Crônicas de Son Gohan escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 27
O que fazer num dia de chuva


Notas iniciais do capítulo

Gohan e Trunks ficam em casa sem treinar, por causa de um toró que resolve desabar bem na hora em que eles iriam treinar... O que eles vão fazer enquanto chove?



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O que fazer num dia de chuva


 


- Que tédio... – Trunks disse. – Logo hoje, que a gente podia voltar a treinar...


- É... Logo hoje... – Gohan concordou igualmente entediado.


Os dois estavam à beira da janela, olhando a chuva forte cair. Gohan estava com planos de poder treinar Trunks, depois de se recuperar por completo da última luta, na qual perdera o braço esquerdo. Depois do reencontro com Goku, seu humor havia melhorado muito. Chegava até a fazer piadinhas sobre a falta de um braço.


- Gohan, o que dá pra se fazer num dia em que cai um toró desses?


- Sei lá, Trunks... Você tem alguma ideia?


- Se eu soubesse, não te perguntaria...


- Ah, é...


A chuva se acalmou e, nisso, Gohan se animou e foi trocar de roupa. Já tinha habilidade para se vestir com uma mão só – quando não precisava de uma ajudinha dos dentes. Saiu correndo do quarto.


- Vamos lá, Trunks! Quero ver se consegue me acompanhar!


- Claro que consigo!


- Ei, garotos! – Bulma disse. – Esperem aí, acho que vai...


Os dois nem deram atenção a Bulma e saíram correndo como duas criancinhas. Mas um trovão ecoou e, em seguida, desabou o maior toró. Nisso Gohan e Trunks voltaram desanimados e totalmente encharcados.


-... Voltar a chover... – Bulma completou ao vê-los.


- Isso não é justo... – Trunks disse.


- Eu tentei avisar... – Bulma disse, se segurando para não rir.


- Ô mãe, não tem graça...


Quem manda não acreditar num gênio e na sua invenção? Viu como o meu computador meteorológico funciona? Noventa e cinco por cento de acerto...


- Essa é a velha Bulma... – Gohan disse.


- Velha, eu?


- Calma, Bulma... É só um modo de dizer...


- Bom mesmo que seja... – ela disse cruzando os braços e empinando o nariz.


Se tinha uma coisa que Bulma ainda não havia perdido com os anos, era a vaidade. Sempre fazia o tipo “eu sou um gênio”, e jamais admitia ser chamada de “velha”.


- É melhor vocês dois se trocarem, ou vão se resfriar...


- Ah, mãe... Nós somos saiyajins... Não é qualquer resfriado que pode derrubar a gente...


Ela revirou os olhos azuis:


- Ah, Trunks... Às vezes você é teimoso como o seu pai...


- Vamos lá, Trunks... – Gohan disse. – Você não quer ver a sua mãe nervosa, não é? Até seu pai, que era mais teimoso, teve que entrar na linha...


 


*


 


- Nossa...! – Gohan disse. – Definitivamente, esse lugar precisa mesmo de uma reforma...


Os três estavam dentro do laboratório. Gohan estava surpreso com o estado do local. Dava pra dizer que chovia – quase que literalmente – dentro do laboratório.


- Pois é, Gohan... – Trunks disse. – Esse lugar tá mesmo implorando por socorro...


- Alguém tem um guarda-chuva aí?


- Vamos logo ao que interessa, rapazes... – Bulma disse. – Vamos tirar as coisas daí e colocar lá onde era a garagem...


- Foi pra isso que você chamou a gente pra cá? – Trunks perguntou.


- É claro! – Bulma respondeu. – Essa chuva até que veio bem a calhar. Eu só estava esperando a oportunidade de contar com a ajuda de vocês dois. Vocês sabem o quanto esses equipamentos são pesados? Só alguém com força de saiyajin poderia mudá-los do jeito que eu quero...


Mestre e aluno se entreolharam e assentiram. Acharam que poderiam tirar de letra essa arrumação...


 


*


 


- Caramba! Isso é cansativo! Dá um desconto, mãe...


Trunks estava estirado no piso da garagem, que passava a ser o novo laboratório. Gohan estava sentado, encostado à parede, igualmente cansado. Tinham levado tudo o que tinha para levar para lá. Faltava organizar.


- Tá certo, Trunks. – Bulma disse. – Gohan, me dá uma mãozinha aqui...


- Peraí, Bulma... Se eu te der a mão, vou ficar sem nenhuma...


- Deixa de piadas e levanta o armário pra mim. Caiu um tubo de ensaio lá embaixo...


Gohan levantou o armário e Bulma pegou o tal tubo de ensaio. Mas ao colocar o armário no lugar, este balançou e derrubou algo que acertou em cheio a cabeça do jovem guerreiro e o fez cair sentado no chão.


- Ai... Que troço foi esse que caiu na minha cabeça?! Ô coisa pesada, hein...


Recuperando-se da pancada inesperada, olhou para trás e viu Bulma pegar algo parecido com um grande livro.


- Mamãe, o que é isso? – Trunks perguntou ao se aproximar de Bulma.


- Nossa, eu não lembrava que este álbum estivesse por aqui... – ela disse.


-Puxa – Gohan disse. – Quem disse que as lembranças voltam com força não estava brincando... Esse álbum é superpesado...


- Se você pensasse em ganhar a vida como comediante, com certeza morreria de fome... – Trunks disse com uma ponta de ironia.


- Nossa... Como esse álbum está empoeirado... – Bulma disse e o soprou.


Com o sopro de Bulma, a poeira acumulada há anos no álbum virou uma grossa nuvem em volta do trio, que começou a tossir.


- Ô mãe... Fazia quanto tempo que você não achava esse álbum...?


- Deixe-me ver... Uns treze anos, eu acho...


- TREZE ANOS?!? Eu ainda era um bebê na época...!


Bulma já estava concentrada, começando a folhear o pesado álbum de fotografias. Trunks olhava curioso para a mãe. Gohan também se aproximou, a fim de ver o conteúdo do tal álbum.


- Essa aí é você? – Trunks perguntou a Bulma.


Bulma olhava a primeira foto do álbum. Na época, era adolescente e já havia iniciado a sua busca pelas esferas. Posava com uma das esferas do dragão com um garoto, que Gohan logo reconheceu:


- Esse garoto aí é o meu pai? – ele perguntou.


Foi quando Bulma acordou de uma espécie de transe. Estava tão mergulhada nas suas memórias, que mal havia prestado atenção nas perguntas dos dois.


- Ahh... Essa aí da foto sou eu, Trunks... E o garoto ao meu lado é o Goku...


- Ele é o pai do Gohan? Parece tanto...


- É... É sim... – Gohan afirmou. – Esse aí é o meu pai...


- E o que é isso na sua mão, mamãe? – Trunks apontou para algo na foto.


- Ah... Era uma das esferas do dragão...


- Esferas do dragão? Me explica!


Bulma ficou pensativa por alguns instantes. Depois, deu uma breve explicação:


- As esferas do dragão eram sete, que, quando eram reunidas, faziam surgir um dragão que realizava um desejo pra quem conseguia juntá-las.


Os olhos azuis do garoto brilharam.


- E por que a gente não procura essas tais esferas do dragão? Aí dava pra pedir ao dragão fazer os androides desaparecerem!


- Bem, Trunks... – Gohan disse. – Tem um problema bem grande pra conseguir isso... As esferas do dragão deixaram de existir há muitos anos...


- Como é que é?


- Gohan tem razão, Trunks. – Bulma disse. – Essas esferas dependiam da vida do criador delas, o Kami Sama. E o Kami Sama estava ligado ao Piccolo. Quando Piccolo morreu contra os androides, Kami Sama desapareceu também, e as esferas do dragão deixaram de existir.


- Se as esferas do dragão ainda existissem, não existiriam vítimas dos androides... E nem mesmo seu pai estaria morto.


- Que pena...


Bulma foi folheando uma a uma as páginas do álbum, todas repletas de recordações e histórias fantásticas. Mas ao chegar em uma determinada fotografia, Trunks começou a gargalhar.


- Ô Trunks, qual é a graça? – Gohan perguntou.


-É esse garotinho vestido de amarelo e com um chapelão vermelho na cabeça...!


- Esse sou eu, quando tinha quatro anos... – Gohan respondeu vermelho e todo sem graça.


- Ai, que fofinho...! – Trunks debochou.


- Sem graça... – o guerreiro resmungou com uma gota enorme na cabeça.


Foto a foto, Bulma e Gohan relembravam o passado, enquanto Trunks conhecia cada integrante da antiga equipe Z. Até que, de repente, ouviu-se uma sonora gargalhada, que fez o garoto de cabelo lilás pular pra trás.


- Ei, Gohan, o que você tá sentindo? – Trunks perguntou.


- Olha pra foto que você descobre... – o jovem guerreiro disse, já com a barriga doendo de tanto rir.


- Ô Gohan, esse sou eu!


- Eu sei... Te conheço bem o bastante... Você tinha um ano de idade quando tirou essa foto!


Trunks não respondeu. Seu olhar acompanhou o da mãe. Bulma fitava a fotografia com um ar ainda maior de nostalgia. Os olhos azuis pousaram sobre o terceiro componente daquela foto, com uniforme azul, armadura, luvas e botas brancas, cabelos e olhos negros e expressão emburrada. Ela deixou escapar um pequeno suspiro.


- Mamãe...


- Hã? – Bulma perguntou, saindo do transe.


- Esse aí... – apontou para a foto. – É o meu pai...?


- É sim, Trunks... A cada dia que passa você se parece mais com ele.


- Ele era forte?


- Ele era muito forte. – Gohan disse. – Um guerreiro muito poderoso... E muito orgulhoso.


- Eu gostaria de ter conhecido ele.


Um pesado silêncio se fez diante dessa declaração de Trunks. Mal sabia ele as razões desse silêncio.


Gohan olhou para uma janela. A chuva havia acabado. Mas o dia também. Já estava escuro, os três não haviam percebido o tempo passar.


- Ora essa... – Gohan disse. – Já tá bem tarde.


- Que droga... – Trunks lamentou. – O nosso treinamento foi pro beleléu...


- Bom... – Gohan sorriu. – Fazer o quê? O jeito é treinar amanhã...


- Olha pro lado bom, Trunks... – Bulma disse. – Você descobriu como era o pai do Gohan, os amigos dele...


-... E como era o meu pai... – o garoto completou. – Você tem razão, mamãe. Até que não foi um dia perdido, afinal de contas...


 


*


 


Em meio a uma tempestade, Gohan lutava contra Nº 17 e Nº 18, em uma cidade já bastante destruída. Mas, de repente, foi atingido por um clarão, do qual não conseguiu escapar. Quando acordou, o rosto estava banhado de suor. O coração disparou, a respiração ficou ofegante. O susto foi demais. Depois de alguns instantes, conseguiu se acalmar.


- Que... Que pesadelo...! Espero que isso não vire realidade...!


Sentou-se na cama, para terminar de se recuperar do susto. Passou a mão pela testa e tirou o suor, dando um suspiro de alívio. Levantou-se e foi até a porta. Abriu-a e olhou para os dois lados do corredor, para ver se alguém havia escutado o grito que ele dera antes de acordar. Observou por alguns instantes o corredor, para se certificar de que ninguém havia acordado. Como não viu nenhuma movimentação no corredor, fechou a porta e voltou à cama.


Começava a ter um mau pressentimento... Principalmente acerca de seu destino.


Será que o pesadelo teria algo a ver com esse mau pressentimento? Agora sentia necessidade de contrariar esse mau pressentimento e evitar que esse pesadelo se torne realidade. Tinha que vencer os androides a qualquer custo.


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Notas finais do capítulo

N/A: Gente, me desculpem se esse capítulo ficou meio fraquinho, é que estou voltando de um bloqueio... Prometo que o próximo vai ser melhor!

Tchau e até a próxima!

P.S.: Desejo a todos um feliz 2010! Bjos! :*



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