Alvo Potter

Eu a vi sair correndo para dentro do castelo, com as mãos tapando rosto.

Apesar de ser uma arrogante, ela não merecia o que esse canalha fez com ela.

─ SEU NOJENTO. ─ Dominique gritou, correndo atrás da amiga.

Vi Alice desaparecer dentro do castelo, tão machucada, tão frágil.

─ Agora alguém pode me explicar o por que da MINHA irmãzinha estar se agarrando com esse idiota? ─ Gritou James, olhando de longe Lily conversar com Nott.

─ Eu também queria saber! ─ exclamei.

Olhamos para Rose, que estava sentada embaixo de uma arvore, ao lado de Scorpius e Fred, ela tinha um ar de culpada.

─ Rose? ─ chamei-a ─ Você sabia?

─ Eu? ─ ela perguntou inocentemente. ─ Eu não.

Então ela olhou para mim, franziu o cenho e passou a mão pelos cabelos.

Estava mentindo.

─ Você mente! ─ acusei.

Mas antes que ela pudesse me responder, Lily também saiu em disparada para o castelo.

─ O que está acontecendo com essas garotas hoje? ─ perguntou Fred, confuso.

─ Eu vou matar esse desgraçado. ─ falou Rose e saiu correndo atrás de Lily.

─ Espero que a senhora Lily Luna tenha uma explicação plausível para isso. ─ ralhou James.

Eu revirei os olhos e me sentei ao lado dos dois, me deixando desfrutar aquela bela tarde.

xx - xx

A tarde já ia caindo, eu estava no Salão comunal junto com Rose, James e Fred.

─ Onde está Lily? ─ perguntei, pela décima vez.

Rose bufou.

─ Já disse que ela está no dormitório e precisa ficar sozinha.

─ Vou lá. ─ falei.

─ Alvo Severo Potter, não se atreva a levantar dessa poltrona. ─ ela gritou, me olhando ameaçadoramente.

Então eu me sentei novamente diante do olhar exterminador que Rose me lançou.

─ Eae galera? ─ cumprimentou Scorpius, entrando pelo retrato da mulher gorda.

─ Tudo mais ou menos... ─ murmurou James, equanto organizava um jogo de xadrez.

─ Que que há com vocês meu povo, cade a animação? ─ ele falou, sentando-se ao lado de Rose.

─ Ah, vou morrer de tédio. ─ falei.

─ Eu não, a minha ruiva não deixa! ─ falou Scorpius maliciosamente, passando o braço em torno do ombro de Rose.

Impressionante como ele gosta de desafiar a paciência da minha prima.

─ Malfoy, sai! ─ ela sibilou ameaçadoramente.

─ Ah, você não quer que eu saia, meu bem. ─ falou ele, dando-lhe um beijo no rosto.

Rose ficou vermelha, mas não retirou o braço de Scorpius de seus ombros.

─ Tem gente querendo ir pra Ala Hospitalar hoje. ─ falou Fred, divertido. Scorpius riu.

─ Se vocês querem ficar aqui dentro, em plena... hum... ─ fiz um esforço para lembrar o dia da semana.

─ Quarta-feira. ─ falou Rose, impaciente.

─ É, quarta-feira, eu não quero, tchau pra vocês. ─ falei então sai pelo retrato da mulher gorda.

Olhei por uma janela e vi que a noite já cairá  aproveitei para ir ao lugar que eu mais amava em todo o castelo.

A Torre de Astronomia.

Andei sorrateiramente pelos corredores do castelo, pois a preguiça de voltar para apanhar a capa da invisibilidade era realmente grande, até que cheguei ao pé da torre. Subi com cuidado, fazendo o minimo de barulho possível  no caso de ter algum professor ali em cima. Subi apenas o suficiente para que pudesse ver a o espaço acima de mim sem ser visto.

Havia uma pessoa lá.

Não era Filch, nem nenhum professor. Era ela.

Alice Longbottom.

Um sorriso se abriu instantaneamente em meu rosto. Então ouvi um ruido, e percebi que ela chorava.

Eu nunca fui muito bom com pessoas chorando, ainda mais quando essa pessoa é uma garota que supostamente me odeia.

Que ótimo.

Eu já estava virando as costas para ir embora quando pensei em uma coisa que poderia faze-la sorrir.

Me virei para frente novamente, saquei a varinha e deixei que as lembranças mais felizes inundassem minha mente.

─ Expecto Patronum. ─ sussurrei, e o cervo saiu brilhante da ponta de minha varinha, e com um aceno se sentou ao lado da garota que chorava.

Novamente fiz nota mental de agradecer ao meu pai, por me ajudar a conjurar um patrono tão bom.

Ela olhou para o cervo e sorriu. Não tem como não sorrir quando se olha para algo tão puro como um patrono.

─ Quem está ai? ─ perguntou, ainda olhando o bicho ao seu lado.

E agora? Eis a questão, me revelar ou ir embora?

Minha cabeça gritava para que eu voltasse para o conforto do salão comunal, mas parece que uma força maior me fez subir as escadas e chegar ao seu campo de visão.

Passei a mão pelos cabelos e mordi o lábio inferior.

Ela me olhou com frieza, para logo depois desviar o olhar.

─ Veio rir de mim também? ─ perguntou, quando o silencio se propagou.

─ C-claro que não ─ gaguejei, e me amaldiçoei por isso ─ nem sabia que você estava aqui.

Ela ficou em silencio, e eu tomei isso como uma deixa para me aproximar.

─ O que quer? ─ ela perguntou, ainda fria.

─ Só quero um pouco de sossego. ─ falei.

E nesse momento perdi toda a concentração quando olhei dentro de seus olhos marejados, meu patrono desapareceu, ela olhou desapontada para o local onde ele sumirá, mas não disse nada, bufou e voltou a observar as estrelas.

─ Não foi legal o que ele fez. ─ falei depois de um tempo.

─ É, mas a sua querida irmã também ajudou em toda essa historia. ─ ela disse, com ironia na voz.

─ Lily não é desse jeito.. Acho que ela só estava tentando se provar... ─ falei, tentando explicar a atitude de minha irmã.

─ Ótimo jeito de fazer isso. ─ ela disse, e na claridade da lua, eu pude ver uma lagrima cristalina escorrer por sua face. Ah não, garotas chorando são meu fraco.

─ Ei, não chora não. ─ pedi me virando para ela e enxugando sua lagrima solitária.

─ Tira a mão, Potter. ─ ela sussurrou com a voz quebradiça, e tocou na minha mão para tira-la de seu rosto, porém não a largou, apertou ainda mais forte, enquanto mais lagrimas silenciosas desciam pelas suas bochechas, como se precisasse mais do que tudo nesse momento de um amigo, alguém para se apoiar.

─ Uma trégua? ─ propus. ─ Só por hoje.

Ela olhou para mim, com os olhos que naturalmente eram azuis claros, porem agora estavam quase da cor do céu escuro.

─ Só por hoje. ─ ela disse e eu me sentei ao seu lado.

─ Viu? Eu posso ser um bom amigo.─ falei.

─ E um bom travesseiro também. ─ ela disse encostando a cabeça em meu ombro.─ Mas fique quietinho, travesseiros não falam.

Personagem do capitulo.

James Sirius Potter.

James Sirius Potter é o primeiro dos três irmãos Potter, é fascinado por quadribol desde que nasceu e atualmente cursa o sexto ano em Hogwarts. Seu maior hobby é se divertir, desrespeitar as regras e principalmente, ficar com garotas. Não é novidade que muitas por ai suspiram só pelo sorriso do moreno, mas ele nunca se amarrou em ninguém. Sempre olhou com outros olhos para sua prima Dominique, mas jamais ousou tentar nada com ela, por medo do que a família pensaria. Ele não se importa nada com as regras e sua unica preocupação é viver como se não houvesse amanhã, o que causa muitas dores de cabeça para sua mãe, Gina. É também um irmão mais velho muito ciumento, e exige satisfação de tudo que a irmã, Lily, faz, o que a deixa com muita raiva as vezes. Tem como melhor amigo o primo, Fred e seu maior lema de vida é nunca se apaixonar, porém mal sabe ele que o destino gosta de pregar peças.