Crônicas de Son Gohan escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 6
Tragédia em quatro atos - 2º Ato


Notas iniciais do capítulo

Continuação do capítulo anterior, Vegeta mostra a que veio. Apesar disso, Nº 17 e Nº 18 não se intimidam com os adversários.



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Tragédia em quatro atos


2º Ato: Guerreiros em desvantagem


 


- Agora restam só três! – Nº 17 disse, comemorando. – Quem vai ser a próxima vítima?


- 17, até agora eles ainda não lutaram!


- É verdade, 18... Você pode enfrentar os três...


- Não, você pode ficar com um dos outros dois... É melhor do que ficar assistindo...


- Valeu! Eu ficaria entediado, se não lutasse...


- E então? – a loirinha perguntou. – Qual você vai escolher pra enfrentar?


Nº 17 olhou para Gohan e Vegeta. Pensou por uns instantes e decidiu:


- É esse!


O andróide havia apontado para Vegeta. Este se mostrou confiante.


- Escuta, boneco de lata! Não pense que eu sou igual aos outros... Não sou como eles, muito pelo contrário... Sou o guerreiro mais poderoso que existe!


- Vejo que você adora contar vantagem... – Nº 17 ironizou. – Vamos ver do que você é capaz. Será que é tão forte como diz?


O saiyajin continuava confiante e até um tanto arrogante. Tinha uma carta na manga. Olhou para o seu adversário. Concentrou-se. Pôs-se em posição de combate. Fechou os punhos com força. Seu ki começou a aumentar. A cada segundo seu poder de luta aumentava em uma velocidade impressionante. Uma aura dourada o envolvia. Os olhos negros passaram a ser verdes e, numa explosão de energia, o cabelo passou a ser loiro. Era a forma Super Saiyajin.


- Pra que chamar tanta atenção? – o androide perguntou, nada surpreso com a transformação de Vegeta. – A sua mudança de aparência não me impressiona!


- Não me subestime, verme! Você ainda não viu nada!


Piccolo ficou estarrecido. “Não pode ser! Até esse desgraçado do Vegeta consegue se transformar em Super Saiyajin!”


Gohan deixou a sua energia voltar ao nível normal, ao sentir o poderoso ki do saiyajin. Era uma energia monstruosa e assustadora. Era como a energia que seu pai tinha, quando se transformava. Era algo incrível.


Kulilin apareceu, perto do garoto. Havia recobrado a consciência naquele exato momento. Estava abismado com o que tinha acabado de ver.


- Como... Como ele conseguiu?! – perguntou. – Não é preciso ter um coração calmo e puro pra se tornar um Super Saiyajin?! Não é isso que reza a lenda?!


Vegeta olhou para o trio e deu um sorriso sarcástico e, ao mesmo tempo, altivo. Parecia se deliciar com o choque deles.


- Sim... Um coração calmo e puro... Só que, no meu caso, é pura maldade...


O saiyajin olhou novamente para Piccolo, Kulilin e Gohan. Eles continuavam surpresos. Ele prosseguiu:


- Sempre desejei, no fundo do meu coração, me tornar um guerreiro poderoso... Treinei muito, sem parar, para alcançar a minha maior ambição... Ser o saiyajin mais forte do universo. Um dia, percebi que eu cheguei ao meu limite... Fiquei tão furioso comigo mesmo, que acabei despertando... o Super Saiyajin!


Era o discurso mais presunçoso que o trio já havia ouvido... E olha que eles já ouviram muitas bravatas... Eles passaram a olhá-lo de uma forma meio cética. Vegeta não se importou com isso. Pelo contrário, ele continuava cada vez mais orgulhoso, seu ego estava cada vez mais inflado.


- Não pude conter a minha emoção... Finalmente, chegou a hora de superar Kakarotto e voltar ao meu lugar de direito... Ao meu trono de príncipe dos saiyajins...!


- Deixe de conversa fiada e vamos lutar! – disse Nº 17. – Me mostre todo esse poder de que tanto fala!


- Com muito prazer!


 


- Ele parece ser um sujeito insuportável! – disse Nº 18. – Não sei como vocês aguentam!


Piccolo lembrou-se de que ela era a sua adversária. Pôs-se em guarda. Não podia deixar brecha para um possível ataque da androide.


Como previsto pelo namek, ela saiu ao ataque. Piccolo bloqueou todos os golpes que ela aplicava de forma direta. Depois disso, foi pra cima dela e deu uma sequência de chutes, todos também bloqueados. Não estava satisfeito. Ela havia bloqueado com a maior facilidade.


“Acho que eu sei o que está acontecendo.”, pensou. Nisso, tirou a capa e o turbante e os jogou no chão. Sacudiu os ombros e se alongou. Tirar todo aquele peso lhe deu uma sensação de alívio. Em seguida, foi mais uma vez ao ataque, agora com muito mais velocidade. Desapareceu e reapareceu por trás, visando um golpe certeiro na nuca da garota. Acabou golpeando o ar, ela havia desaparecido.


Onde ela foi parar? Procurou a presença dela, mas não a encontrava em lugar algum. De repente, reapareceu às suas costas.


- Procurando por mim? – perguntou.


Nº 18 simplesmente acertou uma cotovelada nele, fazendo-o parar longe.


- Droga...! Não consegui... sentir o ki dela! – disse, ao recuperar-se da surpresa.


Piccolo aumentou seu ki e foi de novo pra cima dela, a toda velocidade. Conseguiu acertar um forte soco no rosto da garota. Com o impacto da pancada, ela saiu do chão. O namek aproveitou a oportunidade, desapareceu e logo reapareceu por baixo dela para dar-lhe um chute. Acertou o golpe e a mandou a mais alguns metros acima do solo. Aumentou novamente a energia e voou para alcançá-la. Situou-se por cima dela e aplicou uma pancada que a fez despencar ao chão.


Ele desceu e foi até onde estava uma cratera. Lá estava a androide caída. Instantes depois, para sua surpresa, ela se levantou. Apesar das esfoladuras e da roupa meio desgastada, ela agia como se nada tivesse acontecido.


O namekuseijin começou a ficar atônito. Mesmo tomando todos aqueles golpes, ela não sentiu praticamente nada. Ela não era um ser humano. Não mesmo...  


Nº 18 olhou para um pedaço de espelho que estava jogado ali perto. Seu rosto deixou de ser inexpressivo ao olhar para sua imagem esfarrapada. Surgiu uma expressão de raiva.


- Você estragou o meu cabelo, e estragou a minha roupa!


Ela simplesmente desapareceu e reapareceu cara a cara na frente dele. Deu-lhe um potente soco na barriga, fazendo-o cair ajoelhado diante dela. Piccolo não conseguiu reagir. Nem deu tempo de se recuperar do impacto e recebeu um chute no rosto, que o jogou pra longe.


Gohan assistia a tudo e Kulilin percebia que, a cada golpe que Piccolo recebia, o ki do garoto aumentava. Ele ficava cada vez mais furioso.


“O ki de Gohan começou a aumentar de novo”, pensou. “Será que... Será que ele pode chegar a se transformar em um Super Saiyajin?”


Nisso, ele passou a olhar a luta travada entre Vegeta e Nº 17. O combate parecia bem equilibrado, embora o saiyajin bloqueasse mais os golpes do que se esquivasse deles. Tanto numa luta, como noutra, Kulilin não sentia os kis dos androides. Era como se Vegeta e Piccolo estivessem lutando sozinhos.


Enquanto isso Vegeta também não tinha uma luta fácil contra Nº 17. Pelo contrário, a sua principal dificuldade era prever os movimentos do androide. Não conseguia detectar a presença dele e, quando percebia, já estava com um golpe prestes a atingi-lo, dando tempo apenas para bloquear. E quando ia golpeá-lo, desprendia muita energia, pois em boa parte das vezes ele acertava apenas o ar. Isso, quando seus golpes não eram bloqueados com antecedência. Estava em desvantagem pelo fato de seu adversário prever seus movimentos e se antecipar a eles. Mesmo na forma Super Saiyajin, tinha problemas em pensar em um “elemento-surpresa”.


- Eu disse que a sua mudança de aparência não me impressionava... – Nº 17 falou. – Cadê o seu grande poder? Eu estou esperando!


Nem é preciso dizer, mas Vegeta ficou encolerizado com a provocação do androide. “O que ele pensa que é para zombar de mim dessa maneira?!”, pensou.


Aumentou seu poder de luta em uma explosão de energia. Apontou uma das mãos para a direção do androide. Passou a reunir uma grande quantidade de energia na palma da mão.


- Preste atenção, monte de lata velha inútil! Ninguém, que zombe de mim, escapa sem me enfrentar... E você não vai livrar a sua cara, entendeu? Não vou deixar você e sua maldita carcaça de sucata zombar de mim novamente! É hora de conhecer minha mais nova técnica... O ATAQUE BIG BANG*!!!


Após dizer o nome de sua técnica, o saiyajin a disparou contra seu adversário, que estava a alguns metros de distância. O ataque atingiu Nº 17 e levantou uma grande nuvem de poeira no local. Confiante, Vegeta esperou a grossa nuvem de pó se dissipar. Quando a poeira abaixou, viu, indignado, que o androide continuava inteiro. Tinha se defendido de sua poderosa técnica, embora as roupas tivessem ficado um tanto esfarrapadas e ele, um pouco ferido.


“Como... Como ele conseguiu se defender do meu ‘Ataque Big Bang’?!”, pensou.


A luta contra os dois androides estava ficando mais complicada. Piccolo e Vegeta estavam enfrentando dois seres que enganavam pela aparência. Além disso, não conseguiam prever os movimentos deles. Passaram a ficar em desvantagem em relação a Nº 18 e Nº 17.


* Nota: Eu preferi usar este nome pra técnica do Vegeta, porque não tenho o mangá. Além disso, na versão dublada do anime, esse mesmo ataque tem dois nomes: na Saga Cell, ficou como “Grande Explosão do Super Vegeta” (comprido, pomposo e presunçoso, né? -_-‘) e na Saga Boo, ficou apenas “Ataque Big Bang”. E também escolhi o segundo nome, porque é a tradução mais próxima do nome original “Big Bang Attack”, que seria, ao pé da letra, “Ataque da Grande Explosão”.


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