HERMIONE POV

Digamos que cheguei super-atrasada na audição. Quando cheguei, por mais incrível que pareça, os "ditadores" já tinham chegado. De certo modo, tenho certeza que me dei mal.

–Srta.Benson! Você está atrasada. - disse Trelawney ennquanto todos me encaravam à porta do grande teatro de St.Beens School.

–Desculpe, professora. Eu estive resolvendo uns problemas e... - comecei mas ela me calou com simples gestos de mão.

–Não, não. Esse não é o espirito da peça Romeu e Julieta. Atrasos e vida pessoal. Não, não e não! - exclamou a professora e pude ver as "patricinhas" rindo feito hienas. Que ódio! Fiz o máximo para não me atrasar mas acabei dormindo depois de terminar alguns trabalhos de escola e tomar um suco. Na verdade, eu dormi logo depois que tomei aquele suco na biblioteca enquanto fazia meus deveres. Acabei chegando aqui meia hora mais tarde, logo que Madame Pince me chamou ralhando comigo por dormir em cima dos livros. Estranho, isso nunca tinha acontecido comigo antes.

–Érr...professora, por favor...

–Mesmo que eu quisesse - disse a professora de artes mal dando atenção ao que eu dizia. - não há mais tempo para sua apresentação. Posso arrumar alguma coisa para você fazer na peça mas Julieta você não será. O papel já foi escalado. - disse Trelawney e congelei. "Não, não e não", quem diz sou eu. Pude, ao ver Sibila olhando para trás, para o palco, adivinhar quem era a "Julieta" agora.

–É uma honra para mim, professora. - disse Lilá Brown com inocência.

–Ora minha querida, você tem talento. Ao contrário de certas alunas, você sabe cumprir os horários. - disse a professora sorrindo para Lilá e depois se virou para mim amarrando a cara. - Irresponsabilidade não é aceita na minha matéria, mocinha. Detenção, comigo, às 15:00 horas, amanhã. Não tolero atrasos. Tente não chegar atrasada no seu castigo. Estão todos liberados! - disse Trelawney se virando para os alunos.

Eu ainda estava paralisada, sem conseguir acreditar. Hoje não é meu dia. Os alunos começam a passar por mim e vejo Gina, Luna e Zacharias vindo ao meu encontro.

–Como você está? - perguntou Gina enquanto caminhavámos para fora do teatro.

–Péssima. Sabem, eu fui para a biblioteca depois da aula de português e decidi terminar uns deveres. Então tomei um suco e dormi. - contei me sentindo idiota.

–Perai! Você tomou um suco? - perguntou Zacharias parando de andar.

–É. O que que tem? - pergunto confusa pela reação dele.

–Meu Deus. Jade, você não acha que alguém colocou algo no seu suco? - perguntou Zach.

Comecei a rir. A situação não era nada engraçada mas é melhor rir do que chorar, certo? Zach com certeza é daqueles tipos de garotos que assisti muitos filmes de investigação, de policiais e etc.

–É sério, Jade. E se alguém colocou algo no seu suco? - perguntou ele sério.

–Tudo bem. Bom, eu acho que não. Fui pegar na cantina e...

–Depois vemos isso. Preciso falar com você Jade. - disse Gina urgentemente ao olhar para trás e ver vários alunos "ditadores" próximos a nós.

Saimos dali rápido e chegamos até o prédio principal do internato onde chegamos até o nosso quarto. Zacharias e Luna se sentam nas poltronas e eu me sento na minha cama enquanto Gina remexe em sua bolsa.

–Isso é seu, Jade? - perguntou Gina me entregando uma carta.

Abro-a e vejo que é dos meus pais. Fecho imediatamente para ler depois.

–Obrigada. Você pegou nos correios do internato? - pergunto.

–Estive lá depois que tivemos nossa discussão junto com Luna.

Lá encontramos Zacharias e pegamos algumas cartas e pacotes que nossos pais nos mandaram.

–Ah, certo. Por isso faltaram na aula de português? - perguntei astutamente.

–É. Bom, eu, preciso perguntar uma coisa a você, Jade e a vocês dois. - disse Gina com um suspiro.

–Pode falar. - disse Luna.

–Bom, meus pais mandaram uma carta para mim e, bem, domingo vai haver almoço na minha casa. - disse Gina encarando os próprios sapatos.

–E...? - perguntou Zacharias.

–Eles são legais sabem, nem parece que Fred, Jorge e Rony são filhos deles também. Enfim, eles disseram que eu poderia convidar alguns amigos para o almoço se quizesse. E eu disse que vocês iriam. - disse Gina.

–Sem nos perguntar? - digo surpresa e nervosa. Rony estará lá com certeza e a Lilá. Ergh! Não quero nem pensar.

–Bom, imaginei que vocês iriam colocar prós e contras então, decidi dizer que vocês vão porque eu quero que vocês vão. - disse Gina e notei, que lágrimas escorriam por seus olhos.

–O que está acontecendo? - perguntou Zacharias.

–Meus...meus...meus pais estão ameaçando se separar. - respondeu Gina e não consegui acreditar.

Vagamente, me lembro do sr e sra. Weasley. Eles sempre pareceram tão felizes, tão amorosos um com o outro...não pode ser.

–Tem certeza, Gina? - perguntou Luna e pela primeira vez, não vi aquele ar aéreo em seu rosto. Ela estava séria como nunca a vira antes desde que a conheci.

–S-sim. Bom, quando vim para cá, meio que imaginei que isso fosse acontecer. Rony, Fred e Jorge estão meio, digamos, parecem chateados com tudo isso. Esse almoço será meio que uma chance para nós evitarmos o pior. Meu pai que sugeriu e minha mãe concordou, já que ela gosta de ver a casa cheia. - Gina suspirou. - Então, se vocês forem, eles irão esquecer a briga e bem, não vão se matar dentro de casa.

–Eu vou então. - disse Zacharias rapidamente.

–Eu também. - concordou Luna e fez-se silêncio.

Eles esperam minha resposta e não sei o que dizer. Eu sinto que devo ir para ajudar Gina. Outra parte, pensa em encontrar Rony, e isso não vai prestar. Mas o que eu posso fazer?

–E-eu vou, Gina. Claro que eu vou. - disse e a abracei forte.

Até agora, ela tem sido uma das minhas melhores amigas aqui dentro, e eu sinto que será a oportunidade perfeita, para contar a ela, Luna e Zacharias, quem eu sou de verdade.
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Cumpri minha "terrível" detenção de tarde, no dia seguinte. Trelawney, provavelmente, pensou que eu não gostasse de Romeu e Julieta pelo simples fato de ter chegado atrasada na audição da peça.

Mas estava enganada não é mesmo?

Não sou de falar mal de nenhum professor, respeito todos eles, por mais temíveis, rabugentos ou o que sejam. Só que Trelawney, tipo, ela passa dos limites. Ela sempre foi meio maluca. Nunca duvidei disso. E ela, digamos, nunca foi muito com a minha cara só porque eu nunca gostei de artes (e nem tão cedo vou gostar se ela continuar ensinando essa matéria).

Cheguei na aula de quimica e me sentei ao lado de Zacharias.

Por alguma razão - ou devo estar maluca - Rony não parou de me lançar olhares do outro lado da sala.

POV RONY

Ok, ok. Eu sou o Romeu da história. Me dei bem. Ou não?

Estou muito confuso! Tipo, eu estou precisando levar um papo reto com os meus amigos sobre a Benson. Se eu não fizer algo logo, vou enlouquecer.

Sabem qual é o problema? O problema, o grande problema, é que eu não paro de pensar nela. Ela, a garota rebelde, que ensiste em passar por cima das minhas leis.

Ela não fez nada demais por enquanto, mas o fato de Lilá ter perguntado, ontem mais cedo, se não seria uma boa idéia colocar sonífero no suco da Jade para ela, digamos, dormir e dormir e não chegar a tempo para o teste de Julieta.

Eu meio que disse "faça o que bem entender Lilá", e agora, Jade se ferrou por nossa causa. Ou melhor por minha causa.

Estou ainda enfrentando uma barra pesada por conta dos meus pais, que estão ameaçando se separar. Hoje recebi uma carta deles, e tals.

Vai ter almoço de domingo, esse fim de semana, e eu ganhei permissão de convidar alguns amigos. Harry e Neville no caso.

Eu devo estar ficando maluco mesmo. Jade faz parte da classe inferior na hierarquia. Ela não é o meu tipo, mas ter trapaceado dessa forma, me incomoda muito.

"Esquece isso Ronald Weasley", pensei irritado e continuei prestando atenção na aula do Snape.

Mas meus olhos, insistem em não focar na frente. Viro a cabeça e vejo Jade fazendo várias anotações. Ela me lembra muito uma paixonite da minha infância, coisa de criança mesmo.

O nome da garota era Hermione Jane Granger. Cabelos castanho ondulados, dentes da frente grandes mas que a deixavam mais linda, pele branca, inteligente ao extremo...

Um dia desses conversei com Harry sobre ela. Ele disse que se lembra dela ainda e me perguntou se tive notícias sobre ela. "Não, nenhuma.", respondi para o meu amigo e ele suspirou. Nós, mudamos muito desde que ela se foi para a França. Ela era nosso porto-seguro, e agora, nós não recebemos mais cartas e achamos que ela se mudou.

Espero ainda encontrá-la um dia. Mas é impossível não? Ela deve estar a quilômetros.

Fico pensando no que fazer para tirar Jade do caminho. Será que devo fazer isso mesmo?

"Sim.", disse uma voz iritante em minha cabeça. "Você deve tirá-la do seu caminho para que ela não se livre de você."

Eu resolvo ouvir minha conciência maligna. Hermione não está aqui e eu tenho que continuar com meu reinado. Me sinto bem assim, já que sofri muito e tenho o direito de ser feliz agora. Pensando bem, já tenho um modo para dar um jeito na Benson. Mas vou precisar da Lilá e do Neville.

o_o

POV HERMIONE

A aula terminou e eu segui com Gina, Luna e Zacharias para a lista de personagens da peça Romeu e Julieta.

É, Trelawney tinha dito que a lista estaria em "cada porta da sala de aula" e aqui estamos, na porta da sala de português, onde é mais seguro ter um tumulto desses do que na sala de Quimica.

Legal, eu sou a Senhora Montecchio. Isso não é legal, nada legal.
Eu queria ser Julieta e não a mãe do Romeu. Fala sério!

Por consolo ou não, Zacharias será o Montecchio. Luna será ama e Gina a Senhora Capuleto.

Fomos para o quarto onde eu e minhas amigas dormimos, e nos sentamos nas poltronas próximas a escrivaninha. Tirei os livros da mochila e comecei a fazer os deveres. Zacharias fez o mesmo e começamos a estudar juntos. Gina e Luna conversavam.

–Posso pegar o seu caderno de português emprestado, Jade? - perguntou Gina e eu assenti.

–Claro.

–É que eu não fui na aula ontem e acho melhor fazer isso logo. - explicou Gina e as duas se aproximaram para copiar o texto.

Terminamos nossos deveres e eu fui para o banheiro tomar uma ducha enquanto Zacharias e Luna seguiam para os jardins e Gina lia um livro.

Sai do banheiro e encontrei minha amiga ruiva com algo na mão. Meu Deus! É o meu passaporte.

–Vem cá, Jade, esse passaporte não estava no seu apartamento? Ou devo dizer, Hermione Jane Granger?

Eu terei de contar a verdade para ela. Mas não sei por onde começar. O que faço?