Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 33
Dinheiro


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por todos os comentrios anteriores *-*
Bom, o captulo anterior foi curtinho e este veio pra compensar... Espero que gostem!

Boa- Leitura!



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E o prêmio de suicida do ano vai para...

Sasukeee!!! Argh.

Ele está querendo me deixar viúva ou o quê?

Tenho só vinte e um anos e por enquanto tudo o que tenho na vida é esse boboca que está tentando se matar!

Como assim ele quer ver o Itachi?

Por que não uma foto? Uma olhada de longe com a ajuda de um binóculo? Uma entrevista na TV? Uma manchete no jornal? Também posso desenhar a caricatura dele... Talvez não fique tão parecido assim, já que as escritoras deram o dom de desenhar para o Sasuke e não para mim!

Ainda assim minha vontade de fazer o bem era maior, e quem sabe ao invés de Haruno ou Uchiha, não viro Sakura da Vinci?

Não? Argh.

Sasuke parou seu lamborghini no estacionamento, e eu suspirei antes de tentar fazê-lo mudar de ideia.

— Tem certeza mesmo? Porque, olha, eu posso entrar sozinha e dizer que você teve uma diarreia, por conta da dieta da banana e por isso não veio. O que acha? Sou perfeita mesmo, não? — sugeri, mas ele me olhou balançando a cabeça negativamente. — Ah, já sei! Nós dois vamos embora agora de fininho e depois eu digo para o Itachi que um andarilho fez xixi no teu carro! Ou inventamos uma doença, o que acha? Podemos dizer que você é o inverso do Lee e não fala com homens! Tcharaamm... Não?! Ou você pode ter pegado uma conjuntivite e não queria transmitir para ninguém. É! Essa doença é o cão, hein. Basta só um espirro e a pessoa pega, fica de cama e tem que ser internada, isso quando não fica em coma! Sei como é, sabe... Oh, não, não. Sei de uma desculpa melhor! Essa sempre funciona querido. Que tal dizer que ficamos presos no trânsito? Não tem erro, o trânsito é sempre caótico. Nós podemos inventar um acidente também, alguém pode ter torcido o pé e ficado impossibilitado de pisar no freio ou...

— Ou você relaxa e fecha essa matraca. Já disse que está tudo sob controle, Sakura. A menos que você meta os pés pelas mãos e acabe abrindo a boca para o Itachi!

— Tá, tá... Não vou meter as mãos nos pés, não sou contorcionista, querido. E também não tenho dores no tornozelo!

— Chega de falação, vamos entrar logo. — ele disse abrindo a porta.

Suspirei mais uma vez saindo do carro. Botei meu pé esquerdo para fora primeiro, para dar sorte, e fui me juntar ao Sasuke que me aguardava gentilmente andando a passos largos e rápidos lá na frente.

Tirei na loteria quando me casei com este homem, não acham? Argh.

— Me espere homem! — gritei, e então ele se virou como se estivesse esquecido algo ou alguém...

E não é que esqueceu?

Vejam só... EU!

 Veio até mim, segurando firme minha mão e me arrastando consigo para entrar no clube.

Adentramos no enorme local, passando pela segurança indo direto para o restaurante, onde rumava a maioria das pessoas.

 Sasuke me arrastava, já que meu cérebro impedia minhas pernas de se mover.

Céus, chegara a hora!

Pior é que eu estava agarrada a Sasuke e não conseguiria fugir quando os dois estivessem cara a cara.

— Ainda dá tempo, Sasuke. Podemos desistir. — sussurrei. — Ainda podemos desistir, Sasuke. Sasuke vamos desistir? Ainda podemos, sabia? Vamos, vamos, o que acha? Desistir é uma ótima opção, é sim! Ou então que tal darmos o fora? Da no pé? Podemos também... Desaparecer! Nos mandarmos? Se escafeder? Escapulir? Fugir? Sumir? Ir? Hein? Hein? Hein? — sussurrava para Sasuke que nada respondia.

Droga, ele é maluco ou o quê?

 Ferrar a vida dele, tudo bem, mas levar a de sua pobre e inocente esposa nãaaaaao!

Meu coração congelou junto com todos os meus movimentos quando avistei Itachi de costas para nós, conversando com Kiba e Shizune. Ao seu lado havia uma mulher magrela e alta.

 Virei bruscamente arrastando Sasuke comigo, mas não rolou já que ele acabara de ancorar ali.

Deu piripaque nele também foi? Argh.

Continuei insistindo para irmos embora, mas era oficial... nada do que eu tentava dava certo!

— Sakura! — ouvi a voz de Itachi atrás de mim.

 É agora, é agora...

Droga!

Virei para ele exibindo meu melhor sorriso.

— Itachi, querido! — exclamei, desgrudando-me de Sasuke para cumprimentá-lo.

Assim dava tempo de o Sasuke dar no pé. O jeito era rezar para que isso acontecesse.

 — Acredita que tive de arrastar meu marido até aqui?

— Imaginei que ele seria igual a você. Sei que você não gosta desse tipo de ambiente mais... da alta. Prefere os locais mais reservados e simples. És mesmo admirável, senhorita Sakura. — Itachi disse enquanto segurava minhas mãos num gentil cumprimento. Apenas concordei. — Agora me deixe conhecer o homem sortudo que se casou com você! — soltou-me para falar com Sasuke.

Ferrou...

É isso.

Goodbye people!

Fechei os olhos esperando para não ver a desgraça acontecer.

Eu avisei, não avisei? Minha alma irá limpa para o céu...

Como não houve nem um barulho de tiro, canhões ou mísseis nos primeiros segundos, abri o olho direito para espionar...

Nenhum corpo morto no chão. Ótimo.

 Então tomei coragem e abri o esquerdo também.

Os dois irmãos se analisavam, Itachi com curiosidade e Sasuke com frieza ou talvez ódio, um ódio glacial que o deixava superior e educado! Como ele fazia isso, hein?

— Como vai, senhor Haruno? — perguntou Itachi com a voz amistosa ao cumprimentar Sasuke com um aperto de mão que até agora não foi desfeito. Medo. — Finalmente pude conhecê-lo, tem uma esposa encantadora! Admiro-a muito! — comentou, e Sasuke sorriu de canto agradecendo, depois me puxou para perto.

— Sakura é mesmo muito encantadora, sorte a minha, não? — Sasuke sorriu de canto, encarando-me com um olhar bastante quente, e se eu não estivesse amparada por seus braços fortes na certa teria me estatelado no chão!

— Aham. — Itachi pigarreou tomando nossa atenção — Por que não se sentam e me contam como foi que o casal se conheceu? — sugeriu.

— Na verdade é uma história bem curta... — começou Sasuke, tomando seu assento enquanto eu me ajeitava na cadeira.

Que olhar foi aquele?

 Ah, nãaaao, de novo não!

Tome uma providência, Sakura. Já!

— Sasuke havia ido assistir um desfile no qual eu participava como modelo... Foi ele bater estes olhos negros que a terra há de beber em mim e PLIM! Amor à primeira vista, não é, querido? — adiantei-me em responder.

— Na verdade, eu estava de olho na modelo que vinha logo atrás de Sakura, mas como ela se meteu na frente não tive alternativas a não ser encará-la. Ela abriu um largo sorriso para mim e...

— Na verdade, estava sorrindo para o negão que estava ao seu lado... Desculpe a revelação só agora, querido! Mas a questão é que você ficou de boca aberta admirando meus belos dentes. —  interrompi aflita e temerosa com seus pensamentos macabros.

— Fiquei de boca aberta sim, mas minha reação foi pelo salto alto que ela usava. Desculpe-me a revelação só agora, querida... A verdade é que o salto se entreabriu do lado se quebrando. Sakura e sua mania de cair... Despencou feito uma jaca podre na passarela... — contou sorrindo, bem encantador. Argh.

— O que Sasuke não sabia, é que tudo não passava de um número! Sim, o coitadinho era tão lerdo que não percebeu que tudo aquilo se tratava de uma encenação crítica aos desfiles ultrapassados, que estavam cada vez mais envergonhando o mundo fashion... O nome da apresentação era “Não caia de moda” e foi por isso que eu simulei uma queda, em nome da arte!

  Isso, Sakura, isso!

— Só que nessa brincadeira, Sakura realmente se machucou!

 Argh. Lá vem ele querer acabar comigo!

— Foi aí que Sasuke correu da plateia batendo com as mãos no peito enquanto vinha me acudir chorando! Sim, gente... Chorando! Não é lindo? — disse, lançando um olhar vitorioso para ele.

— Porque o perfume que ela usava era tão adocicado que faziam meus olhos arderem. Sakura abriu os olhos com cara de débil mental, fechou as pernas para esconder a calcinha, e por conta da pancada na cabeça, beijou-me loucamente, daí sim... Me apaixonei perdidamente por essa mulher, não é, querida?

— É sim, querido. — concordei, afagando-lhe o rosto.

Gostaria que minha mão fosse uma chapa de hambúrguer neste momento, para fritar esse rostinho impecável. Argh.

— Pensei que vocês tinham dito que se conhe... — Shizune ia se manifestar quando Itachi a interrompeu.

— Agora posso entender de onde foi que a senhorita Haruno tirou aquela performance incrível — comentou certamente se lembrando da reunião.

— Modéstia enfarte, eu realmente tenho muitos e muitos anos de bagagem nessa vida! — disse sorrindo.

— Engraçado... Você não tem jeito de modelo! Além de ser baixinha tem muitas lombadas neste corpo... — a acompanhante mocréia do Itachi se manifestou.

Por um acaso ela estava me chamando de gorda?

Não tenho culpa se ela parece um palito de cutucar os dentes! E o que era àquela altura toda? Tá querendo alcançar o céu é minha filha? Argh.

— Bom... Acho que podem encontrar milhares de garotas como você por aí, em qualquer esquina de favela... Já disse que amo favelas? Depois de Paris é meu lugar favorito! Agora no meu caso as chances são nulas... Vai ver é isso, querida! — rebati sorrindo.

O almoço até que passou rápido e eu pude respirar tranquila. Não havia sinais de morte por parte dos irmãos, pelo contrário, foi um show de sarcasmo e ironia. Deu para perceber que eles não iriam virar amiguinhos, mas o que era engraçado, era que Sasuke agira assim por ódio do irmão, já Itachi era, digamos que... Por minha causa!

Não preciso dizer que amei né?

 Tá, tá, preciso sim. Eu amei!

 Morra de inveja Kurenai, rará!

Esse era o nome da palito de dente acompanhante dele, que só sabia beber, e não via a hora de sair para dar uma fumadinha. Até me esqueço que é assim vida de modelos, para manter aquele esqueleto só com pele. Comer um pouquinho faz bem, minha filha!

Enquanto as farpas rolavam, e não estou falando do “espeto” Kurenai, já sabem, né? Eu conversava com Kiba e Shizune sobre trivialidades.

Nosso lado da mesa estava tranquilo e harmonioso, até Kiba comentar sobre os jogos beneficentes que sempre ocorrem nesse evento e Itachi se intrometer dizendo ser o campeão. Kurenai ainda enfatizou que ele tem vários troféus de primeiro lugar. Humm, quer dizer que eles já se conheciam? Pensei que havia encomendado ela de algum catálogo!

Mas voltando ao assunto dos jogos, como imaginei, Itachi convidou Sasuke para jogar e este não hesitou em aceitar, tornando tudo uma competição!

Isso não vai prestar...

Estando ali no meio dos dois irmãos maravilhas, vendo-os soltando lasers pelos olhos um para o outro, prestes a entrarem numa grande guerra, eu tinha certeza apenas de uma coisa:

 Itachi era campeão em todos os jogos que ele sugeriu naquele clube!

Jogos de gente rica!

 Aposto meu rim, que naquela quebrada onde o Sasuke cresceu, ele só aprendeu a jogar futebol, jogar dominó e gritar truco, passatempo de todo pobre! E eu até sugeri isso, meus caros, mas Itachi riu da minha humildade, chamando Sasuke para jogar golfe, pólo e poker.

Vem cá, por que eles não competem para ver quem fica mais tempo embaixo d'água? Ou quem fica mais tempo sem piscar? Quem come mais hot dog? Tiram dois ou um? Ímpar ou par, três neguinhas? De stop? Twister? Quem ri primeiro? Ou quem é o mais bonito? Eu ia amar julgar todos os quesitos dessa brincadeira... É.

E eu não preciso ser uma vidente para saber onde vou colocar todas as minhas apostas, né? Já estou ligada no bolão clandestino que está rolando aqui e apostei alto no Itachi...

Sasuke ao meu lado, parecia muito confiante, autossuficiente e cheio de si e em nenhum momento recusou os jogos, o que me deixou preocupada na minha torcida pelo irmão mais velho...

E corrijam-me se eu estiver errada, mas alguma vez, em algum capítulo Sasuke perdeu alguma coisa? Pelo contrário, o maldito sempre foi bom em tudo.

 Sabendo disto, era óbvio que ele tinha uma carta na manga, ou estava só jogando um psicológico no inimigo?

 Não sei.

 Mas por causa das minhas apostas no Itachi, precisava tomar certas atitudes, não concordam?

Fomos todos para o campo de golfe, menos os espertos da Shizune e Kiba que conseguiram escapar depois do almoço. Sortudos de uma figa me levem com vocês! Mas não, eu tenho sempre que me lascar, não é?

Itachi entregou o equipamento cheio de tacos de golfe para Sasuke, eu fiquei só de olho naquilo e lembrei de quando papai tentou me ensinar. Pobrezinho, mal sabia que eu não havia prestado atenção em nada. Não tenho culpa se meu esporte favorito era fazer compras, mas ele não sabia, ué!

Fiquei ao lado da Kurenai que estava tabacando e não dava a mínima para nada daquilo. Senti uma familiaridade ali, também fazia parte do time que não estava nem aí... Mas eu estava torcendo mentalmente para o Itachi. Ele tinha que ganhar!

Itachi foi o primeiro a jogar, ajeitou a bolinha branca, escolheu um taco que para mim não fazia diferença em nada... São todos iguais! Depois fez um movimento gracioso batendo com o taco na bolinha que voou para bem longe, mas não acertou o buraco, embora tenha caído perto. Depois olhou para Sasuke com um sorriso vitorioso, que eu entendi bem, dizia "Faça melhor". Sasuke sorriu de canto e eu conhecia aquele sorriso e olhar mirabolante. Ele tinha um plano! Contanto que não fosse acertar a cabeça do irmão, por mim tudo bem.

Aproximei-me do meu marido que se preparava para lançar a bolinha, eu estava a fim de participar, sabe...

E então ele fez um movimento com o taco, levantando-o para dar impulso e bater na bolinha, mas antes...

— COF! COF! COF! COF! — comecei a ter um ataque de tosse fingido tirando-o de sua concentração, hehe. Ele olhou para mim e eu parei imediatamente, fingindo estar bem. — Desculpe, de repente bateu um vento que acabou atacando minha tosse... Não sentiram, não?

Ele me ignorou voltando para sua tacada. Novamente se preparou e eu novamente fui interrompê-lo.

— E Sasuke Haruno escolhe o taco. Sasuke Haruno se prepara. Sasuke Haruno dá impulso... Agora Sasuke Haruno está concentrado para bater na bolinha e... Sasuke Haruno não bate! Quaaaaaase! — parei de narrar quando ele desistiu, voltando-se para me encarar dessa vez furioso. — Parou por que, querido? — perguntei a ele fingindo confusão. A julgar pelo olhar dele minha morte estava certa!

— Vem cá, querida. É que antes preciso de um beijo seu para dar sorte. Você sempre me dá muita sorte, não é mesmo? — ele disse. Aham, sempre trago sorte para ele, ainda bem que ele sabe!

Aproximei-me cautelosa, e Sasuke carinhosamente me deu um demorado selinho. Oi?

 Fiquei perdida ali enquanto ele aproximava os lábios no meu ouvido.

— O que você está fazendo, idiota? Pare de me atrapalhar! — sussurrou com o tom raivoso.

Eu o abracei para responder em seu ouvido.

Tão carinhoso esse meu maridinho... Ai, ai.

— Dez mil e eu paro... — sussurrei.

Oras, tenho contas para pagar também! Hehe.

— Mercenária! Pago cinco, agora para, idiota! — sussurrou de volta entre dentes. Tá então, eu aceito. Melhor do que nada!

Sendo assim, voltei para o meu lugar ao lado de Kurenai, Sasuke voltou a se concentrar no jogo e já que eu mudei de time, dessa vez não o atrapalhei, também não atrapalhei Itachi, fiquei olhando para as minhas unhas e cantarolando Britney Spears enquanto os dois competiam.

Aquilo era chato demais, sem graça demais, até tentei bater um papinho com a Kurenai para passar o tempo, mas não rolou... Ela começou a dizer que via semelhanças entre Sasuke e Itachi e eu logo a cortei para que aquilo não caísse nos ouvidos de Itachi. Ela tá é maluquinha, brizadinha da Silva, é nisso que dá ficar fumando e bebendo a todo tempo, coitadinha! Eu hein... Nada a ver. Aham. Argh!

Depois do golfe que, aliás, eu nem quis saber quem havia ganhado, pois me dei por satisfeita somente pelo fato de terem saído vivos de lá... Nós nos dirigimos para a área do pólo... E a única informação que eu sabia sobre aquilo era:

 Dois times, um bando de homens vestidos, bonitinhos em cima de cavalos, eles tinham um taco e uma bola que teriam de acertar nos gols, ganhava o time que fizesse mais.

 Legal, toda essa frescura para dizer: futebol com cavalos!

Enquanto os irmãos foram se trocar, eu fiquei sentada na primeira fileira da arquibancada ao lado de Kurenai que tagarelava cheia de orgulho sobre a quantidade de troféus que a equipe de Itachi havia conseguido, puxando nitidamente seu saco. A única coisa que eu sabia sobre Sasuke era que ele não havia crescido numa zona rural e provavelmente não sabia montar cavalo e nem jogar aquilo.

Ele vai perder feio!

E eu estava decidida a deixar as coisas acontecerem naturalmente, como havia prometido a Sasuke...

 Só que naturalmente de um jeito que me beneficie!

Aliás, isso aqui é beneficente, não?!

Perfeito!

Levantei-me a fim de fazer alguma peripécia, quando vi um empregado carregando os tacos dos dois times, azul e vermelho. Outro funcionário verificava e substituía alguns tacos que estavam quebrados. É isso!

Os segui para ver onde eles desovariam os tacos com defeito e peguei um... É pessoal, acho que não vai acontecer nenhum acidente se eu acidentalmente trocar o taco do Itachi por um quebrado, né?

Não é o cavalo, então ninguém vai se machucar, certo?

Sasuke precisava ganhar e eu precisava do meu dinheiro!

 Kurenai havia me dito que o time do Itachi era o azul, então peguei um taco azul com defeito e voltei para o campo.

Havia um empregado tomando conta dos objetos que seriam usados na partida, então peguei um taco azul, dizendo que iria entregar para o Itachi para dar sorte e o troquei pelo quebrado assim que ele se virou.

Dirigi-me para beira do campo, esperando os rapazes saírem do vestiário. Segurava o taco da "sorte" por enquanto eles já saíam do vestiário. Os dois vieram na minha direção, Sasuke correu na frente e foi quando eu notei que a roupa dele era azul, da mesma cor do taco que eu segurava.

 Droga, droga, droga.

 Tentei me desfazer daquilo, mas ele já havia chegado até mim.

Deu-me outro selinho demorado dizendo que era para dar sorte, mas eu sabia bem que ele tinha feito aquilo só porque Itachi vinha atrás e veria.

Pegou o taco quebrado de minhas mãos e correu para montar em seu cavalo, não deu tempo de eu fazer nada. Aquele beijo fez com que me esquecesse como se fala. Droga!

Itachi do time VERMELHO — valeu pela informação errada, Kurenai — me deu um tchauzinho junto de um sorrido e foi para seu cavalo, e eu me sentindo inútil voltei para arquibancada.

Roía as unhas quando o jogo começou, eram cavalos para lá e pra cá, eu não entendia nadinha... Quando o maravilhoso cavaleiro das trevas surgiu todo belo arrancando suspiros das mulheres.

Sasuke estava lindo naquela roupa!

 Eu estaria suspirando também, se não fosse pela minha armação que dera errado.

Ele estava confiante montado no cavalo negro, mirava a bola prestes a fazer o gol, quando o taco esfarelou com a batida.

Ops!

 Quebrou-se em mil pedaços que voaram, e um dos grandes acertou a cabeça de um jogador do mesmo time. O homem desequilibrou, mas não caiu. Automaticamente Sasuke me caçou na plateia, lançando o pior dos olhares.

É meu fim, gente. Agora é sim!

Em seguida o juiz encerrou a partida, por causa do nocaute no cara, dizendo que não havia jogo com um jogador a menos e também pela suspeita de que outros tacos estivessem quebrados. Aposto que um funcionário perderá o emprego por minha causa. Sorry.

Sasuke saiu do cavalo correndo em minha direção, levantei-me e fui passando pelo pessoal a fim de fugir dele, mas isso nunca dá certo quando é comigo.

Rapidamente ele me alcançou e eu fingi um sorriso me fazendo de desentendida.

— Já te disse que você ficou lindo nessa roupa? Não há mulher nesse clube que me desminta, querido... — comecei a dizer nervosa, quando ele me interrompeu segurando firme no meu braço.

— Para com isso, porra! Você viu o que fez? Estava querendo me matar, idiota?

— D- desculpa... Juro que não era para você. É. O taco era para o Itachi, mas ouve uma pequena confusão de cores e você acabou pegando... E se você não tivesse me beijado, eu teria te avisado, Sasuke! A culpa é toda sua! — disse e ele revirou os olhos.

— Tá bom, mas pare de me ajudar! Desse jeito você só me ferra, Sakura! Pare com isso! — falou entre dentes e eu fiz que sim com a cabeça.

Tudo bem, então seu ingrato!

Depois que perde não venha descontar na sua esposinha linda não.

 — Vou me trocar. Não faça nada idiota.

Ele marchou para o vestiário já que eu acabei com o jogo. Quando retornou acompanhado de seu irmão mais velho, nós fomos para sala de jogos junto com a Kurenai que já havia acabado com seu maço de cigarros.

A tortura já estava no fim!

 Era o último jogo.

 E como o ingrato do Sasuke havia reclamado da minha ajuda, eu não iria fazer mais nada para atrapalhar... Digo, ajudar. É.

Os dois sentaram-se numa mesa junto com outros caras... Dessa vez seria o tal do Poker.

— Itachi foi campeão do último torneio. — Kurenai nos informou.

— Aham. Mas eu doei o dinheiro do prêmio para caridade. — observou.

Automaticamente olhei para Sasuke desesperada.

Prêmio? E de quanto era isso? E quanto serão as apostas?

Aproximei-me de Sasuke para sussurrar em seu ouvido.

— O cara é o melhor nisso, tem certeza que quer apostar nossa grana? — perguntei.

— Meu dinheiro. — corrigiu-me falando baixinho. — E, por favor, não se intrometa no jogo. Você só fará merda!

— Você por acaso é campeão? Não estou a fim de doar o que não temos para caridade!

— Não se preocupa ok? Apenas fique quieta. Você me tira a concentração, Sakura. — ele reclamou.

 Então eu fui me postar ao lado da Kurenai um pouco afastada da mesa de jogos, mas obtendo a completa visão.

 As cartas foram distribuídas para os competidores, apostas feitas, jogadas e mais jogadas, que eu não entendia bulhufas! E aquele joguinho de blefe, raciocínio e sorte já estava me deixando entediada.

 Assistir uma coisa da qual você não entende te deixa entediada! Saco.

Itachi era bom, e se não estivesse blefando, eu diria que sua mão de jogo era boa, porque ele sorria. Por outro lado, Sasuke estava cauteloso e sério.

Medo.

Com o passar das jogadas, alguns dos competidores foram desistindo de aumentar as apostas, jogando suas cartas e anunciando suas desistências...

 No fim só restaram Sasuke e Itachi. Tinha que ser, não é? Argh!

 O cifrão só aumentava e aumentava, até que Itachi resolveu revelar seu jogo, abrindo um sorriso vitorioso. Já era!

Sasuke permaneceu quieto por alguns segundos, depois abriu um sorriso de canto mostrando também seu jogo, todos os outros jogadores ficaram de boca aberta, Itachi espantado e raivoso, bateu com o punho na mesa jogando suas cartas no chão.

 Sasuke venceu!

Espera um pouco... Venceu?

— Uau. São cinco cartas de ouro seguidas do mesmo naipe até o As! É um Royal Straight Flush! — um dos competidores comentou.

Sasuke levantou-se da mesa sendo cumprimentado pelos outros jogadores e a plateia, chegando até mim.

Eu não sabia o que dizer, nem havia entendido nada da jogada, mas era óbvio que Sasuke tinha ganhado do campeão... Como?

Céus, alguém acuda!

— Não te falei para não se preocupar? — ele disse sorridente, com o ar orgulhoso.

— E eu pensando que você não sabia jogar! Ganhou do melhor, como fez isso? — perguntei e ele sorriu novamente, dessa vez um sorriso trambiqueiro.

Aproximou-se de mim, abrindo um pouco seu terno. Olhou para os lados confirmando que ninguém nos olhava, em seguida me mostrou o bolo de cartas, um baralho inteiro ali, depois fechou o terno e sorriu ainda mais.

Ele não ia mesmo perder para o Itachi.

E eu toda inocente achando que ele era bom em tudo.

— Você roubou! Como conseguiu trocar as cartas?

— Você acha que eu sou amador igual a você? Não aprendi meus truques com um garoto de rua... Sou um bandido, Sakura. É isso que nós fazemos... Roubar. E eu não ia perder para aquele otário. — disse triunfante.

Sasuke foi cuidar da papelada de ganhador, e doar tudo o que conseguiu a caridade. Afinal, aquele era o motivo do evento, doar. Argh.

 Deveria dar a grana pra mim, isso sim! Fazer essa enorme caridade para pessoa que mais merece nesse evento!

Quem foi que se lascou desde o início? Eu!

De repente Itachi apareceu, deixando a Kurenai sozinha, e aproveitou a saída do irmão para me raptar dali.

Pegou em minha mão, arrastando-me consigo para longe.

 Caminhamos um pouco até um lugar mais tranquilo, até que me soltou.

— Te trouxe aqui porque queria conversar a sós com você. — explicou, ele cauteloso.

— Tudo bem... Então pode falar. — assenti, não fazendo ideia do teor da conversa.

— Eu havia dito que queria te contar uma coisa... — ele começou.

Eu não fazia ideia se estava preparada para ouvir.

 — Quero te contar isso, porque explica o porquê de eu te admirar tanto. Sempre quis alguém como você ao meu lado... — disse e eu fiquei sem fala.

 Sei que sou perfeita, mas perto dele eu finjo ser uma coisa que não sou.

Ele continuou tirando-me dos meus devaneios.

— Quando criança fui abandonado pela minha mãe. Meu pai contou que ela era uma interesseira e que fugiu com um amante, sei lá. Isso também não me importa mais. O fato é que ela me largou junto do meu pai, foi a pior infância do mundo. Meu pai era um homem amargo, incapaz de demonstrar afeto, pelo contrário, emanava desprezo. Dizia que eu o fazia lembrar minha mãe, que eu puxei a ela, o que só o fez me odiar mais. Sempre viveu pela empresa, me obrigava fazer isso também. Cresci tendo tudo e nada! — riu sem ânimo. — Após a morte dele, ela veio me procurar... Vagabunda! Sentiu o cheiro de dinheiro e veio correndo... Tarde demais, não acha?

— Não é verdade! Digo... Como você pode saber? Ao menos conversou com ela, saber sua versão dos fatos!

— Para quê? Ela me abandonou, tem explicação? Que mãe abandona o filho nas mãos de um homem como Fugako Uchiha? Ela se livrou dele, não foi? Aquela vadia pouco se importava comigo. Não preciso dos seus sórdidos motivos! Já sei que foi pelo dinheiro que ela veio atrás de mim! — disse um pouco alterado. — Por causa dela nunca me casei! Nunca consegui confiar em mulher alguma, porque certamente só estariam de olho no meu dinheiro e quando tivesse um herdeiro comigo, me abandonaria... — levantou a cabeça para me encarar. — Mas daí apareceu você, Sakura. Uma mulher rica que não se importa com o que tenho.

— Itachi, eu...

— Sakura, apenas pense... A decisão é sua. Se preferir o seu marido, vou respeitar sua escolha.

— Gosto de você, Itachi. Mas não posso fazer isso com Sasuke... — murmurei, sentindo-me ridícula por estar sendo sincera num momento como aquele.

Completamente culpada!

Eu sou exatamente a mulher interesseira que só quer saber da grana dele!

De repente, sentia-me um lixo. Estava desesperada!

 — Desculpe-me, tenho que ir... — balbuciei, virando-me, quando dei de cara com Sasuke que estava adentrando o ambiente.

— Vamos, querida? — perguntou, e eu apenas acenei com a cabeça. Queria fugir dali.

Logo após nos despedirmos, fomos para o carro. No trajeto de volta fiquei em silêncio, pensativa.

 Era como se tivessem dado uma anestesia no meu cérebro. Gostaria de poder formatá-lo ou algo do tipo.

 Eu definitivamente não estava nada bem, e o que me garantia isso era o aperto no coração. Uma sensação que deveria ser banida da face da Terra.

 Mas o que era isso?

Compaixão? Tristeza? Culpa? Não sei.

Só estava consciente do silêncio instalado entre nós dois e os olhares de canto que Sasuke me lançava com as sobrancelhas unidas. Talvez tenha sido porque não liguei o rádio, ou fiquei tagarelando em seu ouvido, ou então ele seja mesmo um mutante e sabia o que estou prestes a fazer.

Estávamos em nosso quarto, quando inspirei todo ar cabível em meu pulmão como se estivesse armazenando um estoque em caso de emergências.

Talvez eu precisasse.

Precisava acabar logo com isso...

— Sasuke, eu... Eu não quero mais fazer parte da equipe. Vou aguardar o nosso divórcio até o prazo que combinamos...

— Você o quê? — perguntou ríspido, virando-se para mim — Ainda faltam duas semanas a serem cumpridas!

— Eu sei disso... Me passe a grana que for justa e me inclua fora desta. — disse e Sasuke caminhou até mim com o semblante mais aterrorizante que já vi.

— Não acredito que está dando o fora! Logo agora que está terminando. Não vê que você é o disfarce perfeito para continuarmos a enganá-lo até que tudo esteja pronto? — perguntou enfurecido. Podia sentir seu hálito batendo em meu rosto.

Fechei os olhos, sentindo-me estremecer.

— Não posso prosseguir, não quero mais enganar... — confessei sentindo as lágrimas descerem pesadamente em meu rosto.

— Cretina! — vociferou saindo agressivamente, e eu me permiti cair no chão ainda aos prantos quando ele adentrou novamente no quarto agora com um pacote em mãos, do qual jogou com estupidez no sofá, olhando-me friamente. — Está aí o que você quer, teus 500 mil... Querida. — ironizou, deixando-me só e completamente perturbada.

Que raios de dor insuportável era essa? Não era isso o que eu queria? Livrar-me das missões e ter a minha parte da grana? Por que deixá-lo é assim tão doloroso? Por que sinto que se não estiver ao lado dele, então estou incompleta? Nada faz sentido. Nada.

Passei as mãos no rosto tentando me livrar das lágrimas enquanto me levantava.

Peguei uma bolsa, colocando poucas peças de roupas e alguns acessórios. Mandei uma mensagem para o Naruto avisando que dormiria lá esta noite, e por fim, fitei o pacote com o dinheiro no sofá...

Não o peguei.

Apenas me virei, indo embora daquela casa, e também da vida do Sasuke.


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Notas finais do capítulo

Eu (Taís) responderei aos reviews amanhã, através da conta da Ju, certo?
E ai... O que acharam???

Nos vemos no próximo, beeeeijOs =)