Eu não Sou mais Criança! escrita por Tamy Black


Capítulo 16
Imprinting


Notas iniciais do capítulo

Bom, nesse capítulo a Nessie descobre a verdade sobre a impressão. Boa leitura!



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NESSIE POV.

Já era de noite. Charlie estava assistindo televisão na sala e eu estava preparando o jantar, infelizmente iria ter que comer a gororoba que estava fazendo. Jake me ligou avisando que ele e Billy viriam para jantar conosco. Fiz a lasanha preferida do meu avô, mamãe que me ensinou a receita, era a bolonhesa.

- Charlie já está tudo pronto, vou tomar um banho! – falei gritando já subindo pro banheiro.

- Ok Ness! – ele respondeu do mesmo modo.

Tomei um banho relaxante, coloquei um short jeans claro, uma blusa branca e um cardigan cor de chumbo, apesar de ser verão Forks tinha o clima úmido. Calcei minhas botas pretas de camurça. (n/a: look Nessie) Meus cabelos estavam molhados, resolvi lavá-los com o xampu de morango que eu adorava. Desci para a sala e Billy e Jacob já se encontravam na casa, eles conversavam animadamente com Charlie.

- Boa noite a todos! – eu disse me pondo presente na casa.

Secret – Maroon 5

Todos sorriram e me cumprimentaram. Assim que meus olhos encontraram com os de Jake, pude vê-los brilharem, ainda não tínhamos contado a ninguém que estávamos juntos. Só Billy, que já sabia, lógico. Para o meu desespero, ou não, Jake veio na minha direção e me deu um beijo calmo. Retribuí meio que chocada, afinal de contas eu estava na casa do meu avô. Assim que ele me soltou, eu olhei diretamente para Charlie que sorriu, é ele já sabia. Ótimo. O jantar correu animado e tranqüilo, foi divertido.

Eu e Jacob lavamos a louça, ele e o pai ainda iriam ficar, já que hoje começava o campeonato de futebol americano pela TV, eu acho. Aproveitamos para dar uma volta pelo bairro, fomos andando até uma pracinha que estava deserta, mas ainda era cedo, acho que eram umas nove horas da noite, que por sinal estava linda.

Paramos perto de um banco e nos sentamos.

- Acho que te devo uma conversa, não é? – Jake falou sorrindo pra mim, eu somente assenti a cabeça – Para começo de conversa, Nessie, você sabe como funciona um imprinting, não é? – ele perguntara.

- Creio que sim, Jake. – eu disse séria − Pelo que minha mãe havia me falado, vocês lobos, têm isso e é inesperado, simplesmente acontece e não tem volta. – eu disse já nervosa.

- É, você sabe como é e funciona. – ele falou sorrindo. Por que ele sorri tanto? Isso é sério!

- E você finalmente vai me contar quem é a sua? – falei num fio de voz.

Apesar de morrer de curiosidade, acho que eu não estava preparada emocionalmente para ouvir a verdade.

- Vou. – ele disse acariciando meu rosto. – Eu tive meu imprinting há quase sete anos atrás. E foi estranho e esquisito. – ele riu. Fiquei confusa.

- Como assim esquisito? – indaguei arqueando a sobrancelha.

- Esquisita porque o meu imprinting simplesmente é, ou melhor, era a filha do cara que eu mais odiava na face da Terra! – ele riu mais uma vez. Como assim era? – E filha também da mulher que eu julgava que amava, a mulher que me fez lutar e fazê-la acreditar que me amava. – ele disse sério dessa vez.

- Que? – exclamei – Jacob dá pra ser mais lógico? – eu já estava ficando irritada.

- Calma Nessie. – ele disse rindo. Eu tô me irritando, é sério. – O meu imprinting aconteceu assim que eu pus olhos no bebê mais lindo do mundo. E esse bebê era você. – ele disse isso com um brilho indescritível nos olhos.

COMO É?

EU SOU O IMPRINTING DELE? MENTIRA!

- Mas... – eu não conseguia esboçar reação nenhuma – C-como? – fiz cara de interrogação.

- Eu amava a sua mãe, Nessie, amava muito, e lutei por ela. – ele disse.

Ele amava a minha mãe? A MINHA MÃE!

- Mas depois percebi que essa luta já era perdida desde o início, pois ela sempre amou o seu pai e a mim como um simples amigo, um bom amigo que nunca deixei de ser. – ele disse isso olhando pra mim – Tudo bem que eu não aceitei a gravidez da sua mãe e quis te matar ainda no ventre dela, mas por amor a ela, eu não deixei, você sabe que eu me desliguei do bando. – eu ainda estava surpresa, era muita informação – E quando você nasceu, assim que nossos olhares se cruzaram pela primeira vez, aconteceu! E todo o sentimento de ódio que eu tinha pela criatura que estava matando a minha Bella, morreu no instante em que te olhei e eu quis proteger você de tudo e de todos, eu comecei a amar você daí. – ele disse ainda me olhando nos olhos.

Eu não podia acreditar no que eu estava ouvindo. Jacob não me amava. Ele ama a minha mãe, se não houvesse a impressão ele ainda a amaria. Eu era como uma válvula de escape para o amor dele. O que ele sentia por minha mãe passou-se pra mim. Mas como? Ironia do destino...

- Me diz que isso é mentira? – eu falei num sussurro.

 Já sentia as lágrimas escorrerem pela minha face.

- O que? – ele pareceu surpreso – Como assim Nessie?

- Você não me ama, Jacob. – eu disse olhando pra ele, que olhava como se eu fosse um ET.

- Você não escutou o que eu disse? – ele já chorava também.

- Escutei Jacob, mas você não me ama, você ama a minha mãe. Porque eu sou uma parte dela e se não fosse essa imprinting– sim, desdenhei – você não me amaria, continuaria sofrendo de amores pela minha mãe. – como me doía falar isso.

Tudo aquilo que aconteceu conosco nesses dois dias em que estávamos aqui foi como se escorressem pelo ralo.

- Nessie, você não entendeu! – Ele disse desesperado – Eu amo você e não a Bella! – ele disse me agarrando pelos braços e eu chorando.

- Sinto muito Jacob. – eu disse chorando mais compulsivamente – Não acredito. Você me fez amar você para me dizer isso? – falei olhando séria pra ele – Você não sabe o quanto eu te odeio! – disse raivosa e saindo correndo de volta para casa.

A tristeza se transformou em raiva. Eu queria sumir dali.

Não era possível!

Depois de ter me entregado a ele e me declarado, ele me vem com isso? Tudo bem que eu posso ser a impressão dele, mas mesmo assim! Eu corria na velocidade não-humana, pouco me importava se estavam me vendo ou não. Jake estava no meu encalço, mas eu era mais rápida. Entrei como uma bala na casa de Charlie. Os dois se assustaram e ainda mais quando Jake entrou do mesmo modo.

- O QUE ESTÁ HAVENDO AQUI? – gritou Charlie.

Eu chorava compulsivamente e Jacob tentava argumentar para que eu o escutasse e entendesse. Comecei a arrumar as minhas coisas rapidamente, joguei tudo na mala. Logo Charlie já estava em meu quarto também. Eu não ouvia nenhum dos dois.

- Pra onde você vai Nessie? – meu avô me perguntou.

- Vou pra casa vô, não tenho mais nada para fazer aqui, me desculpe. – disse em meio as lágrimas olhando para ele.

- Mas criança, já são dez horas e a estrada é perigosa a essa hora. – ele tentava me persuadir.

- Seu avô tem razão Nessie. – Jacob se manifestara – Ainda temos que conversar.

- NÃO TENHO NADA PRA FALAR COM VOCÊ JACOB! – gritei – E NÃO QUERO MAIS SABER DE VOCÊ, DÁ O FORA! – o expulsei aos gritos.

Eles se assustaram com os meus gritos.

- Faça o que ela pediu Jacob, depois vocês conversam. – meu avô começou a empurrá-lo para fora do meu quarto e os dois desceram.

Desabei na minha cama e chorei mais ainda. Logo Charlie já estava de volta ao meu quarto e se sentara na minha cama, acariciando os meus cabelos.

- Acalme-se minha querida, se você quiser ir embora amanhã pela manhã, eu entenderei. – ele disse assim que eu deitei a minha cabeça em seu colo. – Mas não vá agora, você está muito nervosa. – eu assenti com a cabeça e chorava silenciosamente.

Isso era uma das coisas que eu gostava no Charlie, ele não perguntava o que estava havendo. Chorei até pegar no sono, quando finalmente acordei, meu avô não estava mais comigo. Olhei no relógio de cabeceira e já eram nove horas da manhã. Ia embora.

Tomei um banho e vesti uma roupa qualquer, peguei minhas coisas e desci. Encontrei Charlie comendo cereal sentado no sofá e assistindo TV.

- Eu já vou, vovô. – eu disse em voz alta.

- Oh Nessie... – ele colocou a vasilha de cereais na mesinha de centro e veio até mim – Tem certeza que quer ir?

- Tenho sim, desculpe por isso. – eu disse envergonhada.

- Tudo bem Nessie, qualquer coisa ligue criança. – ele disse pegando a minha mala e abrindo a porta.

Coloquei minhas coisas na mala do meu carro e me despedi de Charlie. Quando já estava dentro do meu bebê vermelho, vi o carro de Billy entrando na rua. Dei partida no carro e pisei fundo. Não estava a fim de conversa. Passei rente ao carro dele, mas estava com os vidros fechados e o fumê do meu carro era bem preto.

A viagem foi tranqüila e monótona. Fui escutando músicas melosas para distrair, mas fez o efeito contrário. Chorei até chegar a casa, meu rosto devia estar vermelho e inchado. Quando finalmente estava nos portões da minha casa em Connecticut, já passavam do meio-dia e pude ver meu pai e minha mãe vindo ao meu encontro.

Estacionei de qualquer maneira o carro e saí correndo entre os dois sem dar chance de perguntas. Entrei em casa e subi para o meu quarto, tranquei a porta e me joguei na cama. Chorando mais e mais que antes.

Quando esse pesadelo ia acabar? Será que eu nunca encontraria alguém para amar? O que eu fiz para merecer isso?




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Notas finais do capítulo

CAPÍTULO REPOSTADO. (FEV/11)



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