saí comendo um pacote de dorittos, avistei a caranga com a qual teríamos de prosseguir.

 Uma carreta velha, caindo aos pedaços.

Fiquei me perguntando se eu e Sasuke teríamos de levá-la e não o contrário.

Nos despedimos do Rambo e seguimos viagem... Digo, seguimos com a fuga! Argh.

Mesmo com todo aquele sacolejo da caranga, ao invés de vomitar eu apenas adormeci em um sono leve, mas o suficiente para que eu pudesse sobreviver por mais algum tempo, o contrário de Sasuke, que estava visivelmente exausto e ainda na direção.

 Ele percebeu que eu havia acordado e parou o carro, encostando a cabeça no volante.

 Lembrei-me de seu ferimento na costela e toquei seu braço fazendo com que ele me olhasse irritado.

— Não adianta fazer essa cara, você foi baleado. Precisamos parar e cuidar disso. — disse e ele revirou os olhos se recostando no banco.

 Saí do meu lugar e fui me sentar em seu colo, passando minha perna para o outro lado.

— O que está fazendo idiota? — perguntou irritado.

— Tentando ver o buraco que deve ter aí. — respondi, olhando para mancha de sangue que estava em sua blusa por baixo da jaqueta de couro.

— Foi um tiro de raspão, não precisa se preocupar. — murmurou bufando de raiva, jogando a cabeça pra trás ao encarar o teto.

Sasuke estava incrivelmente lindo.

Como pode todo este sofrimento lhe deixar ainda mais belo? Como se fosse um tratamento de beleza ao invés de um massacre? Não sei. Apenas não podia ficar vendo aquele rosto branquinho em contraste com seus cabelos negros que lhe caiam perfeitamente pelo rosto, sem tocar-lhe.

Era impossível.

Acariciei sua face, ele fechou os olhos, então beijei seu pescoço, subindo em direção ao seu queixo enquanto alisava seu pescoço e finalmente onde queria chegar, beijando-lhe os lábios.

Sasuke agarrou minha cintura correspondendo ao beijo com vontade. O melhor beijo do mundo!

 Que logo foi interrompido enquanto ofegávamos nos encarando.

— Sasuke, eu não me importo... Você sabe que não acredito em amor. Não vai me magoar como fez com a Karin, eu prometo. — disse antes que ele me contestasse. Lembrei-me do que Naruto havia dito, e se essa era sua preocupação, gostaria de exterminá-la imediatamente.

— Sakura... Kiba e Shizune estão escondidos porque não podem ser pegos pelo Itachi. Com você não vai ser diferente... Muito em breve vou te deixar... Vou ter de deixá-la bem longe de mim, e só assim estará segura. — Sasuke disse em um tom baixo e sério. Não pude ignorar a dor que sentir com a palavra "deixar", mas ignorei, eu precisava deste momento.

— Eu sei que quer me deixar por que te atrapalho... Esse tiro que levou é a prova disso. E também não me importo que iremos nos separar, não estou pedindo que se case comigo, Sasuke... — disse me interrompendo com a ironia de minhas próprias palavras. Nós já éramos casados! — Não estou pedindo que fique comigo... Eu não vou sofrer, não acredito nisso, lembra? — murmurei e ele abriu os olhos para me fitar.

— Se nada disso te importa, então por que insiste com isso?

— Porque me recuso a acreditar que você não me deseja... Que não dormiria comigo, ainda que me odeie... Que não me ache bonita... — dizia me aproximando de seu rosto, quando de repente me assustei com um forte barulho na janela do carro.

Sasuke abriu a janela e me assustei ao ver um homem com uma arma enorme apontada para nós.


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Notas finais do capítulo

Ganharam muitos chocolates??? Cuidado com as espinhas heim, não se esqueçam das dicas de beleza da Sakura para uma pele de diva!!!

O que acharam???