Alice Longbottom.

─ Eu não posso acreditar numa coisa dessas Alice! ─ rugiu meu pai ─ como.. Como você ousa estragar um baile da escola inteira? Se comportar daquela maneira? Não foi isso que eu te ensinei. Não foi assim que eu te eduquei minha filha.

─ Pai.. Eu.. Me desculpe. ─ falei baixando a cabeça ─ Eu não queria fazer nada disso, não foi assim que eu planejei.

Eu sei, eu realmente deveria estar me sentindo culpada e com vergonha, mas minha necessidade de falar com Alvo era tão grande, que realmente eu não conseguia pensar em mais nada.

─ E que historia é essa de você estar namorando com Alvo Potter? Eu pensei que você o repudiasse.

─ Mas eu... Eu repudiava.. Só que... Pai, por favor, me deixe ir.

─ Não Alice, você vai me explicar essa historia, enquanto não me explicar tudo não sai daqui.

─ Desculpa pai, mas eu tenho um problema mais urgente para resolver. ─ falei me levantando.

─ Não ouse sair dessa sala mocinha. ─ falou ele.

─ Desculpe pai, mas eu preciso ir. ─ dito isto, sai pela gárgula.

─ Alice! Alice! ─ chamou meu pai, mas eu já andava as pressas pelos corredores da escola.

Eu corria pelos corredores, e todas as engrenagens do meu cérebro trabalhavam tentando achar uma solução para o meu problema.

Eu já estava ficando cansada e sem saber para onde ir quando trombei com alguém e fui ao chão.

─ Alice! ─ exclamou Alvo, me ajudando a levantar.

─ Alvo. ─ falei ─ precisamos conversar.

─ Ah, precisamos MESMO. ─ disse ele, com um olhar penetrante.

Dominique Weasley.

O baile havia acabado muito antes do esperado, graças a minha melhor amiga maluca, Alice Longbottom, que a essa hora deveria estar levando a bronca do século de um pai/diretor raivoso. Eu caminhava lentamente pelos corredores, em direção ao salão comunal da Sonserina, quando alguém me puxou pelo braço.

─ John? ─ falei olhando para o garoto que havia sido meu par no baile.

─ Dominique ─ falou ele, com a voz um pouco embargada ─ vem aqui, vamos dar uma volta ─ então começou a me puxar em direção aos jardins.

─ Que? O que foi John? Me solta. ─ falava em vão, pois ele continuava a me puxar.

Logo estávamos nos jardins, então ele passou os braços pela minha cintura e falou, com o rosto bem próximo ao meu:

─ Você está muito bonita.

Imediatamente eu senti um forte cheiro de álcool vindo de sua boca.

─ John, John.. Você bebeu? ─ falei tentando afastar-lhe de mim.

─ Só alguns copos de fire whisky.. ─ falou ele, rindo idiotamente.

─ Onde.. Onde você arrumou isso? ─ falei, incomodada com a proximidade.

─ Ah, uns amigos trouxeram do Três Vassouras, mas isso não importa agora.. ─ disse ele, me abraçando ainda mais forte.

─ John, me solta, John! ─ exclamei tentando me desvencilhar, sem sucesso, pois ele era bem mais forte do que eu.

Era visível que ele estava bêbado, e perdendo a força nas pernas caiu sobre mim e juntos fomos ao chão.

─ Eu quero te beijar hoje Domi. ─ falou ele, fazendo bico e tentando beijar minha boca, mas eu virava o rosto, enojada.

─ John McCall, saia de cima de mim AGORA! ─ falei, elevando a voz.

─ Não antes que você me de um beijinho. ─ disse ele, e riu logo em seguida.

─ Eu vou gritar. ─ avisei.

─ Pare com isso e me beije logo, sei que você também quer.

─ AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH. ─ gritei, porém ele continuou tentando me beijar.

Então, de repente, ele foi tirado bruscamente de cima de mim e imediatamente levou um soco no olho esquerdo.

─ Não é assim que se trata uma dama. ─ gritou meu salvador, e logo em seguida ouvi um gemido de dor, provavelmente de John.

Eu me levantei e encarei James Sirius, sem acreditar que era ele mesmo.

─ Você está bem? ─ perguntou ele.

─ Er.. Acho que.. Sim. ─ me embaracei, tudo o que acontecera parecia ter sugado minha capacidade de falar.

John então, percebendo que James havia se distraído disparou a correr para dentro do castelo. Ele tentou correr atrás do garoto, mas eu o segurei.

─ Ele está bebado, deixe-o ir.

─ Tem certeza que está tudo bem?

─ Tenho sim. Ahn, obrigada. ─ agradeci sem jeito.

─ Que isso, não foi nada. ─ disse ele

─ Não sei como Filch não ouviu essa balburdia toda. ─ falei, tentando encontrar um assunto, enquanto caminhávamos para o castelo novamente.

─ Ele deve estar mais preocupado com Grande Salão, que deve estar uma bagunça devido ao baile.

─ Você tem razão. ─ sorri.

─ É.. Você esta linda, Nick. ─ disse ele, usando o apelido que eu internamente odiava, mas quando era pronunciado por ele, ficava irritantemente fofo. ─ É uma pena que tenha vindo com um idiota para o baile.

─ Obrigada ─ respondi, sentindo as bochechas corarem ─ você também não está nada mau ─ disse, chocando meu ombro contra o dele, em um sinal amigável. ─ Mas eu não teria vindo com ele, se outra pessoa tivesse me convidado antes.

─ Que outra pessoa? ─ ele perguntou franzido o cenho, e eu fui obrigada a rir.

─ Está frio, melhor irmos logo. ─ respondi, desviando o assunto.

─ Vamos, vou te levar até o salão comunal da Sonserina. ─ então passou seu braço pelo meu ombro, e juntos andamos até as frias masmorras.

Alvo Potter.

O que essa garota estava pensando? O combinado era vir ao baile juntos, e não ela anunciar para a escola que nós estávamos namorando.

Eu já havia ganhado a aposta com James, o mapa era meu, eu não tinha mais nada com ela.

Claro, exceto a parte em que nós quase nos beijamos, mas isso foi conseqüência, e outra que beija-lá não seria uma experiência tão desagradável quanto namora-la.

Mas, do que eu estou falando? Nós definitivamente NÃO estamos namorando. Primeiro por que eu sou Alvo Potter, e segundo por que ela é Alice Longbottom, e isso já deveria ser o suficiente para nós nem sequer nos aproximarmos.

Desconsiderando o fato dela ser a garota mais bonita de Hogwarts, na minha opinião, claro.

Veja bem, não é que ela não me atraia ou coisa assim, a questão é que eu nunca namorei com ninguém e não pretendo namorar tão cedo, Hogwarts inteira sabe disso, agora ela simplesmente anuncia para a escola que estamos juntos quando nem sequer me beijou?

Que beneficio tenho eu nessa historia toda, afinal?

Ela faz ideia do numero de garotas que vai me bombardiar com cartas e ameças de morte amanhã?

Eu andava pelos corredores apressado, tentando organizar tudo em minha cabeça e precisando desesperadamente conversar com uma certa loira, quando trombo com alguém e levo a pessoa ao chão.

Ah, olha só, era bem quem que precisava ver.

─ Alice! ─ exclamei, estendendo a mão para ajuda-la a se levantar.

─ Alvo! ─ exclamou ela ─ precisamos conversar.

─ Ah, precisamos MESMO. ─ falei.

E agora Alice Longbottom me devia explicações.