Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 13
Sedução


Notas iniciais do capítulo

Mais um, obrigada pelos comentários! Esperamos que vocês gostem!
Boa leitura!



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Bebi mais um drink daqueles que pareciam fracos, mas que já estavam me deixando alegre. Precisava de uma boa dose de coragem para amansar Sasuke. Eu me sentia vitoriosa por ter esfregado a cara da Karin no chão. A coitadinha ficou tão atordoada com a visão de Sasuke dançando comigo que se escafedeu da festa. Melhor assim, eu não estava afim de barraco.

Sasuke estava sentado bebendo, sem nada dizer e eu estava ao seu lado olhando Sai fazer mais uma de suas bilhares de performances dentro da piscina. Lee estava sentado com os pés dentro da água, quase me mijei de rir quando uma loira se aproximou dando em cima dele, ele a deixou na voz, literalmente. Shikamaru também estava sentado com um notebook em mãos, ele me parecia um viciado em tecnologia. Já Neji estava se agarrando com uma garota na pista de dança. A festa num geral estava muito boa, fiquei caçando Naruto com os olhos, mas o loiro não parava quieto num canto, afinal era o anfitrião daquela bagunça toda.

Então, decidi sair de meu lugar e fazer algo acontecer.

Comecei a desatar a correia de meu salto, enquanto Sasuke me olhava de canto.

Levantei tirando meu vestido sem muita pressa, queria chamar sua atenção. Ajeitei meu biquíni e joguei os cabelos fazendo charme. Fui em direção a piscina e dei um mergulho, sentindo o impacto de meu corpo quente em contato com aquela água gelada. Lembrei-me do chuveiro de Sasuke, o que me fez pensar que talvez ele estivesse com saudades de um banho gelado como nos velhos tempos, quando eu ainda não havia trocado seu chuveiro. Só que dessa vez seria melhor, porque tomaria seu banho comigo.

Não custava nada tentar, não é mesmo?

Fui nadando graciosamente até a beira da piscina, e com o dedo indicador fiz sinal para que entrasse. Ele continuou me encarando com a boa e velha máscara irredutível, apenas levando seu copo de bebida mais uma vez a boca, virando-o duma vez. Perguntei-me como aquele traste não ficava bêbado nunca?! É um mistério para mim, viu.

Fiquei um pouco frustrada com a falta de resposta, fui mergulhar novamente, e quando voltei a superfície, vi que Sasuke estava de pé tirando sua camisa, expondo seu abdômen extremamente definido e vindo em minha direção.

Meu coração idiotamente começou a tamborilar dentro do peito.

Céus, eu estava nervosa! Afinal, estava tentando seduzir um predador. Sasuke era frio e não seria nada fácil "amolecer o coração de pedra", como diz Naruto.

 Ele lançou-se na água com perfeição, e quando levantou já estava a minha frente, com seus cabelos negros desgrenhamos pingando. Eu não costumava ver seu rosto de perto muitas vezes, pelo menos não assim, sem nenhuma careta, e quando o fazia guardava cada detalhe tentando memorizar como sua expressão podia ser menos ofensiva.

Mantive isso em mente, respirando fundo.

 — Está gelada do jeito que você gosta — comentei puxando assunto.

 — Está podendo se exibir do jeito que você gosta — ele rebateu com frieza.

 — Isso te incomoda?

 — De jeito nenhum. Continue cumprindo nosso combinado direitinho que por mim está tudo bem.

 — Eu faço a minha parte. Você não faz a sua. — rebati.

 — Não faço?

 — Não.

 — Hoje mesmo paguei o absurdo de fatura do seu cartão! — ele disse indignado.

— Não estou falando disso, Sasuke. — revirei os olhos, já sentindo a fúria querendo transparecer. Mas precisava me controlar, então tinha que dar o fora daquela piscina antes que estragasse meu plano.

— Volta aqui — Sasuke me puxou empurrando-me contra a lateral da piscina. — Ta falando de que? — perguntou furioso.

 — Ainda tenho que te dizer, Sasuke? Você tem mais que apenas um combinado comigo, você tem um contrato! — disse esbravejando. Respira Sakura. Respira! Lembra-te dos quinze mil. Argh.

— Seria. Muito. Pedir. Coerência? — Sasuke soltava cada palavra entre dentes, esmagando-me contra a parede, só que dessa vez com uma expressão muito assustadora.

 — Esquece... Você não entende — disse bufando.

— Odeio você — ele disse ainda com aquela carranca. Mas isso me incomodou. Era mesmo necessário soltar uma coisa dessas? Argh. Saco. Foco Sakura. Não se deixe abalar! 15 mil! 15 mil!

— Então me odeie mais... Sasuke Uchiha — sussurrei em seu ouvido e enlacei minhas pernas em volta de sua cintura. Passando as mãos em seu abdômen. Segurei suas mãos levando à minha cintura.

Tenho que admitir, era bom! Mas ele me arrancou com brusquidão de seu corpo.

— Por que acha que pode dar fim ao assunto?

 — Não estou finalizando, quero continuar em casa.

— Então vá se vestir — ordenou. E eu sai da piscina, notando que ele permanecia ali.

— Você não vem?

— Me espere no carro. — disse e sumiu num mergulho.

Troquei-me e fui me despedir dos meninos. Entrei no lamborghini de Sasuke molhando todo o banco. Já estava começando roer as unhas por sua demora e também porque estava nervosa com sua rejeição. Isso não parecia estar dando certo.

Sasuke entrou no carro arrancando com ele dali e em minutos chegamos em casa. Ele entrou primeiro que eu e sequer abriu a porta pra mim, como sempre!

Subi as escadas indo para nosso quarto e esperei Sasuke que já estava em seu banho sair. Enquanto isso, fui escolhendo minha roupa. Ele saiu com a toalha enrolada na cintura, e a única coisa que eu tinha certeza nessa vida é a de que eu tinha que parar de ficar olhando toda vez. Isso já estava se tornando um hábito. E a ideia é o contrário, certo? Sasuke deve me olhar! É.

Entrei no banheiro e não pretendia demorar. Vai que Sasuke dorme? Nãaaao. Ele não era de dormir cedo, mas não podia arriscar meu plano. E se ele me rejeitar de novo? Balancei a cabeça espantando o pensamento.

Vesti uma lingerie minúscula de cor vermelha com rendas pretas, por cima uma camisola curta, também vermelha. Para não dar tanto na cara as pretensões que tinha, coloquei um robe preto e fui secar meu cabelo, assim que terminei, cheguei à conclusão mais óbvia: eu estava linda, sexy e irresistível. Confesso que foi difícil sair da frente do espelho. Hehe.

Quando saí, Sasuke estava deitado vestindo uma bermuda azul- escuro, olhava fixamente para o teto.

Uma onda de medo percorreu minha espinha, quando seu olhar gélido encontrou os meus. Antes de aplicar os ensinamentos de mamãe, precisava resolver o inadiável. Precisávamos conversar sobre sua amante.

— De fidelidade, Sasuke... — disse respondendo a pergunta que ele havia feito na piscina de Naruto. Ele me encarou sem entender. — Estou falando de fidelidade. Acha que todos não percebem que sou chifruda? Não me interessa se é uma farsa, você deveria respeitar o nosso casamento.

— Não tenho que te dar satisfações de nada. — rosnou.

— Acho que se eu for continuar te obedecendo feito um cachorrinho, você deve sim!

— Se era para falar baboseira, acho melhor que você cale essa merda de boca que pra mim é muito mais útil fechada, Sakura! — ele disse hostil fazendo meu sangue ferver novamente. Precisava me controlar e ser sábia. O que mamãe faria em meu lugar? PLIM!

— Eu estou a fim de ter esta conversa e nós vamos ter! — impus. — A cada pergunta não respondida, a cada grosseria tua, Sasuke Uchiha, é uma peça da tua mulher a menos. — disse e ele me encarou com um semblante de irritação.

— Enlouqueceu de vez? Esqueceu de tomar seus remédio hoje é? — perguntou irônico.

— Pode começar me contando como conheceu Karin, o que acha? — perguntei e ele nada respondeu. Comecei a desatar meu robe deixando-o cair no chão.

— Não te interessa.

— Então contar a "nossa história de amor" você conta, né Sasuke? Agora falar como conheceu tua amante, nada?

— ELA NÃO É MINHA AMANTE — Sauske esbravejou levantando-se da cama. Confesso que quase desisti quando o vi esmurrar a parede. Preulas! Ele estava irritado.

— É mentira sua, Sasuke. Acaso eu já não a vi pelada em nossa cama? Acaso não vi você babando por ela lá na boate? Eu preciso obedecer aos teus subornos pra me dar um cartão de crédito, enquanto Karin, é só balançar o rabo que você lhe esbanja dinheiro na calcinha, não é mesmo? Argh — falei mesmo.

— Já me viu com ela alguma vez, sua idiota?

— Não vi. E era só o que me faltava mesmo, ter que pegar você grudado naquela vaca! Mas muita gente já me falou do seu casinho com ela, Sasuke. Não negue.

— Vai se foder! — esbravejou.

— O que disse? Tire sua camisola? Tudo bem querido... — ironizei me desfazendo de minha camisola. Sasuke percorreu seus olhos por mim, sem nenhuma expressão decifrável. Argh. — Vamos Sasuke, é só confessar.

— Por que interessa tanto o que tivemos? Não a toquei desde que me conheceu.

— Mentira! Por que estava aquele dia na boate então? Vai dizer que não pretendia ir pros braços de sua amante? — interroguei. Vi quando ele fechou os olhos tentando se controlar.

— Tinha negócios a tratar — disse e fiquei no impasse de acreditar ou não. Por que ele mentiria? Nem tem nada comigo de verdade. Sei lá.

— Se não tem nada com ela, Sasuke, então pode me dar sua palavra de que enquanto não nos separarmos, você me deve fidelidade. — ele me encarou. — Você sabe que não acredito em porcaria de sentimento nenhum, e não tenho porque me envolver "amorosamente" com ninguém. É só o que eu te peço, fidelidade!

— Já te disse isso. E não tenho motivos pra mentir pra você, mulherzinha de merda! — cuspiu as palavras.

— Tire seu sutiã? — ironizei colocando as mãos para trás tentando encontrar o feixe, mas Sasuke avançou em mim, me impedindo ao segurar meus braços com força.

— Vista- se, idiota.

— Que foi, Sasuke? Qual é seu problema comigo? Me acha feia, é isso? — perguntei me odiando por não conseguir conter a insegurança na voz.

— Te acho ridícula e apesar disso, sou homem. Então para o seu bem, é melhor parar de ficar se despindo na minha frente, retardada. — Sasuke disse largando-me, e saiu do quarto.

Fiquei por um bom tempo sentada no sofá, tentando absolver suas rejeições a mim. Ele sabia destruir meu ego como ninguém. Não demorou muito pra que eu caísse no sono, e pelo que conheço de Sasuke, com certeza dormiria na bat caverna esta noite.

Quando acordei mais do que dolorida naquele sofá, após despertar do meu sonho de 15 mil dólares na conta, fui ao banheiro decidida que: necessitava urgentemente de uma banheira! Ué, tinha mais...

Pois bem, ganhar 15 mil dólares do Naruto também fazia parte da minha meta, mas como tudo são flores... não é? Teria de passar pela difícil missão de conquistar o cão, digo, o Sasuke, mesmo depois de toda aquela briga e rejeição de ontem.

Então desci até a cozinha com a minha camisolinha sexy, mas o Sasuke não estava lá, presumi que ele estaria em sua Bat caverna. E, eis que me veio uma brilhante ideia! Café da manhã! Aposto que ele ainda não tomou, pois não havia louça na pia.

 E foi isso que fiz... Como não sabia cozinhar e nem ligar o fogão, concentrei-me em lembrar o que ele comia no café, e a única coisa que lembrei foi do café amargo, mais nada.

Sasuke só toma aquele café horrível.

Bom, também não sei fazer café, só sei que se faz naquela coisa ali em cima do balcão... A cafeteira. Então fui pesquisar no Google como se faz café na cafeteira, segui a risca as instruções, e... Tcharaaaam, o café estava prontinho!

Peguei uma xícara e o despejei ali, em seguida fui em passos lentos até a entrada da Bat caverna, queria pegar o Sasuke de surpresa.

 Quando desci, o peguei rabiscando uns papéis, ou mapas que não me interessavam. Ele estava de costas para mim e sentado.

E embora estivesse de costas para mim, e eu tentei o meu máximo não fazer barulho, sabia que ele sabia que eu estava lá, pois parou de rabiscar, mas continuou sentado.

Caminhei em passos lentos na sua direção, quando ia lhe entregar a xícara, vi que ele parou de rabiscar o papel para beber mais um gole de café de sua própria xícara. Resumindo: todo o trabalhão que tive para preparar este café foi pro brejo! Argh.

Quando Sasuke se virou para mim, bebi um gole daquele purgante sem açúcar para encenar que aquele café era meu, mas quase botei os bofes para fora quando engoli aquilo.

Assim que ele voltou a se virar, após constatar que era eu, joguei o café junto com a xícara no lixo, querendo muito um copo d’água.

Mantive a postura de que estava tudo bem e fui até ele, abracei-o e lhe beijei no pescoço sentindo seu cheirinho másculo e gostos... E nada mal. É.

 — Está tentando me dar uma chave de braço? Pois não precisa, esse seu perfume já faz todo o seu trabalho braçal. Que vudu! — ele resmungou, tentando se desvencilhar de mim com um braço e tapando o nariz com o outro. Saco, esqueci de não passar o meu anti-Sasuke.

 — Só estou dando bom dia para o meu maridinho, não posso? — expliquei fazendo biquinho, só pra jogar charme. Ele me encarou confuso.

 — Por acaso estourou o cartão de crédito que lhe dei? —  indagou ainda me encarando com confusão. Argh. Revirei os olhos antes de responder.

 — Não, meu bem. Só acordei decidida a fazer as pazes e a não brigar mais contigo... Só isso.

 — Sei. — respondeu depois de algum tempo, voltando para o seu trabalho, após eu soltá-lo do meu abraço. Argh. O dinheiro mais esforçado que vou ganhar será este! Mas agora é questão de ego, vou conquistá-lo de qualquer forma.

 Mamãe dizia que todo homem adora quem o despreza, que a mulher que não mostrar interesse será a mulher que o despertará interesse. Disse que se fazer de difícil é sempre uma boa opção.

Isso é uma grande tática em qualquer jogo de sedução, mas ela não conheceu Sasuke.

O desprezei desde que descobri quem ele é, nunca mostrei interesse por ele desde então. E o contrário dos ensinamentos de mamãe, ele nunca se mostrou interessado em mim!

Risquei o planinho do desprezo da minha lista, isso está fora de cogitação. Mas ir ao ataque também não estava dando grandes resultados, pelo contrário, só levei patada até agora. Que feitiço a Karin jogou nele, eu não sei, só sei que não desistirei fácil.

 Usei minhas reservas de energias e paciência para tentar a ultima investida antes de ir embora.

Em frente à mesa de Sasuke havia uma estante com vários livros, fui até a estante e me fiquei na ponta dos pés para fingir pegar qualquer livro na prateleira mais alta, só para chamar sua atenção e olhar para os detalhes de trás da minha camisola, é.

Estava me esticando ao máximo, meus dedos apenas triscavam no livro quando senti Sasuke atrás de mim. Ele me amassou na estante para pegá-lo, sem se esticar, apenas levantou os braços. Depois que tirou o livro do lugar, ficou analisando-o e eu fiquei esperando ele dar um passo para trás e me libertar!

 — Um livro de matemática? Todo esse esforço para um livro de matemática? — perguntou mostrando-me a capa do livro. Ué, não posso gostar de matemática não?

 — Ops, e não é que você pegou o livro errado! Eu quero aquele ali do lado, Sasuke... — disfarcei.

 — O de física?

 — Não, o outro, da direita.

 — É de física também. — droga! Ele já estava sacando tudo.

 — Que estranho... Acho que alguém mudou o livro de lugar. Deixa pra lá, depois eu procuro... — disse tentando ir embora antes que ele jogasse na minha cara que estava mentindo.

 — E o livro que você pegou daqui dias atrás, já leu? — lembrou-me e eu congelei. O pior é que eu nem sei seu paradeiro, deixei com o Konohamaru, que deve estar morrendo de ódio de mim.

 — Ah, aquele livro... Então, ainda estou lendo. Muito bom, por sinal! Depois eu o devolvo — falei saindo da Bat caverna.

 Resultado das minhas investidas: Sakura se lascou mais uma vez! Argh.

Sasuke que me aguarde, não desistirei dos meus dólares tão fácil assim não!

Quando passei pela sala, a TV estava ligada e passando um programa de culinária. Aqueles bem chato que toda velha assiste de manhã, sabe? Só que aquilo me deu uma brilhante ideia... Conquistarei o Sasuke pelo estômago! Yes!

Peguei papel e caneta e anotei todas as receitas e ingredientes dos pratos que haviam sido preparados. Depois tomei banho, me troquei e fui fazer o que mais amo: compras!

 Meu primeiro ponto de parada foi numa loja de artigos para banheiro, saí de lá depois de encomendar minha banheira de hidromassagem. Santo cartão de Sasuke! Paguei a mais para que eles entregassem e instalassem ainda hoje minha banheira. Estava nos meus planos deliciar-me nela logo após o jantarzinho romântico que terei com Sasuke.

Quando passava na frente de uma loja super ignorada por mim em toda minha vida, uma loja nerd, bem a cara do Shikamaru. Vi uns videogames e lembrei de Konohamaru, precisava me desculpar com ele e nada melhor que uma lembrancinha.

Pois é, lhe comprei um Xbox 360.

Os nerdizinhos da loja, que não tiravam os olhos de mim, me ensinaram a ligar e me explicaram que precisava de mais um controle para jogar de dois e uns joguinhos mais legais. Comprei tudinho e mandei embrulhar para presente. Konohamaru vai me amar!

 Comprei umas lembrancinhas para mim — roupas, sapatos e jóias —, passei no super mercado para comprar os ingredientes do jantar e voltei para casa.

Sasuke não estava, melhor assim, poderia aprontar tudo para a noite sem ser atrapalhada por suas patadas. Guardei o presente de Konohamaru, a primeira oportunidade que tivesse iria correndo lhe entregar, ele vai ficar tão feliz! Ponto pra Sakura!

 Enquanto a pontual loja mandava seus funcionários instalarem minha banheira no andar de cima, fui preparar o jantarzinho.

Comecei tirando todos os ingredientes das sacolas, depois peguei a receita e um notebook para solicitar o Google caso precisasse.

Bom, nunca cozinhei absolutamente nada na vida, nem sei ligar o fogão. Na minha antiga casa, eu era uma turista na cozinha, raramente aparecia por lá. Mas agora é caso de dinheiro e ego, terei de aprender a fazer aquelas comidas da receita.

Então mãos na mesa, é! Despejei os ingredientes numa panela, levei os ao fogo, depois que consegui fazer fogo. Consultei o pai de todos (Google) para fazer arroz e mais um monte de coisas. Sujei panelas e mais panelas, quebrei um prato sem querer, e acabei derramando um pouco da comida na pia. A farinha voou para o chão, mas não sem antes grudar em mim. Escorreguei com meu salto no chão sujo de óleo, e quase me estatelei com uma panela quente em mãos, mas sobrevivi e me emocionei quando minha comidinha dos deuses ficou pronta.

Sentia-me a Einstein da culinária...

Nunca mais quero me sentir assim.

Quebrei uma unha, sujei minhas roupas de comida, meu cabelo ta peguento, tava fedendo a gordura e por pouco não queimei minha mão!

Agradar o Sasuke não estava sendo uma tarefa fácil, estava pensando em pedir um aumento ao Naruto, viu.

Para compensar meu esforço só tomando um banho na minha maravilhosa banheira nova, e foi o que fiz.

Antes, dei uma disfarçada na bagunça da cozinha, arrumei a mesa, colocando velas e arrumando os talheres, copos, pratos e coloquei um vasinho de flores para dar um toque final.

 Estreei minha banheira tomando champanhe. Depois de relaxar, saí de lá e fui me arrumar.

Coloquei meu melhor vestido, meu melhor sapato, enrolei meus cabelos, fiz uma mega maquiagem e não passei perfume, detalhe este importantíssimo para a eficácia do plano.

Quando estava me admirando no espelho, escutei o barulho do portão automático se abrindo. Sasuke chegara.

Corri para arrumar o que faltava no jantar, apaguei as luzes e acendi as velas.

Sasuke passou pela porta sem me notar, acendeu a luz e já ia subindo para o quarto quando fui ao seu encontro.

 — Sasuke! Venha, querido. Está com fome? — perguntei pegando em sua mão e o arrastando para mesa. Ele me encarava confuso.

 — O que significa isso? — perguntou analisando a mesa pronta para dois, depois me olhou de cima a baixo.

 — Fiz um jantarzinho para nós. Sente-se — disse obrigando-o a sentar, em seguida fui buscar as comidas na cozinha.

Arrumei os pratos e os coloquei numa bandeja, peguei um vinho que havia comprado da geladeira e voltei para mesa.

Sasuke analisava tudo sem fazer perguntas, enquanto eu colocava a bandeja em sua frente, depois me sentei.

 — Pronto querido, pode retirar a tampa. O primeiro prato da noite é Russo, uma receita de família que aprendi quando era criança, sou especialista nele! Se chama Roscovo — disse puxando a tampa da bandeja. Sasuke ficou por segundos olhando meu prato, e eu estava ansiosa demais esperando que ele provasse... Até que ele sorriu e me encarou.

 — Arroz com ovo — ele corrigiu. — Isso é Russo? Se esta é a sua especialidade, imagino que o segundo prato seja uma folha de alface. — disse me olhando incrédulo, depois voltou a sorrir. Coloquei vinho em nossas taças e fiquei esperando ele provar.

 — Prove, querido, não envenenei teu prato!

 — Nem precisa ter envenenado, só o gosto disso já deve valer por qualquer veneno deste mundo. Olha esse arroz... unidos venceremos? — disse mexendo no arroz que nem se mexeu com o garfo. Argh.

 — Tudo bem, vamos ao segundo prato, então? — sugeri ignorando os seus comentários maldosos. Era óbvio que minha comida estava deliciosa!

 — Depois de qual prato posso me livrar desse inferno? — perguntou bebendo um gole de vinho.

 — Tenha paciência, Sasuke querido. Você vai amar o próximo prato, é uma outra especialidade minha, você vai querer mais quando provar! É Bife a role... — disse enquanto tirava a tampa da bandeja do segundo prato.

 — Ora, mas cadê o Bife?

 — Foi dar um role... — respondi sem graça. Eu havia esquecido de fritar outro, pois fora justo o bife que derrubei na pia e não consegui recuperá-lo. Tentei disfarçar a falta do bife colocando uns legumes e alface, mas não rolou, ele acabou percebendo.

 — Chega! Já perdi tempo demais aturando essa palhaçada! — reclamou empurrando o prato para se levantar da mesa. Segurei o seu braço, impedindo-o.

 — Não... Mas ainda falta a sobremesa, Sasuke!

 — Céus, é uma inútil mesmo, nem pra cozinhar presta! Quem foi que botou isso na sua cabeça?! — começou ele irritado. Aquilo me ofendeu, e muito! Poxa, passei a tarde toda me lascando para preparar esse jantar e ele nem provou?

 — Seu insensível! Fiz tudo isso para te agradar. Me arrumei toda para te agradar e você nem, ao menos, me elogiou, pelo contrario, só me esculachou! — gritei. Bom, ai começa o plano b, me fazer de coitadinha. É. Sempre funciona fazer um draminha.

Fingi um choro, e ainda sentada, coloquei a cabeça entre as mãos fingindo que não queria que ele me visse chorar.

 — Fez tudo isso pra mim? Para quê? Queria me matar intoxicado? — brincou ele rindo de mim.

 — Sim, fiz isso pra você, porque pensei... Pensei que a gente podia se acertar... Viver em harmonia... — disse entre falsos soluços, hehe.

Sasuke se ajoelhou a minha frente, pegou meu rosto para me encarar, seus olhos mostravam piedade. Yes! Ta funcionando.

 — Se você quiser me agradar, basta somente calar a boca, não precisava inventar essas idiotices de jantar... — ele disse com a voz calma ainda me encarando. Tentei me soltar dele, mas ele continuou a falar segurando meu rosto — Aliás, você já me agradou hoje... Não passou aquele seu vuduzinho, já é um bom começo, não acha?

 Fiquei morrendo de raiva das palavras dele, arrependia-me amargamente de não ter passado o meu perfume. Odeio o Sasuke, odeio!

Mas eu estava encenando e precisava que ele ficasse mal por me tratar daquele jeito, por isso fiquei calada. Estava com vários xingamentos na ponta da língua para lhe falar, mas me contive.

Ele por sua vez, acariciou meu rosto, secando minhas lágrimas que caiam involuntariamente. Droga. Quando soltou meu rosto, seu foco se direcionou ao meu pescoço.

 — Sabe, prefiro seu cheiro natural, é... Gostoso — confessou sussurrando em meu ouvido, em seguida beijou meu pescoço, causando-me um enorme arrepio.

Por mais que estivesse com raiva dele, aquilo estava me agradando. Ele caíra, da forma dele, no meu plano! Não demoraria nada e Sasuke estaria comendo na minha mão e eu com 15 mil dólares no bolso, hehe.

Enlacei meus braços no pescoço de Sasuke, enquanto que ele ainda beijava meu pescoço, arrepiando-me por completa.

Ele segurou com força em minha nuca e eu avancei para beijá-lo na boca, mas parei quando percebi que ele sorria, e sorria muito.

Sasuke sorria diabolicamente, e seu sorriso virou uma alta e grave gargalhada.

Sasuke estava rindo da minha cara!

 


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam??? Queremos comentários!! Recomendações!
Beijos, até o próximo!



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