Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 22
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Conseguimos postar mais um! Taís descolou um not temporário... Amanhã ela vem aqui na minha casa e a gente vai começar a escrever no meu pc (Não to falando que vamos postar amanhã!)
Capítulo dedicado as nossas leitoras que recomendaram *--* Hideko e Jessy Haruno. Nós amamos!!
Obrigada pelos comentários anteriores!
Boa leitura!



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Não sei por quanto tempo fiquei naquele estado imóvel, piscando milhares de vezes para ver se acordava logo. Mas não era um sonho, ou melhor, um pesadelo. Era real...

 Eu estava mesmo naquele bairro desprivilegiado, diante da casa simples em que Sasuke e Karin adentraram me deixando para trás.

Quando finalmente consegui me mover, fiquei fitando Sasuke que estava de costas para mim imóvel, olhando atentamente para um porta-retratos cujo garoto estava agarrado a cintura de uma mulher que possuía um semblante fino e postura ereta.

Eu queria ir até ele, queria lembrar do que senti quando minha mãe ou quando meu pai falecera, e poder dizer todas aquelas coisas como o "sinto muito", mas sinceramente para mim isso tudo era estupidez, não sentem nada! Estão ali somente para cumprirem o cansativo dever de velarem alguém.

Mas ele estava ali, sofrendo da maneira dele, com aquele mesmo semblante inalterável, apenas mais vago que o normal e eu aqui completamente fracassada, pelo julgamento que fiz erroneamente.

Pigarreei, sentando-me num dos sofás, quando a vaca finalmente resolveu sair da sala e se meteu no corredor da casa. Sasuke sentou-se no sofá em frente ao que eu estava.

Novamente a urgência de falar algo estava ali presente, me atormentando e eu simplesmente não conseguia me lembrar de como me senti quando eu estava nessa mesma situação.

— Desculpa... — sussurrei olhando minhas mãos. Mas pude perceber que agora seu olhar estava sobre mim.

Suspirei querendo prosseguir.

— Eu só não... Podia imaginar que estava viajando com Karin por este motivo! Eu sequer sabia que você tinha mãe, Sasuke! — disse em tom baixo e... Implorativo, eu acho.

 Ele estava prestes a me dizer algo, quando a ruiva espalhafatosa ressurgiu das trevas com um copo na mão oferecendo ao Sasuke que com um simples gesto de mão recusou.

 A ruiva me encarou e pôs-se a falar.

— O que quer saber? — perguntou, sem negar o tom de irritação somente pelo fato de eu estar ali.

— Tudo — disse e ela arqueou uma sobrancelha sarcástica.

— Pois bem... — disse concordando quando Sasuke a interrompeu.

— Minha mãe era madrasta de Karin. Só isso. — contou sem alterações ou emoções na voz e aquilo me golpeou, não esperava por esta revelação. Nisso, a ruiva levantou rebolando até a estante e mexeu em uma pequena caixa, retirando dali uma foto e entregando-a a mim que peguei curiosa. Era a imagem de um casal e duas crianças.

Fitei-a esperando por mais.

— Minha mãe morreu em trabalho de parto. Mikoto e meu pai se conheceram quando eu tinha dois anos, Sasuke na época tinha quatro. Não demorou muito para que ambos se casassem e vissem morar aqui nesta casa, como uma boa família feliz. — ela disse sorrindo fracamente. — Apesar de ser um lar simples, até que ramos sim felizes. Sasuke me defendia das garotas que queriam me bater na escola...

— Em troca de me dar sua parte no café da manhã — Sasuke se manifestou como se quisesse explicar o porquê da bondade. Desde pequeno já era assim. Cruzes!

— Sempre teve o dom de desenhar e tinha notas ótimas em todas as matérias, embora nunca o tenha visto estudar... Fazia minhas lições de matemática porque eu era péssima... — ela disse sorrindo ao se recordar. — Fomos crescendo e com a idade vieram as fãs de Sasuke...

— Estragava todos meus encontros! — Sasuke protestou.

— Eu era obrigada a dar um jeito naquelas galinhas... — disse. Ó quem fala... A vaca!

— E eu era obrigado a esconder suas bonecas e destruir seus vestidos de festa. — ele disse e ela fingiu lhe beliscar sorrindo com as lembranças.

— Eu te dava cobertura para suas fugidas a noite e em troca você me protegia de tudo! — ela disse e eu percebi que me misturei aos objetos de artesanato espalhados pela casa, me tornara praticamente um ser inanimado assistindo aquela ceninha enquanto apodrecia imaginando aqueles momentos íntimos, momentos de infância que pertenciam somente aos dois. Eu estava sobrando.

— Nem de tudo... Você ainda é vítima do seu passado Karin. — Sasuke disse e Karin endureceu a expressão.

— Meu pai era bom para mim na maioria do tempo... Eu o amava. Mas rotineiramente ele bebia e quando o fazia tornava-se outra pessoa para mim. Meu pai não era agressivo, nunca encostou um dedo em Sasuke ou Mikoto, mas quanto a mim era diferente. Ele me culpava pela morte de seu grande amor e enquanto me batia proclamava o quanto se arrependia por ter permitido que ela me trouxesse ao mundo. — disse secando uma lágrima que percorria pela face fria. — E tudo aconteceu, numa noite particularmente sombria. Mikoto revelava alguns segredos de família ao Sasuke, enquanto eu estava no meu quarto, pronta para mais uma surra. Mikoto veio me livrar daquilo como sempre, meu pai era relutante ao parar, pois dizia que eu era sua filha e cabia somente a ele me educar... Mas ela sempre o acalmava. — fez uma pausa, o clima estava realmente tenso e eu estava me sentindo nervosa com toda aquela história. — Nesta noite fui até o quarto de Sasuke, que estava tão desolado quanto eu. Mas me surpreendi ao ver que ele colocava suas roupas dentro de uma mochila. — Karin disse e eu sabia bem como é ver esse idiota fazer "a mala". — Eu vi ali a oportunidade de me ver livre da vida que levava e implorei ao Sasuke que me levasse, ele concordou. — Karin disse sorrindo ternamente para o Uchiha que encarava o nada somente ouvindo tudo aquilo como se fosse inédito. O silêncio pairou no ar até ele se manifestar.

— Já chega de conversa... Está escurecendo e amanhã bem cedo começa o velório, por conta da doação de órgãos que está sendo feita — disse levantando-se.

Karin levantou-se afoita, limpando as muitas lágrimas que caiam e enfiou-se no corredor sem mais nada dizer. Levantei-me também e Sasuke me conduziu até o mesmo corredor, mostrando-me o quarto no qual iria pernoitar.

— Este é o meu quarto — Sasuke disse abrindo a porta e eu entrei.

— Parece ter parado no tempo — observei o quarto que era cercado de pôster de super heróis, carrinhos e trequinhos pendurados em toda parte, muitos livros e desenhos também espalhados. Foi inevitável não se lembrar do Konohamaru.

— É verdade... Ela não mudou nada — comentou apreciando o quarto, mas logo se inclinou para sair.

— Vai dormir onde? — perguntei odiando-me por não ter mascarado a insegurança na voz.

— Não se preocupe comigo.

— Com ela, é claro — disse respondendo a própria pergunta e rindo sem ânimo.

— Pela última vez direi isto: Karin não é nada minha! — disse entre dentes.

— Ah Sasuke... Ela está num desses quartos aí dando sopa... Sinceramente, só falta me dizer que ela é como uma irmã para você.

— E é — disse e eu ri.

— Uma irmãzinnha que abre as pernas pra você, não é? — perguntei.

— Pense o que quiser...

— Sasuke, essa garota te ama! — conclui, uma vez que ele não parecia capaz.

— Karin estará no quarto dela, e eu passarei a noite no quarto de minha mãe — disse dando satisfações o que normalmente não faria.

Sasuke saiu batendo a porta do quarto pequeno.

 Olhei mas uma vez para aquele quarto, analisando suas coisas, seus desenhos e sorri para mim mesma. O que estava fazendo ali mesmo? Definitivamente eu não deveria estar aqui.

Suspirei sentando-me na cama pequenina e livrei-me de minhas botas, também me desfiz de minha calça jeans. Joguei a jaqueta num canto qualquer, passei a mão nos cabelos e por fim me deitei, acomodando-me naquela cama de solteiro minúscula e infantil.

Puxei o lençol e forcei as pálpebras dos olhos para ver se o sono vinha de uma vez e nada. Eu sabia bem o que estava me atormentando, mas me recusava ficar repassando em minha mente aquele momentinho íntimo deles na sala. Poderia fazer o que contra um "amor de infância"? Argh.

Fiquei olhando para o teto na esperança de adormecer logo. Mas fui surpreendida ao ver a porta se abrindo e dali surgindo um Uchiha, de bermuda, sem camisa, cabelos bagunçados e um olhar carregado de tristeza, solidão e sofrimento.

Sasuke estava sofrendo!

Meu coração agitou-se e martelava forte no peito a cada passo que Sasuke dava em minha direção.

Deitou seu corpo gelado sobre o meu, o que me fez estremecer por completo.

Tudo piorou quando envolveu seus braços por minha cintura, como se pedisse um abraço mudo, algum consolo para sua dor e eu bem que gostaria de ter a fórmula mágica para isto. Certamente não pode ficar no quarto de sua mãe que acabou de falecer, mas a questão é... Ele estava aqui! AQUI! Estava comigo e não com ela.

A sensação de insegurança sumiu num estalo e agora estava delirante com Sasuke sentindo o cheiro de meu pescoço e cabelos sem se importar com o cheiro que tanto odiava, e pousou sua cabeça em meu colo. Instintivamente alisei suas costas nuas, e afaguei seus cabelos lisos. Sasuke parecia-se com um anjo de olhos fechados ali em meus braços. Rezei para estar tocando uma música de rock barulhenta em sua mente para que assim não escutasse as fortes batidas cardíacas que se seguiam somente pelo fato dele estar ali.

Senti minha blusa levemente umedecendo e fechei os olhos, perguntando-me se ele já havia adormecido. Aquela cama totalmente desconfortável e pequena de repente parecia-me o melhor lugar do mundo, enfim pude dormir tranquila

Quando os primeiros tímidos raios solares alcançaram a pequena janela de madeira, clareando o quarto, entreabri os olhos, até tentei mover alguma parte de meu corpo, mas Sasuke ainda estava sobre mim, só que agora por estar dormindo pesadamente seu peso havia dobrado.

 E vejam só... A mão do belezinha em meu seio.

Céus! Até dormindo ele tinha que ser machão?

 Tirei a pata gigante dele dali, sendo o mais delicada possível pra não o acordar. Ele se mexeu apenas um pouco, o que me fez ter uma melhor visão de seu rosto, que estava glorioso com a iluminação no quarto.

 Meu coração já começara a querer me denunciar novamente, mas com um jeitinho ninja consegui sair debaixo dele e na pontinha dos pés, levantei-me meio cambaleando e até que não estava tão dolorida quanto pensei, depois das torturas de viajar no porta malas e depois Sasuke dormindo sem piedade em cima do meu corpinho frágil.

Sendo assim, fui até o quarto entreaberto de Mikoto, reconheci pela cama de casal vazia. Entrei-me pegando uma camisa de Sasuke que estava jogada e a vesti. A roupa que trouxera, usaria no enterro.

 Segui até a cozinha, decidida a preparar um café da manhã. Então fui até a geladeira e armário, bem abastecidos e coloquei tudo o que encontrei em cima da mesa, até mesmo o pacote de café no centro da mesa. Tá legal... Eu tinha pesquisado no Google como é que se fazia certa vez, mas aqui não tinha cafeteira e tudo ficava mais difícil assim.

 Mas decidi fazer uma boa ação e fui tentar lavar as louças que havia na pia... E me matei para cumprir essa missão. Cruzes! Isso enfraquece as unhas, sem falar que já tinha quebrado uma, o que doeu muito por sinal. Argh.

— O que deu em você para acordar tão cedo? — assustei-me com a voz de Sasuke.

Olhei para trás vendo-o incrivelmente sexy, encostado na entrada da cozinha com seus braços musculosos cruzados.

— Não esperava que eu conseguisse dormir com todo aquele peso sobre mim, não é? — perguntei irônica.

— Admita... A sensação foi ótima — disse ele sarcástico.

— Ah sim claro, sabe... Eu nunca fui moída num triturador de carne, aterrada por um caminhão de areia, nem pisoteada por uma manada de búfalos enfurecidos... Mas acho que a sensação foi a mesma! —disse e ele riu baixo.

— Diferente de você, queridinha, acho a sensação maravilhosa de ficar com o Sasuke por cima... Se é que você me entende — a vaca ruiva se meteu entrando na cozinha e abraçando Sasuke por trás. Argh.

— Pena que essa sensação vai virar lenda na sua memória, né queridinha? Guarde-a bem, pois nunca mais se repetirá, haha... — provoquei-a sorrindo de canto vitoriosa.

— Chega! Vocês duas já estão me irritando! — Sasuke interferiu soltando-se da ruiva para se sentar à mesa.

 Fuzilando-me com os olhos por eu estar com a blusa de Sasuke, a vaca ruiva foi rebolando até a pia, e foi aí que eu percebi sua micro camisola vermelha, que mostrava mais do que cobria de seu corpo de baranga.

 De propósito ela se inclinou nas pontas dos pés para pegar uma xícara no armário alto. Argh. Sasuke que não ouse olhar esse rabão para ver o que não lhe acontece!

— Sasuke, ajude-me a preparar o café, pois sua mulherzinha é tão mala que aposto que não sabe nem como se liga o fogão... — Karin disse e eu quase voei no seu pescoço se isso não fosse totalmente verdade. Argh. Sabe o que cairia bem agora? Um raio bem na cabeça de pica-pau dessa ruiva!

— Sasuke, querido, na minha criação nós não ajudamos os empregados a preparar as refeições. Fique aqui — retruquei e Sasuke revirou os olhos se levantando.

— São tão irritantes que conseguiram tirar minha fome. Vou tomar um banho — avisou, retirando-se da cozinha. Eu iria embora também se eu meu estômago não estivesse criando um buraco negro de tanta fome.

— Sabe, Sakura, vou te contar um segredinho... — Karin começou inclinando-se para mim. Seus peitos de vaca leiteira só faltaram sair para fora do projeto de camisola que ela vestia — Sasuke odeia mulheres ciumentas, possessivas e que pegam muito no pé... — olha quem fala! — Deixe-o livre, Sasuke odeia chiclete — ela terminou insinuando sobre meu cabelo. Vaca!

— Deve doer quando você deixa a pessoa livre para escolher e ela não escolhe você, sorry... — sussurrei inclinando-me para ela também. É. Não sou despeitada não!

E assim ficamos, eu a esperando preparar o café, ela me provocando e eu retrucando. Tomamos café no mesmo clima provocativo, eu não cederia. Desconfiei até que ela tivesse colocado algum veneno na minha comida... Ué, nunca se sabe! É melhor remediar do que me prevenir... Oi?

Sasuke nos apressou para tomarmos banho logo, e lá fui eu disputar o banheiro com a vaca da Karin que ganhou a corrida. Sendo assim, fui caçar minha bolsa com as minhas roupinhas...

 Praguejei mil vezes quando percebi que só havia trazido roupas coloridas. Eu seria uma Teletubbies num enterro. Argh!

 Esmurrei a porta para que a ruiva saísse do banheiro. A pirraça da maldita era tanta que a bichinha estava fazendo uma turnê da Madona no banho.

 Alguém avisa para ela que ela não sabe cantar? E ah, alguém avisa para ela que Madona saiu de moda também, por favor. Argh.

Quando finalmente ela saiu, parecia uma velhinha toda enrugada. Mentira, mas seus dedos e pés estavam sim! Entrei naquela sauna que a ruiva transformou e quase levei um tombo. Acreditam que a maldita alagou o banheiro todo de propósito? Eu poderia ter beijado o chão! Poderia ter quebrado mais uma unha! Argh. E como se tudo estivesse às mil maravilhas... Sasuke resolveu que estava na hora de irmos e começou a esmurrar a porta.

Poxa, mas eu tinha acabado de entrar no banho! Saco!

Depois de pagar todos os meus pecados, fui me trocar rapidão. Coloquei uma saia cintura alta, um pouco curta e colada rosa, com uma camisa de seda cor areia e minha botinha preta de cano curto. Deixei meus cabelos secarem soltos e fiz uma maquiagem básica.

 Cheguei à sala onde Sasuke reclamava de minha demora e a Karin concordava dizendo que eu era fútil demais. Sínica, foi ela quem me atrapalhou. Argh. Ignorei também os comentários da invejosa vaca sobre minhas vestes.

Os dois estavam de preto e óculos escuros.

— Vocês não leem revistas de moda velório? Minhas roupas são tendência, queridos! — disse aos dois.

No carro foi outra disputa entre Karin e eu entre quem se sentaria no banco da frente. Ganhei por se a esposa do Sasuke.

 Rá, toma essa pelo banho, ruiva!

Sasuke tocou com o carro dali, indo para o cemitério. Chegamos ao local em poucos minutos. Havia uma espécie e capela onde a mãe de Sasuke estava sendo velada.

 Agarrei-me ao Sasuke que não reclamou. Aquele ambiente era triste e me fazia lembrar de meus falecidos pais.

 Acabei não entrando na capela, Sasuke entrou com Karin que danou-se a chorar e eu fiquei esperando do lado de fora.

De repente vieram sensações estranhas e tristes... Lembranças da minha infância, dos meus pais, de quando era rica e feliz.

Eu queria consolar Sasuke, ficar ao seu lado para demonstrar que eu estava ali para confortá-lo, mas simplesmente não conseguia entrar. Fiquei esperando até que Sasuke com mais algumas pessoas que não conhecia apareceram carregando o caixão, Karin estava mais atrás chorando descontrolada.

 Caminhei ao lado das pessoas indo para a cova. E começou a parte triste... O enterro.

 Enquanto o caixão descia na cova, um padre rezava, as pessoas que cercavam a cova fitavam o caixão com tristeza. Karin chorava num canto, Sasuke estava imóvel, tinha o olhar fixo no caixão descendo. Aproximei dele agarrando firme sua mão em sinal de conforto. Logo após as palavras do padre vieram as flores despejadas sobre o caixão.

 Na vez de Karin, aos prantos ela disse:

— Obrigada por ser uma ótima madrasta, por muitas vezes me salvar de meu pai... Obrigada por me trazer o Sasuke. Sentirei sua falta.

Aproximei-me querendo fazer o mesmo, senti os olhos curiosos e cautelosos de Sasuke em mim, afinal eu sequer conhecia sua mãe... Mas ele nada disse.

— A senhora não me conhece, Dona Mikoto. Sou Sakura... Agora uma Uchiha como a senhora — suspirei sorrindo para o caixão com a gravura de seu nome gravados na cor ouro. — Sabe... Certo dia minha mãe, disse-me que passaria alguns dias no médico para um simples tratamento, e que logo voltaria... — ri sem ânimo. — Eu acreditei... Assim como também acreditei, ainda quando criança, no que meu pai dizia, sobre sua imortalidade. Disse que nunca morreria, nunca deixaria a princesinha dele... — Engoli o choro que queria vir sem pedir licença, já sentindo um nó na garganta e um sofrimento nunca sentido se apossando de mim. — Para mim... Sempre foi como se eles só estivessem viajando, e que a qualquer momento podem voltar. — disse com a voz embargada já sentindo as primeiras lágrimas percorrerem minha face. — Às vezes eu até falo com ela... Como se estivéssemos numa ligação interurbano, me escutando, me aconselhando... — ri em meio ao choro sufocante. — E eu sei que ela olha por mim, cuida de mim... E sei que a senhora fará o mesmo com Sasuke.

 Suspirei, livrando das novas lágrimas que não paravam de brotar. Céus! Como isso era chato!

 — Se encontrar com eles por aí... Diga que eu os amo. — disse fechando os olhos para sentir a dor que se aprofundava. Eu não havia dito nada a eles, quando se foram, eu nunca quis acreditar. — E tentem não ficar muito bravos com o nosso casamento. — sorri. — Adeus Senhora Mikoto. — disse e senti as mãos de Sasuke me levantando, enquanto escutava o barulho da terra caindo. Escondi-me em seu peito e terminei o desabafo de lágrimas reprimidas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam???? Queremos comentários! Recomendem!!
Beijos, até o próximo!