Já iria fazer 2 horas que eu estava ali sentado naquela cadeira aguardando alguém aparecer para me dar alguma noticia uma luz, mas tudo o que eu consegui dentro desse tempo foi: “Desculpe senhor Taylor assim que tivermos noticias as passaremos para o senhor.” Ou “Assim com eu disse há cinco minutos eu avisarei quando o médico vier falar com o senhor e quando tudo estiver acabado”.

Lindsay chegou ao hospital um pouco depois de mim. Danny ainda estava na cena junto com Sheldon, Adam estava no laboratório enquanto Flack e Angel tentavam fazer Kevin cuspir alguma coisa.

“Você não deveria estar analisando a casa dos Morgan?” Eu digo sem encará-la quando ela se senta ao meu lado.

“Eles não precisam de mim lá.”

“Não sei se você percebeu, mas também não tem nada para você fazer aqui” Eu falo rispidamente e ela apenas me olha eu penso em pedir desculpas logo em seguida pela minha grosseria, mas então ela diz antes:

“É difícil pra mim também.”

E mais uma vez o silencio se faz presente a sala estava vazia a não ser por um casal que antes de eu chegar já estava lá. Eu queria poder dizer que tudo o que passou pela minha mente foram os bons momentos que vivemos juntos e tudo o que ainda iríamos viver, mas tudo o que eu realmente pensava era no que ela havia passado naqueles três dias em cativeiro, ou o fato de ela ter tido ter duas paradas cardíacas no caminho para hospital ser tão prejudicial para sua cirurgia e sua recuperação se é que haveria uma recuperação. Só de pensar que há uma chance de sua vida se perder ali naquela mesa de cirurgia me faz sentir como se alguém apertasse meu coração com toda força o despedaçando aos pouco e a sensação de impotência me fazia sentir ainda mais culpado ainda mais horrível.

“Não foi culpa sua” Lindsay diz como se lesse minha mente e antes que eu possa responder eu ouço a voz de uma mulher gritando atrás de mim.

“Por favor, não, meu bebe não. Oh meu Deus, por favor,” Ela gritava enquanto o homem ao seu lado a segura e abraçava sussurrando algo em seu ouvido. “Por favor, Carl diga pra mim que ele está mentindo, por favor, me diga que ele está mentindo”

Lindsay e eu ainda estávamos olhando pra eles quando o medico anuncia o nome da Stella e sinto meu coração acelerando fortemente.

“Boa Tarde. Eu sou o Doutor Thompson. Sou responsável pelo caso da senhorita Bonasera.” Ele diz apertando nossas mãos.

“Eu sou o Det. Taylor e essa é o Det. Messer”

“São os detetives responsáveis pelo caso?”

“Sim somos nós. Como ela está?”

“Ela vai ficar bem.” Ele diz.

Ela vai ficar bem?

“Ela está dormindo agora Ela chegou aqui hipotérmica e tivemos que estabilizá-la antes de realizar qualquer procedimento.” Ele faz uma pausa enquanto checa algo na planilha “Ela tem um ombro deslocado, um pulso fraturado e um corte profundo na panturrilha o qual eu tive que dar alguns pontos. Ela teve três costelas quebradas e uma por pouco não perfurou um órgão vital. Tivemos que colocá-la na UTI devido às paradas cardíacas que ocorreram na ambulância, mas creio que se tudo correr bem será somente até que ela acorde, ela sofreu uma concussão na cabeça tive que dar três pontos.” Ele parou e nos olhou para se certificar de que estávamos entendendo tudo, pois tenho certeza que minha expressão naquele momento não era das mais fáceis de se decifrar afinal de contas ouvir tudo o que sua melhor amiga sofreu enquanto foi mantida em cativeiro não era nada fácil. “Vocês me entendem? Eu posso continuar?”

Continuar?

“Tem mais?” Lindsay o questionou

“Ela tem outros diversos cortes principalmente nas costas e na parte de trás das pernas, não foram feitos com facas, talvez por repetitivos golpes, tem um corte no supercílio, pequenas queimaduras causadas por cigarros na região dos seios e na barriga e alguns hematomas superficiais.”

“O senhor fez... o teste?

“O teste de estupro será feito apenas com o consentimento da vitima, mas nós não achamos sinais de trauma visíveis.”

“Nós podemos vê-la?” Lindsay pergunta.

“Detetives, ela está sedada agora e só irá acordar amanhã de manhã então não vão conseguir tirar nada dela hoje.”

“Não como detetives doutor. Stella é nossa colega de trabalho e nós somos a única família que ela tem.”

Ele suspira e depois responde:

“Ela está na UTI agora, então só poderei deixar um de vocês ir vê-la e terá de ser por pouco tempo. Enquanto isso o outro pode ir pegar as coisas dela, já estão empacotadas prontas para a análise.”

Eu olho para Lindsay, como que se pedisse permissão para ir vê-la.

‘Mac... Eu sei que”

“Você se chama Mac? O doutor pergunta.

“Sim”

“Depois que a estabilizamos e antes de sedá-la ela teve alguns momentos de lucidez... e chamou por você. Mac”

Lindsay suspira:

“É, parece que ela vai gostar de ouvir a sua voz.” Diz sorrindo pra mim. “Mas e amanhã de manhã doutor acha que ela vai estar bem o suficiente para dar seu depoimento?”

“Não me entendam mal eu gostaria de ver quem fez isso atrais das grades tanto quanto vocês, mas a situação dela é delicada ela não pode se estressar. Como disse se tudo correr bem quando ela acordar amanhã, nós faremos uma revisão e a tarde provavelmente já estará no quarto depois então vocês pegam o depoimento. E quem mais quiser vê-la poderá vir amanhã as três horas que a é a visita da tarde.”

“Então doutor eu já posso vê-la?”

“Sim. Só um segundo.” Ele se afasta de nós e fala algo com um enfermeiro. “Detetive Messer ele ira levá-la até os pertences da senhorita Bonasera. E Detetive Taylor me acompanhe, por favor.”

Em alguns segundos eu já estava frente à porta do quarto dela. Em alguns segundo eu estava frente ao quarto que guardava o motivo deu ainda ser forte até agora.

Eu abro a porta.

E tão de repente eu sinto meu peito arder e uma forte dor como se algo apertasse meu coração ferozmente, eu pude sentir minhas pernas tremerem e meus olhos encherem de água ao mesmo tempo em que tentava respirar normalmente.

Ela estava ali.

Tão pálida quanto quando eu a havia encontrado na casa. Eu queria que ela falasse comigo queria ouvi-la dizer meu nome e me dizer que estava bem, mas infelizmente isso não seria possível não só pelo fato de ela não estar acordada, mas também pelo fato de eu saber que ela não estava bem.

Se eu estivesse estado com ela se eu não tivesse sido tão irresponsável, eu sabia que ele estava atrás dela e em um descuido ele quase conseguiu tirar de mim uma das pessoas mais importantes da minha vida. Se eu pudesse trocar de lugar com ela eu certamente o faria sem nem pensar duas vezes apenas pra não ter que vê-la naquele estado.

Eu estava sentado ao seu lado quando percebo a presença de Lindsay na porta ela estava com uma mão na boca e soluçava freneticamente enquanto lagrimas escorriam de seus olhos sem pedir passagem, eu fui até ela e a abracei, em poucos segundos eu pude sentir meu ombro molhar.

“Oh Meus Deus Mac. Ele a machucou tanto.” Ele diz ainda chorando sem sair do meu abraço.

“Ela vai ficar bem” Eu sussurro em seu ouvido antes dela se afastar e enxugar as lágrimas do seu rosto.

“Eu não deveria estar aqui” Ela diz. “Mas eu tinha que vê-la, você sabe... Só pra ter certeza, desculpe” Ela termina ainda soluçando um pouco.

“Detetives” O médico nos chamas com uma cara nem um pouco amigável. “Por favor, isso não é brincadeira, a senhora não deveria estar aqui sou obrigado a pedir, por favor, para que os dois se retirem”

Depois de Lindsay me convencer de era melhor eu passar a noite em casa do que na sala de espera do hospital eu vou para o meu apartamento, tomo um banho e deito na cama meu corpo estava pesado, mas na verdade não fazia muita diferença. A única coisa que eu tinha certeza era do tamanho da minha raiva essa sim estava pesada. Tudo o que passou pela mente esta noite me deixou assustado, tudo o que eu pensava que seria capaz de fazer com Kevin me deixava assustado sei que se fizesse metade do que tinha vontade seria preso, mas tenho absoluta certeza que posso ter isto em sonhos.