Alice Longbottom.

Meus olhos brilharam, não com a perspectiva de ir ao baile com ele, mas sim com a perspectiva de vingança. Eu queria me vingar, e ele parecia tolo o bastante para não compreender isso. Mas é isso que ele é, tolo. Acontece que Mathew é egocêntrico demais para suspeitar que qualquer garota que ele invista não esteja morrendo de amores por ele.

Ele deveria saber que eu não sou qualquer garota, e a partir de agora, vou até o fim.

─ Eu adoraria. ─ falei com um sorriso doce, libertando-me de seus braços e fazendo uma leve reverencia, pelo fim da dança.

─ Muito bem, perfeito, perfeito. ─ falou Gina, batendo palmas alegremente. ─ Por favor, formem pares e venham todos para o centro do palco, quero todos dançando.

Em meio a multidão de pessoas, alguém se aproximou de mim.

─ Longbottom? ─ perguntou Potter sussurrando, com os lábios perto de meus ouvidos. ─ me concede essa dança? ─ disse estendendo a mão para mim.

Me virei para ele e encarei suas belas esferas verdes.

─ Seria um prazer. ─ falei pegando em sua mão, como Matt ele deu um leve beijo nela, em estilo medieval, e me puxando para uma valsa logo em seguida.

─ Preciso falar com você. ─ ele sussurrou em meu ouvido.

─ Eu também. ─ respondi, e pude notar a surpresa em seus olhos, então eu me afastei, e voltei para ele enrolando-me em seu braço esquerdo, parando de costas com o corpo muito colado ao dele. ─ E é importante.

Lily Potter.

Eu andava distraidamente pelos corredores do castelo, fazia tempo que eu não me sentia assim. Feliz, eu estava feliz.

Suspirei ao lembrar de alguns dias atrás.

Flashback

─ Lily? Lily, espere. ─ ouvi a voz dele me chamar ─ Lily, por favor. ─ ele pediu, pegando-me pelo braço.

─ O que quer, Nott? ─ perguntei seca.

─ Eu só queria pedir desculpas.

Eu gargalhei gostosamente.

─ Ah, desculpas? ─ perguntei sarcástica. ─ Você tem dez segundos.

─ Lily...

─ Dez, nove, oito, tic tac, o tempo tá passando, não vai falar nada? ─ perguntei cruzando os braços.

─ Eu só queria dizer que eu me arrependi.. ─ ele falou se aproximando ─ Eu não consigo ficar sem você Lily, ver que você está feliz sem mim está me matando, eu sou um idiota que necessita chamar a atenção de todos para si mesmo, mas eu também tenho sentimentos.

Minha gargante se fechou em um nó, eu senti lagrimas arderem em meus olhos. Será verdade ou seria tudo mais uma farsa?

─ Está engando. ─ falei baixinho ─ não estou feliz sem você.

─ Não, não está Lily, mas pode ficar, me deixa te fazer feliz, não vou falhar, prometo. ─ ele disse, segurando meus braços.

Fim do Flashback.

Desde então ele estava sendo tão atencioso, tão carinhoso como jamais havia sido antes, e eu sei que isso pode parecer errado mas eu acredito, eu acredito que as coisas tenham mudado, mas acima de tudo, eu acredito nele.

─ Lily! ─ ouvi uma voz me chamar ao longe e me virei.

─ Hugo? ─ perguntei franzindo o cenho. ─ Você não deveria estar na aula de Trato de Criaturas Mágicas?

─ É, eu devia. ─ ele disse torcendo o nariz, nunca gostou muito de animais mágicos.

─ Você deveria fazer outra aula que gostasse, e não se obrigar a estudar esses animais estranhos só por que é amigo do Hagrid. ─ falei gentilmente, me aproximando dele.

─ Eu sei, mas, amigo é amigo né? ─ ele disse com um sorriso forçado.

─ O que foi Hugo? Você não matou aula atoa, não é? ─ perguntei já sabendo que havia algo por trás daquilo tudo.

─ É... Não! ─ ele admitiu. ─ Preciso falar com você.

─ Sobre o que?

─ Eu não quero você perto dele Lily.

─ O que? Do que você está falando Hugo? ─ perguntei perplexa.

─ De quem poderia Lily? Dele, Mathew Nott. Eu sei que ele veio te pedir desculpas à alguns dias atrás e sei que você anda se reaproximando dele. ─ ele respondeu já um pouco indgnado.

─ Acho que Rose deveria aprender a manter a língua dentro da boca. ─ falei com raiva, encarando suas penetrantes safiras azuis.

─ Lily, me escuta. ─ ele falou entrando em minha frente e colocando as mãos sobre meus ombros. ─ Rose quer o melhor pra você, mas ela não sabe o que fazer. Você não escuta mais ela, não escuta mais ninguém, você está cega Lily.

─ Não Hugo, eu não estou, eu sei muito bem o que estou fazendo e acho que vocês deveriam me deixar em paz. ─ falei me exaltando e recomeçando a andar.

─ Lily, para e me escuta, eu só quero te ajudar. ─ ele disse e eu me virei.

─ Pois é Hugo, mas acontece que eu não estou interessada a sua ajuda. ─ falei e continuei andando, sentindo as lágrimas arderem em meus olhos.

Rose Weasley.

Vocês sabem o que é bom? Bom é matar aula de valsa pra ficar no Salão Comunal, isso é bom.

Já mencionei que eu odeio dançar? Pois é, eu odeio.

─ Nunca pensei que veria Rose Weasley matando aula, devo dizer que estou surpreso. ─ falou uma voz debochada, descendo as escadas do dormitório.

─ E por que você não está nos ensaios, Malfoy? ─ perguntei fitando-o.

─ Por que como você disse, eu sou Malfoy, sabe, está no meu sangue fazer essas coisas.... Erradas. ─ ele disse com um sorriso debochado, sentando-se ao meu lado.

─ Sabe qual foi o meu propósito em matar aula e correr o risco de ser pega pelo diretor? ─ perguntei sorrindo falsamente.

─ Qual? ─ ele perguntou.

─ Ficar em paz, e você não está deixando isso acontecer.

─ Magoou agora. ─ ele disse fazendo beicinho. ─ Mas não tem problema, sei que você me ama, só não quer admitir. ─ ele disse enrolando uma mecha do meu cabelo em seu dedo.

Eu iria responder, mas nesse momento o quadro da mulher gorda se abriu, dando passagem à um furioso furacão ruivo.

─ Lily? ─ perguntei me levantando. ─ Lily, o que houve?

Ela se virou para mim, furiosa.

─ Por que quer saber? Vai ir correndo contar para o seu irmãozinho? ─ perguntou com um sorriso sarcástico, apesar dos olhos inchados.

─ Lily... ─ sussurrei. ─ Você sempre escutou o Hugo, eu achei que ele pudesse...

─ Me ajudar? ─ ela perguntou, no seu rosto não havia mais a sombra do sorriso irônico. ─ Só que eu não quero ajuda, nem a sua, muito menos a dele, e sabe por que? ─ ela perguntou se aproximando ─ porque eu não preciso de ajuda.

Com isso ela se virou e subiu para o dormitório feminino.

Cai no sofá, sentido-me exausta.

─ É, parece que a coisa ficou preta. ─ falou Scorpius. ─ Seria um momento inoportuno para perguntar se você quer ir ao baile comigo? ─ ele perguntou casualmente.

Peguei uma almofada ao meu lado e joguei nele, que estava num sofá defronte a mim, acertando-o no rosto.

Ele gargalhou e eu me levantei, ansiando pela minha cama e talvez um pouco de paz.