Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 10
Prometeu


Notas iniciais do capítulo

Mais um, pessoal!! Obrigada pelos comentários!!

Boa Leitura!



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Sasuke havia sumido, mas eu sabia onde encontrá-lo.

Não precisei tatear o chão, pois a tampa já estava aberta, desci as escadas encontrando novamente o corredor, agora pouco iluminado.

Sasuke estava indo em direção a uma das salas trancadas da qual eu nunca havia entrado, então o segui e ao me aproximar da entrada pude escutar vozes...

Sim, toda a equipe estava ali naquela sala cuja luz era de um verde escuro, Naruto e Neji se aproximaram de mim com um sorriso sarcástico, me pegando cada um por um braço.

Eu tentei protestar, mas apesar de meus lábios se moverem, a voz não saía. Fiquei desesperada quando me deitaram em uma maca amarrando minhas mãos e pés, podia sentir as lágrimas molhando meus cabelos.

Estavam os seis à minha volta me olhando com sorrisos demoníacos, enquanto Sasuke apenas me fuzilava com seu olhar sério, como se tentasse me dizer que estava sendo castigada pela minha decisão.

Me debatia na frágil tentativa de me esquivar de Lee que usava uma máscara cirúrgica, se aproximando de mim com uma enorme agulha, enquanto os demais riam em aprovação...

Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaao...

 

Ufa, foi só um pesadelo!

Há tempos não sonho com nada, ou pelo menos não que me lembre...

Recordo-me perfeitamente de ter passado meu anti-Sasuke antes de dormir, porém não conseguia entender esse cheiro másculo, e conhecido, invadindo minhas narinas...

Arrependi-me quando rolei para o lado naquele sofá capenga, mas estranhei quando não desabei feito uma jaca podre no chão.

Estranhei ainda mais por estar confortável, sem dores no corpo e espalhada nele...

Lentamente abri meus olhos habituando-me com a claridade do dia, e tive de engolir o coração para não saltar pela boca... Eu estava na cama do Sasuke! Enrolada em seu lençol de algodão e... Não havia sinal algum dele por ali.

Eu hein... Bondade repentina?

 Levantei-me pra pegar meu robe, o vesti e respirei antes de descer as escadas.

Não queria um deja-vú do pesadelo que tive, mas pude escutar suas vozes vindas da cozinha.

Revirei os olhos, não gosto nem um pouco de sonhos com fundos de verdade.

Mas ao adentrar a cozinha voltei à realidade. Estavam todos ali, preenchendo as cadeiras em volta da mesa com seus corpos fortes de olhinhos brilhantes, tomando café da manhã como uma família feliz.

Uma imagem digna de pote de margarina. Ok, exagero meu.

Fiquei paradinha lhes observando, em especial Lee tagarelando pelos cotovelos novamente, até Naruto estragar meu plano de escutar algum segredo de estado, ao anunciar minha presença ali. Droga.

— Bom dia, Sakura... — disse Naruto, com um vasto sorriso sapeca. — Até que enfim acordou dorminhoca, não aguentava mais o Lee falando, ele não cala a boca um segundo! — completou fazendo piada.

Todos riram com exceção de Sasuke, que estava de pé encostado na pia, lançando um olhar reprovador para minhas pernas à mostra. Olhei pra elas também: Tão bonitas e bem torneadas! Não vi problema algum com elas! E pelo visto os rapazes a mesa também não, estavam todos com cara de fome ao notarem meus trajes matinais, e não era pra menos...

Finalmente a mesa estava cheia de opções!

Pude ver coisas doces no meio, e dei aleluia mentalmente por esta proeza. Se dependesse de Sasuke seria pão, torradas e café amargo todos os dias! Tsc...

— Bom dia. Não esperava todos aqui logo cedo... — comentei, parando ao lado de Sasuke, fiquei na ponta dos pés e lhe dei um beijinho na bochecha. Sabia que isso iria irritá-lo, mas ele não limpou o rosto como pensei que faria. E só então me dei conta do porquê de ter despertado confortavelmente em sua cama fofinha...

A farsa tem que continuar não é mesmo? Argh.

— Até bagunçado teu cabelo é bacana! — observou Sai ao enfiar um pão de queijo na boca.

— Obrigada, Sai. Como vai, Lee? — provoquei, e ele apenas me lançou um rápido olhar, logo se concentrou em seu suco.

— Queremos dar início ao treinamento, Sakura. — disse Neji.

— Mesmo? Uhul... Estou tão ansiosa! — fingi ânimo na voz.

— Só temos que decidir quem será o primeiro de nós. — Naruto disse.

— Terei que ser treinada por todos? — perguntei.

— Na verdade não. Acho que só Naruto, Lee, Sai. Shikamaru também quer te explicar algumas coisas e... Sasuke. — Neji respondeu.

— Hm.

— Por mim ela já pode começar comigo! — Shikamaru se pronunciou.

— Mas hoje eu tirei o dia de folga para ensiná-la... — Naruto protestou enquanto Lee falava algo no ouvido de Neji.

— Lee pediu pra dizer que a aula dele é rápida, e que gostaria de ser o primeiro... — Neji disse. — Na verdade eu também gostaria de ensiná-la algo.

— Eu começo e pronto.

Eu começo.

— Ah, parem de ser chatos, eu começo!

Eles competiam pra ver quem começava primeiro, e na minha cabeça aquilo tudo não passavam de blá blá blá...

Enquanto eles discutiam, de fininho, sai da cozinha, indo para a área externa da casa. Subi as escadas que davam na laje. Tirei meu robe e o forrei no chão, deitando-me de costas ali.

Queria sentir o sol entrando em meus poros... Sentia falta de um bom clube, isso sim.

Mas me permiti fechar os olhos e apreciar a temperatura agradável sobre minha pele... Só que sou tão azarada, que do nada o sol parou de bater em mim... Argh!

— Eles lá embaixo se descabelando por tua causa e você aqui tomando sol? — a voz raivosa de Sasuke soou. Entreabri os olhos para olhá-lo, e então entendi o porquê da luz ter ido embora... Sasuke se colocou bem a minha frente! Argh...

— Azar. A única parte que me interessa é a da grana. — dei de ombros.

— Nunca vai chegar nessa parte se não treinar. Não basta ser uma trombadinha interesseira, Sakura? — disse conseguindo estragar meu estado de espírito. Levantei enraivecida, para afrontá-lo.

— Por que fala sempre me inferiorizando? Afinal, você não é muito melhor que eu... — disse encarando-o.

— Realmente, não sou muito melhor. Mas não vê o quanto está sendo ridícula? Se metendo em algo pro qual não dá a mínima, só para conseguir dinheiro e comprar suas futilidades?

— É isso aí! To nessa pelo dinheiro, para comprar o que me der na telha. Isso me faz feliz, Sasuke. Sou feliz com uma conta recheada, rodeada de sacolas caras e não me envergonho disso se quer saber.

— Acha mesmo que só há isso?

— Sim. Pessoas são movidas por seus interesses. No fundo ninguém presta, Sasuke. A minha diferença é que não escondo isso de ninguém. Então dane-se o que eu tenho que fazer, se no fim eu estiver rica!

— Você é ridícula, nem mesmo se importa com o que as pessoas vão achar?

— Não tenho com quem me preocupar esqueceu meu amor? A única família que eu tenho é um marido que nem é meu marido de verdade. Que só se importa com dinheiro, assim como eu. Estes somos nós, Sasuke, movidos por dinheiro, então não me julgue. — disse e Sasuke se aproximou pisando na minha peça de roupa no chão, me olhando diretamente nos olhos. Sua mão apertou meu queixo e pude senti o quanto o irritei dessa vez...

— Você não sabe nada a meu respeito, Sakura. — disse friamente, encarando-me por um longo instante e depois desceu. Fiquei parada por um momento, absolvendo suas palavras. De fato, eu não sabia nada a seu respeito! Agh...

Sacudi a cabeça contrariada e desci.

Na cozinha estavam apenas Naruto e Lee.

— Está decidido, Sakura, Lee e eu começaremos! — Naruto anunciou.

Deixei Lee e Naruto na sala me esperando, e fui para o quarto me arrumar.

Sasuke estava lá, forrando sua cama enquanto eu vasculhava o closet para achar uma roupinha.

Já estava planejando tudo em minha mente, iria para o treinamento com eles, que seria na farmácia de Lee, localizada no tal bairro da crimelândia onde Konohamaru vive — ou sobrevive não sei ao certo; assim mato dois cajados numa coelhada só, não é mesmo?

— Amanhã vou acompanhar teus treinamentos. — disse Sasuke enquanto eu terminava de escovar meus cabelos.

— Sim, senhor. Você manda. — respondi irritada, com toda essa autoridade que ele insiste em ter sobre mim. Argh. Ele apenas deu sua risadinha irônica que em meus ouvidos soavam como um "bom mesmo".

Sasuke saiu do quarto para que eu terminasse de me trocar, assim que fiquei pronta, peguei o livro que ele me deu e coloquei em minha bolsa.

Quando retornei à sala, o restante dos meninos já haviam sumido, só restavam Naruto, Lee e Sasuke.

— Será uma grande perda de tempo vocês ensinarem essa cabeça de vento alguma coisa, ela só entende de futilidades. — Sasuke resmungou encostado na parede de braços cruzados, o fuzilei com os olhos antes de Naruto e Lee me arrastarem para fora. Melhor assim, ou teria pancadaria entre mim e o Sr. Mal Humor ali... Argh!

Partimos no carro de Naruto e assim que chegamos à farmácia, demos início ao treinamento.

A verdade, é que não estava gostando nada dessa palhaçada de treinamento. O combinado seria eu entrar na hora do golpe, depois receber minha grana e gastá-la no shopping, só. Saco, só me lasco nessa história!

Lee seria o primeiro a falar no treinamento... Não, não, espera... Naruto iria falar por ele, isso. Tsc!

Como Lee é farmacêutico, químico e mais um monte de coisas; a aula com ele seria sobre medicamentos e drogas para um “boa noite Cinderela” nas vítimas, e mais explicações para a serventia de cada droga que me apresentara.

Ele cochichava tudo no ouvido do Naruto que repassava para mim, enquanto fazia as demonstrações, um tédio total.

Ás vezes, para provocar eu fazia uma pergunta diretamente para ele, que me encarava com pânico e totalmente sem graça antes de cochichar a resposta no ouvido do Naruto, me divertia com aquilo.

E ao final de toda aquela baboseira desinteressante, eu não aprendi basicamente NADA.

Bom, eu até que tentei prestar atenção, mas minha unha do dedo mindinho estava começando a descascar, aquilo me entreteu de tal modo que não pude ficar atenta àquela falação toda.

Dei aleluia quando acabou a sessão tortura com Lee, mas quando ia dar no pé para encontrar com Konohamaru, Naruto se postou em minha frente dizendo que agora era à hora dele.

Nãaaaaaaaaaao! Droga!

Dei um sorrisinho amarelo e concordei com ele, mais uma sessão tortura pela frente.

O loiro começou a explicar com todo o charme e carisma que possuía, o que eu faria nas missões. Disse que eu seria apenas uma distração, a ação ficaria a cargo deles. Explicou tudo o que eu havia aprendido na boate e com Konohamaru, coisinhas simples como colocar drogas discretamente em bebidas, pegar documentos importantes, usar a beleza, sedução, lábia para enganar as vítimas e blá, blá, blá.

— Você é masoquista? — Naruto perguntou assim que terminou a explicação, Lee já tinha desaparecido há muito tempo. O encarei sem entender absolutamente nada.

— Não, e por que seria?

— Ah, sei lá... Você e Sasuke, não entendo vocês, juro! Como uma mulher tão linda pode ser casada com um cara que a trata tão mal? — disse Naruto. Até ele percebeu o poço de ruindade que o Sasuke é comigo. Fiquei calada, meio sem saber o que responder.

Na verdade eu queria contar tudo a ele, que o nosso casamento é uma tremenda farsa, que nós nos odiamos e que a gente só não se separou ainda porque eu não tenho onde cair morta, mas me lembrei do meu cartão de crédito, nosso trato, e de que Sasuke me mataria se eu não o cumprisse.

— Desculpe, sei que não é da minha conta, mas ainda é um mistério para mim! Você pode ter o cara que quiser aos seus pés, e mesmo assim está aqui, com o bandido do Sasuke. Sei que todas as mulheres morrem por ele, mas acredito que não seja esse o motivo de vocês estarem juntos, parece ter algo mais...

Argh... Ele parecia estar sacando alguma coisa, tratei rapidinho de tirar essas idéias de sua cabeça loira pensante!

— Nós estamos casados porque nós nos gostamos, Naruto. Esse é só o jeito de demonstrarmos o nosso amor um pelo outro, cada casal age diferente, ué! — respondi teatralmente. Sasuke me deve, rum!

— Ah, conta outra!

— É a mais pura verdade, Naruto.

— Hum, sei... Mas deixa pra lá, não vou mais te atormentar com isso, por enquanto. — disse enquanto caminhávamos até a saída da farmácia de Lee.

— Vamos, Sakura. Vou te levar pra casa. — Naruto disse ao segurar meu braço.

— Não... Tenho que fazer algo antes de ir. — disse apreensiva.

— O que tem que fazer?

— Eu... Eu... Eu tenho que...

— Sakura! Pare com isso. Não percebeu ainda que eu sou seu amigo? — perguntou lançando aquele olhar azulado. Ok... Você venceu,vou contar!

— Naruto, é que eu tenho que me encontrar com alguém, o Konohamaru. — disse e ele fechou a cara no mesmo instante.

— Ei Sakura, me desculpe, mas com isso eu não posso compactuar!

— Ta, eu sei que não é legal, mas...

— Mas nada, Sakura! Não pode trair o Sasuke! — disse Naruto, parecendo pela primeira vez exaltado, mas ele estava entendendo tudo errado.

— Naruto! Konohamaru é um garoto, tem 12 anos! — expliquei e Naruto suavizou sua face, caindo então no riso.

— Nossa... Me desculpe, Sakura, é que eu pensei que... Enfim. Por que ficou receosa em me contar? Não há nada de mal nisso! — questionou.

— Lembra do dia em que tentei roubar seu carro?

— É meio inesquecível, né... — disse sorrindo.

— Bom, foi Konohamaru quem me ensinou... Ele é um garoto de rua. — disse analisando a expressão de Naruto, que permaneceu branda.

— Poxa, você atrai mesmo todo tipo de pessoa, não é? — comentou e eu apenas ri sem graça. — Você quer saber como ele está?

— Sim, mas preciso pagar minha parte no combinado com ele. Ele me ensinou a roubar carros... — ri percebendo o quão absurdo isso era, ele tem apenas 12 anos! — E agora é minha vez de ensiná-lo algo.

— Pode ser mais específica? — ele perguntou e eu suspirei pegando o livro de Sasuke dentro de minha bolsa.

— Vou ensiná-lo a ler. — disse e Naruto sorriu largamente. Eu hein... Estranhei, mas quando ele se curvou para beijar minha bochecha com empolgação, daí concluí que Lee vende drogas a ele mesmo.

Naruto segurou minha mão e começamos a caminhar, eu ainda não estava acostumada com a proximidade dele, mas como o próprio disse, somos amigos.

— Onde exatamente estamos indo? — ele perguntou.

— Não sei... Ele está sempre por aqui, e geralmente é ele quem me encontra! — respondi, e como se quisesse confirmar minha resposta, escutamos a vozinha soar logo atrás de nós...

— Ei Sakura... Desse jeito não vai entrar em casa... — Konohamaru disse sorrindo ingenuamente ao segurar minhas chaves em suas mãozinhas.

Num impulso coloquei a mão no bolso, mas certamente não estavam mais lá. Apesar disso, sorri. Este garoto era mesmo incrível. Soltei minha mão da de Naruto e fui até Konohamaru, me abaixando para ficar na altura dele.

— Vim cumprir minha parte do combinado! Pode devolver minhas chaves?

— Claro. — ele disse sorrindo e me entregando a chave. — Você é amiga dele? — Konohamaru perguntou encarando Naruto.

— Sim, ele é meu amigo, Konohamaru.

— Então... Ele não ficou bravo por ter tentado roubar o carro dele naquele dia? — perguntou. Céus! Ele lembra-se de Naruto. Realmente não me recordava deste detalhe, Konohamaru estava lá escondido e viu tudo.


— Naruto é nosso amigo. E não iremos mais fazer nada do tipo, certo? — perguntei e ele acenou com a cabeça concordando.

Naruto nos levou de volta à farmácia de Lee, e só pra constar, tanto ele quanto Naruto já conheciam Konohamaru de vista, o garoto também os conhecia, de os ver na redondeza.

Nós voltamos ao estoque de medicamentos de Lee, onde tínhamos mesa e cadeiras. Eu e o garoto nos sentamos, enquanto Naruto conversava com Lee do lado de fora.

Peguei o Livro, tentando imaginar por onde começaria.

Afinal, nunca ensinei ninguém a Ler. Na verdade Konohamaru sabia ler alguma coisa, mas tinha muita dificuldade. Pensei que se ele começasse tentando ler alguma história que conhecesse o enredo aprenderia com mais facilidade.

Então me pus a procurar alguma lenda grega, da qual eu leria a ele, e depois faria com que treinasse este mesmo texto sozinho, quantas vezes fossem necessárias.

Abri o livro folheando as páginas, até encontrar uma que se destacava por estar dobrada, a desfiz encontrando ali o título "Lenda de Prometeu". Começaria por ela.

Olhei rapidamente para o garoto que me encarava com anseio, notei sua camisa suja e surrada, seu corpo magro que o fazia parecer ter bem menos de 12 anos.

E apesar de tudo seus olhos eram brilhantes e cheios de vida, o que acentuava as expressões de seu belo rosto, de uma pele tão pálida quanto à de Sasuke.

— Os deuses criaram do barro os seres vivos. Sem perceber, privilegiaram os animais, em detrimento dos homens.

Os primeiros receberam as qualidades físicas que lhes permitiam se adaptar perfeitamente ao meio natural. Alguns, como o urso, foram dotados de grande força; outros, menores, como os passarinhos, ganharam asas para fugir. A divisão parecia eqüitativa, e as qualidades distribuídas entre as diversas espécies se equilibravam. Mas uma das espécies foi esquecida: a humana. Com sua pele apenas, os homens não podiam suportar o frio, e seus braços nus não eram suficientemente robustos para combater os animais selvagens. A raça humana estava ameaçada de extinção...— Fitei Konohamaru vendo-o que o mesmo sequer piscava.

Prometeu, filho do titã Jápeto, sentiu pena dos fracos mortais. Ele sabia que a inteligência deles possibilitaria que fabricassem armas e construíssem abrigos se eles tivessem meios para isso, mas lhes faltava um elemento essencial: o fogo. Com o fogo, poderiam endurecer a ponta de suas lanças, a fim de torná-las mais resistentes, e se aquecer em seu lar.

Os deuses conservavam com o maior cuidado a preciosa chama só para si.

Prometeu teve que penetrar discretamente na forja de Hefesto, o deus do fogo, para roubar a chama, que levou para os homens oculta no oco de uma raiz.

Zeus não ignorou por muito tempo esse furto. Assim que notou o brilho de uma chama entre os mortais, o poderoso soberano deu vazão à sua cólera. No mesmo instante jurou se vingar dos homens e do benfeitor deles, Prometeu.

Combatendo uma esperteza com outra, teve a ideia de produzir uma criatura irresistivelmente encantadora que causaria a desgraça dos homens. Assim, usando barro, criou a primeira mulher, que chamou de Pandora. Contou com a ajuda de Hefesto, que a enfeitou com as jóias mais delicadas, e de Atena, que a vestiu com um tecido vaporoso, preso na cintura por um cinto trabalhado artisticamente.— pausei mais uma vez para avaliá-lo, ele parecia estar extasiado com a história. Continuei.

Quando ela ficou pronta, Zeus a mandou à casa de Epimeteu, irmão de Prometeu. Conhecia a ingenuidade e a imprudência desse deus. Não podendo resistir aos atrativos de tão bela pessoa, Epimeteu esqueceu que o irmão o prevenira contra os presentes de Zeus. Recebeu Pandora e a instalou em sua casa.

Pandora havia trazido consigo uma caixa que não deveria abrir em hipótese nenhuma. Isso lhe fora expressamente recomendado por Zeus ao lhe dar a caixa. Era mais uma esperteza, porque ele sabia muito bem que um dia a jovem iria querer descobrir o conteúdo dela.

Movida pela curiosidade, Pandora acabou abrindo a caixa... de onde saiu precipitadamente um vento de desgraças. Apavorada, ela viu passar a fisionomia ameaçadora da crueldade e o sorriso malicioso do engano. Ouviu os gritos queixosos dos miseráveis e dos sofredores. Outras desgraças começavam a se propagar assim no vasto munido. Quando Pandora descobriu seu trágico erro, tampou rapidamente a caixa. E então a Esperança e todas as promessas de felicidade para os homens ficaram para sempre trancadas ali.

— Nada disso se devia ao acaso: a primeira etapa da temível vingança de Zeus se consumara.

O segundo castigo, mais cruel, iria atingir Prometeu. Zeus o acorrentou a um rochedo com cadeias (corrente de ferro para prender condenados) que o prendiam dolorosamente pelos braços e pernas. Assim exposto, sem poder se defender, Prometeu sofria todos os dias o ataque de uma águia que vinha lhe devorar o fígado. E todos os dias, para seu suplício, seu fígado se recompunha. Em troca de um favor, Prometeu recebeu uma terrível punição.

Quanto aos homens, eles aprenderam com isso que um bem podia vir acompanhado de uma desgraça.

Ao terminar dobrei novamente a página e fechei o livro entregando- o a Konohamaru, que prontamente o pegou.

Orientei para que ele lesse repetida vezes esta história e é claro, que não o perdesse, caso contrário Sasuke me mataria.

Assim que Konohamaru e eu nos despedimos de Lee, que apenas acenou com timidez; Naruto gentil como sempre, ofereceu-me carona.

Então me despedi de Konohamaru e quando estávamos prestes a ir vi Ino e Hinata cruzando a esquina, andando em direção a farmácia.

Elas estavam buscando encomendas e a farmácia seria o próximo local.

Assim que nos cumprimentamos, percebi que Hinata não tirava os olhos de algo à minhas costas, virei vendo Naruto e Lee. Eu heim.

— Aqui todos se conhecem, não é mesmo? — comentei.

— Todos que estão nessa vida de... Criminalidade, sim! — Ino respondeu.

— Quero que vocês duas me contem tudo o que sabem sobre Sasuke e essa gangue dele!

— Longa história, Sakura. E infelizmente, hoje estamos sem tempo! — Ino disse.

— Que tal você aparecer na Sweet Poison hoje à noite? Vai ser bem legal, hoje promete. Que tal? Daí nos colocamos os assuntos em dia! — Hinata propôs animada.

É, não é uma má idEia, ultimamente só fico naquela casa chata. To precisando ver coisas novas.

— Certo. Vejo vocês à noite, então!

— Ótimo! E que dessa vez não apareça nenhum marido para te tirar de lá a força, hein! — Ino disse caindo na gargalhada, depois veio me abraçar.

Voltei para casa tão ansiosa por me arrumar e voltar na Sweet Poison, que praticamente voei até o quarto.

Abri a porta abruptamente.

Sasuke estava de costas, prestes a colocar uma camisa. Engoli em seco ao observar suas costas largas e musculosas, seus cabelos negros meio bagunçados, alcançavam o pescoço de maneira tão... Sexy.

Virou-se colocando a camisa quando viu que eu o olhava, dei um sorrisinho amarelo pra ele... Tsc!

— Vejo que vai sair... Onde vai? — quis saber. É bom que ele saia, assim posso ir à boate sem ouvir reclamações sobre eu ser uma Uchiha e que as Uchihas não vão a lugares assim, e todo aquele papo furado dele.

— Apenas sair. — respondeu e eu entendi bem que ele quis dizer: não é da sua conta! Bruto... Nem preciso saber aonde vai mesmo... Só dele sair já é bom! Ele pigarreou e eu percebi que ainda estava parada encarando-o. — E você, vai sair também?

— Ah, não, não. Vou ficar por aqui mesmo... Estou tão cansada... — respondi bocejando, ele ficou me fitando parecendo não acreditar em mim. Eu hein.

— Claro que está. Passou o dia fora, aposto que não aprendeu nada com Naruto e Lee. — provocou ele, como sempre. Fui em sua direção para ajudá-lo a abotoar sua camisa.

— Aprendi sim, aliás, acho que é amanhã que não vou aprender nada! Professor ruim sabe? — rebati lembrando que amanhã terei aula com ele, e continuei a abotoar sua camisa, esforçando-me pra não olhar seu abdômen definido e atraente... Tsc! Pare já com isso Sakura!

— Se botar essa cabeça de vento rosa pra funcionar aprende sim, nem que for à marra, mas aprende. — ameaçou-me, mas não me importei, assim que terminei de abotoar sua camisa, ele saiu do quarto com a chave do carro em mãos.

Fui correndo tomar meu bainho revigorante e quentinho, pensando na minha próxima compra: uma hidromassagem.

Arrumei meus cabelos, optando por deixá-los liso mesmo. Fiz uma mega maquiagem linda e fui caçar um vestido legal.

Optei por um preto básico que de básico não tinha nada, claro! Seda, curto, todo comportado na frente, sem detalhes, porém atrás era todo aberto, deixando minhas costas à mostra. Perfect!

Coloquei meu salto alto que havia comprado com o cartão de Sasuke, borrifei meu delicioso perfume anti-Sasuke, peguei minha bolsa preta e quase chorei ao me olhar no espelho. Estava linda demais, maravilhosa demais! Foi um sacrifício parar de me olhar... Eu me amo, não pode? Tsc!

Chamei um táxi que me deixou em frente à boate.

O enorme letreiro anunciava uma nova apresentação e a portaria estava lotada. Entrei direto na área vip, muitos me elogiavam e sorriam para mim, só faltou o tapete vermelho.

Vi Naruto dançando de relance, ele que nem me notou, o lugar estava lotado!

Em passos lentos para não esbarrar em ninguém, fui andando e desviando das pessoas até o palco que eu mal enxergava por causa das luzes. Por sorte, já sabia onde ficava tudo graças ao tempo que passei por lá, a intenção era encontrar as meninas.

Alguns caras mexiam comigo, eu estava com a auto-estima de uma celebridade de Hollywood! A música estava alta e boa, tão contagiante que me deu até vontade de aplicar alguns golpes. Não meus caros, eu não ia dizer dançar.

Avistei um cabelo loiro e comprido que se destacava na multidão, presumi que fosse Ino, perto do palco.

Caminhei até lá, ela estava de costas para mim, olhando para o palco. Quando ia cutucá-la para dizer que cheguei, algo me chamou a atenção... A ruiva, chata e azeda: Karin.

A coitadinha se exibia no palco, dançando no poli-dance. Parecia mais que estava recebendo um espírito de tanto que se sacudia. Dentro de uma micro-saia brilhosa, um top que só cobria uma pequena parte dos seios, e equilibrando-se sobre um mega salto.

Ela descia até o chão e rebolava tudo, se insinuando, se mostrando, seduzindo toda a platéia de marmanjos babando por ela. Só podiam estar drogados mesmo! Mas ela só tinha olhos para uma pessoa naquela platéia, o cara que estava justamente sentado em frente ao palco, que não desgrudava os olhos daquela vaca...

O Sasuke!


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Notas finais do capítulo

Estamos bem felizes, conseguimos postar mais um nesse mês!! Só não saiu antes porque eu (Amanda) e a Ju tivemos problemas com a net esse final de semana.

Mas, e aí, o que acharam??? Queremos saber a opinião de vocês! Poxa, deixei de viajar ontem para escrever este capítulo e postá-lo pra vocês, acho que merecemos comentários.

Bom, esse será o ultimo capítulo desse ano, nós 3 só voltaremos de viagem ano que vem, no comecinho. Feliz Ano novo!! Beijos