Abri os olhos e procurei o relógio, ainda era 6h da manhã, como de costume olhei ao redor do meu quarto, pequeno e bagunçado, embora não era lá essas coisas,havia apenas um guarda roupa e uma escrivaninha de madeira no canto do quarto, onde eu costumava guardar meus buquês.

Levantei-me da cama e fui tomar um banho,enquanto a água fria caia pelo meu corpo eu pensava no belo cavaleiro de peixes que estava sempre em meus sonhos e em meus pensamentos,não conseguia pensar em mais nada a não ser nele,que sempre estava em minha cabeça,quando eu fechava meus olhos eu via seu belo rosto com sua face impenetrável.

Acabei meu banho e pus meu habitual vestido roxo e minhas sandálias gregas e amarrei meu cabelo em um elástico.

Peguei meus buquês e fui até a sala aonde meu pai se encontrava sentando no antigo sofá escutando as notícias no rádio antigo.

– Pai,estou indo até o santuário entregar esses buquês - Eu disse,lhe dando um beijo no rosto.

–Ok ,não demore Agasha - Não lhe respondi,apenas sai apressada de casa.

Fazia um belo dia,o sol brilhava e havia poucas pessoas na rua.Enquanto seguia meu caminho para o santuário,as pessoas me cumprimentavam,e as outras estavam tão grogues pelo sono que nem ao menos pareciam me ver.

Já estava andando em direção da primeira casa quando avistei um belo cavaleiro sair da mesma e fiz uma simples reverência.

– Olá Shion-sama - Sorri para o cavaleiro residente da casa de aries.

– Olá Agasha – Ele disse ao segurar a minha mão e depositar um singelo toque com seus lábios.

– Hmn , Shion-sama,o senhor poderia levar esses buquês até o santuário, por favor ? - Eu lhe pedi envergonhada e tinha certeza que minhas bochechas estavam coradas.

– Não há necessidade de tamanha formalidade, me chame de você, não de senhor. E obviamente concederei este favor a ti.– Ele disse gentilmente enquanto pegava os buquês dos meus braços.

– Bem tenho que ir,meu pai irá se preocupar se eu me atrasar.

– Tudo bem, até. - Disse ele, se limitando em retornar ao caminho do santuário.

Fui até um jardim próximo ao santuário,havia variados tipos de flores,as rosas eram minhas preferidas,com elas eu me sentia mais próxima dele,do homem a qual eu estava apaixonada,sabia que aquilo era errado,não poderia me apaixonar por um cavaleiro de Atena,e fui me apaixonar logo pelo mais complicado de todos e também o mais belo.

Sabia que seria difícil me aproximar dele,sabia que provavelmente ele me dispensaria com um olhar frio e eu provavelmente sairia com o coração partido e com lágrimas nos olhos,quem sabe eu não entraria em depressão?

Quando minha mãe morreu,eu tinha visto a dor nos olhos de meu pai,tinha pensando que não queria aquilo pra mim,não queria me apaixonar,mas o destino nos prega peças,e eu tinha que me apaixonar pela pessoa mais inalcançável da face da terra,tinha que me apaixonar por Albafica de Peixes,um cavaleiro de ouro com o sangue envenenado.

Colhi todos os tipos de flores,de lírios à orquídeas,a cada rosa que eu via eu imaginava ele ali as olhando e as tocando.Colhi as flores e fui em direção a minha casa.

Cheguei na pequena vila devia ser 09:30,pelo visto,demorei mais que o esperado.

– Desculpe pai,eu conversei um pouco com o Shion-sama e depois fui colher mais flores - Disse me desculpando pelo atraso.

– Tudo bem , querida.Coma alguma coisa - Ele disse ainda concentrado nas notícias do rádio.

Andei até a cozinha,peguei uma maça e fui até a rua com minhas flores recém colhidas.Me sentei no banco de pedra que havia em frente a minha casa,e comecei a fazer meus buquês.

Já passava do meio dia e ele ainda não havia passado em frente a minha casa como fazia todos os dias.Já havia terminado o buquê á meia hora e estava apenas a espera dele.

Resolvi desistir de espera-lo,quando estava prestes a me levantar,olhei de relance para o lado e vi o brilho de sua armadura dourada refletindo junto a luz do sol. E como sempre,sua beleza me pegou desprevenida,seus olhos azuis em contraste com seus longos cabelos.

Enquanto ele ia se aproximando com seu habitual semblante sério,eu sentia meu coração acelerar a cada passo que ele dava.Quando ele já estava suficientemente perto lhe saudei.

– Olá senhor Albafica - Disse sorrindo com as bochechas coradas.

– Olá Agasha - Ele disse e continuou se caminho,e me jogou uma rosa.

Entrei em estado de choque,meus olhos estavam arregalados e minha boca aberta em choque,não estava acreditando naquilo,não poderia ser verdade,minha mente deveria estar me pregando peças.Mas eu sabia que não era,enquanto via sua silhueta se afastar e a bela rosa em minhas mãos,eu sabia que ele tinha dito,eu sabia que aquilo que eu tinha escutado era verdade,abri um grande sorriso enquanto pensava:

Eu escutei a sua voz , e ele disse meu nome .