Hermione

Minha vida sempre foi cheia de luxos e regalias, e eu não gosto disso.

Sou Hermione Jane Granger, tenho 17 anos e moro na França, por conta dos meus pais que são administradores - ou melhor, donos - de uma grande franquia de lojas de roupas. Devido tal circunstância vivo em uma mansão desde que que eu tinha sete anos de idade.

Para que existisse essa belíssima mansão, eu tive que me mudar de Londres, desfazer as amizades e ir morar junto aos meus pais em Paris sem conhecer ninguém e sem ter noção do que realmente acontecia por conta de minha pouca idade.

O pior de tudo isso, é que eu perdi o contato com meus amigos e melhores amigos que eu tinha feito em Londres. Harry e Rony sempre foram muito importantes para mim, tanto que até hoje me lembro deles, sendo que se passaram 10 anos desde que não os vejo.

O que me preocupa, é se eles ao menos se lembram de mim.

Logo vou descobrir o que realmente pode ter acontecido, porque graças as minhas maravilhosas notas no internato, vou passar o terceiro ano do colegial em St. Beens School, em Londres, o antigo colégio em que eu estudei por apenas um ano.

Sinceramente, tenho medo do que posso encontrar quando voltar para Londres. Um pressentimento ruim de que tantas coisas possam ter mudado, me atinge de chofre.

O avião pousou no aeroporto de Londres. Sai carregando minhas malas e logo chamei um táxi. Vou direto para St. Beens School, pois o ano letivo vai começar em poucas horas.

Londres continua sendo uma cidade maravilhosa, cada ponto me traz lembranças e cada lugar me faz lembrar de coisas boas e ruins, não sei ao certo se isso é bom e legal, várias vezes cheguei a ficar bastante chateada só de pensar no internato e nos amigos que eu tinha e que perdi tão rapidamente.

Meus pais não tiveram culpa, provavelmente era uma questão de cuidar do futuro, mas bem que eles poderiam ter deixado a franquia de Londres e não quererem aumentar para a França também, isso me deixou bastante irritada no começo, mas agora consigo entender com mais facilidade seus motivos.

Hoje, pode ser o dia mais feliz da minha vida e o mais triste dependendo do que eu vou encontrar pela frente.

– Oi. - cumprimentou o garoto ruivo na intenção de chamar a atenção da garota que se balançava no brinquedo do parque em Londres.

– Olá. Qual seu nome? - perguntou Hermione parando com a brincadeira.

– Ronald Weasley. Mas pode me chamar de Rony. - disse o garoto.

– Sou Hermione Granger. - disse a garota.

– Você mora aqui há quanto tempo? - perguntou o ruivo tentando manter a conversa.

– Nasci aqui. E você? - perguntou Hermione.

– Acabei de me mudar. - respondeu Rony.

Eu pensava que tinha melhores amigos em Paris, mas na verdade não. Todos fingiam ser o que não eram apenas para terem respostas dos exames. Vitor Krum era um exemplo disso. Fingiu ser meu amigo e disse que gostava de mim. Eu acreditei, mas fui a maior idiota de todo o mundo, pois ele me humilhou diante de toda a escola. Isso me deixou zangada e chateada a ponto de fazer uma grande besteira.

Ele era o maior jogador de futebol e eu, apenas a garota rica que tinha uma grande inteligência e que se interessava por livros românticos.

– Acha mesmo que gostava de você? Aprenda Granger, existe uma hierarquia aqui no colégio e você fica em último nela - disse Vitor com um sorriso satisfatório por ver as lágrimas no rosto de Hermione.

– Pois acabou, acabou o tempo em que eu era a garota que passava as colas das atividades e provas acreditando que com isso eu ganhava amigos, mas vejo que só ganhei inimigos e humilhação.- disse Hermione.

– Ora, não encare desse modo. Digamos que fazíamos uma troca: você passava as colas e a gente contribuía para que você não fosse impopular - disse Vitor arrancando gargalhadas dos amigos jogadores de futebol.

Hermione deu um passo a frente e socou o nariz do ex-namorado que começou a sangrar no mesmo instante.

Cheia de raiva, a garota saiu daquele corredor que se tornava cada vez mais cheio.

Eu pensei que tínhamos um relacionamento sério, mas na verdade, era tudo muito falso. Mais falso do que eu imaginei que fosse. No fim, descobri que ele queria dar o golpe na minha família também o que me deixou mais cheia de raiva a ponto de quebrar o nariz dele novamente.

Isso foi bom para que eu aprendesse que não devo ser tão romântica. O trânsito está cada vez pior. Não sei por que, mas mesmo assim me sinto feliz. Na verdade, acho que eu sei a resposta: por eu estar de volta. Estou de volta e isso me faz sorrir mesmo sabendo que vou passar mais de meia hora observando a mesma loja no outro lado da rua por conta do excesso de veículos nas ruas.