Crônicas de Son Gohan escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 21
Sede de vingança


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, os androides dão as caras e destroem um shopping, causando mais vítimas fatais. Detalhe: os amigos de Gohan - Yakimo e Aisu - estavam nesse shopping, e no meio da tragédia...



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Sede de vingança:

 

Gohan desafia os androides mais uma vez

 

 

 

No dia seguinte, Gohan chegou à casa de Bulma, para buscar Trunks para treinar. Sabia que o garoto tinha potencial pra se tornar um guerreiro poderoso, e que tinha possibilidade até de se tornar um Super Saiyajin. E estava disposto a fazer com que ele despertasse esse poder. Enquanto isso, Yakimo e Aisu se divertiam pegando um cineminha num shopping da cidade. Mas...

 

- Ei, o que é isso?! – Trunks perguntou.

 

A terra tremeu, logo após uma grande explosão. Gohan olhou pra trás, e notou que um grande cogumelo de fumaça acabava de ser formado.

 

- Não diga que... – Bulma disse.

 

- São eles!

 

- De novo os androides? – Trunks perguntou.

 

Gohan deu as costas para mãe e filho.

 

- Sim. De novo eles!

 

Virou-se para mãe e filho de novo. Disse a Trunks:

 

- Trunks, você fica pra proteger a sua mãe, entendeu?

 

- Sim, Gohan!

 

Nisso, Gohan saiu rumo ao local onde ocorreu a explosão. Chegando lá, viu o cenário de destruição. E descobriu o que havia acabado de se transformar em mais uma pilha de escombros...

 

- Não...! Isso só pode ser um pesadelo...!

 

Era o shopping onde estavam os seus amigos.

 

“Yakimo... Aisu...”, pensou. “Será que eles...?”

 

Fechou os olhos em meio à confusão gerada pela explosão repentina. Conseguiu se concentrar, a fim de procurar por sobreviventes. Os androides tinham desaparecido de lá. Sirenes ecoavam de todos os cantos, ambulâncias e viaturas surgiram para resgatar quem ainda estivesse vivo por ali.

 

Gohan localizou vários kis pequenos por baixo dos escombros. Viu um homem, que presumiu ser o chefe de uma das equipes de resgate e deu a ele a localização daqueles que sobreviveram. Sentiu uma presença muito fraca e dirigiu-se até o local onde ela estava. Retirou os escombros e estes revelaram quem estava lá embaixo...

 

- Gohan... – uma voz fraca disse. – Por favor, me tira daqui...!

 

Era a voz de Aisu, bastante ferida. Ele conseguiu retirá-la de lá com bastante cuidado.

 

- Cadê o Yakimo? – perguntou. – Ele tá por aí?

 

As lágrimas começaram a invadir os olhos dela. Conseguiu reunir forças para abraçá-lo e começou a chorar de forma descontrolada. Ela soluçava convulsivamente e não conseguiu falar nada. Tudo lhe doía naquele momento. O corpo, e também o coração.

 

Gohan já imaginou o pior e se entristeceu. Mesmo assim, ainda agachado, fechou os olhos e lhe correspondeu o abraço. Começava a se sentir contagiado pela dor que ela sentia. Apesar disso, procurou insistentemente pelo ki de Yakimo. Não encontrou.

 

“Será que ele morreu?”, pensou.

 

- Onde ele estava?

 

Aisu se acalmou um pouco e conseguiu responder:

 

- Ele estava do meu lado, sentado em outra poltrona do cinema...

 

Gohan a deixou estendida ali perto e começou a escavar os escombros com as mãos, ao lado de onde havia resgatado a amiga.

 

- Yakimo! Você está aí, Yakimo?! Por favor, me responde!

 

Não teve resposta. Foi tirando cuidadosamente cada pedaço de concreto, cada pedaço de ferro retorcido, cada pedaço de poltrona, do mesmo jeito que havia feito para tirar Aisu. Parou alguns instantes depois. Contemplou o buraco que tinha cavado e retirou um corpo inerte.

 

Constatou com pesar que Yakimo estava mesmo morto.

 

Aisu tentou se erguer. Gohan viu o esforço dela e a ajudou, recostando-a num pedaço de uma das paredes. As lágrimas tornaram a surgir dos olhos dela e a deslizar pela sua face ao ver o amigo morto.

 

- Por favor, Gohan... – ela disse entre soluços. – Acabe com esses androides... Eles estão destruindo as nossas vidas... Já destruíram a sua, a de Bulma, a minha... e a de Yakimo...!!

 

Consternado, Gohan a abraçou para que ela pudesse chorar o quanto precisasse. As lágrimas começaram também a brotar de seus olhos. Fechou-os, na esperança de que elas não escapassem.

 

Mas não teve jeito. Elas escaparam. Yakimo era um de seus poucos amigos. Mais do que isso, ele o considerava como um irmão.

 

- Yakimo!! De novo? – Gohan reclamava de mais uma aprontação do amigo.

 

Ele estava conversando com Aisu, quando foi surpreendido por duas pessoas despencando de uma árvore.

 

- Ah, foi mau, Gohan... – Yakimo disse na maior cara-de-pau. – Eu não pude evitar... De espiar os dois “pombinhos”...

 

Ele começou a gargalhar sem parar. Trunks, que caiu junto com ele, ficou aborrecido:

 

- Qual é a graça?(-_-)

 

- A graça... – o rapaz de cabelo verde respondeu, quase sem fôlego. – A graça é que... É que eu planejei todinho esse encontro...!!!

 

- O QUÊ?!? – Aisu e Gohan perguntaram.

 

- Ele planejou tudinho e me meteu nessa roubada! – Trunks reclamou, com a cara amarrada.

 

Yakimo não resistiu e começou a cantar:

 

- Gohan e Aisu se amam! Gohan e Aisu se amam! Gohan e Aisu se amam!!!

 

Os dois ficaram vermelhinhos e se entreolharam. Não sabiam o que dizer um ao outro naquela situação tão hilária. Só puderam rir junto com ele. Naquele momento, concluíram que ele definitivamente era o “palhaço” da turma.

 

O “palhaço” da turma... Nem parecia que ele havia ficado sozinho no mundo, depois de ver sua cidade se transformar em cinzas... Yakimo, com o passar do tempo, foi tentando mergulhar essa tragédia no esquecimento. Fazia isso com muitas palhaçadas, muitas piadas e com seu lado “amigo de fé, irmão, camarada”. Tudo isso, além de bancar o “Cupido” entre Gohan e Aisu.

 

Agora as gargalhadas e piadas se calaram. Para sempre.

 

“Gohan, você é o cara! Eu acredito em você! Você merece vencer os androides!”

 

Yakimo sempre o encorajava em qualquer situação. Sempre estava ali pra dar apoio, nem que fosse apenas apoio moral. E agora ele estava morto. Aisu ainda chorava sem parar. Só que, com a emoção tão forte da perda, ela acabou desmaiando. Gohan a pegou no colo e a levou até uma das ambulâncias, em seguida avisou a uma equipe sobre o corpo de Yakimo.

 

Escutou outra explosão, bem forte. Vinha do norte. Olhou pra trás e depois saiu voando. Acabava de descobrir o paradeiro dos androides.

 

Quando chegou, teve a “sorte” de deparar com eles. Estavam sentados no meio-fio da calçada, assistindo ao incêndio num posto de gasolina, pra variar, incêndio causado por eles.

 

Nº 17 olhou pra trás e o viu:

 

- Você de novo... Já se recuperou da última surra?

 

Gohan não respondeu. Estava olhando para o posto, que ainda ardia. Novas explosões aconteceram, à medida que o fogo consumia os tanques de combustível.

 

- Viu só? – Nº 18 disse. – Encare isso como fogos de artifício para te receber... Para te dar boas-vindas...

 

- E pra comemorar os cinco milhões de vítimas que fizemos até agora... – acrescentou Nº 17 com sarcasmo.

 

- Cinco... milhões...?! – Gohan perguntou.

 

- Ou bem mais, se bobear... Destruímos tantos lugares que até perdemos as contas... Na verdade, acho que cinco milhões é pouco...

 

Gohan sentia sua raiva queimar lá dentro. Como podiam falar nessas façanhas genocidas com a maior naturalidade? Como poderiam agir assim sem nenhum remorso? Simples: eles eram androides, eram máquinas. Máquinas não tinham sentimentos, não tinham emoções nem nada semelhante. Ninguém frio e calculista chegaria aos pés deles. Ninguém. Fosse humano ou saiyajin, não seria frio e calculista o bastante para não se amedrontar diante dos androides. Eles eram máquinas de matar.

 

Dr. Gero – segundo pesquisas de Bulma – era um cientista fora de série, mas era um cientista louco. Tinha conseguido construir androides a partir de matrizes humanas. Transformava pessoas em máquinas de lutar e matar e conseguia tirar os sentimentos delas pra isso.

 

“Eles conseguiram...”, Gohan pensou. “Eles conseguiram acabar com tudo... E conseguiram transformar o mundo num verdadeiro inferno!”

 

“Por favor, Gohan... Acabe com esses androides... Eles estão destruindo as nossas vidas... Já destruíram a sua, a de Bulma, a minha... e a de Yakimo...!!”

 

Era o apelo desesperado de Aisu que ecoava na sua memória. Os androides destruíram as vidas de todos. Se não matavam as pessoas, destruíam-nas aos poucos, causando dor, sofrimento e desespero. O mundo tinha se tornado um grande vale de lágrimas para aqueles que sobreviviam aos massacres frequentes daqueles – como Vegeta costumava chamar – bonecos de lata.

 

Eles faziam o mesmo também com sua vida. Desde criança começou a ver o que eles podiam fazer. Começou com as mortes de Tenshinhan, Chaos, Yamcha, Kulilin e Piccolo. Depois, eles explodiram uma cidade inteira, restando pouquíssimos sobreviventes, dentre eles Yakimo. Depois, atacaram o colégio onde estudava e o destruíram. E, dessa vez, Vegeta não teve a mesma sorte que tivera na luta anterior.

 

 Não havia visto apenas as mortes, mas também havia visto o sofrimento das outras pessoas. Bulma era um exemplo claro disso. Lembrar-se de vê-la chorando naquele dia o deixava perturbado. E sua mãe, então? Ele era obrigado a fazê-la sofrer de angústia toda vez que saía pra treinar Trunks. Seu coração pesava toneladas por causa disso.

 

E, agora, mais vítimas fatais apareceram, dentre elas Yakimo. Lembrar-se do corpo inerte do seu amigo o deixava furioso. E o desespero de Aisu fazia com que sua fúria aumentasse ainda mais. Nisso, transformou-se em Super Saiyajin.

 

- Eu não acredito! – disse Nº 18. – Você ainda tá a fim de lutar?

 

- Tô. – ele disse. – E é agora! É agora que vou acabar com a maldita raça de vocês, androides desgraçados!


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